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Futebol feminino brasileiro: o que falta para o ouro?

Em nosso primeiro texto, inauguramos o “Especial Outubro Rosa” da Universidade do Futebol traçando um panorama dos países com maior sucesso no futebol feminino. Mostramos que o desempenho dessas equipes está relacionado com a existência de uma maior igualdade de gênero e com as oportunidades dadas às mulheres nas mais variadas esferas da sociedade.

No caso brasileiro, a seleção feminina apresentou ao longo da história uma grande competitividade nos campeonatos internacionais. O quarto lugar conquistado no mês de agosto nos Jogos Olímpicos de 2016, repetiu os resultados obtidos nos Jogos de 1996 e 2000. Nos anos de 2004 e 2008 chegamos às finais olímpicas, conquistando a prata nos campeonatos. Mas, como as oportunidades oferecidas às mulheres brasileiras refletem o desempenho da nossa seleção?

Apesar de participarmos de todas as quartas de finais olímpicas até hoje disputadas, não estamos, ainda, entre os dez países com o maior número de jogadoras registradas. Sabemos que há um número grande de praticantes da modalidade no Brasil, entretanto no estado com o maior número de jogadoras, São Paulo, somente 206 atletas são federadas e 10% são profissionais.

Notamos que muitas das jogadoras que se reconhecem como atletas profissionais, não possuem as condições adequadas para o desenvolvimento e manutenção da prática esportiva. As iniciativas públicas e privadas, direcionadas especialmente ao futebol feminino, no Brasil, são praticamente inexistentes. Além disso, a remuneração oferecida às atletas ainda é, em sua grande maioria, uma ajuda de custo inferior ao próprio salário mínimo do país.

Outro fator agravante vivenciado pelas jogadoras no Brasil é a estrutura das competições oficiais. O Campeonato Brasileiro de futebol feminino, em sua quarta edição, conta com a participação de vinte equipes e tem duração de 4 meses. No entanto, 60% das equipes (12) são eliminadas na primeira fase do torneio, disputando apenas quatro partidas. Essa estrutura, portanto, dificulta um planejamento a longo prazo e a própria manutenção das equipes ao longo do ano.

Ao contrário da estrutura oferecida às mulheres em países com grande sucesso na modalidade, no Brasil são quase inexistentes os investimentos e oportunidades à prática do futebol feminino. Ainda assim, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelas jogadoras brasileiras, a trajetória da seleção feminina sempre esteve muito próxima ao ouro.

Como seriam essas conquistas se tivéssemos um campeonato nacional composto por mais clubes e com um maior número de partidas? Se existissem campeonatos nacionais para as categorias de base? Se houvesse um maior incentivo para a prática do futebol feminino em espaços destinados ao lazer? E se fossem oferecidas oportunidades iguais para as meninas praticarem futebol dentro do contexto escolar, assim como para os meninos? Esses pequenos avanços em relação à visibilidade da modalidade no país poderiam refletir em grandes conquistas para a nossa seleção.

Apesar da estrutura e da organização da modalidade no país, o bom desempenho da seleção nos Jogos Rio 2016 ocasionou novas expectativas e sentimentos em relação ao futebol feminino no Brasil. A grande visibilidade da modalidade criou espaços de discussão e questionamentos acerca da organização atual do futebol feminino no Brasil. Aproveitem as próximas colunas para discutir com a gente questões sobre o protagonismo das mulheres dentro e fora dos gramados!

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Universidade do Futebol lidera primeira delegação brasileira convidada pela Premier League

Pela primeira vez, a English Premier League vai receber em caráter oficial uma delegação de profissionais do Brasil. A iniciativa é fruto da parceira da EPL com a Universidade do Futebol, a principal instituição independente de produção de conhecimento desse esporte no Brasil.

A delegação do Football Tour Experience é composta por 23 dirigentes e profissionais do futebol, das áreas técnica e de gestão, entre outras, e uma equipe da Universidade do Futebol. A viagem acontecerá de 15 a 23 de outubro, com o objetivo de conhecer mais a fundo como funciona a organização do futebol que mais gera receitas no mundo.

O Football Tour Experience inclui visitas a clubes das principais cidades do futebol do país, Londres (Arsenal e West Ham), Manchester (Man. City) e Liverpool (Liverpool e E verton), a Football Association, a mais antiga federação de futebol do mundo com 152 anos de idade, e os escritórios da própria EPL. Em todos os locais, haverá visitas técnicas gui adas e palestras dadas por executivos das áreas de gestão, futebol, responsabilidade social e comunicação. Na EPL também estão programados workshops.

Na programação oficial da viagem também há ida a partidas da Premier League (no jogo, Liverpool x West Bromwich), da Champions League (Arsenal x Ludogorets-BUL) e uma da Europa League (Manchester United x Fenerbahçe-TUR), para verificar como os estádios são operados em diferentes competições. Além dessas instalações serão visitados o estádio de Wembley e o Parque Olímpico dos Jogos de 2012, ambos em Londres.

A delegação é formada por dirigentes esportivos, profissionais de clubes, federações, profissionais da área responsabilidade social (dois são especialistas do Unicef, órgão da ONU para a infância e adolescência). Entre os clubes representados, estão Santos, Botafogo, Bahia, Atlético-PR, Coritiba, Red Bull e Audax.

A Universidade do Futebol pretende que esta seja, apenas, a primeira iniciativa voltada a fortalecer o intercâmbio profissional entre o futebol brasileiro e o futebol internacional. A partir de 2017, esperamos ampliar relações internacionais com sua rede de parceiros pelo mundo e, com isso, ex-alunos e profissionais terão a oportunidade de conhecer e interagir com as principais instituições do futebol mundial em futuras delegações.