Crédito imagem – Rafael Ribeiro/Vasco da Gama
Há pouco mais de um ano critiquei duramente nesse espaço a diretoria do Palmeiras pela contratação do técnico Vanderlei Luxemburgo. Hoje venho parabenizar a diretoria do Vasco da Gama pela contratação do mesmo Luxemburgo. Qual a diferença? O que mudou?
Vamos lá. A questão tem a ver com gestão, ambição e comunicação.
O Palmeiras briga hoje por títulos. Dos últimos quatro campeonatos Brasileiro o Verdão faturou dois. E nos outros dois, garantiu vaga na Libertadores, onde tem feito sempre boas campanhas. Esses bons resultados esportivos são fruto de uma gestão profissional, comprometida com o aumento da receita, controle das despesas e um autodesenvolvimento constante nas áreas científicas, estruturais e de recursos humanos. Tudo visando o aumento da performance dentro de campo. E quando um clube nesse patamar coloca como cereja do bolo uma comunicação agressiva, vinda do seu próprio presidente em uma entrevista coletiva, dizendo que a busca pelo treinador, que é o grande comandante do processo, se daria por critérios modernos e arrojados de pensar o jogo, o nome condizente não pode ser o de Vanderlei Luxemburgo.
Que fique bem claro, neste momento não estou fazendo juízo de valor. Isso porque, por mais que seja claro para mim que a postura auto-protetiva de Luxa, negando o que se faz de mais contemporâneo no futebol mundial seja nociva não só a ele, mas para o futebol brasileiro como um todo, esse mesmo comportamento pode ser eficaz para o Vasco.
Cobrindo treinos no dia a dia, pude comprovar como Luxemburgo sabe fazer o ambiente trabalhar a favor dele, pelo menos em um curto espaço de tempo. A experiência adquirida em décadas como jogador e treinador deram a ele a expertise em mobilizar atletas, dirigentes, funcionários do clube e o torcedor para que fique bem evidente o “choque de gestão” que ele quer. E isso pode ser o que o Vasco precisa para não ser rebaixado.
Em um trabalho de médio, longo prazo, quando apenas a gestão do contexto não é mais suficiente e que no campo tenha que aparecer algo diferente, Luxemburgo não consegue êxito. Por isso que para o Palmeiras ganhar os títulos mais importantes do ano não poderia ser Luxemburgo o técnico a beira do campo. E é também por isso que para o Vasco não amargar mais um rebaixamento, Luxemburgo é o nome ideal para estar à beira do campo.
*As opiniões dos nossos autores parceiros não refletem, necessariamente, a visão da Universidade do Futebol