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A ressurreição do Timão

Sim, a rima é péssima. Assim como foi péssimo o 2007 alvinegro. Um time débil, uma diretoria que se tornou ex no meio do caminho e ainda virou caso de polícia, uma nova diretoria que está colocando a casa em ordem, mas que acaba de sofrer um tremendo baque…
 
Se 2007 foi para se lamentar, o ano que chega promete ser um dos melhores do Timão. Afinal, entre um time medíocre na Série A ou um vencedor na Série B, melhor aquele que consegue resgatar a auto-estima do torcedor corintiano.
 
Cair, hoje, não é tão ruim como no passado, quando havia o perigo do mata-mata, quando os jogos eram disputados em estádios acanhados e sem proteção ao time visitante, quando nem a TV dava bola para a Segundona.
 
Agora é tudo um barato. Vai ter até Timão x Bahia, ou Timão x Ponte Preta, ou ainda Timão x São Caetano. Isso sem falar no incremento da receita alvinegra. Sim, afinal, por mais que a verba da TV tenha um decréscimo de 50%, pode ter certeza que a camisa corintiana vai vender como água, os estádios estarão lotados, o torcedor consumirá até mesmo a cueca do terceiro reserva do lateral-direito.
 
Sim, a TV venderá mais também os pacotes de pay-per-view da Série B. E o Timão terá de negociar para conseguir uma parcela maior desse bolo todo. Ah, e o que é melhor, com as vitórias alvinegras, uma série de novos produtos será criada, um slogan da virada será feito. E, pode apostar, tudo venderá como água no deserto.
 
Enfim, mais ou menos em novembro do ano que vem, o Corinthians ressurgirá, triunfante, para a Série A do Brasileirão, lugar de onde não deveria nunca ter saído. E o retorno será com uma nova geração de craques, com Lulinha, Dentinho e Felipe, comandando uma das melhores gerações de jogadores corintianos. E, no ano seguinte, aos 99 anos, o Sport Club Corinthians Paulista fará jus à tradição de sua camisa, com uma apresentação digna do maior campeão paulista e um dos maiores vencedores do país.
 
A Série B significa Série Boa.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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Equilíbrio defensivo e amplitude defensiva: de que mal sofre a seleção?

Dia desses, em uma daquelas memoráveis conversas que ecoam no Café dos Notáveis, fui questionado sobre a “amplitude” de jogo de uma equipe; se esse era um conceito de ataque, ou se também valia para a defesa; se era um conceito para o meio-campo ofensivo, ou se valia também para o meio-campo defensivo.
 
Pois bem, em uma das colunas anteriores (Os esquemas táticos, as plataformas de jogo e a amplitude como princípio de ataque), a “amplitude” fora apresentada como “princípio de ataque”. Isso significa dizer que na construção e estruturação do ataque, a amplitude é uma das variáveis que podem colaborar para ações ofensivas mais ou menos eficientes.
 
Convém destacar, porém, que a construção do jogo, quando uma equipe está de posse da bola, acontece o tempo todo no campo todo; e que a melhor distribuição geométrica no terreno de jogo gera facilidades nessa construção.
 
Sendo assim, devemos entender que a amplitude também deve ser analisada como uma variável presente no campo de defesa.
 
 
Em alguns jogos da seleção brasileira de futebol, especialmente os mais recentes, tornou-se freqüente presenciarmos a dificuldade de a equipe pentacampeã mundial sair jogando do campo de defesa para o campo de ataque. Era só aparecer pela frente uma marcação avançada mais incisiva que “adeus” construção de jogadas (dá-lhe “chutão”). Vários são os “problemas” que podem ser destacados para explicar a tal dificuldade. Um deles é a “amplitude defensiva” (ou amplitude no campo de defesa).
 
Ainda que pareça abstrato, é fácil percebermos que uma grande amplitude defensiva dificulta a marcação adversária e, principalmente, possibilita melhores alternativas para a construção de jogadas.
 
A amplitude defensiva e a amplitude de ataque têm em comum a distribuição horizontal bem definida para “aumentar” o campo de jogo. Na amplitude de ataque, a principal dificuldade para os treinadores é garantir um balanço defensivo eficiente na transição defensiva. Na amplitude defensiva, a principal dificuldade também está na transição defensiva, principalmente quando a bola vai alcançando linhas mais avançadas.
 
Observemos que a amplitude (tanto a defensiva quanto a de ataque) é um princípio de ataque, pois tanto no campo defensivo quanto no ofensivo é variável que se opõe ao sistema defensivo adversário.
 
Quando olhamos para uma equipe se defendendo, a “largura” do sistema de marcação se refere ao “equilíbrio defensivo horizontal” e não à amplitude.
 
O “equilíbrio” é um princípio de defesa que se refere à relação entre a distribuição de jogadores no campo de jogo e a eficiência defensiva da equipe na diminuição do espaço efetivo do jogo (“estreitamento do campo”).
 
Como mencionado, o equilíbrio pode ser horizontal (equilíbrio relativo às faixas esquerda e direita do campo) ou vertical (equilíbrio relativo às faixas de ataque e defesa do campo).
 
 
As equipes, quando se defendem, de acordo com seu plano de jogo, definem um número de jogadores (além do goleiro) que devem estar atrás da linha da bola. Algumas utilizam sete, outras oito, outras dez. Isso está ligado ao “equilíbrio defensivo vertical” da equipe.
 
Então, enquanto a amplitude busca auxiliar a construção do jogo e as seqüências de ataque, o equilíbrio busca garantir uma distribuição de jogadores que permita a uma equipe, ao se defender poder estar pronta para atacar (com uma transição ofensiva rápida e eficaz) ao recuperar a posse da bola.
 
Bom, e como diria um dos poetas do Café dos Notáveis, melhor mesmo é se a amplitude estiver equilibrada e o equilíbrio… Bom, deixa o equilíbrio pra lá…

Para interagir com o colunista: rodrigo@universidadedofutebol.com.br