Como nunca antes observado (ao menos pelo autor desta coluna), o Clube de Regatas do Flamengo realizou eleições recentemente e escolheu um novo presidente, que sucede Eduardo Bandeira de Mello. É inegável a excelente gestão conduzida por Bandeira de Mello. Entretanto, não é este o ponto. Foi surpreendente a cobertura do sufrágio Rubro-Negro pela imprensa. Boletins ao vivo, divulgação de boca-de-urna e o decorrer do dia de votação. Qualitativa e quantitativamente, uma grande cobertura.
Era uma Nação dentro de uma nação que escolhia um novo presidente. Outrora o trabalho da imprensa nas eleições presidenciais de um clube – qualquer clube – tinha como pauta o envolvimento de um candidato polêmico ou, no mínimo, controverso, desta vez e talvez a primeira em um grande clube de futebol do Brasil, o processo de escolha colocou opções com ‘equipes’ pré-definidas, com ‘plano de governo’ e de atuação. Tudo isso publicado e debatido entre todos os aptos a votar. Pareceu tudo bastante claro e transparente, sem discussões fúteis e baixarias entre os candidatos, todos eles com diferentes ideias, mas todos com um objetivo em comum: a grandeza do clube.
Um fato especial dentro da gestão do futebol profissional brasileiro. Que seja um marco dentro desta virada. Neste trabalho, também é inegável que grande responsável por todo este processo eleitoral – que pareceu – de lisura, transparência e nobreza, foi a gestão que encerra seu ciclo no Flamengo daqui a alguns dias. Há um fator bastante importante dentro do mercado para quaisquer organizações, sejam elas ou não esportivas: a credibilidade. O Flamengo nunca deixou de tê-la, mas passou a ter ainda mais, ao honrar responsabilidades financeiras, aumentar o seu patrimônio e valorizar a sua marca. A gestão que agora sai rompeu paradigmas e ‘subiu a barra’. O novo presidente e seu grupo agora têm a missão de fazer melhor, não apenas dentro de campo, mas fora dele também. Sempre haverá comparação.
Com tudo isso, no universo da gestão do esporte no Brasil a última eleição para presidente do Flamengo colocou abaixo inúmeros fantasmas que ainda assombram as entidades esportivas: o clientelismo, a falta de transparência, de visão mercadológica, mas, sobretudo de opções que permitissem um debate saudável e planejamento muito bem elaborado, que vai exigir impecável implementação. Porque a ‘barra foi colocada lá em cima’.
Em tempo: o SC Internacional também realizou eleições que foram marco para um clube de futebol do Brasil, com votação pela internet e criação de aplicativo. Tudo o que foi mencionado acima também vale para o Colorado. Que sirvam de exemplos e eles se espalhem.
Em tempo 2: um Feliz Natal a todos!