Categorias
Colunas -

Análise complexa de desempenho

Crédito imagem: Bruno Sarraf/EC Vitória

A aleatoriedade do jogo de futebol seguirá intacta até o fim dos tempos. É isso que dá graça ao espetáculo! Uma partida começa e não sabemos o que pode acontecer. As infinitas possibilidades de ação entre vinte e dois jogadores manipulando um objeto pequeno (a bola) em um terreno proporcionalmente imenso ( o campo), coordenando dois alvos (os gols) durante mais de noventa minutos fazem do futebol o esporte mais praticado e amado do mundo!

Mas como algo inserido dentro de um contexto maior o jogo passa constantemente por evoluções. Não se joga mais como há dez, vinte, trinta anos. A essência do jogo é a mesma, porém como exemplo, trago as implicações do VAR ao esporte: não dá mais pra ludibriar a arbitragem com simulações. Ou o jogador que não tiver noção de tempo e espaço ficará impiedosamente impedido a todo momento. 

E mais do que dentro de campo, a tecnologia traz inúmeras implicações fora dele. São ferramentas que surgem a cada dia, semana e mês com a difícil missão de prever toda essa aleatoriedade e fazer com que uma equipe tenha mais chances de êxito. 

Eu poderia enumerar vários novos elementos e situações, mas vou focar na ciência disponível atualmente para a contratação de jogadores. No futebol “antigo” valia aquele olhar “sobrenatural” de um dirigente e de um olheiro. Hoje a base de dados disponível a um custo relativamente baixo faz com que diversos clubes tenham acesso não só a performance de um jogador com e sem a bola, como também a dados físicos e até ao perfil psicológico de quem se busca contratar.

Neste novo mundo do futebol, que movimenta milhões e até bilhões de reais, não dá para contratar com base no achismo ou no gosto pessoal de algumas poucas pessoas. Claro que já citei a aleatoriedade do esporte e vale pontuar que estamos tratando de seres humanos e que por isso não conseguiremos jamais prever elementos como adaptação, problemas pessoais que possam surgir e etc. Contudo, recrutar jogadores com base em memória afetiva ou até índices muito antigos de performance, sem mensurar o presente e projetar o futuro, simplesmente para “dar uma resposta pra torcida”,  não cabe mais no futebol profissional de hoje.