O primeiro deles é o efeito que isso causou para a imagem do clube. Recém-promovido da Série B do Campeonato Brasileiro, o Corinthians, apesar de toda a força que tem, estava “ofuscado” pela conquista do hexacampeonato brasileiro do São Paulo.
Considerando que ambos os clubes estão em busca de um patrocinador para 2009, a jogada corintiana foi ainda mais brilhante. Não só pelo reforço de marca que Ronaldo proporciona, mas também pela concentração de mídia que a contratação do Fenômeno provocou.
O brilhantismo da estratégia de comunicação corintiana foi digno de um trabalho eficiente de gerenciamento de crise dentro de uma empresa. O problema (no caso, o triunfo são-paulino) estava ali, exposto. Em dois dias, o Corinthians não só deixou esse assunto esquecido como passou a causar intenso barulho sobre a sua marca.
No domingo seguinte à conquista tricolor, o alvinegro dominou o noticiário, com reportagens gigantescas sobre a história de Ronaldo, as perspectivas da contratação, o time dos sonhos do Corinthians, etc.
Mas o que foi mais interessante ainda foi poder perceber o amadurecimento da imprensa. Em vez de criticar o Corinthians pela contratação de risco, a maior parte da mídia entendeu que ela tem muito mais sentido do ponto de vista do negócio do que do esporte.
Sem dúvida a contratação de Ronaldo é uma das grandes notícias do negócio esportivo em 2008. E promete ser um bom divisor de caminho na cobertura esportiva brasileira. Afinal, qual jornalista não se empolgará em poder entrevistar Ronaldo? Qual jornalista não começará a defender estratégias ousadas de marketing para o país repatriar jogadores de renome?
Que Ronaldo faça com que, em 2009, nossa imprensa esteja mais consciente com a presença do marketing esportivo, entendendo que ele é parte importante do esporte.
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