A dificuldade e a complexidade do trabalho de Tiago Nunes neste início de ano no Corinthians não são novidades. Tenho certeza que o dilema na mente dele começou ainda no ano passado, quando foi contratado. Ele foi o escolhido para substituir Fábio Carille para romper com uma ideia de jogo. Mas como fazer com que os jogadores assimilem e somatizem novos comportamentos rapidamente a ponto de darem resultados em um curtíssimo prazo?! Missão das mais desafiadoras…
Dos clubes grandes paulistas o Corinthians é o que tem a menor margem de erro. Ao passo que Palmeiras, São Paulo e Santos já estão na fase de grupos da Libertadores, a equipe de Tiago Nunes tem todo o planejamento do ano dependente dos confrontos iniciais e imprevisíveis da competição. Ilusão ainda acharmos que um Guarani do Paraguai ou um San José da Bolívia, ou o time que for em uma competição como essa, sejam presas fáceis porque não tem a “tradição” de um Corinthians. E, por mais que o departamento de inteligência do Timão seja um dos mais capacitados do país alguns ingredientes são aleatórios e da própria natureza do jogo.
Um mapa da preparação inicial do Corinthians já indicava as dificuldades atuais. Viagem desgastante para a Flórida Cup, jogadores saindo, jogadores chegando e, o principal, a necessária mudança nos conceitos com e sem a bola. Futebol não tem fórmula. Mas tem tendências. E romper com uma forma de um clube jogar demanda tempo. E é justamente tempo que Tiago Nunes não tem. O misto entre aproveitar algumas ideias já no inconsciente da equipe com algumas pitadas de ousadia com coisas novas pode ser a chave para Tiago Nunes sobreviver neste início. E falo em sobrevivência não levantando nenhuma questão de demissão. Mas sim em sobreviver nesse caos que é o futebol brasileiro da necessidade de mudar aliado, muitas vezes incoerentemente, com a necessidade resultado pra ontem.
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