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Corinthians grande

“Salve o Corinthians
De tradição e glórias mil;
Tu és o orgulho
Dos esportistas do Brasil.
 
Teu passado é uma bandeira,
Teu presente, uma lição
Figuras entre os primeiros
Do nosso esporte bretão.”
 
Nunca foi tão necessário, na história de um clube de futebol, ele fazer jus ao que prega seu hino.
 
Os próximos meses são cruciais para o futuro do Corinthians, disso ninguém tem dúvida. Mas, dependendo do que for feito no clube, os próximos meses podem ser decisivos para o futuro do futebol brasileiro.
 
Desde o acordo Corinthians-MSI que o hino alvinegro não pode mais cantar que o Timão é o orgulho dos desportistas do Brasil. Hoje, o presente corintiano deve ser tomado de lição de como um clube de futebol não pode mais ser gerenciado.
 
O Corinthians tem, hoje, um presidente afastado que reinou durante 15 anos no poder. Nesse tempo, em que vangloria ter sido o mais vitorioso da história (esquecendo-se de dizer que também foi o mais longevo), Alberto Dualib construiu uma muralha para se perpetuar no comando sem ser contestado.
 
Hoje, para qualquer decisão ser tomada no clube, é preciso ter aprovação de 400 conselheiros vitalícios, que o próprio nome já diz o “breve” prazo de validade do cargo. Para ter maioria política, ao longo de 15 anos Dualib usou a máquina de cargos e funções. Sem dúvida perpetuou-se no poder. Até que, finalmente, percebeu-se que o Corinthians havia deixado de ter um presidente e passado a ter um dono.
 
Nada contra um clube de futebol ter dono. Pelo contrário. Manchester United, Milan, Chelsea e outras grandes potências do futebol mundial são clubes liderados por uma única pessoa. Goste ou não, seja correto ou não, o fato é que, quando uma instituição passa a ter um comando, ela passa a trabalhar em função do desempenho esportivo.
 
Hoje é impossível definir o que é o Corinthians na sua administração. Simplesmente não há palavras para descrever a situação alvinegra. Talvez apocalíptica seja a mais adequada, mas pode ser que nem o Apocalipse seja tão caótico quanto isso.
 
Nos próximos meses promete-se fazer a maior devassa da história de um clube de futebol. Só não se pode deixar que tanto barulho e escândalo sejam feitos em prol de uma mudança de fachada no Corinthians.
 
A faxina deve ser feita. O corintiano deve sair dessa batalha com orgulho de bater no peito e dizer que, do Brasil, é o clube mais brasileiro. E que o presente sirva de lição para acabar com um modelo de gestão falido como o que impera no Brasil.
 
O clube pode ter um conselho gestor. As grandes empresas mundiais têm conselhos gestores. Que trabalham com metas a serem cumpridas, com responsabilidade administrativa, com cobranças sobre os funcionários. Geralmente um conselho de administração não tem mais do que 15 membros. E todos remunerados, com bonificação a partir do lucro auferido pela empresa, etc.
 
É hora de o Corinthians inovar, mostrar que é grande, que fará história fora de campo como já cansou de fazer dentro dele, principalmente ao fundar a “Democracia Corintiana” nos anos 80. É hora de figurar entre os primeiros do nosso esporte bretão.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br