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As versões e as finalizações da Holanda na Copa do Mundo Fifa 2014

A Holanda lidera o Grupo B na Copa do Mundo Fifa 2014 com 6 pontos em 2 jogos. Se no primeiro jogo, contra a então temida seleção espanhola, o 1-5-2-1-2 foi o esquema utilizado por Louis Van Gaal, contra a Austrália a superioridade obtida surgiu no segundo tempo, com Memphis Depay no lugar de Martins (substituído após choque com Cahill) num 1-4-2-3-1.

Porém, seja com um ou outro esquema o que merece destaque neste início de competição é a eficácia ofensiva da seleção holandesa. Com aproveitamento impressionante nas finalizações, tem apresentado números que demonstram o controle dos jogos que disputou.

Veja, abaixo, o desempenho da equipe holandesa neste fundamento do jogo tanto na goleada contra a Espanha por 5 a 1 como na vitória, de virada, contra a Austrália por 3 a 2:

Como pode ser visto, até o momento foram 23 finalizações da seleção holandesa na competição, destas:

•8 Finalizações (34,7%) em jogadas de Posse de Bola
•10 Finalizações (43,4%) em jogadas de Contra Ataque
•1 Finalização (4,3%) em jogada de Escanteio
•1 Finalização (4,3%) em Falta Frontal
•2 Finalizações (8,6%) em jogadas de Falta Lateral
•1 Finalização (4,3%) em Jogada Individual

Do total de finalizações realizadas, impressionantes 95,6% (ou 22 finalizações) tiveram como destino a meta adversária e os 8 gols feitos resultaram num aproveitamento de finalizações de 34,7%.
As características das jogadas que resultaram em gols são as seguintes:

•2 Gols (25%) em jogadas de Posse de Bola
•4 Gols (50%) em jogadas de Contra-Ataque
•1 Gol (12,5%) em jogada de Falta Lateral
•1 Gol (12,5%) em Jogada Individual

Para concluir, abaixo um quadro comparativo do aproveitamento de finalizações (certas e gols) de outras duas seleções candidatas ao título, Brasil e Alemanha, nas duas primeiras rodadas da competição:

Note que as melhores marcas destas seleções (destacadas em vermelho) estão distantes dos percentuais obtidos pelos holandeses.

Em seu próximo confronto, a Holanda disputará a liderança do grupo contra o Chile, comandado pelo argentino Jorge Sampaoli e que, bem como os holandeses, também tem utilizado a linha de 5.

Podemos ter dúvida de qual esquema predominante Louis Van Gaal vai utilizar contra os chilenos. Já se o esquema será perigoso…

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Chile vs Holanda; Jorge Sampaoli vs Louis van Gaal: reflexões sobre questões táticas na Copa do Mundo Fifa de Futebol do Brasil

Os jogos da Copa do Mundo FIFA de futebol no Brasil estão bastante atrativos.

Mesmo para confrontos que poderiam remeter a ideia de que seriam “partidas desinteressantes”, sempre há algo para se destacar sobre o jogo.

Aos meus olhos, claro, o grande número de gols também tem chamado a atenção.

Mas o que dizer da, no geral, boa ocupação dos espaços do campo por parte de jogadores e equipes?

O que dizer da evidente demonstração coletiva das equipes, expressando suas regras de ação para jogar, seus planos de jogo, seus modelos, suas identidades?

E as inúmeras representações da potencialização da aparente soma complexa de 11 jogadores que tem resultado taticamente em 12, 13, 14 ou sei lá, 15 (o todo realmente maior do que a soma das partes) – quando se olhássemos rapidamente talvez não tivessem potencial para chegar a 9 ou 10?

Essa riqueza/beleza dos jogos, ainda que não seja nada de novo, dá margem para inúmeros assuntos e debates. E vários deles prenderiam verdadeiramente nossa atenção.

Então, na sequência das colunas sobre a Copa não posso deixar de abordar temas como “as nacionalidades dos treinadores das seleções da Copa – e a influência disso no futebol apresentado pelas seleções”, “a queda da seleção da Espanha” – defendendo a ideia de que, não é que o futebol/estilo espanhol não funciona mais (funciona sim!), o fato é que a Espanha não trouxe seu estilo à tona para os jogos (onde debateremos o “efeito Guardiola”), ou ainda o “quanto os aspectos ambientais tem interferido em ocorrências técnico-táticas de jogo (nos gols?)”; os “treinos em caixa de areia (pode?)”, ou ainda “os erros táticos admissíveis e não admissíveis, que seleções em Copa do Mundo podem e não podem cometer”.

São muitas as ideias!

Hoje porém, vou tentar abordar brevemente um tema recorrente nos debates com os amigos no Café dos Notáveis nesse tempo de Copa: as Seleções da Holanda e do Chile.

Comecemos pela Seleção do Chile.

Antes de mais nada, devo destacar que o treinador do Chile (Jorge Sampaoli) é um dos três treinadores nascidos na Argentina, que comandam Seleções na Copa – e apesar de ser o mais “badalado” dos três, especialmente pelo atual momento (classificação antecipada e vitória do Chile sobre a Espanha) penso que dentre eles, José Pekerman (outro argentino), treinador da Seleção da Colômbia ainda é o melhor.

Jorge Sampaoli, que passou a chamar a atenção após seu excelente trabalho na equipe da Universidad de Chile teve também boa passagem pela equipe do Emelec do Equador.

Antes disso, foram mais dificuldades do que sucessos, muitas derrotas e tropeços – que de alguma forma contribuíram para um salto em sua carreira profissional.

Sampaoli na Seleção do Chile, deu sequência ao 1-4-3-3 de Bielsa (treinador anterior do selecionado chileno) no que se refere principalmente a ocupação dos espaços.

No que diz respeito às regras de ação dos jogadores, no gosto pelo protagonismo com bola, e no ritmo de jogo, deu sequência ao seu próprio 1-4-3-3 da Universidad de Chile (a mesma Universidad que goleou o Flamengo, no Rio de Janeiro, por 4 a zero na Copa Sul Americana 2011) – 1-4-3-3, que já naquela época, de maneira versátil, se transformava no 1-3-4-3 (com um volante, um meia e um falso atacante).

Com bola, a Seleção do Chile é envolvente. Tem gosto pelo jogo apoiado, com passes curtos e rápidos (e não por acaso é uma das equipes que mais passam a bola na Copa do Mundo do Brasil).

Isso não é um trabalho de agora. Vem desde Bielsa no seu comando.
Sem bola, a equipe chilena, ainda que possa não parecer (porque sofreu apenas um gol nas duas primeiras rodadas), é frágil (nas eliminatórias para a Copa, sofreu 25 gols em 16 jogos). Tem cometido erros primários para fechar a circulação de bola adversária, marcado mal as diagonais e permitido que os seus adversários finalizem muito contra sua meta defensiva.

Por isso, mesmo com o futebol que vem encantando, e mesmo com o “pressing” em bloco alto muito organizado, que especialmente no início das partidas tem “encurralado” os adversários, a seleção chilena poderá sofrer do mesmo problema que a Universidad de Chile, do treinador Sampaoli sofria quando não conseguia ter a posse da bola sob o seu controle.

Seria interessantíssimo para a Copa e para o futebol que o Chile fosse longe no Mundial do Brasil… Mas tenho lá minhas dúvidas…

Agora a Holanda.

A seleção holandesa, outra “sensação” da Copa FIFA 2014 tem sido uma equipe muito interessante para observação.

Além de ter bons jogadores que são protagonistas e decisivos em seus clubes, de ter o artilheiro das eliminatórias europeias (van Persie), tem no seu comando um dos mais experientes e mais respeitados treinadores holandeses: Louis van Gaal.

As equipes de Louis van Gaal historicamente são muito competitivas.

Também gostam de protagonizar o jogo, de brigar pela bola, de alternar o ritmo das jogadas… mas acima de tudo de serem estratégicas. E isso normalmente acaba trazendo vantagens, especialmente por permitir a elas maior adaptabilidade aos seus jogos e adversários.

Nas eliminatórias para a Copa do Mundo tiveram uma das melhores defesas. Não perderam nenhum jogo. Jogaram a grande maioria do tempo no 1-4-3-3 (poucas vezes no 1-4-4-2).

Precisou se reinventar na preparação para a Copa, e mesmo sem grande “minutagem” nos jogos para colocar à prova, apostou no 1-5-3-2 variando para o 1-3-4-1-2 (ou 1-3-4-3).

Nos dois primeiros jogos da Copa do Mundo Fifa 2014 utilizou por mais tempo em campo (apesar da desconfiança da imprensa e torcida holandesa) o 1-3-4-1-2.

Não tem conseguido repetir o mesmo futebol de controle das eliminatórias da Copa (na partida contra a Austrália, pela 2ª rodada da competição, perdeu as “rédeas” do jogo algumas vezes), mas tem sido avassaladora quando ataca.

Faz mais passes em progressão do que a equipe do Chile e chega na grande área ofensiva com mais facilidade – o que garante a Seleção da Holanda maior número de finalizações também.

Chile e Holanda são duas Seleções que valem a observação.

Claro, não se pode afirmar que uma delas, ou até mesmo que as duas cheguem longe na Copa. O fato é que com antecedência se classificaram para a 2ª fase da competição.

E independente do resultad
o do confronto entre elas, o certo é que cada uma, com sua proposta mostrou nas duas primeiras rodadas, muita qualidade técnica-organizacional.

Uma delas vai enfrentar o Brasil.

Se for o Chile, vale para a Seleção brasileira observar os jogos dos chilenos, das eliminatórias – e se quiser entender a fundo o que se passa na cabeça do treinador Jorge Sampaoli, resgatar jogos decisivos da Universidad de Chile quando ele era o comandante da equipe.

Se for a Holanda, estou certo de que vale concentração total naquilo que Louis van Gaal vem fazendo desde os últimos jogos de preparação para a Copa, além é claro, dos três jogos da primeira fase da competição.

Sobre o confronto entre Chile e Holanda, que ocorre um dia após a publicação desse texto (portanto escrevo sem saber sobre o jogo), alguns palpites:

a)Se o Chile jogar no 1-4-3-3, com um falso atacante de centro, imagino que o confronto apresente mais assimetrias espaciais para equilibrar o setor de meio campo das equipes, tanto se a Holanda jogar no 1-4-3-3, quanto se for no 1-3-4-1-2 (1-5-3-2 que se transforma em 1-3-4-3).

b)Se o Chile jogar no 1-3-4-3, haverá assimetrias espaciais para equilibrar o setor de meio campo por parte das duas equipes caso a Holanda jogue no 1-3-4-1-2. Caso a Holanda desenhe seu 1-4-3-3, é provável que mesmo com os ajustes assimétricos por parte do Chile para organizar o espaço de jogo, o selecionado holandês leve vantagem numérica, especialmente na faixa central do campo de jogo.

Então, se Jorge Sampaoli não preparar nenhuma surpresa, e se o modo de operação chileno for o mesmo apresentado nas partidas anteriores, sob o ponto de vista da referência primária de ocupação do espaço para dar orientação aos jogadores, parece ser “estratégia dominante” para a Holanda iniciar a partida no 1-4-3-3.

É claro, existem outras inúmeras referências que devem ser observadas para entender o confronto entre as duas Seleções – e as vantagens e desvantagens que cada uma delas pode ter.

Mas aí, que venham as surpresas! Que seja um grande jogo, e que vença o melhor!

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Enfim, a tecnologia na Copa

Na partida entre França e Honduras, enfim, a tecnologia criada para confirmar o gol foi utilizada. O lance que fez história se deu aos dois minutos do segundo tempo e era válida pelo grupo E da primeira fase da Copa do Mundo do Brasil.

O lance fatídico se deu após um lançamento de Valbuena em que o atacante francês Benzema cabeceou na saída do goleiro hondurenho Valladares. A bola tocou na trave esquerda, voltou em direção ao goleiro de Honduras, mas cruzou a linha do gol, após tocar nas mãos do arqueiro.

O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci ao perceber em seu relógio que a bola havia cruzado integralmente a linha do gol, correu para o centro do campo sem qualquer dúvida.

Dentre os principais esportes do mundo o futebol é o que menos alterações sofreu em suas regras ao longo da história.

A principal mudança foi referente ao impedimento. Inicialmente, não era permitido passar a bola para a frente, como ocorre no rúgbi. Mais tarde, estabeleceu-se número mínimo de jogadores entre o que recebe o passe e o gol, até chegar à regra atual de dois defensores.

Desde a criação das regras do futebol, há mais de 150 anos, também foram criados o pênalti, as substituições, os cartões amarelos e vermelhos, por exemplo.

Com relação à utilização da tecnologia, o futebol tem sido bastante resistente.

Qualquer proposta de mudança nas regras do futebol só entra em vigor depois de aprovada pela International Football Association Board (Ifba), uma comissão formada por quatro representantes da Fifa e um de cada federação de futebol britânica (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales), os criadores do futebol. Para aprovação, as propostas devem ser aceitas por seis dos oito membros. A Fifa e a Ifba são extremamente conservadoras.

Apesar disso, o futebol finalmente se rendeu à tecnologia com a “goal-line technology” na Copa das Confederações e no Mundial de Clubes e, pela primeira vez, os árbitros têm o auxílio de elementos externos para tomar suas decisões em campo.

A Copa do Mundo do Brasil é o primeiro Mundial a utilizar essa tecnologia que, enfim, decidiu um lance polêmico trazendo mais transparência e credibilidade ao evento. Trata-se de um passo singelo, mas muito importante para a evolução do futebol. 

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O desafio da consistência

Amigo leitor, refletindo sobre o desempenho da seleção brasileira após a segunda e de certa forma decepcionante partida contra a seleção mexicana trago um momento de pausa para pensarmos sobre a consistência das atuações da seleção no mundial em disputa.

De acordo com Terry Orlick em seu livro "Em busca da excelência", um desempenho consistente em alto nível depende de uma concentração de alta qualidade por parte do atleta e isso passa por uma capacidade de concentração adequada para cada perfil de atleta. As pessoas e atletas que atuam consistentemente próximas ao seu potencial máximo aprenderam a fazer três coisas na vida de maneira extremamente eficaz:

• Direcionar e controlar seu foco;
• Canalizar suas emoções em direções positivas;
• Recuperar-se rápida e eficientemente das adversidades.

Este terceiro ponto citado pode ser bem explorado pela seleção brasileira para recuperar parte da confiança deixada para trás após a partida contra o México, sendo que as maneiras sugeridas abaixo são uma contribuição eficaz para se conseguir manter o controle e recuperar-se de maneira eficaz das adversidades, principalmente nas competições mais curtas aonde as oportunidades de treinamento são mais escassas e de curta duração.

• Relaxamento – É sugerido que o atleta procure relaxar fisicamente, acalmar-se. É necessário respirar fundo e sentir o corpo se soltar enquanto expira;

• Foco na correção – Sugere-se que o atleta dirija sua atenção para a correção dos erros e não para se aborrecer com eles. Sempre que um erro for cometido, o atleta pode repeti-lo mentalmente e corrigir os erros na sua própria mente antes de tentar novamente. Sempre que o treino for ótimo e sem erros, o atleta pode escrever as razões que foram fundamentais que levaram à ação bem sucedida e com isso ele sedimenta o aprendizado;

• Incentive-se – Sugere-se que o atleta evite dizer coisas do tipo “Seu incompetente, você nunca faz nada certo!” ou “Dessa forma nunca irei conquistar o título mundial”. Todo atleta precisa lembrar que sempre existirão fatos que lhe trazem a memória a informação de que ele consegue sim agir de tal forma bem sucedida e que num momento específico ele somente cometeu um erro, ao contrário de achar e começar a acreditar que tudo está errado em suas ações. Quando o atleta se elogia pelas coisas certas que fez, seu desempenho tende a melhorar sensivelmente.

Preparar-se para reagir da melhor forma às adversidades pode contribuir para um melhor desempenho na próxima partida e ainda contribui de forma eficaz no aumento da confiança de cada um em campo.

Penso que quando ações como as citadas acima estão aliadas com o espírito de equipe, comentado na coluna anterior, tudo torna-se menos complicado e qualquer equipe de futebol pode obter melhorias no seu desempenho individual e coletivo.

Que venha a seleção de Camarões e as demais partidas até a grande final do mundial!

Até a próxima. 

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As primeiras lições da Copa

Apesar de todos os folclores que se propala em torno da FIFA relacionados à Copa, sua imensa lucratividade e seus desmandos sobre a soberania nacional – alguns até verídicos, outros tantos que mais se assemelham a lenda urbana ou oportunismo de terceiros que buscam aparecer indevidamente –, temos que destacar e aprender com a gestão de um evento de excelência que nada mais faz do que proteger a sua marca e as marcas que compartilham com ela a sua presença na Copa:

1) O Cenário: mesmo favorecidos pelas modernas arenas construídas para a Copa, a transformação e a padronização dos estádios permite a criação de um ambiente único que facilmente remete a identificação ao evento. Parece simples mas não é. E vê-se como faz toda a diferença – basta ver as mesmas arenas em atividade em outras competições locais como a atmosfera que é criada é de fato distinta.

2) Os Patrocinadores: pela lente das câmeras percebe-se o cuidado com as marcas dos patrocinadores em painéis de LED de alta definição, que contribuem tanto para a visibilidade destes como a sua integração ao cenário, como comentado no item anterior. Isso torna a comunicação do patrocinador menos agressiva por não “poluir” visualmente o ambiente. Fora das lentes, a participação ativa das marcas na recepção aos torcedores antes da sua efetiva entrada no recinto esportivo com tendas temáticas, entretenimento (ainda que simples – como o Itaú, que montou uma espécie de salão para pintura do rosto dos torcedores com as bandeiras das respectivas seleções – mas que chamam a atenção do público) e lojas com produtos licenciados. Plenamente passível de aplicação dentro da nossa realidade com o intuito de aproximar os patrocinadores do consumidor.

3) O Tempo: o respeito aos horários, tanto de início quanto de intervalo das partidas, assim como a execução dos hinos nacionais, são tão simples mas que fazem uma enorme diferença para quem consome o produto.

Que estes aprendizados, resumidos sinteticamente em três, apesar de haverem tantos outros, sejam minimamente absorvidos para a continuidade futura das atividades do futebol no Brasil. 

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Copa do Mundo: Brasil vs México

Esta semana, Brasil e México disputam a liderança do grupo e quem vencer dará um passo importante para a classificação.

Se não houver vencedor na outra partida do grupo, entre Croácia e Camarões, uma vitória simples de uma das equipes é suficiente para garantir uma das vagas da chave nas oitavas de final da Copa do Mundo.

O México, protagonista contra a seleção de Camarões, apresentou bons comportamentos de jogo que, se aplicados contra o Brasil, podem proporcionar um confronto de sistemas (e não somente de esquemas) bastante interessante. Na sequencia serão discutidos alguns deles:

Organização Ofensiva

 

Em Organização Ofensiva contra a equipe de Camarões, o México abriu o campo e optou pelo jogo construído.

Com passes curtos dos três defensores a bola chegava ao campo de ataque com facilidade, pois a pressão no portador da bola feita pela seleção camaronesa iniciava somente a partir da sua intermediária defensiva.

Para gerar desequilíbrio nas linhas de defesa, Vásquez foi opção de passe para trás para mudar o corredor de jogo e Giovani dos Santos era o principal jogador a receber entre linhas e jogar a um toque.

Os cruzamentos pelo setor direito com Aguilar e as tabelas no corredor central com a participação de Giovani foram, com bola rolando, as ações mais perigosas da equipe de Miguel Herrera.

 

Uma nítida diferença que poderemos observar em relação ao jogo anterior será a linha de marcação da seleção brasileira. Com pelo menos 35 metros mais adiantada do que a de Camarões, fica a expectativa se a seleção mexicana sob maior pressão de espaço e tempo tentará propor o jogo a partir da posse de bola.

Segundo estatísticas da FIFA, Contra Camarões o México trocou quase 600 passes e foi efetivo em 484 (81%).

Outro elemento interessante do jogo, relativo à organização ofensiva mexicana e defensiva brasileira diz respeito aos jogadores que irão pressionar os zagueiros. Se estas regras de ação forem feitas exclusivamente por Fred e Neymar, Oscar e Hulk irão compor as duas linhas de quatro sem bola e dificultar a descida pelos lados de Layún e Aguilar como mostra a figura abaixo:

 

Com o lado oposto negligenciado pela seleção brasileira, correta indução de Fred ao zagueiro portador da bola para não permitir a circulação e o fechamento da linha de passe ao volante central, a Organização Ofensiva mexicana pode ficar encurralada e ser forçada ao passe longo; pouco utilizado no jogo contra Camarões.

Neste caso, o sucesso da fase de construção dos mexicanos dependerá da abertura de linha de passe e da rápida circulação no campo de defesa para, do lado oposto aproveitar a superioridade numérica.

Outra possibilidade para a seleção brasileira é subir a marcação também com o extremo do lado da bola e, dessa forma, tentar forçar o erro adversário e/ou a recuperação da posse no campo de ataque. Para isso, as regras de ação supracitadas geram maiores riscos do lado da bola se não forem corretamente aplicadas:

 

Com mais jogadores no campo de ataque, pode ficar mais difícil para a seleção mexicana realizar a circulação.

Com a pressão do atacante do lado da bola no zagueiro mexicano, provavelmente os laterais brasileiros (também do lado da bola) deverão subir uma linha de marcação para evitar a superioridade numérica do adversário. Caso isso aconteça, abrem-se espaços nas costas dos laterais para diagonais de Herrera, Guardado e Peralta.

Tais movimentações não foram observadas contra Camarões, pois, como mencionado, a seleção africana baixou suas linhas (permitindo cruzamentos e o jogo apoiado na entrada da área).

Organização Defensiva


 

Uma das grandes expectativas em relação à equipe mexicana e seu 1-3-1-4-2 incide no posicionamento sem bola de Aguilar e Layún. Subirão para impedir o jogo de Marcelo e Daniel Alves ou, assim como muitas seleções têm apresentado nesta Copa do Mundo, formarão uma linha de 5 (juntamente com Rafa Marquez, Moreno e Rodriguez)?

A linha de marcação estabelecida contra Camarões foi feita a partir da intermediária ofensiva. Se assim permanecer, alas adiantados no lado da bola deve ser a opção escolhida. Se não quiserem propor o jogo, a segunda opção deverá ser observada. Nas imagens abaixo, as duas opções:

Ala adiantado no lado de bola e ala oposto compondo a linha de defesa

Bloco baixo e a linha de 5 numa proposta mais defensiva

Que Brasil vs México seja mais um dos belos jogos desta Copa! Quais são suas expectativas? Aguardo sua opinião por e-mail.

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Os mitos fundadores da Modernidade

No início histórico da sua prática, o desporto sempre foi uma regalia, quer da nobreza, quer da burguesia que, na sociedade classista ocupou o lugar daquela, Isto não quer dizer que o burguês do século XIX, nas suas horas de ócio, se tenha convertido no caçador, ou no cavaleiro, como o nobre em largo troço da História.

A sociedade evoluíra; o progresso técnico aumentava; o capitalismo assenhoreava-se, progressivamente (e pela força das armas), do mundo todo – o burguês, mais do que nobre, interessa-lhe passar por gentleman, com uma visão da sociedade, alicerçada no “laissez faire, laissez passer” e procurando semear esta floresta de enganos, donde ressalta a ideia que a democracia participativa e o liberalismo económico sempre coexistem. O Doutor Mário Soares já o disse claramente, no seu livro Dois Anos Depois (Editorial Notícias, Lisboa, 1998, p. 105): “Acrescente-se que não é legítimo estabelecer uma conexão necessária entre economia de mercado e democracia. Se é certo que não há exemplo de democracias plenas, sem economias de mercado (foi a lição que o Mundo tirou do colapso generalizado dos países comunistas) a inversa não é verdadeira, visto que há casos de ditaduras que conseguem obter apreciáveis índices de crescimento económico, pelo menos a curto prazo”.

Mas o Doutor Mário Soares poderia explicitar quais os países onde há “democracia plena”, visto que a democracia económico-social e a democracia participativa e directa não se sabe onde existam, por esse Mundo além. Por isso, a economia está aí ao serviço dos imperativos do mercado e não ao serviço das necessidades de todos e cada um dos cidadãos. A finança desregulamentada trouxe consigo a incontrolada “tirania dos mercados”. E, assim, subordinada à vigilância e à sanção dos mercados, a solidariedade social morre, por maior que seja a boa vontade de alguns governantes.

Como se sabe, os USA são, hoje, o bastião do neo-liberalismo e do famigerado free market global. Ora, a América do Norte é um país marcado e corroído, por insanáveis contradições estruturais. Ao lado do peso crescente dos neo-conservadores e da sua predisposição para uma sociedade classista e para a guerra imperialista (veja-se a guerra do Iraque), a sociedade americana enfrenta, hoje, uma cada vez maior insegurança na economia, que resulta em desemprego e em emprego precário e no aumento espantoso das desigualdades.

Como Le Monde Diplomatique já o acentuou: ”nos USA, o aumento da criminalidade, proveniente do fosso que se vem cavando entre ricos e pobres, faz do Estado norte-americano um Estado carcereiro, ou seja, a população dos condenados a prisão, por homicídios e roubos, cresce assustadoramente”. Ainda que o Sr. Obama porfie em aparentar o contrário. Precisamos, pois, de forma imperiosa e urgente, rever os mitos fundadores da Modernidade, incluindo aquela doutrina da Democracia Representativa, como nova religião, quando sabemos que ela não finda com as desigualdades. Digamo-lo, sem receio: porque os governantes estão, normalmente, ao serviço, mesmo que o não pensem, dos “grandes interesses”, as políticas (uncluindo as desportivas) visam, em primeiro lugar, o lucro e só depois as pessoas. Demais, em total cumplicidade com os governos, a Igreja Católica ainda não varreu da sua doutrina a tese: “Omnis potestas a Deo” (todo o poder vem de Deus), o que leva, sem se dar por isso, à divinização do Poder, aqui e além constituído por verdadeiros adversários da democracia participativa. Aliás, os governos do fundamentalismo islâmico dizem o mesmo, com os resultados que todos conhecemos…

Na Europa, a partir da Idade Moderna, foram o experimentalismo demiúrgico e as revoluções científicas que predominaram, em desfavor das transformações sociais. Mesmo no desporto, o que mais se aplaude não é um verdadeiro desporto-para-todos, decorrente de uma sociedade-para-todos. Mas os recordes e os desempenhos espantosos, grande parte deles empoleirados na prática habitual do “doping”.

É verdade: o desporto que admiramos, embevecidos, é, aqui e além (não sempre, evidentemente) uma verdadeira mentira. Quando, em 1988, o treinador de Ben Johnson (conhecido pelo Químico) asseverou, em pleno tribunal, que a maioria dos atletas norte-americanos competiam dopados, anteviu o que, anos depois, é verdade insofismável: na alta competição, o doping é praticado por muitos atletas que nela participam. De facto, há um esteróide sintético que não só aumenta a massa muscular e reduz a fadiga, mas também ainda é indetetável por qualquer controlo anti-doping. Daí, as vitórias espantosas de alguns atletas, nos Mundiais e nos Jogos Olímpicos!

É preciso rever os mitos fundadores da modernidade… incluindo no desporto. Aceito, com naturalidade, que se recuse, como interpretação verosímil, o que venho de escrever. A sociedade do espetáculo, que é a nossa, queda-se no espetáculo, isto é, no fenómeno, e quase nunca desce à essência. Como canta o poeta: “Ver as coisas por fora / é fácil e vão. / Por dentro das coisas / é que as coisas são”.

 

*Manuel Sérgio é antigo professor do Instituto Superior de Educação Física (ISEF) e um dos principais pensadores lusos, Manuel Sérgio é licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, Doutor e Professor Agregado, em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa.

Notabilizou-se como ensaísta do fenômeno desportivo e filósofo da motricidade. É reitor do Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares do Instituto Piaget (Campus de Almada), e tem publicado inúmeros textos de reflexão filosófica e de poesia. 

 

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Quem joga em casa, afinal?

O Rio de Janeiro foi invadido. Belo Horizonte e Cuiabá também. A primeira rodada da Copa do Mundo de 2014 ainda nem acabou, mas dois aspectos já chamam atenção na competição realizada no Brasil: a presença expressiva de torcedores oriundos de países da América do Sul e o barulho proporcionado por esse público.

Argentina e Colômbia jogaram, respectivamente, contra Bósnia e Grécia, dois times que enviaram menos torcedores ao Brasil para a Copa. Chile e Austrália anunciaram oficialmente o mesmo tamanho de turistas no país do Mundial – cada nação disse ter enviado cerca de 20 mil pessoas. Ainda assim, o grupo de chilenos parecia ser muito mais numeroso e barulhento. O hino nacional cantado à capela na Arena Pantanal não deixou dúvidas.

Mesmo a Argentina, que em tese tem a maior torcida contra na Copa de 2014, jogou contra a Bósnia no Maracanã como se o estádio carioca fosse em Buenos Aires. Tingido de alviceleste, o estádio que abrigará a decisão da Copa de 2014 viu os gritos de apoio aos sul-americanos sobrepujarem com folga o apoio dos locais à seleção da Bósnia.

Em parte, a festa dos sul-americanos no país da Copa se assemelha ao que aconteceu em 2010. Nas quartas de final do Mundial, quando Gana passou a ser o único representante da África, a maioria da população da África do Sul adotou a seleção. Os uruguaios eram minoria absoluta no duelo mais emocionante daquela competição – com direito a pênalti cometido por Suárez no último lance da prorrogação, desperdiçado por Asamoah Gyan, e vitória celeste nos tiros livres.

O ambiente daquele jogou tornou ainda mais monstruosa a vitória do Uruguai. O jogo foi disputado no estádio Soccer City, que recebeu 84.017 espectadores. Os sul-americanos não passavam de mil. Ainda assim, só eles romperam o silêncio que se seguiu o pênalti perdido por Asamoah Gyan.

A diferença entre as Copas de 2010 e 2014 é a relação do público com a seleção local. Na África do Sul, o povo abraçou realmente a equipe local. A despeito de terem sido o primeiro anfitrião eliminado na primeira fase em toda a história dos Mundiais, os sul-africanos foram celebrados e impulsionados pelas arquibancadas durante a campanha.

O Brasil pode repetir nas próximas partidas o que se viu entre os sul-africanos em 2010, mas é pouco provável. A começar pela relação do público local com a seleção canarinho – bem menos passional e entusiasmada. Além disso, há uma questão do comportamento nos estádios: a sede de 2014 não tem vuvuzelas, coreografias para a seleção ou gritos que vão além do “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Vá lá, a estreia do Brasil na Copa de 2014 aconteceu em São Paulo, e o público paulista é historicamente menos entusiasmado com a seleção. Mas não há como não notar o contraste entre o ambiente que cercou a seleção – mesmo com hino cantado à capela pelo público – e o que se viu nos jogos de outros sul-americanos.

O ambiente da Copa do Mundo tem confirmado um dos maiores problemas da preparação do Brasil para o evento: o país gastou mais de US$ 15 bilhões para receber a competição, mas investiu pouco em comunicação.

Esse é um dos grandes motivos, por exemplo, das vaias a diferentes políticos brasileiros em estádios da Copa – o caso que repercutiu mais, evidentemente, foi o da presidente Dilma Rousseff, que ouviu apupos e xingamentos no Itaquerão durante a abertura da Copa. Não tenho pretensão de discutir os motivos sociológicos ou o que representou politicamente o comportamento do público – muitas pessoas já fizeram isso –, mas esse é um exemplo de um ambiente que não estava totalmente comprometido com o jogo.

Os torcedores que vaiam e xingam políticos podem não ser os mesmos que reclamam por Neymar usar cueca com publicidade nos jogos ou reatar um namoro às vésperas da Copa, mas é curioso que o comprometimento dos atletas seja monitorado por um público que não é exemplo de entrega ou relação apaixonada com a seleção.

Os brasileiros podem até festejar vitórias, reunir famílias e sofrer com os jogos da equipe nacional, mas a questão aqui é outra: quanto eles representam de apoio nos estádios? Quanto é possível sentir que a seleção canarinho joga em casa?

Até aqui, a Copa de 2014 criou um enorme ponto de interrogação sobre isso. Por não ter usado estratégias simples de comunicação e por não ter trabalhado para construir um ambiente favorável, o Brasil corre o risco de ser forasteiro numa competição jogada em casa.

E aí não adiantam narrações ufanistas ou coberturas midiáticas que tentam mascarar problemas. O Brasil tem pontos positivos, é claro, mas as coisas ruins sempre chamam mais atenção. É assim em qualquer lugar e em qualquer evento.

A questão é que uma comunicação adequada poderia amenizar isso. Ou poderia ao menos criar um ambiente mais favorável para a seleção brasileira. A Copa de 2014 já serviu para torcedores locais mostrarem que sabem festejar e sabem ser acolhedores. Só ainda não serviu para mostrar que eles sabem ser uma torcida verdadeiramente impactante. 

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Informação para vencer: a Copa do Mundo Fifa de Futebol

O fenômeno da Globalização fez com que nas últimas duas décadas as fronteiras do conhecimento e da informação quase que desaparecessem.

Tudo que demorava para viajar de um lado para o outro do planeta passou a ficar disponível de um minuto ao outro.

No futebol, muito proveito pôde e pode ser tirado disso.

Envolvidos com ele em diferentes níveis, com diferentes objetivos e em distintas áreas de atuação puderam organizar processos de captação da informação, e fazer do tratamento dela, combustível para manter a competitividade no mercado.

Dentro do jogo propriamente dito, a “queda das fronteiras” deu possibilidade para evolução do jogar, profundidade para as propostas organizacionais e estratégicas de treinadores e equipes, e acima de tudo passou exigir dos envolvidos maior dedicação, perícia e cumplicidade com o trabalho e com o conhecimento.

O arsenal tecnológico para obtenção de dados e informações de jogadores, treinadores, equipes e árbitros por exemplo, permitiu (e vem permitindo) ao longo das duas últimas décadas um entendimento sobre o jogo, que antes, não se imaginava como possível ter.

Quando antes tínhamos ideias sobre distâncias percorridas e suposições sobre tipos de deslocamentos de jogadores e equipes em campo, hoje temos um Raio-X (ou melhor, uma “Ressonância Magnética”) do comportamento físico-fisiológico-bioquímico-biomecânico, técnico-tático-cognitivo, psicológico-sociológico capaz de “destrinchar” e “intervir” sobre detalhes inimagináveis do jogo.

A queda da fronteira do conhecimento lançou todo o Mundo a um novo nível, a um novo paradigma, onde o trato com a informação e com sua aplicação e aplicabilidade exigiu, e continua a exigir também uma habilidade maior.

E novos conhecimentos levam a outros novos conhecimentos, que levam a novas exigências!

Vencer e estar em primeiro lugar nesse contexto significa ou “largar na frente”, ou aumentar a capacidade e a velocidade de receber e tratar das informações.

O planeta está vivendo mais uma vez uma Copa do Mundo FIFA de futebol.

Seleções muitas vezes, mais “estrangeiras” do que “nacionais” em suas composições nunca souberam como hoje como se armar ou como se preparar para enfrentar seus adversários!

A maioria das principais seleções tem um “staff” de analistas de desempenho, membros de comissão técnica, supervisão, coordenação e logística maior do que o próprio número de jogadores que foram convocados.

Pessoas que muitas vezes nem aparecem, mas que contribuem decisivamente para o melhor desempenho de suas equipes.

Ter mais informações, interpretá-las mais acertadamente, saber melhor o que fazer com elas, olhar para a direção correta…

Para estar à frente não se trata mais de onde buscar a informação somente… Ela está por aí, e os recursos para obtê-la e tratá-la também estão à disposição.

Para estar à frente é necessário que as perguntas certas sejam feitas!

Então, hoje no futebol globalizado, saber o que perguntar pode ser determinante para o sucesso!

E com a resposta, saber operacionalizá-la pode ser decisivo!

Por isso na Copa da Informação e da Tecnologia, é possível, que tenham mais chances (e não menos dificuldades) de chegar longe, aqueles países (seleções) que tratarem de todo processo, da maneira mais eficaz!

E como o tempo de preparação é relativamente pequeno para uma Copa do Mundo FIFA de futebol – levando em conta especialmente que na maior parte dos casos, jogadores da mesma seleção vêm de um grande número de times distintos (que jogam de maneiras diferentes) – é preciso entender que a definição de estratégias e a operacionalização prática da informação depende, depois das perguntas certas, do lastro geral complexo atualizado de jogadores e equipe.

Isso quer dizer, em outras palavras, que na Copa do Mundo da Informação e Tecnologia, não basta a melhor captação de informação, e tão pouco somente saber fazer as perguntas corretas e/ou ter os melhores atletas.

É necessário que se conheça a fundo sobre a experiência prévia dos jogadores e da equipe com determinados conteúdos, conceitos e práticas – e a partir daí conceber estratégias, meios e métodos para operacionalizar a informação.

O desempenho de uma equipe só será maior do que a soma dos desempenhos individuais dos jogadores que a compõe, se todo o processo que determina sua formação, estiver constantemente adequado as suas peculiaridades (dos indivíduos e do Todo).

Em uma Copa do Mundo de futebol, alguns erros organizacionais de jogo podem ser comuns, esperados e até aceitáveis, em se tratando de seleções nacionais e não de times disputando um campeonato nacional.

Por isso, entender o trato da informação, bem como o processo que a transforma em seu final, nos treinamentos (ações pedagógicas) – que modularão comportamentos coletivos e individuais para a formação de uma equipe – pode não só, evitar que os erros “não esperados” não aconteçam, como também minimizar a incidência daqueles “comuns” que poderiam vir a ocorrer.

Por hoje é isso…

Na semana que vem, o primeiro texto da Série “A Tática na Copa”…

Até lá…
 

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Copa do Mundo: condições de acesso dos torcedores

Milhares de torcedores frequentarão os estádios nas 64 partidas da Copa do Mundo e para tanto é importante saberem que há requisitos a serem seguidos para acesso e permanência nos locais dos eventos esportivos.

O Estatuto do Torcedor estabelece as regras para as competições nacionais, a saber:

– estar na posse de ingresso válido;

– não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência;

– consentir com a revista pessoal de prevenção e segurança;

– não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo;

– não entoar cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos;

– não arremessar objetos, de qualquer natureza, no interior do recinto esportivo;

– não portar ou utilizar fogos de artifício ou quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos análogos;

– não incitar e não praticar atos de violência no estádio, qualquer que seja a sua natureza;

– não invadir e não incitar a invasão, de qualquer forma, da área restrita aos competidores

– não utilizar bandeiras, inclusive com mastro de bambu ou similares, para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável.

A Lei Geral da Copa, por seu turno, traz em seu art. 28, as condições de acesso e permanência para os jogos da Copa do Mundo, veja:

– estar na posse de Ingresso ou documento de credenciamento, devidamente emitido pela FIFA ou pessoa ou entidade por ela indicada;

– não portar objeto que possibilite a prática de atos de violência;

– consentir na revista pessoal de prevenção e segurança;

– não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, de caráter racista, xenófobo ou que estimulem outras formas de discriminação;

– não entoar xingamentos ou cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos;

– não arremessar objetos, de qualquer natureza, no interior do recinto esportivo;

– não portar ou utilizar fogos de artifício ou quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos análogos, inclusive instrumentos dotados de raios laser ou semelhantes, ou que os possam emitir, exceto equipe autorizada pela FIFA, pessoa ou entidade por ela indicada para fins artísticos;

– não incitar e não praticar atos de violência, qualquer que seja a sua natureza;

– não invadir e não incitar a invasão, de qualquer forma, da área restrita aos competidores, Representantes de Imprensa, autoridades ou equipes técnicas; e

– não utilizar bandeiras, inclusive com mastro de bambu ou similares, para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável.

Pela leitura dos dois dispositivos percebe-se que a redação é praticamente a mesma, com pequeníssimas alterações mais de ordem técnica do que de ordem prática, sendo que, durante a Copa do Mundo, deve-se respeitar o que estabelece tanto a Lei Geral da Copa, quanto o Estatuto do Torcedor.

Importante destacar que o descumprimento do que estabelece a Lei Geral da Copa ou o Estatuto do Torcedor além de impedir o ingresso no recinto esportivo, ou, se tiver ingressado, afastar o torcedor, poderá implicar em responsabilidade civil e até criminal.

Portanto, torcedor, faça a festa nos estádios, mas esteja atento às normas de acesso e permanência para evitar que a alegria se transforme em problemas.