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Computação voluntária, um dia, quem sabe: open-football

Olá amigos. Antes que os mais exaltados se preparem, o termo futebol cooperativo não está conotando o aspecto da individualidade, da competição ou dos jogos cooperativos aplicados ao jogo, mas é muito mais no sentido de desenvolvimento de tecnologia e gestão.

Na última semana, durante uma discussão com colegas (naquela já velha e conhecida conversa de bar), surgiu o assunto computação voluntária. Os mais engraçadinhos falaram imediatamente de computadores que se dedicavam a ONGs e projetos voluntários. E apesar das brincadeiras não é que o assunto ganhou corpo?

Resolvi, então, verificar o que seria essa tal computação voluntária e trazer suas reflexões e possibilidades de aplicação para o nosso tão querido futebol.

No site G1*, existe uma série de artigos com definições sobre alguns termos do meio tecnológico. Não é uma fonte cientifica que possa nos dar uma real condição de avaliar e compreender a questão, mas serve de ponto de partida para o contato com o tema. Para quem se interessar vai a dica do portal mais famoso com projetos de computação voluntária: www.worldcommunitygrid.org.

Conceitualmente e conhecido internacionalmente como grid computing e entendido como um “… tipo de sistema de computação distribuída, geralmente associado a grandes projetos científicos, utiliza a capacidade de máquinas ociosas espalhadas pelo mundo para processar grandes quantidades de informação”*.

O funcionamento, como toda inovação, traz dúvidas e receios, mas, em suma, sua idéia permite com que grandes projetos, dentre eles os destaques sobre cura do câncer, Aids, dengue, etc, possam ser viabilizados.

“Esses projetos de grid computing rodam em máquinas que estejam ociosas, bastando que elas estejam ligadas. Normalmente, exigem a instalação de um pequeno programa (que se encontra no site da organização da pesquisa) que verifica se o computador não está sendo usado (esse é o momento em que você estará ajudando justamente quando não fizer nada). Aí, entra em cena um processo que baixa arquivos com dados a serem processados, processa os mesmos e envia os resultados para os organizadores da pesquisa. Caso você precise utilizar a máquina, o programa sai de cena liberando praticamente todo o poder de processamento do equipamento. Muitos deles proveem uma forma de visualizar a evolução do processamento”**.

Por alto, segue-se a tendência já discutida por nós sobre open-source, de criar comunidades abertas, colaborando para o desenvolvimento de tecnologias e soluções de utilização da capacidade intelectual ou estrutural/instrumental de diversas fontes.

Observando essas tendências, reflito e discuto suas possibilidades de desenvolvimento no futebol. Para que uma rede compartilhada de informação, desenvolvimento e estruturação funcione é preciso que os dirigentes do meio esportivo abram as mentes para a inovação, superando a tão chamada resistência à tecnologia, ou o que já discutimos sobre o processo digestivo do impacto tecnológico.

O próximo passo é definir os elementos comuns aos clubes e gestores que podem ser úteis a todos sem que seja estrategicamente inviável.

Alguns poderiam pensar se esse não seria o primeiro passo, pois desta forma seria mais fácil abrir a mente dos dirigentes. Mas temos que extrapolar o que é enraizado como estratégico para os clubes.

Muitos profissionais confundem informação estratégica com informação. O acesso à informação já deixou de ser um tabu no meio tecnológico, o grande segredo é o que fazer com essas informações, que envolvem uma pergunta estratégica: como ler tal informação? Esse o é limiar que deve estabelecer a construção de projetos compartilhados de futebol.

A informação básica é necessária para todos, por exemplo, dados sobre jogadores, desempenhos de equipes, se cada clube ou profissional desenvolver seus mecanismos, todos arcarão com o custo de desenvolvimento, o que é uma das etapas mais caras de qualquer tecnologia.

A partir do momento que consigo extrapolar a visão do que é estratégico, é possível pensar em compartilhamento do desenvolvimento tecnológico, gerando, desta forma, uma diminuição dos custos, “sobrando” dinheiro para investir no que é realmente estratégico: informações aprofundadas e a leitura dessas (seja por meio de componentes tecnológicos ou pela formação e capacitação de profissionais diferenciados que consigam transformar dados em informação).

Quem sabe, em breve, não surjam projetos de um futebol voluntário, ou um open-football ?

*http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL787321-15524,00-O+QUE+E+COMPUTACAO+VOLUNTARIA.html

**http://blog.brasilacademico.com/2009/09/computacao-voluntaria-cure-o-cancer-sem.html

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br