Já abordamos diversas vezes neste espaço a questão da presença de um ídolo dentro de um time de futebol. E, no último domingo, mais uma vez a força de mídia de um ícone se mostrou mais clara do que qualquer outro evento futebolístico.
A presença do atacante Ronaldo, do Corinthians, no programa Terceiro Tempo, da Band, não causou alvoroço apenas nos corredores da emissora paulista. Sim, porque fazia tempo que uma noite de domingo não era tão agitada dentro da Band.
Por dever de ofício, estava transmitindo o Sul-Americano sub-20 pelo BandSports e pude comprovar in loco o quanto o simples fato de Ronaldo ir para os estúdios da Band mexeu com o cotidiano da emissora. Talvez desde as eleições municipais, em outubro passado, um tema não mobilizou tanta gente da equipe quanto a ida de Ronaldo ao programa dominical.
Câmeras instaladas do lado de fora da emissora, cinegrafista acompanhando desde a chegada até a entrada no estúdio para a participação no programa. Auditório repleto de gente, tal qual um domingo com Raul Gil. Gente esperando do lado de fora da Band para pelo menos ver de perto o jogador. E por aí vai…
Ronaldo é isso aí. Mobiliza a mídia, movimenta as pessoas, causa comoção por onde passa. Sua presença física (sem qualquer trocadilho) já é sinal de atenção dos holofotes. Tanto que o conteúdo do programa Terceiro Tempo foi o de menos. O que valeu mesmo foi a presença do jogador. Que num simples sorriso arrancou aplausos da platéia (mais do que previsíveis), risos do apresentador (mais do que óbvio) e suspiros dos convidados (mais do que básicos).
E, para variar, mesmo com todo um cenário previsível e batido, Ronaldo garantiu para o programa comandado por Milton Neves uma “turbinada” na audiência. Com o Fenômeno como atração principal, o Terceiro Tempo atingiu média de 4,2 pontos no Ibope. Ou cerca de um ponto a mais do que o programa geralmente tem quando está com suas atrações corriqueiras.
Ronaldo, desde sua “volta” ao futebol brasileiro, mostrou-se um grande fenômeno de mídia. Com base nisso o Corinthians se apoia para conseguir mais dinheiro do novo patrocinador. Mas, até agora, esse tão sonhado patrocínio não veio. E nem deve vir. Pelo menos não enquanto o jogador não estrear pelo alvinegro.
Sempre igual
Muricy Ramalho já se irritou numa coletiva de imprensa no ano. Deu suas tradicionais patadas. A ESPN, em represália, decidiu boicotar as entrevistas com Muricy. Que, após pedir desculpas, contou com a volta da emissora às intermináveis coletivas de imprensa.
A ladainha continua. Mas, na próxima semana, discutiremos quem é o prejudicado nessa história toda. Se é que existe algum…
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