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Força do Argumento

A legitimidade de um protesto se dá, sobretudo, quando o argumento é bem sustentado e encontre respaldo legal e social.

Contudo, costumamos acompanhar debates que produzem pouca ou nenhuma validade prática por uma questão estritamente conceitual, mais das vezes originadas por interesses particulares que não combinam com um pensamento lógico de um conjunto de pessoas.

A mais recente delas é a tentativa do deputado federal e ex-atleta Romário de Souza Faria, que tem fomentado uma ampla discussão em torno da CBF que fogem em muito da sua competência enquanto parlamentar.

É verdade que o ensejo e a provocação deste debate é de grande interesse social, mas está sendo feito em local e momento inadequado.

Tem validade as investigações relacionadas com recursos públicos aplicados na Copa do Mundo 2014. Não faz qualquer sentido a tentativa de intervenção sobre uma entidade privada como a CBF, que não recebe diretamente recursos públicos há muito tempo.

O resultado deste tipo de ação é que o debate que deveria realmente ser feito acaba por perder credibilidade. Ao querer resolver problemas pessoais, institucionais e de governo em processos que se contradizem, o real valor visando novas atitudes na gestão do esporte brasileiro resta desviado de seu rumo desejável.

Lutar e debater pela construção de um legado dos megaeventos por conta do investimento público que tem sido feito é justo e necessário.

Precisamos de lideranças que apelem e discutam de maneira eficaz os interesses e a aplicação de recursos públicos sim. Mas, a produtividade e o resultado só poderá ser alcançado com respaldo técnico de forma a produzir força sobre o argumento e não argumentos pela força e imposição.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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Até onde vai a comunicação

Após 35 temporadas em Nova Jersey, os Nets, time da liga profissional de basquete dos Estados Unidos (NBA), mudaram de sede em 2012. Foi o início da história do Brooklyn Nets, primeira franquia esportiva no tradicional bairro nova-iorquino desde 1957.

Um ano antes, os Nets haviam registrado o segundo maior prejuízo operacional entre os times da NBA. A mudança foi estratégica para a equipe, mas ainda mais importante para o Barclays Center, ginásio com capacidade para 17.732 pessoas que a franquia usa atualmente. A construção do aparato consumiu US$ 845 milhões, e a presença de um clube forte era fundamental para torná-lo viável.

O modelo de negócios do Barclays Center, assim como a maioria dos equipamentos esportivos do mundo, é baseado na venda de pacotes de hospitalidade. Para comercializar camarotes, além de um espaço confortável e funcional, é imprescindível oferecer atrações.

Segundo a revista “Forbes”, o início da operação dos Nets mostra que essa receita tem funcionado. O valor da franquia saltou de US$ 357 milhões para US$ 530 milhões entre 2012 e 2013.

Os Nets fecharam 2012 com faturamento de US$ 84 milhões e prejuízo operacional de US$ 16,6 milhões. Uma das explicações para isso é o alto custo da folha salarial da franquia – foram US$ 58 milhões investidos em atletas no último ano.

Comprar uma franquia esportiva, ainda mais nos Estados Unidos, tem um custo muito alto. Portanto, é evidente que combater o prejuízo operacional deve ser uma das bases para que o projeto se mantenha saudável.

Ainda que tenha reduzido o resultado negativo, porém, o Brooklyn Nets procurou outro caminho: investiu em atletas, construiu um elenco chamativo e fez enorme esforço para tentar contratar o pivô Dwight Howard, que acabou no Los Angeles Lakers.

Pensei constantemente no exemplo dos Nets no último domingo, enquanto assistia ao clássico entre Bahia e Vitória, jogo inaugural da Itaipava Arena Fonte Nova. Construído por R$ 689,4 milhões, o estádio será o palco de Salvador na Copa das Confederações deste ano e na Copa do Mundo de 2014.

Fui a Salvador como convidado da Itaipava, e a impressão que o estádio gerou foi bem positiva. A arena ficou bonita, com um acabamento refinado e um nível diferente de todos os outros equipamentos esportivos mais antigos que o país possui.

A Itaipava Arena Fonte Nova é o terceiro estádio inaugurado entre os que serão usados na Copa das Confederações. Além disso, a Arena Grêmio, que não será usada no torneio, abriu as portas no ano passado.

Com os 12 estádios da Copa, a Arena Grêmio e a nova Arena Palestra Itália, o futebol brasileiro encontrará uma realidade diferente. A despeito da discussão sobre elitização do público, o fato é que esses aparatos vão transformar a experiência de ver esporte in loco no país.

Com um show musical antes de a bola rolar e um estádio que já é uma atração, a Itaipava Arena Fonte Nova mostrou um pouco do quanto esse modelo vai ser alterado. O problema é que o futebol ainda não acompanhou isso.

Em campo, Bahia e Vitória fizeram um jogo tecnicamente aquém de toda a festa. O time rubro-negro, visitante, aproveitou o ímpeto ofensivo do rival no segundo tempo e contra-atacou com eficiência para vencer por implacáveis 5 a 1.

O placar confortável, entretanto, não pode medir a qualidade do Vitória. Promovido recentemente da segunda para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, o time baiano tem um elenco carente em uma série de posições. Mais: possui um modelo de jogo de velocidade pura, quase sempre baseado em retomada da bola e recomposição rápida.

E se o Vitória está longe de ser perfeito, o Bahia vive situação ainda mais complicada. Afinal, levou 5 a 1 do maior rival no dia da inauguração do estádio que vai usar nos próximos anos.

O estádio pode ser uma atração e deve oferecer conforto e bom serviço. Eventos paralelos ajudam a atrair a atenção do público. Se o jogo não ajudar, contudo, é extremamente complicado assegurar o interesse.

Quando as regras da Premier League foram estabelecidas, no início da década de 1990, uma das preocupações dos ingleses era acabar com o excesso de chutões e bolas altas que dominava o futebol local. Para isso, exigiram que os clubes mudassem as dimensões dos campos. Os gramados foram estreitados e alongados para obrigar os jogadores a tocarem a bola com mais velocidade e menos distância.

O que os ingleses perceberam naquela época é o mesmo que os Nets mostraram recentemente: o esporte, como o mercado de shows, deve conhecer os anseios do público e trabalhar para agradá-lo.

E agradar não é apenas oferecer qualidade, mas oferecer perfil. Entender o que o público quer é fundamental para montar um espetáculo condizente com isso.

A lógica é cada vez mais disseminada por empresas e investidores, mas ainda é pouco presente no planejamento esportivo. O tipo de jogo, o perfil do time e até os resultados são itens importantes para o trabalho de comunicação. Uma coisa não pode ser dissociada da outra.

No Brasil, a lógica que ainda prevalece no esporte é montar a comunicação a partir dos resultados. O caminho para a eficiência é inverter essa lógica. A comunicação precisa construir resultados, e não depender deles.

Os conservadores brasileiros costumam usar de forma pejorativa o termo "marketing". "Fulano foi contratado por marketing" parece um sinônimo de "Fulano é ruim, mas vende camisas e produtos".

O que o esporte brasileiro precisa é entender por que esses atletas vendem. É entender o que cria uma ligação entre eles e o público, e em quais faixas da população há um apelo maior.

Só assim será possível montar espetáculos que sejam condizentes com a estrutura oferecida pelas novas arenas. O potencial que esses estádios têm é enorme em quase todas as sedes. Para aproveitar isso, porém, o espaço entre comunicação, marketing e gestão precisa diminuir radicalmente.

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br

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Estado de choque

Já usei a expressei "choque" em outros textos publicados, aqui, na Universidade do Futebol.

Entretanto, o termo insiste em perseguir minha inspiração, amparada, fundamentalmente, na observação, ora atenta, ora lampejante, da realidade que me cerca, como pano de fundo o futebol – como fenômeno social e suas circunstâncias.

Pois bem. Nessa semana, pinço algumas inquietações que possuem a mesma matriz.

O que faz a tropa de choque da PM dentro do estádio em Belo Horizonte no jogo entre Atlético e Arsenal? Pior, o que faz uma tropa de choque, despreparada, que parece, de fato, levar ao pé da letra sua denominação, em vez de se chamar "tropa antichoque"?

Cenas de absoluta truculência que, ainda que fosse incontestável que o primeiro ato de violência tenha partido dos jogadores argentinos, não encontra amparo no bom senso o apontamento de escopetas dentro de campo.

Tampouco se espera um comportamento reiterado, de valentia inconsequente, de estrangeiros num país que lhes está recebendo para uma competição desportiva. Sejam os valentes argentinos, uruguaios, americanos ou ingleses.

Fantástico exemplo dado pra todos os que viram imagens de como não se deve agir em eventos esportivos. Crianças e mulheres, que costumam ser "excluídos" do planejamento do futebol enquanto negócio, vão ficar ainda mais distantes dos estádios.

Ou melhor, das "arenas". Realmente, devemos chamar de "arena" todo e qualquer estádio brasileiro e sul-americano, uma vez que as condições de conforto e segurança são da época dos romanos e, os protagonistas, envolvidos na luta pela sobrevivência, entre si ou contra feras bestiais.

Não bastasse isso, determinado político brasileiro, em entrevista à TV, comentou que "todos os esforços diplomáticos" estavam sendo feitos, pelo governo brasileiro, para resolver a questão dos 12 torcedores corintianos, presos na Bolívia e acusados de participação na morte do garoto Kevin.

Queriam convencer a justiça boliviana de que o jovem preso no Brasil e réu confesso já daria por resolvida a questão e isso justificaria a liberação dos demais, para retornarem ao Brasil.

Até nisso, nos atrapalhamos, com toda a pompa diplomática: querer que um caso que tramita na Bolívia seja encerrado por outro que tramita no Brasil e sequer chegou ao fim, condenando ou absolvendo o jovem, tido por muitos como "bode expiatório" ou "laranja".

E, em mais um gesto paliativo e de ocasião, a CBF envolve a seleção brasileira num amistoso contra a Bolívia, como se a renda revertida à família do jovem morto reparasse o dano causado e impulsionasse verdadeira mudança no futebol do continente, encontrando eco na Conmebol.

Para piorar, um jornalista, recém-promovido a "sr. Quem?", mas que goza da unilateral posição de emitir opiniões na tribuna – aqui, a Rede Globo – faz uso da palavra e diz, via Twitter, sobre o infeliz episódio em Minas Gerais: "Argentino derrotado, levando borrachada e ainda no final preso: mundo perfeito".

Sugiro a todas as pessoas – em particular as que atuam na indústria do esporte e que conservam algum tipo de preconceito, intolerância e arrogância – que cruzem as fronteiras, não só físicas, mas também da ignorância, e deponham suas armas.

O esporte deve ser, sim, uma grande arma de transformação positiva da sociedade.

E, se existe um mundo próximo do perfeito, no futebol, é a civilidade e organização vistas na Uefa Champions League. Onde, espera-se, que jornalistas ufanistas e insensatos não tenham a possibilidade de atuar. Sem "dar borrachada" em ninguém.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Da cordialidade idealizada à resistência realizada: desesperar jamais!

Atribuem ao Buarque de Holanda – ao pai, não ao filho – a tese da cordialidade do brasileiro. Seríamos um povo cordial, teria dito… Mas a história da construção da nossa nacionalidade está recheada de episódios que atestam o contrário. Citemos aqueles em que o povo teve papel protagônico, começando pela luta ainda inconclusa dos negros e dos índios e viajando no tempo até a luta pela liberdade presente na Conjuração dos Alfaiates, também conhecida como a Inconfidência Baiana (final do século XVIII); a luta do povo pelo poder presente na Cabanagem (meados da década de 30 do século XIX); a luta dos sem-líderes expressa no Quebra-quilos (década de 70 do século XIX); a luta pela utopia real de Canudos (anos finais do século XIX)… Todos lançam por terra o mito da passividade do povo brasileiro, que serviu aos interesses dos que buscavam desqualificar a capacidade de mobilização social e de luta de setores populares de nossa sociedade.

Isso tudo sem fazermos alusão ao século XX e nele à resistência à ditadura civil-militar que nos afligiu por 21 anos, desde o 1º de abril de 1964, ditadura essa responsável por grande parte do desconhecimento das gerações forjadas ao longo daqueles anos e nos que os seguiram das lutas travadas por nosso povo em momentos históricos distintos, banidas que foram de nossas escolas.

Embora os fatos pareçam sinalizar contra, também no esporte, futebol em particular, assistimos episódios de rebeldia aos atos abusivos praticados por parcela significativa daqueles que o dirigem.

Joel Rufino dos Santos em seu “A História Política do Futebol Brasileiro” já nos chamava atenção para as ações desencadeadas pelos setores populares nos primórdios da presença do futebol entre nós, na busca do acesso a ele fosse ao que diz respeito à sua prática, fosse a de tê-lo em seus escassos momentos de lazer como espetáculo a ser apreciado.

Mais a frente, outros fatos se tornaram conhecidos. Isolados alguns, como o do jogador de futebol Afonsinho, mais coletivos outros como a “Democracia Corinthiana”, ambos do início dos anos 1980, na maior parte das vezes encetados por agentes ligados ao meio esportivo, dando a entender que ele, Esporte, não mereceu dos movimentos sociais organizados atenção para ser por eles considerado motivo de reivindicação e luta.

A própria presença dele, Esporte, em nossa Carta Magna de 1988 — batizada de Constituição Cidadã por Ulisses Guimarães — como direito social não foi, de fato, fruto de reivindicação popular e sim esforço originado no interior da comunidade esportiva por motivos – desconfia-se – de natureza corporativa mais do que de cunho social…

Agora mesmo assistimos toda a movimentação ao redor da realização em solo brasileiro dos megaeventos esportivos, e junto com ela acompanhamos o silêncio da grande mídia — daquela que resiste a qualquer tentativa de regulamentação definidora de marcos regulatórios limitadores do poderio de algumas poucas famílias sobre ela (quem desconhece estar ela nas mãos dos Mesquitas, Frias, Marinho [isso nacionalmente] e Magalhães, Sarney e outros tantos coronéis regionais) — acerca dos movimentos sociais que denunciam, dia sim, outro também, as falcatruas entabuladas pelos detentores de poder político e econômico responsáveis pela construção de legados voltados aos de sempre (aos “de cima” diria o sociólogo Florestan Fernandes, se vivo fosse).

Em crônica publicada neste espaço em meados do ano passado (“Da Copa, da Copa, da Copa abrimos mão; Queremos mais recursos pra saúde e educação”) fizemos menção a alguns desses movimentos. Soma-se a eles a recente petição contra a presença de (José Maria) Marin à frente da CBF e a defesa de sua convocação pela Comissão Nacional da Verdade — recentemente constituída pelo Governo Brasileiro —, articulada por Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pelos asseclas da ditadura.

Contando com mais de 50.000 (cinquenta mil) subscrições, o motivo dela é límpido e transparente: trata-se da acusação de conluio do então governador biônico do Estado de São Paulo com os agentes do DOI-CODI, em cujas mãos se deu a morte de Herzog, à época atribuída por eles ao gesto desesperado do jornalista de… Suicídio. São dele, Marin, as palavras proferidas quando parlamentar paulista em 1976 elogiosas ao Delegado de triste memória Sérgio Paranhos Fleury:

“Conhecendo de perto seu caráter, sua vocação de servir, podemos afiançar, sem dúvida alguma, que Sergio Fleury ama sua profissão; que Sergio Fleury a ela se dedica com o maior carinho, sem medir esforços ou sacrifícios, para honrar não só a polícia de São Paulo, mas acima de tudo, seu título de delegado de polícia”.

Se desejarem saber mais dessa Petição, visitem o blog do Juca (Kfouri), não perdendo tempo buscando encontrar referência a ela nos grandes jornais, pois o silêncio da grande mídia sobre esse e outros movimentos análogos é ensurdecedor!

O que ela repercute — e como! — é a peça publicitária da Brahma conclamando o povo brasileiro a se imbuir do espírito pseudo-nacionalista da ideia de que “a Copa é nossa”, (pois “com o brasileiro não há quem possa”, podemos complementar), bem a gosto do regime militar que buscou tirar proveito do feito esportivo brasileiro de conquista do tri campeonato mundial de futebol, época dos “anos de chumbo”…

A mesma mídia que faz alarde da contratação de seu mais recente comentarista esportivo — Ronaldo, o Fenômeno —, o mesmo que tem assento no Comitê Organizador Local da Copa de 2014 e empresaria a imagem de atletas… Imaginem vocês com qual isenção ele fará a cobertura da Copa… É esse o conceito de Ética com a qual ela trabalha…

Sim, é verdade. Compete a nós, professores, a nós atores do campo esportivo, representantes do segmento progressista nele presente — ainda que em minoria dado o caráter conservador, retrógrado e reacionário que o caracteriza —, dar visibilidade a esses movimentos sociais que desejam ter no Esporte, prática social de desenvolvimento e emancipação humanos, sabedores que eles promovem, com suas lutas, aquilo que a pressupõe, vale dizer, a emancipação política.

Pois que esta Universidade do Futebol assuma, de uma vez por todas, a tarefa de dar destaque em sua página virtual, a notícias e matérias que mapeie e informe a todos sobre os movimentos sociais existentes por motivaç&atil
de;o direta ou indireta das questões ligadas ao mundo esportivo, futebol em particular.

Que a Universidade do Futebol se fortaleça como espaço privilegiado de sensibilidade e compromisso com os que têm o Esporte — e o Futebol em especial — como patrimônio cultural da humanidade e, como tal, passível de ser acessado por todos, independentemente dos vieses de classe e etnia.

Isso porque, já cantava Ivan Lins,
 

“Desesperar jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer
No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais”.
 

Para interagir com o autor: lino@universidadedofutebol.com.br

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Outro novo horizonte e dois anos de Universidade do Futebol

A incerteza é uma constante em nossas vidas! Por mais que nos esforcemos em planejar para que tudo ocorra de uma forma organizada, a imprevisibilidade dita o ritmo dos nossos passos, dos nossos dias, do nosso futuro.

Nos últimos meses, planejei mentalmente distintos projetos profissionais e pessoais, visualizei os desdobramentos possíveis em cada cenário e aguardei os acontecimentos da vida real que, de certa forma, independem dos meus desejos, objetivos e metas.

Vislumbrava o comando da equipe juniores do clube que trabalho, na Copa São Paulo (disputada em Janeiro), porém, a oportunidade não aconteceu. Sonhava com o segundo acesso consecutivo, desta vez para a Série A-2 do Campeonato Paulista profissional, no entanto, pela classificação atual (existem possibilidades matemáticas remotas de classificação ou descenso) o Novorizontino provavelmente permanecerá na mesma divisão em 2014.

Planejava-me para acompanhar o Footecon 2012 como espectador e recebi um convite inesperado para palestrar sobre um tema que tenho estudado. Foi um privilégio compor o grupo de palestrantes do fórum.

Existem muitos outros exemplos, como a dúvida da permanência no clube após a sequência de maus resultados no início da competição, que culminou na troca do comando técnico. Ou então, as reflexões sobre declarar (ou não) o interesse em participar de um processo seletivo, para uma vaga na área técnica nas categorias de base, de um grande clube do país. Em todos os exemplos, a mesma pergunta: como será o meu futuro após a escolha? È claro que não tenho a resposta!

Paralelamente aos meus sonhos, pensamentos e reflexões, surge mais um acontecimento da vida real: o convite para assumir a equipe sub-20 do Novorizontino no Campeonato Paulista da categoria. Uma proposta que esteve em meu plano mental meses atrás, não se concretizou e que algum tempo depois é oficializada e, como esperado, aceita.

É uma grande oportunidade de por em prática as minhas ideias de jogo, de comandar os treinos, as intervenções, de gerenciar conflitos, de ganhar "horas de voo" na área tracejada (vaga muito difícil para quem teve pouca experiência como atleta profissional), de refletir o porquê das vitórias e aprender com as derrotas.

Esta oportunidade reflete diretamente em minhas publicações no portal, que esta semana completam dois anos. A responsabilidade e o "peso" de escrever, agora na condição de treinador, serão aumentados. Expressões como "escrever é fácil, quero ver colocar em prática" já são esperadas num ambiente em que a sobrevivência depende diretamente das vitórias. E são elas que pretendo atrair.

O desafio está lançado e será cumprido, assim como qualquer outra função que eu desempenhe ao longo de minha carreira, com ética, profissionalismo e compromisso pedagógico de ensinar mais que futebol.

Agradeço a todos da Universidade por proporcionar um espaço em que por dois anos tenho tentado escrever além da tática. Agradeço também aos leitores, dos mais diferentes perfis, daqueles que leem e criticam silenciosamente aos que mantém contato e criam um ambiente de discussão e aprendizagem via e-mail. São vocês que dão sentido as minhas contribuições ao universo do futebol.

Abraços e até a próxima semana!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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Arsenal e Atlético-MG: mais indisciplina na Libertadores

Conforme mencionado em outras colunas, este ano, para julgamento das questões disciplinares, a Conmebol criou um Código e Tribunal Disciplinares.

As primeiras decisões da Conmebol no caso do Corinthians e San José e também da final da Copa Sul-americana mostraram-se brandas demais, o que não desestimula atos de indisciplina. Assim, nesta semana, novamente a Libertadores foi palco de atitudes lamentáveis.

Após a partida entre Atlético-MG e Arsenal, os jogadores argentinos partiram para cima da policia militar e promoveram quebra-quebra no vestiário. Tais fatos exigem atuação efetiva e incisiva da Conmebol para resgatar a credibilidade de seu Tribunal e também da competição.

Vale destacar que o artigo 5 do Regramento Disciplinar prevê a possibilidade de punição do Arsenal por terem se comportado de maneira que o futebol e a Conmebol perdessem credibilidade. Ademais, os atletas envolvidos podem ser punidos com suspensão por várias partidas, nos termos do artigo 9.

Quanto ao Atlético-MG, a torcida pode ficar tranquila, pois não há no Código Disciplinar previsão de penas para o evento ocorrido. A única e pequena preocupação é do Tribunal Disciplinar aplicar penas não previstas, como o fez no "caso Corinthians", o que é bastante remoto.

Independente da postura da Conmebol, os agentes de segurança pública do estado de Minas Gerais foram céleres e eficientes, eis que imediatamente foi lavrado Termo Circunstaciado de Ocorrência com a consequente instauração de Processo Judicial Criminal no rito do Juizado Especial.

As normas processuais dos Juizados Especiais Criminais são aplicáveis para crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, cujo a pena máxima não seja superior a dois anos, e permitem transação penal prévia para arquivamento.

Dessa forma, os atletas envolvidos firmaram termo de transação penal para pagar o valor de R$ 38 mil, sendo R$ 26 mil para cinco instituições de caridade e R$ 4 mil para cada agredido.

Com a transação penal, o processo foi arquivado e os réus não poderão utilizar este benefício nos próximos cinco anos. O curioso é que o Atlético-MG emprestou o dinheiro para o pagamento.

Diante de tudo, o Estado brasileiro mostrou que consegue ser eficiente quando é demandado e deu uma verdadeira lição na Conmebol com medidas imediatas, céleres e efetivas.

Esperemos, agora, as medidas que serão tomadas pelo Tribunal Disciplinar da Conmebol.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br

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Naming Rights

O acordo de Naming Rights para "rebatizar" o nome do estádio do Bahia para Itaipava Arena Fonte Nova é o primeiro da nova geração de arenas de futebol no Brasil, abrindo um precedente interessante para a popularização deste tipo de acordo entre outros equipamentos esportivos no país.

Em primeiro lugar, é preciso desmitificar a relação Visibilidade x Naming Rights. É muito comum as pessoas fazerem a associação direta com a menção do nome correto pelos veículos de comunicação como única e restrita contrapartida para a empresa que adquire este tipo de propriedade.

O fato é que na Europa e Estados Unidos, onde o batismo de estádio é bastante popular (para se ter uma ideia, mais da metade das equipes da segunda divisão da Alemanha jogam em estádios com "naming rights"), a mídia igualmente dificulta a livre divulgação espontânea do nome do equipamento.

De relacionamento a expansão para novos mercados. De receitas adicionais a posicionamento de marca. A colocação do nome em uma arena esportiva permite ampliar as vertentes de comunicação com seu público-alvo, podendo direcioná-la e customizá-la de diferentes maneiras.

É preciso, no entanto, estar associada a uma série de outras ações de marketing para que a mesma tenha valor. E, sobretudo, ativar desde a realização de eventos dentro do equipamento até a geração de conteúdo inovador a partir da simbologia intangível que possui os estádios mais emblemáticos do país…

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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Erro de cálculo

Do Engenhão à Arena do Grêmio. Do Mané Garrincha à Arena da Baixada. Temos visto um grande festival de erros de cálculo no país da Copa do Mundo 2014. Erro de cálculo estrutural no Engenhão.

Erro na projeção orçamentária da construção e reforma dos estádios, que envolvem o valor final das obras, o montante de empréstimo tomado junto às instituições financeiras, por construtoras e pelos clubes.

Erro na negociação do contrato de cessão e gestão das arenas, com grave herança para as administrações futuras dos clubes (em particular, aqui, a crise entre Grêmio e OAS).

Temos um grande déficit de aprendizagem de nossos alunos, comparativamente a outros países, particularmente em matemática.

Isso, naturalmente, se reflete na sucessão de erros e falta de consenso entre os engenheiros de obras públicas no país, agravados pela ingerência política nos processos de licitação e execução do cronograma de trabalho.

Um estudo recente da ONG Todos pela Educação apontou que 90% dos alunos brasileiros tem desempenho sofrível e insuficiente em matemática. Seremos, assim, um país de poucos engenheiros, quando não de maus engenheiros.

Cenário como esse demonstra a grande necessidade de qualificar e capacitar a mão-de-obra brasileira, a se começar pelo incremento e melhoria no sistema educacional básico.

Melhores instalações e infraestrutura; mais bibliotecas; programas de incentivo e treinamento aos professores e profissionais envolvidos na cadeia esportiva; intercâmbios internacionais entre instituições de ensino; inclusão digital para fazer chegar o conhecimento a mais pessoas.

Temos, no Brasil, um grande potencial latente para promover o desenvolvimento e inclusão social pelo esporte. Porém, por outro lado, o mesmo país tem 70% das escolas sem quadras poliesportivas.

Nesta semana, ao participar de um fantástico processo de capacitação, oferecido pelo Instituto Bola pra Frente, do ex-jogador Jorginho, em conjunto com a Agência Alemã para a Cooperação e Desenvolvimento e a ONG Futebol de Rua, percebemos, claramente, como a energia do futebol envolve os profissionais que lá estavam.

A metodologia adotada envolvia muito do rigor e organização, tipicamente alemães, combinados com o entusiasmo brasileiro.

Em torno disso, muitas ferramentas de avaliação e métricas orientadas pelos coordenadores, justamente para saber se as coisas estão sendo realizadas adequadamente, bem como fazer com que o trabalho possa ter base de comparação e evolução.

Com essa forma pensar e agir, planejar e executar, fica bem mais difícil, para qualquer pessoa, se esconder atrás de erros de cálculo.

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De onde vem a notícia

A história surgiu na manhã de segunda-feira, em São Paulo. O jornal "Diário de São Paulo" publicou uma nota sobre o futuro do zagueiro Chicão, do Corinthians. Segundo o periódico, o time do Parque São Jorge não tem intenção de renovar vínculo com o defensor, cujo contrato com o clube terminará em dezembro de 2013. Na rede social Twitter, o atleta confirmou o conteúdo e disse que deixará a equipe.

Foi o suficiente para, com base na declaração de Chicão, a notícia reverberar. O portal "UOL", por exemplo, publicou texto sobre o fim da passagem do defensor pelo Corinthians.

Horas depois, Chicão usou novamente o Twitter para mudar a história. "Galera, isso foi uma brincadeira pelo que o jornalista escreveu. Eu e a diretoria nem conversamos ainda, até porque vocês sabem da minha vontade de me aposentar no clube", escreveu o defensor.

Chicão disse que "não podia deixar passar" porque segunda-feira foi 1º de abril, conhecido como "Dia da Mentira" no Brasil. O zagueiro até pôde brincar e zombar de quem o acompanha em redes sociais. Jornalistas não têm esse direito.

O caso é um exemplo do quanto ainda é fundamental assimilar melhor o funcionamento de redes sociais. Como já falamos por aqui, essas plataformas transformaram todo mundo em fonte e veículo. O caminho entre personagem e consumidor da notícia foi drasticamente encurtado.

Há anos, sobretudo no Brasil, existe uma desvalorização contundente do trabalho de jornalistas. Sobretudo porque o advento das novas mídias criou a impressão de que todo mundo tem acesso similar às mesmas notícias.

A diferença é o compromisso com o que se publica. Um jornalista não vende notícia, mas credibilidade. Ele vende ao consumidor daquele conteúdo a ideia de que há um trabalho por trás daquilo. A informação precisa ser checada, burilada e apresentada da melhor forma possível.

Esses processos são o que garantem a sobrevivência do jornalismo. Não fosse isso, as novas mídias já teriam eliminado completamente os "intermediários" da notícia.

É claro que há jornalistas que não checam. Bons e maus jornalistas são como bons e maus advogados ou bons e maus médicos. O importante é que a simples reprodução não se transforme em procedimento. Se isso acontecer, a imprensa deixa de ter sentido.

Fora do Brasil, brincadeiras como a que Chicão fez são bem mais comuns. Há países em que até jornais publicam textos jocosos e que entram no clima da "mentira". Isso é bem comum, por exemplo, na Espanha.

Quando a internet começou a se popularizar no Brasil, um dos efeitos mais imediatos foi a aproximação entre leitores daqui e informações de outros países. Isso aumentou a disseminação de notícias oriundas de outras partes do globo.

A popularização da cobertura internacional também gerou deslizes. Foi assim, por exemplo, quando um jornal espanhol disse que o atacante Ronaldo, então no Real Madrid, havia pedido uma intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a diretoria merengue o liberasse para o Carnaval no Brasil.

Na época, era extremamente remota a ideia de checar a informação diretamente com o jogador, o presidente ou o clube espanhol. Sobretudo porque o conteúdo foi publicado em dezembro, em meio a um plantão de fim de ano.

O problema: era dia 28 de dezembro, conhecido na Espanha como "Dia das Bromas", correspondente ao "Dia da Mentira" do Brasil. E antes de checar a informação, muitos sites do país sul-americano saíram publicando, com o devido crédito, a informação sobre Ronaldo.

No entanto, são raros os leitores que olham um site e conseguem entender que aquelas informações foram extraídas de outra publicação. Se há um erro ou uma incongruência, o consumidor da notícia associa isso diretamente ao veículo que ele escolheu.

Em outras palavras, é raro que a imagem mais arranhada seja a do autor da mentira. Normalmente, o leitor culpa pelo erro o veículo em que ele viu a história, independentemente da origem.

O risco que as mídias sociais causam no cenário atual é muito maior do que o de simples brincadeiras de anos passados. Mídias sociais facilitam o contato com personagens e aceleram a captação de impressões.

Portanto, são recursos que podem oferecer um suporte muito grande ao trabalho do jornalista. Elas só não podem ser absolutas. Checar e apurar ainda são as matérias-primas de qualquer bom repórter.

Esporte x Entretenimento

O debate existe há anos, mas ganhou nova roupagem quando a Globo lançou o novo formato do "Globo Esporte" em São Paulo. A atração foi repaginada, adotou linguagem mais jovem e aboliu o uso do teleprompter, aparato que apresenta notícias para que os apresentadores apenas leiam.

A Globo tentou criar um programa mais jovial, engraçado e espontâneo. O modelo teve resultado expressivo no início e foi até estendido a outras praças. Posteriormente, também foi copiado por concorrentes.

O formato é associado prontamente a Tiago Leifert, editor-chefe e apresentador do "Globo Esporte" em São Paulo. Ele foi o grande idealizador dessa nova linguagem no esporte da Globo.

A "cara de Leifert" chegou recentemente às transmissões esportivas. Em busca de atrações que estanquem a queda de audiência do futebol, a Globo recorreu a convidados que não têm relação com o esporte.

As participações podem gerar muitos diálogos bizarros e desconexos, mas conseguem fazer a transmissão não ser tão densa. Há sempre um assunto novo, uma opinião diferente ou algo que fuja da pasteurização que sempre dominou a estética global.

Não sei se é o caminho adequado, mas a Globo ao menos escolheu um caminho. Na emissora, o esporte fica a cada dia mais indissociável do entretenimento. Tomara que isso ajude o Brasil a entender o real papel que o futebol tem.

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br

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Desenvolvendo um microciclo de treinamento

Frequentemente sou questionado pelos leitores sobre qual a melhor maneira de construir/planejar os treinos. Com o objetivo de desenvolverem grandes equipes e obterem êxito no futebol, professores e treinadores em diferentes áreas de atuação questionam-me sobre as sessões de treinamento, os tipos de exercícios, as características e objetivos das atividades, além de perguntas sobre a quantidade e finalidade de algumas regras.

Quem acompanha minhas publicações, sabe que sou adepto a uma periodização de jogos embasada na metodologia sistêmica. Neste modelo de periodização, com exceção dos exercícios funcionais e proprioceptivos (aplicados em sessões independentes do trabalho de campo), todo exercício criado é jogo. Para desenvolvê-los, alguns elementos são indispensáveis e serão apresentados na sequência desta coluna.

1- Nível de jogo atual
É ele quem norteia a semana de atividades. Geralmente estabelecido a partir do último jogo oficial, em que os comportamentos individuais e coletivos podem ser analisados qualitativa e quantitativamente, evidenciando pontos fracos e pontos fortes do sistema/equipe nos diferentes momentos do jogo.

2- Nível de jogo pretendido
Determinado pelas (utópicas) ideias de jogo do treinador. A partir do “jogo jogado na cabeça do treinador” e daquele apresentado anteriormente, é possível planejar quais são as necessidades da equipe e como elas serão trabalhadas através das sessões de treinamento.

3- Próximo adversário
Conhecer o Modelo de Jogo do adversário para inserir, ao longo do microciclo, situações-problema semelhantes as que serão encontradas no jogo.

4- Conteúdos do Currículo
Compreensão dos conteúdos práticos do Currículo desenvolvido no Paulínia FC em 2009 (Lógica do Jogo, Competências Essenciais do Jogo, Referências do Jogo, Conteúdo Estratégico-Tático, Funções no Jogo e Relação com companheiros). Os jogos são elaborados a partir de cada um dos conteúdos, temas e sub-temas.

5- Objetivo de cada jogo
Apesar de cada atividade manter a totalidade do jogo, logo, manter os seus quatro momentos, é fundamental saber o que se quer com o treino para direcionar as intervenções e as resoluções dos problemas ao que precisa ser aperfeiçoado. Espera-se o domínio da intervenção pretendida com a atividade, seja ela individual, grupal, setorial, intersetorial ou coletiva. Não há problema algum ter vários objetivos numa mesma atividade. Irá depender, obviamente, do nível de compreensão/aplicação em que a equipe se encontra em cada conteúdo do jogo.

6- Criação dos Jogos
A criação do jogo implica a definição das regras, que modificarão a Lógica do Jogo se comparada ao futebol; do número de participantes, que deixará a atividade mais ou menos complexa; além do espaço; do tempo e do metabolismo predominante, que poderá ser alático, glicolítico ou aeróbio.

A partir destes elementos, está preparada a sessão de treino. Seu resultado será o produto da aplicação do jogo, das suas intervenções ao longo da atividade e do feedback pós-treino. O começo, o meio e o fim da sessão devem fazer sentido e os jogadores terem a total compreensão dos porquês de cada atividade. Caso contrário, tudo não terá passado do jogo pelo jogo, ou seja, um ambiente pobre de aprendizagem num cenário em que treinar jogando deixará de maximizar os benefícios e potencializará os riscos. Falemos sobre isso numa outra oportunidade.

Para concluir, os itens supracitados compreendem o pré-requisito para a discussão de colunas futuras que abordarão uma proposta de microciclo de periodização com jogos para ser aplicada em equipes sub-20 e profissionais.

Aguardo a opinião dos leitores sobre estes elementos, elencados a partir de inúmeras leituras direta ou indiretamente relacionadas ao futebol, e também aceito sugestões para o aperfeiçoamento diário que deve ser nossa atuação profissional.

Bons treinos a todos!

 

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br