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Berros

Nos últimos dois meses, o preço do aço subiu mais de um terço, por conta de uma série de fatores. Um deles é o climático, que afetou o fornecimento para produtores de aço, que por sua vez produziram menos, o que levou a um aumento no preço.

Isso que o mundo ainda está engatinhando na recuperação econômica.
E isso, aparentemente, não tem nada a ver com futebol.

Mas tem.

Aço mais caro significa construções mais caras. Ou seja, aço mais caro significa estádios mais caros. E isso tem potencial de virar um problema do tamanho da Copa do Mundo.

Por enquanto, a maioria dos estádios pra Copa do Mundo não conseguiu sair do papel. A hora que saírem, todas as construções devem ser simultâneas. Não só dos estádios, mas de toda melhoria de infraestrutura urbana tão defendida e propagandeada. Com tudo sendo construído ao mesmo tempo, o preço da matéria prima obviamente já subiria. Como há um deadline evidente para o prazo dessas construções, o valor então vai disparar. Parece ser bastante provável que o custo da Copa estimado até agora vai se tornar bastante sub-valorizado. A conta vai ser um pouquinho maior.

Isso que o mundo ainda está engatinhando na recuperação econômica. E isso que estou falando só de matéria-prima, e não de mão de obra.

Construtores já reclamam da escassez de mão de obra especializada, visto que o número de obras de grande porte no Brasil é alto e vai ficar ainda maior se o governo resolver tirar o grosso do PAC do papel. Com uma montoeira de obras simultâneas, a briga pelo peão de obra vai ser grande. A usina hidrelétrica vai brigar com a rodovia. E a rodovia vai brigar com o porto. E o porto vai brigar com o estádio. E o estádio vai brigar com a nova pavimentação da cidade.

A estrutura para a Copa clama pelo início. O PAC também. E a recuperação econômica mais ainda.

Resta saber quem vai gastar mais pra gritar mais alto. E quem vai ter que acabar ficando de lado.