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A função de analista de desempenho: quem deve ser?

Olá, amigos!

Na semana passada, falamos sobre a função de analista de desempenho que Mano Menezes indicou para a seleção brasileira.

Recebi e-mails de alguns amigos que leram a coluna citada. Alguns comentários gerais, mas em quase todos tivemos uma reflexão de quais os pré-requisitos para esse novo profissional, quais os conhecimentos necessários e, sobretudo, onde formá-lo.

Com o despertar desse tema, me arrisco a levantar alguns pontos, sem a pretensão de ter a verdade, apenas de estimular o debate.

Antes de qualquer caracterização sobre as competências e habilidades desse profissional, é importante ressaltar que o técnico tem decisivo papel na escolha e na elaboração das funções que serão desempenhadas pelo analista. É o técnico quem deve definir a pessoa e o perfil das atividades que devem ser desenvolvidas, afinal é a ele que serão reportadas as informações e as interpretações.

Nesse aspecto, acho que quando pensarmos em cursos, atualizações ou seminários sobre o assunto, uma figura importante para debater a função do analista de desempenho é o próprio técnico. Não adianta nada discutirmos e elaborarmos uma riquíssima estrutura de conhecimentos pensando a formação e orientação deste “novo” profissional sem ouvir o mais interessado nos resultados fornecidos por ele.

Feito isso podemos elencar, em caráter de reflexão para o debate, alguns breves pontos para quem pretende se inserir neste segmento.

a. Formação

O conhecimento da ciência do treinamento esportivo é importante para esse profissional, pois deve compreender as variáveis e aspectos que interferem no desempenho esportivo.

Agregado a isso, o profissional pode direcionar sua formação para uma visão integrada de trabalho, buscando elementos dos estudos da gestão de informações e conhecimento para complementar sua atuação

b. Especialização em análise do jogo

Um aspecto que pode ser o diferencial deste profissional, quando o mercado realmente entender a sua importância e continuar a valorização dada pelo técnico da seleção, é o aprofundamento nas ciências e estudos focados na análise de jogo.

Estudos de Hughes, Franks, Bayer, Garganta, entre outros, são caminhos importantes para compreender a lógica dos jogos coletivos bem como os processos da analise do jogo

c. Relações pessoais – Networking

O bom relacionamento e os contatos pessoais como em qualquer área são imprescindíveis. É através dele que as portas se abrem para que o profissional possa mostrar seu valor e a partir disso se estabilizar graças às suas competências

d. Atualização tecnológica

Para alguns isso pode soar estranho, já que vivemos numa era tecnológica, porém para outros isso pode ser um tormento. Mas é extremamente necessário que o analista de desempenho se torne um usuário intermediário dos recursos tecnológicos. Não basta usar o computador para ler e-mail e ver vídeo – dentre suas habilidades, devem ser desenvolvidas questões de análise de planilhas, elaboração de relatórios, interação e aprendizados constantes dos sistemas e novos sistemas que surgirão nesse segmento.

Por fim, ressalto que são pontos levantados para discussão. Com certeza há inúmeros outros aspectos que devam ser considerados, e outras opiniões que podem contribuir para entendermos o caminho que poderá ser seguido para quem pretende se aventurar nesse campo.

Mano Menezes abriu este debate. Agora cabe a todos nós contribuirmos com os rumos que podem ser tomados.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br