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Ligas fortes estimulam o desenvolvimento do mercado esportivo

No próximo mês começará o Brasileirão [sem nome] 2012. O campeonato segue sem um parceiro de naming rights, mas isso não significa por si só uma deficiência no profissionalismo do futebol brasileiro. Com exceção da Barclays Premier League na Inglaterra, as principais ligas esportivas do planeta preferem adotar um modelo que engloba um grupo de parceiros em categorias diferentes para aumentar o bolo.

A decisão sobre qual modelo adotar envolve considerar condições do mercado e como a mídia trata o naming rights. Porém, algo que o naming rights de um campeonato sempre tende a refletir é a presença de uma liga forte. E liga forte não significa politicamente forte, e sim comercialmente forte.

Nas indústrias de futebol mais desenvolvidas, as ligas deixaram de ser operadas pela federação do país para serem administradas por oganizações profissionais. Podemos falar muito sobre a necessidade de os clubes se profissionalizarem, entretanto, para a indústria brasileira de futebol realmente se profissionalizar é preciso comecar pela liga.

Além de formar uma voz unificada nas negociações por direitos de TV e ter a liberdade para negociar patrocínios para o campeonato – tanto de naming rights ou múltiplos – que podem ser repartidos entre os clubes participantes da divisão, um dos maiores benefícios da liga profissional é o compartilhamento sistemático de informações entre os clubes.

O suporte aos clubes normalmente se dá por meio de uma extranet em que ficam disponíveis pequisas periódicas sobre torcidas, dados de transmissão de TV e exposição de marcas. Essas informações são cruciais para os clubes demonstrarem valor a potenciais parceiros. Além disso, os contratos fechados pela Liga com empresas de pesquisa permitem que o custo para cada clube seja seja muito menor do que se os clubes comprassem esses relatórios individualmente. Custo este que, normalmente, é coberto por uma parcela dos acordos individuais da liga.

No Brasil, a liga (Campeonato Brasileiro) é gerenciada pela CBF. Existe um bom número de profissionais competentes naquela entidade, mas não é novidade para ninguém que, como qualquer federação, uma série de interesses políticos giram em torno dela. O mesmo se aplica ao Clube dos 13, responsável pelos interesses dos maiores clubes do Brasil, mas que por própria definição consitui uma entidade política e não comercial/gerencial/administrativa.

A realidade do capitalismo demonstra que a melhor maneira de tornar uma organização mais eficiente é guiá-la em direção a uma crescente produção de bens, riquezas e resultados. Algumas pessoas podem custar a acreditar, mas com o futebol não é diferente.

A organização de um clube ou liga para a otimização dos resultados financeiros sempre levará inevitavelmente ao desenvolvimento do futebol como um todo, já que os resultados financeiros, se adminstrados de forma inteligente, podem ser reinvestidos em infraestrutura, programas sociais, jogadores e ultimamente em troféus.

Os resultados sempre falarão mais alto, mas para isso é preciso establecer um ambiente que liberte o potencial econômico do mercado. Os interesses políticos precisam ser deixados completamente de lado, permitindo que a única guia seja uma criação de valor para os clubes que se reflita em satisfação para o torcedor.

Mais importante que possuir um naming rights, é preciso que o Campeonato Brasileiro tenha uma liga verdadeiramente profissional. Esse avanço estimulará a cooperação entre os clubes e a disponibilidade de informações no mercado esportivo, permitindo que investimentos em patrocínios/parcerias sejam mais facilmente justificados, e estabelecerá uma liderança cujo objetivo é o desenvolvimento mútuo dos clubes.

A criação de uma liga verdadeiramente profissional e livre de influências políticas será o primeiro passo para a transformação da elite do futebol profissional no Brasil.

Para interagir com o autor: claudio@universidadedofutebol.com.br
 

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O novo Independência

Na última quarta-feira houve a reinauguração do Estádio Independência, em Belo Horizonte. Construído para a Copa do Mundo de 1950, o campo foi palco de três partidas naquele Mundial, dentre elas uma das maiores zebras da história das Copas, quando a seleção norte-americana venceu os ingleses pelo placar mínimo.

Durante dois anos a capital mineira ficou sem jogos de futebol, já que o Mineirão e o Independência estavam em reforma. Por esta razão, as equipes de BH estavam mandando os jogos na “Arena do Jacaré”, em Sete Lagoas (a cerca de 70 Km).

A reinauguração contou com a partida entre América e Argentinos Jrs e marcou também o centenário do clube mineiro, a despedida de Euller (“Filho do Vento”), a estreia de Gilberto com a camisa do Coelho e, ainda, os 50 anos da TV Alterosa, do Grupo Diários Associados.

O estádio, ou a arena, como preferem chamar, é extremamente moderno, possui banheiros com bom acabamento e cadeiras confortáveis. Uma surpresa positiva foi a presença de “assistentes do torcedor” nas entradas e em todas as fileiras instruindo os espectadores e informando a necessidade de assentar-se no local indicado no ingresso. Tais medidas demonstram atenção ao Estatuto do Torcedor.

Como crítica construtiva, destaco a dissonância das tonalidades de verde das cadeiras, pois, ainda que tenha sido proposital, não ficou bom e parece falta de zelo.

Apesar disso, o saldo é positivo e inicia-se a mudança de paradigma acerca da forma do brasileiro acompanhar eventos esportivos.

Sobre o resultado da partida: o América venceu de virada, por 2 a 1, com gols de Alessandro.

No mais, bem vindo, Independência! Benvenido, Independência! Welcome Independência! Willkommen Independência! Accueil Independência! Welkom Independência! Benvenuto Indepenência! Bonvenon Independência! Benvinguda Independência!

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br