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Projeto ‘Por um futebol melhor’: avanço no tratamento aos torcedores

Em 1990, foi promulgada a lei 8.078, denominada “Código de Defesa do Consumidor”, com o intuito de assegurar os direitos dos consumidores, o que, nos termos da Lei Pelé, assegurava os direitos de quem adquirisse ingressos.

Treze anos depois, em 2003 foi promulgada a lei 10.671, o “Estatuto do Torcedor”, com o objetivo de proteger especificamente os consumidores do esporte, ante as suas necessidades específicas, ampliando o conceito de consumidor, passando a considerar torcedor todo indivíduo que aprecie ou acompanhe eventos esportivos.

A referida norma foi um verdadeiro marco na história do desporto brasileiro, especialmente do futebol. Os ingressos (bilhetes) e assentos passaram a ser numerados e os torcedores a ter o direito ao seguro por danos sofridos no evento esportivo.

As competições passaram a ser transparentes, instituindo-se um ouvidor para receber críticas, sugestões e observações acerca da tabela e regulamento das competições.

Apesar dos consideráveis avanços, para efetivação dos direitos e do respeito aos torcedores, é imprescindível uma mudança de paradigma dos clubes o que iniciou-se com o programas “sócio-torcedor”.

Neste aspecto, o ano de 2013 começou de forma fantástica com o projeto “por um futebol melhor” encabeçado pela Ambev com Ronaldo ‘Fenômeno’ como embaixador, que tem como base mostrar ao torcedor que o dinheiro que ele investir para ser sócio do clube voltará para ele, muitas vezes até mais, com descontos em produtos e serviços das empresas parceiras (os preços dos sócios-torcedores são variados).

Assim, os sócios-torcedores de 15 times brasileiros contarão com descontos em produtos e serviços de diversas marcas. Inicialmente, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Ponte Preta, Portuguesa, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, América-MG, Vitória e Bahia aderiram ao projeto. Em março, Internacional, Grêmio, Santa Cruz, Náutico e Sport também estarão dentro dos clubes participantes do movimento.

As primeiras empresas a oferecerem benefícios aos sócios-torcedores são Ambev, Seara, PepsiCo, Unilever e Danone. Elas já estão à disposição dos associados. A partir de fevereiro, os produtos e serviços das outras quatro empresas entram no movimento: Netshoes, Sky, Burger King e Bradesco.

A intenção é alcançar os torcedores que não vão aos estádios, pois os programas de “sócio-torcedor”, em regra, trazem como atrativo principal o direito a ingressos e, atualmente, possuem adesão de somente 0,2% das pessoas que acompanham futebol. A meta é erguer esse percentual para 2%, com 3,5 milhões de pessoas envolvidas. Isso geraria uma receita superior a R$ 1 bilhão anuais aos clubes.

Nessa primeira fase do movimento, os torcedores terão desconto em aproximadamente 300 produtos, como alimentos, bebidas, itens de higiene pessoal, limpeza e material esportivo.

Inicialmente, duas redes varejistas são as parceiras: Carrefour e Extra. Os locais terão um selo identificando que participam da promoção e para ter o desconto, o torcedor precisa apenas informar seu CPF na hora do pagamento, já que os sistemas das lojas estarão integrados aos clubes.

Caso os clubes se adequem e organizem seus programas de “sócio-torcedor” ao “por um futebol melhor, o projeto, além de trazer ao consumidor do evento esportivo uma série de benefícios, trarão aos clubes e ao evento maior atratividade e fidelidade e corresponde a um avanço significativo na relação clube/fornecedor – torcedor/consumidor.

Para interagir com o autor: gustavo@149.28.100.147

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Adam Smith e o futebol brasileiro

A cada início de temporada no futebol brasileiro, Adam Smith se revira em seu descanso secular. O filósofo e economista escocês, considerado um dos pais da economia moderna e do liberalismo econômico, foi o autor do célebre "A riqueza das Nações (1776)" e um dos primeiros a descrever os efeitos da oferta e demanda sobre os preços, como resultado da famosa "mão invisível" do mercado.

Deixando as discussões ideológicas de lado, fico pensando como seria se Adam Smith acordasse hoje e fosse assistir a uma partida do futebol brasileiro, mais precisamente do Campeonato Carioca.

Estamos no dia 19 de janeiro de 2013, e Adam Smith interrompe seu sono quase eterno de 222 anos e decide recuperar o tempo perdido e conhecer mais sobre o tão falado esporte bretão, e nada melhor do que fazer isso no país do futebol.

Alegremente, decide assistir aos jogos da rodada inaugural do Campeonato Carioca de Futebol. Ao chegar aos estádios, sua primeira sensação é de que ainda está na Inglaterra do século XVIII. Paga o preço dos ingressos (entre R$ 30 e R$ 60) e acha caro, mas logo pensa como será recompensado por ver um belo espetáculo.

Entra no estádio ansioso, certo que está que terá dificuldades para conseguir um lugar, deve estar lotado. E vem o primeiro choque de realidade à brasileira: estádio deserto, ocupação inferior a 10% dos espaços. Faz calor, o jogo é lento, muitos passes errados, nenhum gol…Adam Smith tenta lutar contra a ideia de voltar para o túmulo.

Contrariado, mas certo de que a teoria econômica não pode estar tão longe da realidade, vira para ao lado e interrompe os xingamentos do torcedor após mais um erro grave do árbitro, perguntando: quanto caiu o preço dos ingressos em relação ao campeonato anterior? Afinal, o jogo é ruim e o estádio está vazio.

Espantado e já acostumado com o futebol Brasileiro, nosso amigo torcedor alerta a Adam que na verdade o preço do ingresso AUMENTOU!

Simpático como um bom carioca, tenta explicar ao escocês que o preço aumentou para dar liberdade aos clubes de fazer promoções (!!!!!!!!????????)

"É o que os cartolas falaram, doutor, tá no jornal!".

Termina o primeiro tempo e Adam Smith fica triste ao pensar que ninguém aprendeu seus ensinamentos, aqueles de que os preços reagem à oferta e demanda. Se um produto tem pouca procura, o preço naturalmente deveria cair, se tem grande procura deveria subir.

Sem saber como o futebol brasileiro é gerido, Adam Smith pega sua peruca e retoma seu descanso eterno.

Para interagir com o autor: fernando.ferreira@universidadedofutebol.com.br

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Projeto 'Por um futebol melhor': avanço no tratamento aos torcedores

Em 1990, foi promulgada a lei 8.078, denominada “Código de Defesa do Consumidor”, com o intuito de assegurar os direitos dos consumidores, o que, nos termos da Lei Pelé, assegurava os direitos de quem adquirisse ingressos.

Treze anos depois, em 2003 foi promulgada a lei 10.671, o "Estatuto do Torcedor", com o objetivo de proteger especificamente os consumidores do esporte, ante as suas necessidades específicas, ampliando o conceito de consumidor, passando a considerar torcedor todo indivíduo que aprecie ou acompanhe eventos esportivos.

A referida norma foi um verdadeiro marco na história do desporto brasileiro, especialmente do futebol. Os ingressos (bilhetes) e assentos passaram a ser numerados e os torcedores a ter o direito ao seguro por danos sofridos no evento esportivo.

As competições passaram a ser transparentes, instituindo-se um ouvidor para receber críticas, sugestões e observações acerca da tabela e regulamento das competições.

Apesar dos consideráveis avanços, para efetivação dos direitos e do respeito aos torcedores, é imprescindível uma mudança de paradigma dos clubes o que iniciou-se com o programas "sócio-torcedor".

Neste aspecto, o ano de 2013 começou de forma fantástica com o projeto "por um futebol melhor" encabeçado pela Ambev com Ronaldo ‘Fenômeno’ como embaixador, que tem como base mostrar ao torcedor que o dinheiro que ele investir para ser sócio do clube voltará para ele, muitas vezes até mais, com descontos em produtos e serviços das empresas parceiras (os preços dos sócios-torcedores são variados).

Assim, os sócios-torcedores de 15 times brasileiros contarão com descontos em produtos e serviços de diversas marcas. Inicialmente, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Ponte Preta, Portuguesa, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, América-MG, Vitória e Bahia aderiram ao projeto. Em março, Internacional, Grêmio, Santa Cruz, Náutico e Sport também estarão dentro dos clubes participantes do movimento.

As primeiras empresas a oferecerem benefícios aos sócios-torcedores são Ambev, Seara, PepsiCo, Unilever e Danone. Elas já estão à disposição dos associados. A partir de fevereiro, os produtos e serviços das outras quatro empresas entram no movimento: Netshoes, Sky, Burger King e Bradesco.

A intenção é alcançar os torcedores que não vão aos estádios, pois os programas de "sócio-torcedor", em regra, trazem como atrativo principal o direito a ingressos e, atualmente, possuem adesão de somente 0,2% das pessoas que acompanham futebol. A meta é erguer esse percentual para 2%, com 3,5 milhões de pessoas envolvidas. Isso geraria uma receita superior a R$ 1 bilhão anuais aos clubes.

Nessa primeira fase do movimento, os torcedores terão desconto em aproximadamente 300 produtos, como alimentos, bebidas, itens de higiene pessoal, limpeza e material esportivo.

Inicialmente, duas redes varejistas são as parceiras: Carrefour e Extra. Os locais terão um selo identificando que participam da promoção e para ter o desconto, o torcedor precisa apenas informar seu CPF na hora do pagamento, já que os sistemas das lojas estarão integrados aos clubes.

Caso os clubes se adequem e organizem seus programas de "sócio-torcedor" ao “por um futebol melhor, o projeto, além de trazer ao consumidor do evento esportivo uma série de benefícios, trarão aos clubes e ao evento maior atratividade e fidelidade e corresponde a um avanço significativo na relação clube/fornecedor – torcedor/consumidor.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br