Olá, amigos!
Há algum tempo escrevi sobre a necessidade de os clubes estruturarem um departamento que respondesse por busca de fomentos e desenvolvimento de inovações tecnológicas a fim de contribuir com as inúmeras necessidades que existem neles, desde aspectos administrativos até a aspectos práticos e do jogo propriamente dito.
Assim, aproveito a sugestão dada pelo colega Bruno Camarão sobre o XXVI Prêmio Jovem Cientista, que conta com a organização e apoio do CNPq, Fundação Roberto Marinho, Gerdau e GE e tem como tema neste ano justamente o assunto em questão: “Inovação Tecnológica nos Esportes”.
Pois bem, um incentivo que busca identificar inovações no setor e ajuda a dar vazão nas pesquisas acadêmicas que muitas vezes ficam restritas a esse meio e circulam em revistas e congressos científicos, mas que acabam se perdendo na transição ao mercado justamente por falta incentivo e recursos, mas muito também pela falta de visão que se atribui ao que a tecnologia pode contribuir com o futebol.
Um exemplo sobre essa resistência fica bem evidente no filme Moneyball – O homem que mudou o jogo, que estava no cinema até bem pouco tempo atrás. Através de estudos e algoritmos, buscava-se identificar perfis de atletas que se encaixassem nas carências da equipe, isto é, tanto financeiramente como analisando a eficiência do atleta.
Acredito que a grande maioria dos projetos que devam ser enviados ao Prêmio Jovem Cientista sejam quase que totalmente vinculados a instituições de ensino e pesquisa. Seria interessante que algum clube tivesse esse olhar e fizesse essa aproximação. Não pretendo entrar no mérito da antiga e batida discussão do distanciamento acadêmico e prático, mesmo porque não acredito que possamos ver isso acontecendo ainda, seja a única razão pela dificuldade dos usos da tecnologia pelo futebol.
Imagine, amigo leitor, que um departamento de um clube ajudando a incentivar e desenvolver projetos nessa linha poderia atuar nas duas frentes quando citamos um prêmio desta natureza.
Uma ideia que seria desenvolver prêmios similares incentivando a aproximação e desenvolvimento de inovações, trazendo as suas necessidades ao desafio de tantos pesquisadores que poderiam contribuir.
Por outro lado, poderia dentro do seu departamento desenvolver projetos para captar recursos com o objetivo de desenvolver sua própria tecnologia. Lembrando que nesse ponto é importante ressaltar que se deve superar a captação de recurso simplesmente pelo recurso, ainda que possamos estar um pouco desiludido com tanta corrupção no nosso país.
Ainda, é importante também que o clube não aja independentemente, em segredo e isolado das demais equipes. Pois, agindo em conjunto, estaria contribuindo com o futebol como um todo, e ainda que ache que estaria beneficiando seus rivais, a medida que consegue o pioneirismo e compartilha, ocorre a redução de custos para todos e sobra recursos para desenvolver e investir em profissionais capacitados que operem tais tecnologias, afinal, são esses que farão toda diferença, sem contar os possíveis royalties.
Prêmios, incentivos e fomentos à tecnologia têm surgido. O que nos deixa de certa forma preocupados é que por trás destas inciativas não encontramos os clubes envolvidos.
Será que acham que não vale o esforço? Será que pararam para pensar que através de um projeto bem estruturado ele poderá reduzir custos e aumentar eficiência em seus distintos segmentos com a utilização de tecnologia especialmente desenvolvida para ele?
Fica a dúvida.
Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br