Última rodada de definições dos principais campeonatos Estaduais do país. Times grandes duelando contra alguns azarões. E, para variar, uma overdose de cobertura da imprensa em todo o país. O que poderia ser momento para a discussão de projetos e caminhos que o futebol têm tomado se transforma, invariavelmente, na antiga lenga-lenga que domina o noticiário esportivo desde os anos 50.
Término da rodada no Paulistão e, os principais canais por assinatura começam a uma massacrante cobertura das entrevistas coletivas após as partidas. Leão de um lado, Mano Menezes de outro, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho acolá.
Muitas frases e poucos conteúdos. De quem responde e, em alguns casos, para não dizer na maioria, de quem pergunta, que não consegue fugir da obviedade.
“Leão, com o empate contra a Ponte Preta o Santos deu uma resposta aos críticos que diziam que o time reserva não conseguiria fazer frente ao adversário e atrapalharia o Corinthians?”
“Mano Menezes, o Santos acabou fazendo a parte dele. Talvez o Corinthians não tenha se preocupado demais com o resultado na Vila Belmiro que acabou esquecendo o que tinha de fazer em Bauru?”
“Muricy, agora é hora de pensar no confronto contra o Palmeiras. O resultado na fase de classificação serve de estímulo para a sua equipe provar que tem bola para ser campeã?”
“Luxemburgo, o mando de campo do jogo [das semifinais] é da Federação Paulista, que deverá fazer os dois jogos no Morumbi. Você acha que de fato é um estádio neutro?”
Invariavelmente essas foram as questões mais ouvidas e mais respondidas no início da noite do último domingo. No Rio Grande do Sul, o questionamento deve ter sido maior para a queda gremista diante do Juventude, com Celso Roth sendo pressionado pela “falha” no momento da decisão. Em Minas, os enfoques ficaram sobre o alívio cruzeirense de bater o Tupi e já evitar a semifinal contra o Galo, diferentemente do que ocorreu com Palmeiras e São Paulo.
O fato é que 30 minutos de televisão pós-jogo, atualmente, equivalem a uma sessão de tortura para quem espera alguma informação. São 30 minutos com aquele diz-que-diz improdutivo, com perguntas óbvias e respostas à altura.
E olha que hoje existem cinco canais por assinatura no país exclusivos de esporte!
Mais fácil era o tempo em que bastava ligar a TV na hora do Fantástico e esperar a narração do Léo Batista de todos os gols do Brasil, inclusive do quinto turno do returno do hexagonal decisivo triangular do Campeonato Pernambucano…
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