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Pressão: forma de marcar ou forma de jogar

O que significa pressionar?
 
No dicionário, algumas idéias. Podemos encontrar, por exemplo, que “pressionar” significa exercer pressão sobre alguma coisa, coagir (!?) e que “pressão” é o efeito de comprimir um corpo através de outro corpo que a ele se opõe.
 
Sem que precisemos nos alongar nos significados que os dicionários trazem (e sem nos esquecermos de questões da física, biologia e psicologia que podem orientar tais significados), fiquemos atentos ao fato de que esse é um conceito presente na tática e na estratégia do jogo de futebol.
 
E é aí que muito da essência do que significa “pressionar” se perde. Na Europa, ainda que alguns discursos dos treinadores fiquem “nebulosos”, me parece haver construtos mais sólidos sobre o entendimento do significado de “pressionar” (se comparado ao Brasil). Essa idéia é reforçada quando vejo jogar algumas de nossas mais festejadas equipes.
 
Se antes satisfazia (aos olhos de nossos treinadores e “especialistas”) a idéia de que pressionar significava simplesmente adiantar as linhas de marcação para “espremer” o adversário em seu campo de defesa e que bastava para isso um jogador definir o seu “par” a ser marcado, hoje estamos muito, mas muito distantes dessa visão simples, distorcida e vazia.
 
Antes de qualquer coisa, pressionar não significa necessariamente estar a tentar roubar a bola do adversário em seu campo de defesa (o mais próximo possível do seu gol). Não significa também uma ação em que necessariamente cada jogador precise definir o seu “par” a ser marcado e então acompanhá-lo até que a estratégia de roubar a bola tenha surtido efeito.
 
Pressionar não é somente uma forma de marcar; é, sim, uma forma de jogar. E aí, muitos são os conceitos presentes.
 
Para entender a “pressão” como elemento do sistema de jogo de futebol, necessitamos analisá-la sob a perspectiva de três variáveis que se auto-organizam e se auto-ajustam de forma interdependente: a variável espaço, a variável tempo e a variável referência.
 
A variável espaço refere-se ao ONDE (região, setor, zona) a pressão deve iniciar ou ser realizada. Na perspectiva dessa variável, uma equipe, ao optar pela “pressão” como componente do seu sistema defensivo poderá, por exemplo, fazê-la em linhas diferentes do campo de jogo (figura 1):
 
 
Quanto mais próxima da linha 1 a pressão é realizada, mais “alta” diz-se que a pressão está sendo feita.
 
A variável tempo diz respeito ao QUANDO (na transição defensiva, nas reposições de bola, nos passes para trás, etc.) deve se iniciar a pressão. Sob a perspectiva dessa variável, uma equipe pode optar por diferentes momentos para a realização da pressão. Equipes inglesas, italianas e algumas espanholas e argentinas, por exemplo, tendem a pressionar o adversário imediatamente ao início da transição defensiva. Outras, por exemplo, como algumas portuguesas, definem como estratégia iniciar a pressão quando a bola está de posse de determinado jogador.
 
A variável referência diz respeito ao O QUÊ (bola, adversário, setor) orientará as ações de pressão. Sob a perspectiva dessa variável, uma equipe precisa definir qual elemento do jogo orientará o posicionamento para que ela realize a pressão. Uma equipe, por exemplo, que marca em “zona” e tem o posicionamento da bola como referência (poderia ter a bola, o adversário, regiões fortes ou fracas, etc.) ao realizar pressão, poderá definir que o jogador que está com a bola deverá aos poucos ter seus espaços limitados, ao mesmo tempo em que tem suas linhas de passe fechadas (e somente a partir daí sofrer combate direto para retomada da posse da bola).
 
Muitos paradigmas envolvem a questão da “pressão”. Um deles é o de que ao se marcar por zona, torna-se inviável fazer pressão em linhas altas do campo de jogo. Outro é que inevitavelmente para se fazer pressão uma equipe que marca zonalmente passa a marcar individualmente.
 
Provavelmente seja o “desconhecimento” sobre a organização de um sistema de pressão o principal motivo para a sobrevivência de tais paradigmas e muito provavelmente pelo sucesso de algumas equipes quando fazem pressão e o insucesso de tantas outras.
 
Não era o Porto de Mourinho que marcava zonalmente e fazia pressão em linhas altas? Não era o Valencia de Rafa Benitez que também o fazia com grande eficiência e atropelava seus adversários?
 
Paradigmas, coincidências ou desconhecimento?
 
Certamente, muitas vezes deixamos de entender a vida que passa por nós pela nossa incapacidade de perceber que na verdade somos nós que passamos por ela.
 
Mesmas ações, mesmos resultados; velhos conceitos, antigos problemas.

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Muralha de Josué

Morumbi, 14 minutos do segundo tempo, Brasil empata com o Uruguai sabe Pelé como. Ronaldinho anda pelo gramado como se quisesse emular a atuação tumular de Frankfurt, na Copa-06. Aquela em que Zidane voltou a zidanar e nos fazer danar mais uma vez. O gaúcho genial era dúvida contra os uruguaios pela condição física, e estava em dívida com Dunga e com a torcida. Foi para o sacrifício. Foi para o cadafalso. A pior partida dele pelo Brasil. Ainda pior que aquela derrota para a França, quando teve todo o campo do mundo para nos dar o planeta e o caneco mais uma vez. E se escondeu na ponta esquerda. (Relato de um ronaldista de primeira hora e de caderneta).
 
Para piorar o que já estava horroroso, Gilberto fazia pela lateral esquerda uma partida identificável para qualquer torcedor brasileiro. Não havia boleiro que não se via em campo vendo o bom meia do Hertha tomar bola nas costas, errar os passes possíveis e as bolas impossíveis. Nem Juan, o imenso zagueiro da Roma, dava conta das pixotadas no seu setor. Inflamadas pela tétrica atuação do ótimo Alex na zaga direita. Potencializadas por mais uma apresentação ruim dos volantes do ex-volante Dunga. Mineiro corria e não sabia onde era o incêndio. Gilberto Silva não corria, não protegia, não jogava. Não era a muralha invisível do Arsenal. Estava apenas invisível, em nítida má forma que o levou ao banco inglês.
 
Enfim, o Brasil era um buraco em campo, dragado pelo abusado Uruguai de Tabaréz. Uma das boas novas das ótimas Eliminatórias Sul-Americanas, onde todos parecem buscar o ataque. Até os venezuelanos. Menos os brasileiros.
 
Dunga precisava mexer para auxiliar o excelente Júlio César, que tapava o gol e as cornetas que pediam Rogério Ceni. Tirar Ronaldinho era necessário. Mesmo craque fabuloso, ele não estava em campo. Como todo o time. E corria menos que Kaká e Robinho. Não estava tão bem fisicamente, e não vinha tão bem no Barça. A solução óbvia era Diego, que comia a bola na Alemanha, e que conhecia muito bem aquele Morumbi. O time manteria o 4-2-2-2 do segundo tempo, com mais chegada ao ataque, importunando mais os uruguaios, tirando-os do nosso campo cada vez mais deles.
 
Dunga também poderia deixar o time mais pegador, mais tático, mais marcador. Elano poderia marcar e jogar. Júlio Baptista teria bola e bala para fazer o mesmo. O meio-campo fortalecido protegeria a indefensável defesa, recuperaria mais bolas, e poderia achar algo no contragolpe.
 
Mas Dunga preferiu Josué. Volante que tanto funcionou na Copa América. Volante que tinha entrosamento com Mineiro e história com o Morumbi. Mas um volante. O terceiro. Para marcar Gilberto, para desafogar Gilberto Silva, para recuperar o lado esquerdo do Brasil, para avançar e liberar Kaká para encostar em Luís Fabiano e Robinho.
 
O Morumbi vaiou Ronaldinho. Em peso. Em parte, chamou Dunga de “burro”. Não pela saída do craque apagado. Mas pela entrada de um volante. Mais um. Menos um craque no Brasil.
 
Como querem os práticos, pragmáticos e táticos, a seleção recuperou mais a bola, tomou menos sustos, e achou um gol no único lance certo de Gilberto – ainda um chute torto que Luís Fabiano acertou.
 
Ganhamos pela entrada de Josué ou apenas deixamos de perder com o reforço da zaga?
 
O Brasil não melhorou com mais um volante. Apenas deixou de piorar. O que pode ser péssimo para um futuro próximo e pouco promissor. Quase toda a América buscando o ataque, e o Brasil buscando a defesa.
 
Não é o número de volantes que define um time. Mas não foi a entrada de um volante no lugar de um craque em meia hora de partida que pode definir todo o jogo de uma seleção.

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Responsabilidade de receber a Copa de 2014

Passadas algumas semanas desde o anúncio da sede da Copa do Mundo da Fifa em 2014, tudo parece voltar ao normal no mundo do futebol no Brasil. Raros são, hoje, os artigos que continuam a tratar diariamente dos preparativos para a Copa.
 
É absolutamente compreensível que a imprensa mude o foco. Não há notícia no mundo que consiga se manter diariamente na mídia por mais de seis anos. Os dirigentes e políticos, por outro lado, possuem a obrigação de manter acesa a discussão para que o evento seja não só um sucesso em termos de futebol, mas também uma forma de melhorar a vida dos brasileiros.
 
Já sabemos todos os benefícios que a Copa pode trazer ao Brasil, em termos de economia, turismo, infra-estrutura, etc. Porém, esses benefícios somente serão concretizados, de forma duradoura, caso haja um planejamento sério e rigoroso.
 
Gostaria de chamar atenção, neste artigo, sobre a responsabilidade da escolha das cidades que servirão de sede para os jogos. Essa escolha é tão importante, que não pode, de forma nenhuma, ser definida com base em interesses de federações estaduais, ou de ambições políticas dos diversos governadores e prefeitos envolvidos.
 
Uma primeira linha de frente foi definida pela CBF. São basicamente as capitais dos nossos estados. É claro que algumas delas jamais deixarão de receber os jogos, como São Paulo e Rio de Janeiro. Algumas outras têm boas chances de receber. Mas outro grupo de capitais, em nossa opinião, não pode nem pensar nessa possibilidade.
 
O investimento na reforma / construção de arenas modernas é um bom exemplo para abordarmos essa questão.
 
Estamos convencidos de que haverá recursos públicos disponíveis, sem os quais não alcançaremos a viabilidade das obras. Por outro lado, o restante, a ser financiado pelo poder privado, somente estará disponível se o projeto for viável em um médio / longo prazo.
 
Esse estudo de viabilidade reclama um amplo conhecimento, por parte dos profissionais envolvidos, de todas as possibilidades de renda por parte da arena. Nos dias de hoje, um clube (que necessariamente deve estar envolvido no projeto) possui diversas e criativas fontes de receita junto a torcedores, mídia e patrocinadores. Além disso, eventos culturais devem ser incluídos na agenda rotineira de uma arena.
 
Tudo isso deve ser levado em consideração pelos advogados envolvidos no projeto para que a melhor estrutura, incluindo as garantias aos diversos sponsors, seja sugerida.
 
Muito bem. Em determinadas cidades, a conta não fecha. Não existe possibilidade de se propor uma obra envolvendo algumas centenas de milhões de reais em locais de pouco movimento econômico e pouco potencial efetivo em popularização do futebol profissional local.
 
Nessas regiões, existe uma série de outras demandas para que o dinheiro público e privado seja aplicado, de primeira necessidade para a população. Seria uma grande irresponsabilidade gastar esse montante em um estádio apto a receber a Copa de 2014, sendo que ele será subutilizado e contabilizará prejuízos históricos.
 
Em suma, o exemplo dos estádios foi utilizado para dizer que, apesar da lista inicial da CBF, a lista definitiva de cidades-sede para a Copa de 2014 está longe de ser concluída, e dependerá, fundamentalmente, da análise criteriosa, não só da viabilidade financeira, mas principalmente da viabilidade social de cada uma dessas cidades para receber o evento.

Para interagir com o colunista: megale@universidadedofutebol.com.br

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Qual vai ser?

Você que acompanha minha coluna já deve ter percebido que não sou das pessoas mais otimistas com relação ao futuro do futebol brasileiro. Quer dizer, o futebol não vai desaparecer do Brasil nem nada disso, mas do jeito que ele está, o futuro para as instituições que o compõem atualmente não é dos mais otimistas. Há esperanças, porém.
 
Escrevo esta coluna porque andam me cobrando regularmente que eu sou uma espécie de profeta do apocalipse, que só vejo desgraça para todo o lado e que ignoro as coisas boas. E, realmente, existem coisas boas no futebol brasileiro atual, e alguns movimentos indicam que as coisas podem mudar para melhor. Falemos sobre cinco desses movimentos:
 
– A crescente independência econômica do mercado em relação ao Estado pode gerar bons frutos para o futebol. Na medida em que o capital privado se fortalece, as instituições privadas no Brasil podem perceber algum possível valor no futebol local e passar a agir de forma a criar condições mais propícias para os investimentos, e com isso gerar mais receita para o futebol nacional. Não obstante, os clubes também passam a se comportar de maneira mais adequada às regras do mercado, adotando práticas mais racionais e sustentáveis.
 
– A economia do Brasil também vai se dando bem e começando a assumir certo destaque no ambiente internacional. Com isso, os consumidores passam a ser mais bem tratados, e isso obviamente possui reflexos no futebol. Na medida em que a desigualdade econômica vai lentamente sendo reduzida, mais pessoas entram na faixa de consumo do mercado, o que aumenta significativamente o público que pode pagar pelo futebol.
 
– Aos poucos, os clubes vão ficando mais transparentes, o que permite que as práticas escusas sejam reduzidas aos poucos. Adicionando a isso uma aparente maior fiscalização dos órgãos públicos, principalmente o MP e a PF, os clubes de futebol deixam de ser um antro para negociatas que acabam favorecendo poucos em detrimento aos muitos. Além do mais, a redução da corrupção dentro dos clubes permite que o dinheiro do futebol permaneça no mercado do futebol, o que é obviamente muito bom para a indústria.
 
– A Timemania dá um fôlego para os clubes poderem se movimentar financeiramente e traçar um planejamento mais desenvolvido para os próximos anos. Além disso, ela atrela o cumprimento de normas específicas ao montante de dinheiro disponibilizado, o que eventualmente cria um cenário de desenvolvimento responsável.
 
– A Copa de 2014 pode dar um ânimo para o mercado de um modo geral, principalmente no que tange ao desenvolvimento de novos estádios para os clubes do país inteiro.
 
Bacana, não? Realmente, o cenário parece bastante favorável. E, de um modo geral, as pessoas tendem a considerar esses fenômenos e acreditar que não tem como as coisas não darem certo. Entretanto, esses cenários otimistas são aparentemente superficiais e trazem consigo certas profundidades não tão favoráveis, mas que passam longe dos olhos das análises mais rasas. Ei-las:
 
– Estudos dizem que o efeito da Copa do Mundo na média de público no principal campeonato do país que a hospeda é superestimado. Em geral, uma Copa do Mundo aumenta o público nos estádios em apenas 10%, e esse efeito tem duração de apenas cinco anos. Depois desse período, as coisas voltam como eram antes. Baseando-se nisso, quem investir em estádio novo achando que a média de público do Brasileirão irá para 40 mil torcedores por jogo vai perder dinheiro. Tanto dinheiro que acabará quebrando.
 
– O processo de reestruturação financeira dos clubes não pode ser pensado apenas com base na Timemania. Ela é uma pequena gota num imenso oceano. Além disso, a tendência é que quanto mais dinheiro os clubes de futebol têm, mais eles gastam com salários de jogadores. Possivelmente, quem mais ganhará com a loteria serão os atletas.
 
– É possível que alguns clubes só consigam se manter hoje porque são corruptos e não respeitam as leis e muito menos o mercado. Na medida em que os clubes são forçados a assumirem o seu real tamanho, talvez eles percebam que são muito menores do que imaginam. Na medida em que o futebol brasileiro se torna mais racional, mais jogadores ele passará a vender. Percebendo o imenso valor existente no mercado de transferência de jogadores, os próprios clubes começam a priorizar seus fundos de investimento em detrimento à performance em campo. E não há sinais ainda de que a demanda por jogadores brasileiros irá diminuir. Em uma recente entrevista ao jornal inglês Financial Times, uma das mais respeitadas publicações mundiais – se não a mais -, o invejado presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, afirmou que uma das receitas para o sucesso técnico e financeiro de qualquer clube europeu é comprar jogadores brasileiros. E na medida em que o mercado de transferência ganha importância inclusive para os grandes clubes de futebol no Brasil, menos atenção receberão os torcedores.
 
– Quanto mais o país assume a condição de ter uma economia mais desenvolvida, mais as pessoas poderão consumir. Quanto mais as pessoas consumirem, mais integradas elas estarão aos processos de globalização e mais atenção elas despertarão das instituições internacionais. Isso, obviamente, reflete no futebol. O mercado europeu ainda não abriu o olho para o consumidor de futebol brasileiro, pelo menos não no nível que o faz com os mercados asiáticos e norte-americanos. Quando perceber que existem pessoas com dinheiro para gastar e que essas pessoas querem consumir futebol, as grandes marcas globais entrarão de sola no mercado nacional, vendendo todo o tipo de produto e promovendo jogos amistosos e pré-temporadas em solo nacional. E quando isso acontecer, é possível que os grandes consumidores brasileiros, integrados ao mercado global, lancem mão dos seus gostos locais e troquem pelos costumes cosmopolitas. E cosmopolita que é cosmopolita não torce pra clube local.
 
Existem diversas razões para ser otimista com relação ao futuro do futebol do Brasil. Mas quanto mais o tempo passa, existem mais razões ainda para ser pessimista. Você que escolhe.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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Renovação e transparência?

Renovação e transparência?
 
“Disputar a Série A e a Série B é muito diferente, mas o principal é a transparência”. A frase foi dita na semana passada por Andrés Sanches, presidente do Corinthians, logo após o rebaixamento do clube paulista para a Série B do Campeonato Brasileiro.
 
Na ocasião, Sanches disse também que já havia convidado o amigo e ex-zagueiro Antonio Carlos para assumir a gerência de futebol corintiana. No dia anterior, o zagueiro havia se despedido dos gramados atuando com a camisa 10 do Santos no jogo contra o Fluminense.
 
Na primeira entrevista de Antonio Carlos como gerente corintiano, porém, uma declaração dada pelo atleta passou quase que despercebida pelos veículos de imprensa. Em meio às falas sobre o rebaixamento corintiano e o novo desafio, Antonio Carlos disse que havia dois meses já falava com alguns jogadores sobre o Corinthians, trabalhando informalmente para o clube.
 
Quando eleito, Andrés prometeu renovação e transparência para o Corinthians. Continua, em suas entrevistas, pregando a mesma linha de conduta dentro do clube. Renovar e ser transparente.
 
Então como pode alguém que se propõe a isso conversar com um jogador ainda em atividade e recebendo salários de um clube para assumir um cargo de gerência num rival? É, mais ou menos, como se o diretor de um banco trabalhasse informalmente para outro enquanto não mudasse de cargo. E, o que é pior, já no dia seguinte assumisse a função no concorrente…
 
Foi isso que Antonio Carlos fez. A transparência de Andrés Sanches, pelo visto, não valeu enquanto seu “amigo de infância”, como gosta de frisar, estava recuperando-se de uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho e queria fazer um jogo de despedida dos gramados.
 
O caso fica ainda pior quando lemos na Folha de S. Paulo que a torcida corintiana já interpelou Antonio Carlos sobre o fato de ele ter beijado a camisa do Santos um dia antes de ser anunciado como gerente corintiano. Imagine se a torcida e os dirigentes santistas exigissem de seu ex-funcionário explicação semelhante?
 
A transparência é um elemento em falta no esporte. Mas não dá para querer adotá-la apenas quando o assunto se refere à gestão passada de um clube em crise, como o Corinthians de hoje.
 
Renovação sempre é bom. Transparência, mais ainda. Mas não dá para existir meio-termo nesses dois campos.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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O passado, o hoje, a tática e o desabafo…

Muitas são as divergências quando o assunto é futebol. Torcedores, especialistas, treinadores, dirigentes; não bastasse o olhar direcionado pela esfera em que cada um se encontra, há ainda de se considerar que dentro de suas próprias esferas, consensos mesmo, talvez só os “emocionais”.
 
Faz algum tempo escrevo e me dedico a estudar o futebol (mais especificamente as questões físico-técnico-táticas-mentais). Sem desconsiderar as outras “esferas” que envolvem esse esporte, não temo em dizer que em muitos aspectos o nosso brasileiro-futebol parece andar a passos de tartaruga (daquelas bem pesadas e paradas).
 
Dia após dia os “leões precisam ser vencidos”; e se assim não for, a própria selva dá conta de desaparecer com a anunciada competência deste ou daquele profissional. Quem em um dia é a solução para todos os problemas, no outro não serve para mais nada.
 
A história do mundo está aí para nos dar muitos exemplos de que ou se evolui e se prepara a cada dia, ou o passado acaba consumindo nossas verdades. No futebol, não bastasse a história como baliza, há realmente que se preocupar: muitos que nele trabalham estacionaram no tempo e vivem do “fazer cômodo” que repete pressupostos arcaicos e abdicam (como se fossem máquinas programadas) do “pensar”.
 
Hoje trato com jogadores das categorias de base vindos de várias partes do Brasil. Todos muito dispostos, com gigante potencial para aprender. São inteligentes. Sonham mudar o seu mundo.
 
Muitos deles (ou quase todos eles!), porém, estão viciados no automatismo robótico e mecânico do agir sem pensar, do fazer sem significado. Grandes potenciais mal estimulados e quase “crentes” de que devem ser adestrados, obedecer ordens, correr e pronto!
 
O futebol, apesar de futebol, é diferente em vários aspectos em diversos países pelo mundo. Nós brasileiros somos os maiores campeões mundiais da modalidade. Às vezes leio livros escritos por autores de outros países, que falam do nosso futebol como exemplo a ser seguido.
 
Exemplo a ser seguido! Qual exemplo?
 
Talvez escrevam para vender livros, tentando contar os segredos do “brazilian soccer”. Talvez escrevam porque são espertos. Talvez não tenham a menor idéia do que estão a dizer.
 
O peso de termos vencido mais “Copas do Mundo” que outros países não nos deve impedir de detectar grandes falhas (na maioria das vezes desencadeadas pelo frenético empirismo) que enlaçam nosso futebol – porque mais uma vez eu venho lembrar: “se não sabermos porque ganhamos, não saberemos também porque perdemos”.
 
Talvez não saibam os europeus, mas nossas conquistas têm grande colaboração deles. Jogadores brasileiros que aos poucos vão sendo transformados em robôs no Brasil vão para a Europa e quase sempre se “libertam” da tutela do não-pensar. Bem ou mal, são melhor estimulados; ganham vida.
 
Quando convocados pela seleção nacional se reúnem, e como são inteligentes, conseguem jogar.
 
Quanto tempo vamos continuar acreditando que jogadores de futebol são preguiçosos, burros e incapazes de realizar algo mais complexo e elaborado?
 
Quanto tempo vamos preparar, na base, jogadores adestrados, limitando-os pela nossa limitação?
 
Jogadores tornam-se profissionais sem ter vivenciado e aprendido uma gama de conteúdos táticos que lhes dariam autonomia enquanto atletas. Autonomia!
 
Sinceramente não sei por quanto tempo “sobreviveremos” se nosso cenário não mudar. Talvez muitos de nós nem acredite que ele precise mudar. E aí, pelo poder do convencimento continuaremos a acreditar que no futebol não há mais nada a se evoluir, “inventar” ou fazer taticamente.
 
Como é nisso que grande parte de nós acredita, talvez nada realmente mude. Se acreditamos em verdades absolutas e em “impossíveis”, dificilmente ampliaremos nossos possíveis. Então realmente nada vai mudar; mas não porque não há o que se mudar e sim porque não se pode ir para uma direção que não se sabe que existe.
 
Se ganhamos mesmo com tantas falhas e problemas no processo, quanto mais teríamos ganho e quanto mais fácil teria sido se as coisas fossem feitas corretamente?
Busquemos entender o processo. Busquemos entender o jogo. Pensemos sobre o jogo. Ensinemos a pensar sobre o jogo.
 
“Treinemos o jogo e não o automatismo de movimentos. O movimento está no jogo, mas o jogo não está no movimento automatizado”.
 
Equipe tática é equipe pensante. Autonomia para jogar, autonomia para viver…
“(…) pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo; agora assiste a tudo em cima do muro (…)”
 

– DIGA NÃO A TRABALHOS QUE DEIXAM AS EQUIPES “EM CIMA DO MURO”!

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Proteção aos clubes formadores

Nesta semana, tive a oportunidade de participar do seminário Footecon, realizado com o apoio de Carlos Alberto Parreira, ex-técnico da seleção brasileira e atual comandante dos bafana-bafana, nome pelo qual a seleção sul-africana é carinhosamente apelidada.
 
Durante o encontro, que foi protagonizado por diversas personalidades do mundo do futebol, como Luxemburgo, Júnior, Mano Menezes, Caio Júnior, além é claro do próprio Parreira, muito se comentou sobre triste realidade da perda de jovens jogadores das categorias de base de clubes formadores e da conseqüente dificuldade enfrentada por seus técnicos em montarem times competitivos.
 
Diversos palestrantes do evento sugeriram que, para por um fim nesse problema, a nossa legislação desportiva deveria ser alterada de modo a proibir que jovens talentos fossem transferidos ao exterior antes de seus 23 anos de idade (talvez por uma alusão à regulamentação da FIFA, que estabelece o período de formação de atletas de futebol dos 14 aos 23 anos).
 
Em artigo anterior, neste mesmo espaço que me é concedido, tive a oportunidade de opinar a respeito, dizendo que, em minha opinião, o grande desafio imediato do nosso futebol é segurar os jogadores intermediários que hoje se aventuram por países de pouca tradição de futebol, ou ainda por ligas inferiores de países europeus. E que é absolutamente normal e irreversível que grandes nomes como Kaká e Ronaldinho Gaúcho sejam transferidos a terras estrangeiras.
 
A discussão deste artigo, entretanto, é distinta: discutimos agora se existiria uma possibilidade de alteração legislativa que pudesse segurar jovens jogadores (de primeira linha ou não), que ainda não estivessem devidamente formados e prontos a enfrentar um mercado estrangeiro. Eu entendo que não. A saída para esse problema, em minha opinião, é outra.
 
O Brasil é o país da letra morta em termos legislativos. Temos em nosso sistema normativo centenas de milhares de normas jurídicas formalmente em vigor, mas que, na prática, na maioria dos casos, são absolutamente ignoradas.
 
A cada novo problema que o país enfrenta, os membros do Poder Legislativo e Executivo se movimentam para criar uma nova lei, ou alterar a então vigente, com o escopo de corrigir o problema. O resultado é o acréscimo desmedido de diplomas que não são respeitados pelos cidadãos, quer pelo oportunismo de alguns, quer pela efetiva impossibilidade de conhecê-las e entendê-las em sua íntegra.
 
E o que é pior, as próprias autoridades aparentemente também não as conhecem, e, como conseqüência, não exigem seu cumprimento e/ou punem o descumprimento.
 
Resultado: a legislação em vigor torna-se fraca, sem que o resultado prático esperado seja devidamente alcançado.
 
Essa filosofia deve ser aplicada ao caso de perda de jovens atletas a clubes estrangeiros. Entendo que não há qualquer legislação, por mais perfeita que possa ser elaborada, que venha a neutralizar a criatividade dos clubes poderosos de contratar atletas, cada vez mais jovens.
 
Assim, a medida a ser tomada é outra. É no campo prático, do dia-a-dia dos clubes.
 
As federações (a iniciar pela própria FIFA) precisam dar maiores condições e incentivos para que os clubes formadores possam garantir maiores atrativos a seus atletas. Esses clubes precisam passar por reestruturações, precisam melhorar as condições dos seus atletas de base em termos de alimentação, saúde, educação e treino.
 
E não se trata apenas de recursos a serem repassados aos clubes. Estamos falando em know-how principalmente (a velha história do dar o peixe ou ensinar a pescar).
 
Os clubes precisam aprender a faturar dentro da nova concepção do negócio futebol. Precisam desenvolver seus departamentos de marketing para melhor se relacionarem com seus torcedores, hoje seus clientes. Desenvolver camarotes em seus estádios (mesmo que de forma bastante rudimentar, no caso de pequenos clubes do interior, mas que ainda assim poderiam representar importante fonte adicional de renda). Dentre diversas outras atividades.
 
Muito já se evoluiu e as federações vêm promovendo diversos seminários, simpósios, etc., com essa finalidade. Precisamos também de disposição para implementar mudanças por parte dos nossos dirigentes.
 
Só assim esses clubes poderão estar em situação confortável para dar maiores condições a seus jovens atletas das categorias de base.
 
Quando isso ocorrer, temos certeza que esses clubes terão mais chances de segurar, de forma natural, seus talentos de base (exceção feita, claro, àqueles casos excepcionais, como Kakás e Ronaldinhos), sem a necessidade de procedermos qualquer alteração legislativa.
 
Ou vocês acham que o São Paulo FC tem hoje o mesmo índice de perda de atletas em formação dos times menos estruturados?

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Faz sentido

O Corinthians caiu para a Série B, e isso é bom para todo mundo. É bom para os torcedores dos outros times da Série B, é bom para os times que ficaram na série A – um grande a menos para competir no ano que vem -, e é bom principalmente para o Corinthians.
 
Os torcedores corintianos, obviamente, não devem concordar comigo. Mas uma matéria da Folha de São Paulo assinada pelo jornalista Paulo Cobos, que se baseou nos sempre muito úteis dados da Casual Auditores Independentes, diz que dos últimos cinco clubes fundadores do C13 que caíram para a segundona, quatro tiveram acréscimo de receitas no ano em que passaram na divisão inferior. O único que não obteve dividendos com o rebaixamento foi o Botafogo. Bem que dizem que tem coisa que só acontece por aquelas bandas.
 
E não foi coisa pouca, não senhor. Bahia, Grêmio e Atlético Mineiro chegaram a ter um acréscimo nos seus faturamentos em cerca de 50%. Faz algum sentido isso? Não, não faz. Mas tentemos tirar algumas conclusões.
 
Peguemos o exemplo mais recente, o Coritiba, que ficou duas temporadas jogando na Série B, e façamos uma breve análise baseada apenas nos dados disponibilizados pela CBF, ou seja, na receita proveniente da bilheteria dos jogos em casa. Em 2004, ano em que o Coritiba acabou em 12º lugar na Série A, meio da tabela, a média de público foi de apenas 7.393 pagantes por jogo. Em 2005, ano em que foi rebaixado, a média de público cresceu para 18.688 pagantes por jogo, um acréscimo de 152% em relação ao ano anterior, apesar da significativa piora de performance. Em 2006, ano em que acabou na sexta colocação da Série B, a média de público do Coritiba foi de 10.715 pagantes por jogo. Apesar de ter sido apenas 6ª maior média da Série B, o Coritiba teve mais público que seus conterrâneos, Atlético Pr e Paraná, que jogaram na Série A. A média de receita também superou a do Paraná, mas ficou abaixo da média do Atlético Pr, coisa que não aconteceu em 2007, ano em que o Coritiba sagrou-se campeão da Série B. Neste ano, a média de público do clube foi de 17.377 pagantes por jogo, o que gerou uma renda média de R$253.658,84. Tanto a média de público quanto a média de receita gerada por ingressos do Coritiba foram superiores que as do Atlético Pr e do Paraná.
 
Caso o Coritiba tivesse jogado a Série A deste ano e mantivesse as mesmas médias de público e renda, ele teria a 10ª maior média de público e a 7ª maior média de renda por jogo. O preço médio de ingresso do Coritiba neste ano ficou em R$ 14,60 por jogo, o mais elevado da Série B e, se comparado com a Série A, foi superado apenas por Atlético Pr (R$18,42), América RN (R$ 15,53), Palmeiras (R$ 15,46) e Botafogo (R$ 14,81). Mais estranhamente ainda, aliás, muito mais estranhamente ainda, a média do preço por ingresso do campeão da Série B (R$ 14,60) foi 17% maior do que a média do preço por ingresso do campeão da Série A (R$ 12,45). Faz algum sentido isso? Não, não faz.
 
Esses dados, porém, restringem-se apenas às receitas provenientes dos ingressos em dias de jogo. Obviamente que o São Paulo, campeão da Série A, irá obter muito mais receita do que o Coritiba, principalmente dos contratos de patrocínio e de televisão. Entretanto, os dados aqui apresentados somados aos dados da Casual Auditores Independentes apresentados pela reportagem de Paulo Cobos mostram bem o quão confusa é a indústria do futebol brasileiro.
 
Em uma indústria normal, clubes que jogam em melhores divisões possuem maiores receitas, levam mais gente aos estádios e cobram mais caro pelos ingressos. Obviamente que existem exceções pontuais, mas a regra é essencialmente essa. Por conta da necessidade de apresentar maior qualidade em campo, clubes de divisões superiores também gastam muito mais em salários e transferências do que clubes de divisões inferiores. Como em indústrias normais boa parte dos contratos com os jogadores tende a ser mais longos, os clubes que caem de divisão acabam tendo sérios problemas financeiros, uma vez que têm que continuar a arcar com contratos elevados enquanto sofrem uma grande redução de suas receitas.
 
No Brasil, como visto, a queda de divisão para clubes mais tradicionais não significa necessariamente uma perda muito grande de receita, uma vez que o contrato com a televisão possui uma cláusula que atenua a queda e que os torcedores aparentemente preferem ganhar na Série B do que perder ou empatar na Série A. Além disso, e talvez mais importante ainda, boa parte dos contratos com os jogadores é de pouca duração, o que permite que o clube renove o seu elenco e adapte sua folha salarial sem maiores preocupações. Levando-se em conta, ainda, que a atenção dada ao clube tradicional jogando a Série B é tão grande ou maior do que aquela dada quando ele jogava a Série A, e que a qualidade da Série B é relativamente menor do que a qualidade da Série A, fica muito mais fácil ter jogadores em destaque. Como o nível técnico tende a ser menor, um jogador mediano da Série A acaba sendo um bom jogador na Série B. Com a grande atenção da mídia e do público, os bons jogadores da Série B que jogam por um clube tradicional acabam sendo considerados bons jogadores de um modo geral, independente da divisão em que esteja, o que possui um impacto sensível no preço que pode ser cobrado por uma eventual transferência. Isso vale especialmente para jogadores saindo das categorias de base.
 
Com tudo isso, não é surpresa que acabe sendo mais rentável para o clube jogar a Série B do que a Série A. Mostra, um pouco, como é confuso o futebol brasileiro, uma vez que um clube ganha mais perdendo do que ganhando. Para um clube grande, vale mais a pena acabar no topo da Série B do que no meio da Série A.
 
Sorte, acho, que os clubes não são organizações com fins econômicos, o que impede que eles definam seus objetivos baseados na performance em detrimento à performance esportiva.
 
Fossem os clubes empresas, como muitos parecem preferir, a ‘luta contra o rebaixamento’ se transformaria em uma ‘luta pelo rebaixamento’. Faz algum sentido isso? Não, não faz.

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E daí?

O Corinthians caiu. E daí? O rebaixamento pode ser abordado de duas maneiras distintas.
 
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O início do fim

Não haveria uma hora pior para a queda corintiana. Endividado, com uma nova diretoria, um time apenas mediano e – que desastre! – agora a ida para a Série B. Queda de receita de televisão, humilhação do torcedor nas ruas, falta de dinheiro para contratar bons jogadores, falta de calma para os atletas e a comissão técnica trabalhar.
 
Nem mesmo a massa de mais de 25 milhões de torcedores poderá ser capaz de evitar um desastre ainda maior. Não há dinheiro para contratações, o caso com o MSI continua nebuloso e ainda pode gerar mais multas e pagamentos astronômicos pelas já malfadadas contratações de Tevez, Sebá e Mascherano.
 
O sonho de Tóquio tornou-se o pesadelo de Bragança Paulista. Agora, em vez de pensar na final do Mundial de Clubes no Japão, o Timão terá de se preocupar com o ataque do Bragantino nos jogos da Segundona!
 
A queda alvinegra é o início da ladeira em que o Corinthians se envolve. O clube tem dívida com quase todos os ex-técnicos da época do MSI. Além disso, será preciso renegociar débitos com fornecedores. Para piorar, ainda a receita será menor, principalmente a da televisão.
 
A pressão pelos resultados fará a diretoria perder o rumo. Sem planejar, o time ficará desorientado até o momento em que for tarde demais. Sem padrão de jogo, sem treinador fixo, com jogadores sem identificação com o clube. E o jogo contra o Bragantino poderá representar o início do fim…

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