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Caótico, mas tranqüilo

Eis que agora quem patrocina o Manchester United são os Estados Unidos da América, literalmente.

Anteriormente, a influência estadunidense na equipe era privada, restrita a um investidor como dono e uma companhia como patrocinadora. Agora, porém, com a crise que assolou o mundo e particularmente a AIG, a patrocinadora do clube inglês, as coisas mudaram. Afinal, quem manda na AIG agora é o governo dos Estados Unidos da América. O nome por trás do patrocínio de uma das mais importantes equipes de futebol do planeta é ninguém menos do que George W. Bush, himself. Curioso, não?

Fica mais curioso se você considerar que o primeiro jogo pós Bush será contra o Chelsea, o símbolo de ostentação russa. De um lado, os EUA e sua mega-seguradora estatal. De outro, a Rússia e seus bilhões. Manchester United contra Chelsea será praticamente uma encenação daquilo que seria a Guerra entre EUA e Rússia, não tivesse ela sido fria. Obviamente que as distorções precisam ser relevadas. De um lado um comandante brasileiro. Do outro escocês. Os principais jogadores são portugueses, sul-americanos e africanos. De russo e de americano no campo, nada.

O contrato de patrocínio da AIG com o Manchester United prevê o pagamento de uns 190 milhões de reais ao longo de quatro anos. A princípio, o caos financeiro instaurado pelos irmãos Lehman e a pseudo-estatização da AIG não devem influenciar nesse pagamento. Até porque é um dinheiro que o Manchester United decididamente não pode abrir mão, principalmente com a recém aquisição dos seus vizinhos pelos petroleiros árabes. As declarações, por enquanto, são de calma e segurança. Mas com o mercado do jeito que está, vai saber. A grana da AIG responde por apenas uns 10% do faturamento anual do clube. Entretanto, a perda do montante pode colocar o clube em uma situação delicada. Ainda mais porque boa parte do dinheiro que permitiu a aquisição do Manchester pela família Glazer veio a partir de crédito bancário, cujas taxas também estão no olho do furacão desses últimos dias.

Mas não há razões para preocupação. Afinal, a segurança da torcida do Manchester United depende apenas do George W. Bush. O que pode sair errado?

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br