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O centroavante matemático e o quarterback que ajuda o turismo

Não há comparação entre modalidades, funções em campo, histórias no esporte ou perfis. Ainda assim, o centroavante Rafael Moura, que defende o Internacional, e o quarterback Peyton Manning, do Denver Broncos, deram boas aulas de comunicação nos últimos dias.

A história começou com Manning. Na semifinal da conferência americana (AFC) da liga profissional de futebol americano (NFL), o camisa 18 do Denver Broncos gritou em vários momentos a palavra “Omaha”.

A palavra foi sempre dita nos momentos que precederam jogadas. Esse tipo de expressão é chamada na NFL de “audible”, algo que os times combinam e que o quarterback usa para mudar algo de última hora na movimentação de sua equipe.

No caso de Manning, a expressão “Omaha” criou algo diferente. Ao gritar isso antes do início das jogadas, o quarterback fez com que a defesa do San Diego Chargers se mexesse antes que fosse permitido, o que rendeu várias faltas. Esse tipo de infração assegura avanços de cinco jardas para o time que está com a bola.

Os “audibles” de Manning já viraram até produtos – vários foram reunidos em estampas de camisetas, por exemplo –, mas nenhuma dessas expressões chamou tanta atenção quanto “Omaha”. Na última semana, parte dos Estados Unidos passou um tempo investigando o que o quarterback queria com essa palavra.

Manning pode ter usado isso para acelerar jogadas, mudar o posicionamento dos recebedores ou simplesmente para atrair atenção da defesa dos Chargers. O fato é que o “Omaha” dele motivou as maiores discussões do país na semana que precedeu as partidas finais de conferências.

Recapitulando: quarterbacks costumam gritar palavras antes das jogadas. Fazem isso para alterar movimentações ou fazer ajustes no que havia sido combinado para o lance. Manning fez isso com várias outras expressões e em muitos outros momentos. E de repente, a tal “Omaha” virou notícia.

Alguns aspectos contribuíram para isso. O fato de a defesa dos Chargers ter cometido faltas quando ouviu a palavra, por exemplo. A frequência do uso de “Omaha” e o ineditismo – Manning não havia usado com tamanha incidência anteriormente.

O principal motivo para “Omaha” ter repercutido tanto nos Estados Unidos, contudo, é a curiosidade. Sobretudo porque Manning, questionado sobre o teor da expressão, contribuiu para o mistério.

Em entrevista coletiva, questionado sobre o assunto, o quarterback saiu com a seguinte explicação: “Omaha é uma jogada corrida. Mas também pode ser uma jogada de passe ou de play-action [movimento em que o quarterback ameaça deixar a bola com um corredor, se coloca em condição de carregar a bola e ainda pode fazer um lançamento]”.

E qual é a lição que Manning oferece? Toda a história de Omaha é uma demonstração clara do quanto o esporte pode criar conteúdo. Sobretudo se os protagonistas souberem contribuir para isso.

Na semana que precedeu um aguardado confronto entre Manning e Tom Brady, dois dos quarterbacks mais vitoriosos das últimas décadas, falou-se mais sobre Omaha. Até o departamento de turismo da cidade com esse nome, situada em Nebraska, agradeceu.

A comparação é cruel, mas houve um caso antagônico no mercado brasileiro. O protagonista foi o centroavante Rafael Moura, que defende o Internacional.

Questionado sobre o desempenho ruim no Internacional em 2013, o jogador tirou do bolso um pedaço de papel. Então, começou a empilhar números.

“Eu tenho 1667 minutos jogados pelo Inter e seis gols. Se eu fosse titular, jogando 90 minutos, seriam 17 partidas e meia. Em 17 jogos a média aumenta. Joguei 39 partidas pelo Inter. Dezenove como titular e 20 como reserva. Dez vezes como reserva eu entrei faltando menos de 10 minutos. Tenho 42 minutos por partida em média. O titular joga 90 ou 95 minutos. A média de gols é 277 minutos para cada gol. A cada quase três partidas. Ou seja, a cada três partidas o Rafael faz gol”, disse o atacante.

Depois das contas confusas, Rafael Moura ainda fez comparações com companheiros e criticou o desempenho de outros atletas do Internacional. Em duas respostas, portanto, ele foi tão confuso quanto indelicado.

Rafael Moura também criou conteúdo. Depois da entrevista coletiva, as explicações dele reverberaram mais do que se ele simplesmente tivesse tido uma reação mais amena. A questão é: qualquer tipo de conteúdo interessa?

Foi essa a principal dúvida suscitada por um texto de Cassio Politi, diretor de content marketing da agência Tracto. Ele publicou o conteúdo no dia 17 de janeiro, com o título “Se publicidade também é informação, velório também é evento”.

O texto de Politi foi motivado por essa frase, que foi dita por André Rosa, jornalista e referência profissional. Essa conclusão surgiu a partir de uma discussão dos dois sobre o slogan de uma rádio: “publicidade também é informação”.

Politi questiona essa ideia. Segundo ele, informação pressupõe aspectos como isenção e motivação noticiosa. Publicidade, por sua vez, é um conteúdo comercial e busca vender ideias, conceitos ou produtos.

O texto tem um exemplo oriundo do esporte. Em 2012, o atacante Wayne Rooney publicou na rede social Twitter uma resolução de ano novo. Ele enumerou objetivos para a temporada, e então encerrou a mensagem com a hashtag #makeitcount.

A tal hashtag era, na verdade, um selo de uma campanha da Nike, fornecedora de material esportivo do atacante. O caso repercutiu mal a ponto de a empresa ter sido denunciada e obrigada a banir a campanha da rede social.

Com exemplos como esse, Politi discute a relação entre publicidade e informação. A conclusão dele é que são conteúdos diferentes, que não podem sequer transitar em plataformas semelhantes. “Se você misturá-los, o público vai perceber. E não vai perdoar”, escreveu o executivo.

E o que isso tem a ver com Peyton Manning e Rafael Moura? Os dois mostraram, em diferentes caminhos e com visões absolutamente distintas, que é possível incutir conteúdo em um leque enorme de cenários.

Manning e Moura não fizeram publicidade. Eles só mostraram que as plataformas não têm de ser tão puras assim. Desde que isso seja transparente e que o público entenda, é claro.

Eu costumo citar sempre uma entrevista coletiva do ex-jogador Ronaldo “Fenômeno”. O maior artilheiro da história das Copas do Mundo, que na época defendia o Corinthians, tinha acabado de fechar um contrato com a empresa de telefonia Claro. Na conversa com jornalistas, trocou todas as respostas afirmativas por um “É claro”.

A ação de Ronaldo foi sutil. Provavelmente, ele e a empresa sequer discutiram isso. Mas o então atacante mostrou de forma precisa o quanto o esporte pode interligar as plataformas.

Esporte é conteúdo, e a comunicação precisa saber aproveitar isso. Sobretud
o porque esse ambiente tem capacidade de aproveitar o aspecto emocional dos consumidores.

Voltando ao futebol americano, um time campeão do Super Bowl, jogo que decide a NFL, costuma disponibilizar imediatamente um pacote com mais de 200 produtos alusivos ao título. Tudo isso no estádio.

Agora imagine: se você for a um estádio ver um jogo do seu time, acompanhar a conquista de um título e tiver 200 opções de produtos oficiais sobre a conquista, qual é a chance de você não comprar ao menos um chaveiro?

Publicidade pode ser informação, sim. Pode ser conteúdo. O futebol é um exemplo do quanto as boas histórias e a relação com o consumidor ajudam a vender.

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Muito além do futebol

O ano de 2014 será bastante simbólico para o futebol brasileiro. Em especial, por ser o ano de realização, pela segunda vez, da Copa do Mundo no país.

Nesse sentido, tudo aquilo que acontecer nas ruas na esteira do evento – como as manifestações ocorridas no ano passado, durante a Copa das Confederações – bem como o que não ocorrer – entrega das obras do PAC da Copa, por exemplo – será reflexo de nossas circunstâncias históricas, desenhadas desde o início da formação do nosso povo. O que nos define como Brasil e como brasileiros. Vai muito além de 2007, ano em que fomos escolhidos como sede pela Fifa. Não adianta transferirmos responsabilidades…

O próprio Bom Senso FC, movimento articulado por jogadores cujo protagonismo técnico-intelectual é marca registrada, assumiu a responsabilidade da categoria, e toda a carga associada a uma postura desafiadora, para apresentar uma pauta de discussão sobre o modelo de gestão do futebol brasileiro. Nela se encontra, dentre outros, o “fair play financeiro”, que sugere uma política austera de remuneração, que tocaria desde já nos bolsos de jogadores e técnicos, com a redução de seus altos salários, mas que visa o equilíbrio e a sustentabilidade dos clubes no longo prazo.

Esse contexto provoca, inegavelmente, em toda a indústria do futebol, uma visão crítica sobre o importante papel que cada profissional, cada clube, cada entidade, cada empresa, ocupa junto à sociedade. Junto. Não sozinho ou fora dela.

E começar 2014 com o lançamento, pelo Santos FC, do Programa “Muito Além do Futebol” é prova concreta de que a responsabilidade social corporativa (RSC) no futebol pode e deve fazer parte da visão estratégica dos clubes.

http://www.santosfc.com.br/muito-alem-do-futebol/

O clube se soma ao Coritiba FC, ao SC Internacional, ao Grêmio FBPA e ao Atlético Paranaense (que finaliza o projeto para instituir sua Fundação) na lista dos clubes cuja RSC está integrada ao planejamento estratégico.

No novo site oficial que acaba de ser lançado pelo Santos, o programa ganha destaque e possui vasto conteúdo audiovisual, identidade própria (logomarca).

Eis o que “pensa” o clube sobre RSC, nela imbutidos os conceitos de missão e visão:

“Muito Além do Futebol é a marca do SantosFC que traduz a sua filosofia de Responsabilidade Social. Promovemos ações especiais ao longo do ano, envolvendo nosso público interno e externo, em prol de crianças e jovens que se identificam com o futebol arte e carecem da sua atenção especial para viverem dias melhores. Na maioria das ocasiões, firmamos parcerias estratégicas com organizações do terceiro setor motivadas a fazer o mesmo!”

GRAAC, AACD, Happy Down, Criança Esperança, Unicef, são algumas das instituições parceiras do programa. Campanhas de Doação de Sangue, Arrecadação de Agasalhos e Alimentos, bem como Doação de Sangue, fazem parte do conjunto de iniciativas realizadas diretamente ou em apoio às instituições.

Além disso, o importante posicionamento institucional do programa junto à comunidade resta evidente no “Manifesto”, aqui transcrito:

“Somos Santistas, o time do Rei. Fabricamos sonhos e craques há mais de 100 anos. Com os pés no gramado, paramos uma guerra. Com ousadia e alegria, globalizamos moicanos. Por isso acreditamos que o futebol é um dos maiores veículos de comunicação do planeta, uma força que alcança as pessoas, inibe as barreiras e, além de incitar paixões, é capaz de sensibilizar e multiplicar posturas solidárias, voluntárias, do bem. Para retribuir o dom que nos foi dado, de transformar meninos em ídolos, queremos contribuir também com o futuro daqueles que estão fora das quatro linhas oficiais, mas dentro do dia a dia do mundo. Peixinhos e peixinhas que fazem parte do hoje e precisam ter condições e oportunidades para fabricar os sonhos de amanhã. Queremos inclusão, paz, saúde, família, bola, sorrisos diários, abraços fortes e datas especiais… Sim, sonhamos como meninos! Mas trabalhamos como potência. Santos FC, o time que vai #MuitoAlémdoFutebol”

O ano de 2014 começa bem. Que ele siga bem e vá muito além do futebol…
 

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O desafio dos alojamentos nas categorias de base – parte I

O Doutor Alcides Scaglia, colunista especial da Universidade do Futebol, escreveu metaforicamente, há mais de cinco anos, sobre a realidade dos alojamentos nas categorias de base do país.

Submissão aos atletas mais velhos, reprodução da linguagem corporal predominante e ambiente com nível intelectual baixo foram algumas das constatações apontadas pelo professor.

Como sabemos o período de especialização esportiva e dos primeiros anos de profissionalização, que se estende dos 14 aos 20 anos, é determinante não só para a formação esportiva, mas também para a formação social, moral e humana do atleta. Coordenar e atuar neste processo, em qualquer que seja o clube, é uma trabalhosa e complexa missão.

Num país que possui talentos brutos em larga escala e que mantém as categorias de base sempre abastecidas por milhares de jovens jogadores que compartilham do mesmo sonho, precisamos saber se o cenário retratado pelo Alcides anos atrás (e já vivenciado por ele nos tempos que atuava como goleiro e morava em alojamentos) se modificou.

Pois, se de um lado temos os jovens e seus sonhos similares de serem grandes jogadores de futebol a qualquer custo, do outro, num plano mais palpável, temos o compromisso pelo desenvolvimento para além do rendimento esportivo. Além disso, não podemos ignorar a realidade do estreitamento natural da pirâmide dos atletas que chegam ao alto rendimento (mesmo cientes de que este dado não pode minimizar nosso esforço de alargá-la).

Como os clubes brasileiros são corresponsáveis pela formação integral dos jovens atletas e têm boa parte de cada um de seus plantéis das categorias de base alojada no próprio clube, é momento de discutirmos cases positivos e soluções que maximizam o desenvolvimento dos jogadores.

Ir à escola (que é diferente de estudar), treinar, alimentar-se e comunicar-se pelas redes sociais não pode ser a rotina padrão dos nossos futuros jogadores. Este cotidiano limita, engessa e castra uma formação ampla do homem (que antecede o jogador).

Neste cenário, como você idealiza um ambiente favorável de formação do jovem futebolista brasileiro?

É possível criar um ambiente que estimule a reflexão?

É possível criar um ambiente que estimule a educação?

É dever do clube acompanhar a frequência escolar dos atletas?

Em sua opinião, é dever do clube acompanhar o desempenho escolar dos atletas?

Mau desempenho escolar deve tirar atleta de competições?

É possível criar um ambiente de lazer?

É possível criar um ambiente de aprendizagem ao convívio social?

Quais assessorias são indispensáveis à formação do atleta?

Até que ponto o clube deve “tampar buracos” socioeducacionais?

Quais as responsabilidades do clube uma vez que os jovens estão distantes da família?

Como temos acompanhado, o momento pede uma grande reforma em nosso futebol. As opiniões e manifestações por um futebol melhor estão cada vez mais frequentes e com maior adesão.

Quem está envolvido direta ou indiretamente com a modalidade deve se perguntar, todos os dias, se está fazendo a sua parte.

Não deixe que o ambiente alienador e improdutivo parta de você!

Aguardo sua opinião para, ao longo do ano, continuar escrevendo sobre o tema.

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Justiça Comum devolve os pontos à Lusa

O ano de 2014 começou e o Campeonato Brasileiro de 2013 está longe de terminar. Dentro do campo Fluminense, Vasco, Ponte Preta e Náutico foram rebaixados para a Série B.

Mas, a Portuguesa, punida pelo STJD com a perda de 4 pontos pela escalação de jogador suspenso acabou sendo rebaixada no lugar do Fluminense.

Entretanto, torcedores indignados foram à Justiça Comum e um deles conseguiu uma liminar para devolver os pontos à Lusa e rebaixar o Fluminense.

O STJD e a CBF rapidamente manifestaram-se indignadas com a interferência da Justiça Comum, já que entendem que a decisão desportiva deve prevalecer.

O fato é que independente de se concordar ou não com a possibilidade de se pleitear questões desportivas na Justiça Comum, o artigo 35 do Estatuto do Torcedor determina que as decisões da Justiça Desportiva sejam publicadas da mesma forma que faz a Justiça Federal.

E, enquanto a Justiça Federal publica suas decisões no Diário Oficial, a Justiça Desportiva intima os presentes, sem qualquer publicação.

Ou seja, o fato é que o requisito do Estatuto do Torcedor não foi observado.

Pode-se até discordar da Lei, mas ela existe e deve ser cumprida.

Eventual debate sobre sua aplicação ou não deveria ter sido travado no Congresso Nacional e não após vigência da norma.

Se a Lei exige a formalidade para um ato e ela não é atendida, há defeito e o ato é nulo.

Com toda a tristeza que possa causar a decisão de um campeonato fora dos gramados, o Estatuto do Torcedor existe e deve ser cumprido.

Tenho a certeza que esse embate está longe de terminar.

E temo pela não realização do Campeonato Brasileiro de Futebol justamente no ano da Copa do Mundo.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos e que os Deuses do futebol olhem por nós!!!

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Construindo equipes de alto desempenho no futebol

Continuando o tema as semana passada sobre os trabalhos de um início de temporada trago mais uma importante questão em minha opinião: Como formar mais rapidamente times coesos e focados em resultados comuns?

Está com certeza é um a tarefa difícil para todos os clubes, ainda mais para aqueles que tenham promovido grandes modificações em sua comissão técnica e elenco de jogadores. Sabemos que é comum isso acontecer no futebol brasileiro e toda ajuda na formação de uma equipe de alto desempenho sempre é muito bem-vinda.

Por esse motivo, acredito que o trabalho de um Coach realizando um programa de Coaching de Time ou Team Coaching no elenco pode trazer inúmeros benefícios para a equipe já num curto prazo.

Para começarmos a entender o que isso pode significar precisamos compreender as diferenças entre grupos e times, fornecida por Maddux.
 

GRUPOS

TIMES

Indivíduos que trabalham independentemente

Membros que são interdependentes

Membros focados em si, agendas e responsabilidades ocultas

Metas comuns, propósito, missão e senso de unidade

Existem desconfiança e desentendimentos

Ambiente aberto e de confiança, desentendimentos vistos como positivos e geram aprendizado

Comunicação é obscura

Comunicação aberta e honesta

Conflito é evitado ou escalado

Reconhecimento do valor dos conflitos, com estratégias de resolução de problemas colocadas em ação

Membros conformados

Expressão livre entre os membros

Ao nos colocarmos atentos as diferenças apontadas acima, passamos a perceber o quanto de trabalho deve ser realizado para termos times verdadeiramente unidos e focados em metas comuns para todos. E para isso é importante realizar um trabalho sério de desenvolvimento de times e que possibilite a evolução e entrosamento de todos os atletas do elenco para formar uma verdadeira equipe.

Apenas para esclarecer o conceito de time (equipe) compartilho a definição elaborada por Smith e Katzancah (1993): “Um pequeno número de pessoas com habilidades complementares que estão comprometidos com um propósito comum, metas de desempenho e abordagens contabilizadas de forma mútua”.

Mas, você deve estar se perguntando, quais são os benefícios de um programa de Team Coaching (construção de equipes de alto desempenho)?

Principais benefícios do Team Coaching

• Desenvolvimento de propósito comum com foco em resultados;
• Desenvolvimento de habilidades;
• Desenvolvimento de competências de gerenciamento e liderança;
• Fortalecimento das habilidades interpessoais;
• Aumento no comprometimento dos resultados da equipe;
• Construção de lideranças eficazes com relações de confiança;
• Respeito e entendimento claro da missão e valores da empresa;
• Compreensão da necessidade de mudanças de processos e comportamentos visando o bem comum;
• Definição clara de papéis na geração de responsabilidades.

Como dica final, compartilho as características de bons times para orientar sua compreensão sobre quando um time está no caminho do alto desempenho:

• Propósito comum;
• Metas claras e específicas;
• Cada membro entende e é competente pela sua posição;
• Os canais de comunicação são abertos;
• Os membros se apoiam e se encorajam mutuamente;
• Existe flexibilidade;
• Existe o conhecimento e uso das forças de cada membro, bem como o conhecimento dos pontos de melhoria;
• A confiança é mútua;
• Existe a contabilização dos resultados da equipe.

E agora amigo leitor, acredita que um trabalho desse pode contribuir com as equipes de futebol?

Até a próxima.

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Mais do mesmo: o calendário e a gestão

Os desdobramentos do caso Portuguesa e Flamengo, ao perderem 4 pontos na última rodada do Campeonato Brasileiro, reativou alguns dos “eternos” debates e dilemas do futebol no nosso país.

Primeiro, que volto a frisar (como já fiz em outras colunas), vi pouca gente associar os “erros” a falhas de gestão. A grande maioria recai sobre as “leis das conspirações”, procurando justificar o consequente rebaixamento da Portuguesa como “algo de força maior”.

Poucos, reforço, poucos, levantaram a simples lógica de que a Lusa falhou em processos internos. O que estamos fazendo é o mesmo que colocarmos a culpa no Governo para o caso de a justiça punir uma Empresa X pela falta de pagamento de tributos – para um caso análogo ao exemplo, no ambiente corporativo, o contador da tal Empresa X seria imediatamente desligado e, conforme a gravidade, ser processado em outras esferas jurídicas por esta com a finalidade de reaver perdas financeiras. Tão simples quanto isso.

Voltando ao caso da Portuguesa (e do Flamengo), a previsão regulamentar por escalação de jogador irregular é a perda de pontos no Campeonato (e ponto final). Não vi nenhuma reportagem na mídia, até o momento, de uma ação proativa da Portuguesa interessada em fazer sindicância interna e responsabilizar Gestores, Diretores ou pessoas que deveriam cuidar do mais elementar processo de gestão no futebol: o controle e registro de jogadores.

Dito isso, e como pano de fundo tendo uma enxurrada de debates sem qualquer propósito, ressurgiu a questão do Calendário e a sugestão de se acabar com a disputa do Campeonato Brasileiro por pontos corridos. Primeiro, que quem pensa nisso é porque nunca leu um balanço de clube e sua evolução financeira no último decênio. Tampouco considera a taxa de aprendizagem do público em consumir uma competição neste formato – sim, mudança cultural não se resolve em uma década…

E em matéria de calendário, não há que se reinventar a roda. O modelo é o Europeu, que divide claramente o Campeonato nos finais de semana – momento para um lazer com a família, um hábito de consumo corriqueiro, que todos os torcedores sabem que irão ocorrer – e nos dias de semana as Copas e Taças, sejam elas de um torneio nacional ou continental.

É tão simples quanto isso: garante-se a receita e a confiabilidade em jogos nos finais de semana e a tão propalada “emoção” das disputas por sistema de eliminatória no meio da semana, preservando-se, naturalmente, a quantidade de jogos ao longo do ano para que se tenha qualidade em todas as disputas.

É isso. E que se pare a tomada de decisão pela emoção, sem uma análise lógica e coerente sobre o esporte (enquanto disputa) e os negócios que são gerados em torno dele…

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Público, cachorros e o futebol brasileiro

O francês Charles Baudelaire (1821 – 1867) fez, no livro “Pequenos poemas em prosa”, uma comparação entre comportamentos do público e de um cachorro. A alusão é cruel, pois visceral e explícita. “Deem um balde de excrementos, e ele vai chafurdar”, disse o escritor em um trecho. Serve para as pessoas, serve para os cães.

A discussão proposta por ele àquela altura era sobre controle da informação. Na Europa do século 19, com acesso limitado à cultura e um leque restrito de opções, o público consumia o que tinha para consumir. Simples assim.

Esse paradigma, contudo, sofreu muitas alterações desde o século 19. O poder de determinar o que é relevante passou paulatinamente das mãos de quem produz para quem consome. Basta pensar no quanto o advento do controle remoto, por exemplo, alterou o hábito de relação com a mídia e influenciou no comportamento dos usuários.

Durante o século 20, toda a evolução da comunicação foi pautada por isso. Quando a televisão iniciou atividades, havia um misto de encantamento pela nova plataforma e de parca oferta de conteúdo. As pessoas viam porque estavam interessadas naquela tela, mas não podiam escolher o que ver.

O crescimento exponencial da oferta de conteúdo e a facilidade para migrar entre os canais foram minando, década a década, a fidelidade. A relação próxima entre consumidor e produtor de informação, que existia nos veículos impressos e até nas rádios, teve alteração drástica na televisão.

Pela primeira vez em séculos, as pessoas puderam escolher. E isso influenciou diretamente o comportamento de quem produz conteúdo. A audiência passou a ser um termômetro instantâneo e incontestável sobre o que é verdadeiramente eficiente e relevante na mídia.

Só que esse modelo sofreu nova revolução antes que estivesse minimamente consolidado. A internet, com velocidade e volume que só a internet oferece, extrapolou radicalmente os preceitos que a TV havia instituído.

Sobretudo depois das redes sociais, a internet mudou de forma contundente o paradigma de interação entre público e informação. Esse processo chegou a ponto de tirar as pessoas até mesmo da condição de consumo – hoje em dia, qualquer um tem plataformas próprias e pode produzir conteúdo.

Então, o público deixou de ter nas mãos apenas o poder de escolher o canal. As pessoas podem dizer que tipo de informação elas querem, em qual momento e em que formato. Se não encontrarem isso pronto, elas ainda têm a opção de produzir sem esperar iniciativa de algum grupo de mídia.

O público não chafurda mais em qualquer balde de excrementos. O público sequer responde da mesma forma a estímulos usados anteriormente. A audiência instantânea deixou de ser um termômetro tão eficiente e tão conclusivo sobre o que é verdadeiramente importante na comunicação.

Essa mudança de postura do público é o cerne de episódios emblemáticos. As pessoas que foram às ruas do Brasil no meio de 2013 e protestaram por diferentes motivos são o substrato de indignações coletivas, disseminadas e discutidas em ambientes como a internet.

A aproximação que a internet promoveu entre as pessoas também fomentou os “rolezinhos”, movimentos marcados por jovens em redes sociais. Os adolescentes foram a shoppings centers, mecas do consumo e do luxo. Formaram grupos extensos e foram reprimidos, ainda que não tenham cometido nenhum delito. Como bem escreveu o jornalista Leonardo Sakamoto, blogueiro do portal “UOL”, não é preciso ser sociólogo para perceber aí uma enorme vontade de afirmação e de mostrar ao restante da sociedade que esses meninos existem.

O que eles fizeram nos shoppings, guardadas as proporções, é o que eles fazem na mídia. Os usuários comentam, interagem com conteúdos e querem ter uma voz cada vez mais presente. Definitivamente, o consumo passivo de informações está morto.

Tudo isso devia fazer parte de uma análise estratégica de comunicação. São elementos que ajudam a explicar comportamentos e que podem guiar ações em diferentes âmbitos. Agora responda: em quais momentos o esporte levou isso verdadeiramente a sério?

Pensei em tudo isso durante a polêmica acerca do desfecho do Campeonato Brasileiro de 2013. Entre guerras de liminares, disputas em diferentes tribunais e revisões na lista de rebaixados, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem mostrado um imenso desprezo pela nova condição de seus consumidores.

O silêncio da entidade que organiza a competição e as seguidas mudanças de panorama sobre a temporada 2014 debelam a credibilidade do evento, é verdade. Mas fazem pior: mostram que o futebol nacional age como um mundo alheio, independente de anseios e interesses de quem é realmente consumidor.

Uma das principais mensagens que essa celeuma transmite é: o futebol brasileiro é assim. Você, torcedor ou apaixonado por esporte, não tem outra opção para colocá-lo no dia a dia. Portanto, conforme-se.

Só que o público é cada vez menos conformado. Essa é uma realidade mundial decorrente das mudanças da sociedade nos últimos séculos. E o futebol brasileiro ignora tudo isso.

E quais são os riscos? Inicialmente, é claro, a falência. Toda a história negativa do Campeonato Brasileiro de 2013, acompanhada pela queda de nível e por um cenário que nunca esteve sequer próximo do ideal, vai afastando gradativamente os consumidores. O futebol flerta com a perda de relevância.

“Ah, mas o futebol é algo arraigado na cultura brasileira. Não vai deixar de ser importante”. Faça um esforço de memória, então: quantas pessoas disseram que vão deixar de acompanhar o Campeonato Brasileiro desde a polêmica no STJD?

Em última instância, a insatisfação pode gerar revolta. É assim desde que o mundo é mundo. E o futebol brasileiro, prepotente, ignora qualquer possibilidade de isso acontecer.

Passou da hora de o público deixar de ser tratado como um bando de cachorros. Passou da hora de as pessoas serem ouvidas, respeitadas e abordadas de forma profissional. O futebol e a sociedade precisam disso.

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O Estatuto do Torcedor e o Regulamento das Competições

O debate instalado em virtude do rebaixamento ou não da Portuguesa tem despertado comentários acerca da possibilidade de alteração do regulamento e forma de disputa do Brasileirão de 2014.

Importante destacar que, apesar de se tratar de uma competição organizada por entidades privadas, o Estatuto do Torcedor, promulgado em 2010, traz algumas exigências.

O artigo 10 do Estatuto do Torcedor determina que a participação das entidades de prática desportiva em competições se dê exclusivamente em virtude de critério técnico previamente definido.

Por critério técnico entende-se a habilitação de entidade de prática desportiva em razão de colocação obtida em competição anterior, sendo vedada a adoção de qualquer outro critério. Além disso, deverá ser observado o princípio do acesso e do descenso.

Ou seja, considerando que o regulamento do Campeonato Brasileiro de 2013 determinava o rebaixamento de 4 equipes e o acesso de 4 equipes, eventual competição com 24 clubes violaria o Estatuto do Torcedor.

O Estatuto do Torcedor estabelece, ainda que o regulamento, as tabelas da competição e o nome do Ouvidor da Competição sejam divulgados até 60 (sessenta) dias antes de seu início.

Logo, para o Campeonato Brasileiro iniciar em maio, o regulamento e a tabela devem ser divulgadas em fevereiro, razão pela qual, a CBF não possui muito tempo para divulgar a tabela de 2014.

Vale destacar que o regulamento não pode ser alterado, exceto na hipótese de novo calendário anual de eventos oficiais para o ano subsequente, desde que aprovado pelo Conselho Nacional do Esporte – CNE ou, após dois anos de vigência do mesmo regulamento, observado o procedimento de que trata este artigo.

Fala-se da possibilidade de se criar uma segunda edição da Copa João Havelange. No entanto, isto também é rechaçado pelo Estatuto do Torcedor, pois a lei dispõe que a competição que vier a substituir outra, segundo o novo calendário anual de eventos oficiais apresentado para um ano antes, deverá ter âmbito territorial diverso da competição a ser substituída, o que não se aplicaria pelo decurso do tempo e, também, por se tratarem de competições com mesmo âmbito territorial.

Por fim, urge destacar que o artigo 8º do Estatuto do Torcedor determina que se adote, em pelo menos uma competição de âmbito nacional, sistema de disputa em que as equipes participantes conheçam, previamente ao seu início, a quantidade de partidas que disputarão, bem como seus adversários, ou seja, um campeonato de pontos corridos.

Assim, diante do exposto, qualquer mudança na forma e fórmula de disputa para o campeonato brasileiro de 2014 implicará em violação ao Estatuto do Torcedor.

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A mente do atleta e o controle de peso

Início de temporada e os clubes se deparam com um problema comum: o excesso de peso dos atletas. Alguns conseguem retornar ao peso ideal, no caso de cada um, em pouco tempo e com isso adquirem ritmo de jogo mais rapidamente; mas e no caso daqueles que possuem dificuldade de reduzir o peso?

Será que a mente tem algum papel importante na redução ou manutenção do peso corporal do atleta? É possível a mente contribuir para a diminuição de peso dos atletas?

Sim amigos, a mente pode contribuir com o controle do peso e o atleta pode dispor de algumas técnicas para que isso aconteça.

Primeiro todo atleta deve traçar uma meta relacionada a perda de peso e com ela atribuir uma forma de acompanhar a evolução do trabalho. Para isso o atleta deve definir sua meta baseado no seu grande desejo pessoal e profissional, ou seja, decidindo o que realmente quer. Uma pergunta prática para o atleta nesse momento é “o que eu realmente quero fazer da vida enquanto atleta de futebol?”.

O atleta ao refletir e responder sobre essa questão pode evoluir na reflexão e buscar responder a pergunta “qual a importância da minha saúde física e do meu peso corporal para o sucesso da minha carreira?”, se a sua resposta for que a relação de importância é alta o atleta deve aprofundar a reflexão, elevar sua consciência quanto a necessidade de controlar seu peso e traçar uma meta que seja smart (o conceito de uma meta ser smart foi abordado numa coluna anterior) para atingir na busca do seu peso ideal para a alta performance.

Mas ok, reflexões realizadas, meta definida e forma de acompanhamento elaborada. E agora, aonde entra a questão da mente contribuir diretamente com o controle do peso?

Respondendo essa questão sugiro a utilização de técnicas de PNL (Programação Neurolinguística) na busca pelo tão sonhado controle do peso corporal dos atletas e vamos exemplificar uma técnica para fazer isso.

1 – O atleta deve imprimir duas fotos dele próprio: 01 com excesso de peso que deve ser impressa em tamanho pequeno e em preto e branco, 01 no peso considerado ideal em que o atleta já esteve um dia que deve ser impressa colorida e em tamanho maior do que a outra;

2 – Após isso ele deve colar as fotos em um lugar visível em sua residência ou em alguma folha de papel que possa ser levada com ele em concentrações, viagens, etc.

3 – Todos os dias pela manhã o atleta deve visualizar as imagens, imaginar a imagem menor se apagando e a colorida mais e mais viva e associada ao resultado que a meta definida irá lhe proporcionar;

4 – O atleta deve ter em seus pertences pessoais um rolo de barbante;

5 – Em todas as refeições que o atleta fizer ao longo do dia (as principais e as menores) ele deve seguir a orientação da forma correta de alimentação, mas quando isso não acontecer ele deve ao final do dia cortar um pedaço do barbante relativo às “escapadas” que ele cometeu e amarrar um pedaço do barbante no pulso para cada “escapada” como se fosse uma pulseira e deixa-lo lá por uma semana;

6 – Em contrapartida, toda vez que seguir a orientação nutricional e resistir as tentações com o objetivo de atingir sua meta e manter-se nela, o atleta deve marcar um “Ok” num papel ou agenda para cada sucesso obtido no dia;

7 – Ao longo dos dias e semanas o atleta vai se conscientizar do número de barbantes amarrados no pulso e o número de anotações de sucesso que ele teve e com isso a cada semana avaliar se sua meta e seu grande desejo de sucesso na carreira está sendo alavancado ou atrapalhado pela forma que ele se alimenta.

Amigos, existem diversas técnicas de PNL a serem utilizadas e espero que elas estejam cada vez mais presentes no cotidiano do futebol brasileiro.

Ah, lembrem-se caso forem contratar um coach profissional para contribuir com o desenvolvimento da sua carreira e performance busquem profissionais certificados e experientes.

Até a próxima!

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Que responsabilidade assumir?

Tenho comentado muito sobre a necessidade de clubes e da entidade que organiza o Campeonato Brasileiro de Futebol (a CBF – represento o Campeonato Brasileiro, mas entenda-se como todas as competições nacionais e estaduais, organizadas também pelas federações estaduais, que formam o conjunto de eventos da modalidade) de assumirem mais responsabilidades por seus atos como sendo estes os entes fundamentalmente “donos” do negócio futebol no país.

A palavra “donos” pode soar um pouco forte em um primeiro momento à medida que temos em mente que o futebol é um patrimônio nacional – a verdadeira paixão do povo. Mas, não encontrei termo melhor para definir a propriedade, ao menos, das principais competições de futebol de alto rendimento.

Neste sentido, é inadmissível que as pressões por melhorias na organização de competições do futebol partam, quase que invariavelmente, de agentes externos, sejam eles governamentais (que vez por outra utilizam a linguagem do futebol para ações populistas, ocupando uma lacuna deixada pela própria entidade que organiza a modalidade), da mídia (sobrepondo interesses) ou de patrocinadores (preocupados com sua imagem corporativa).

São raras as vezes que vemos algum dirigente assumindo um papel proativo no sentido de buscar uma melhor governança de sua própria competição/evento/projeto.

A solução? “Fechar a torneira”. Como a transferência de responsabilidades é comum, que se dê compromissos a quem de direito. Que o governo aperte o cerco, de forma efetiva e rápida, na punição de dirigentes e corresponsabilidade pelos atos do clube (seja no viés financeiro ou mesmo comportamental, para casos de violência); que a mídia esvazie a cobertura; e que os patrocinadores fechem seus cofres, tal e qual fez a Nissan no caso de rompimento contratual com o Vasco após a briga de torcidas no jogo com o Atlético Paranaense.

Sem esse tipo de proatividade nós somos, a bem da verdade, cúmplices de um projeto doente e viciado. Para ser ajudado, é preciso querer. Para querer, é preciso sentir a necessidade de buscar as melhorias efetivas.