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O livro do ano

Gislaine Nunes, ou melhor, a “Doutora” Gislaine, não deve ser muito conhecida do grande público.

Existem muitos outros profissionais liberais – médicos, dentistas e advogados – que conquistaram notoriedade no país, ingressando na vida pública ou emitindo opiniões aos meios de comunicação.

Gislaine ficou famosa por confrontar clubes de futebol, em nome de seus clientes, os jogadores.

A trajetória de sucesso foi forjada na esteira da vigência da Lei Pelé, quando suas liminares obtidas na Justiça atordoavam os clubes e movimentavam o mercado de transferências de jogadores – em especial do Brasil ao exterior.

Agora ela lançará sua autobiografia, chamada de “Vim, vi e venci”.

Na resenha ou excertos do primeiro capítulo do livro, disponíveis em seu site oficial, faz menção ao início da carreira e da experiência adquirida no Sindicato dos Atletas de SP, quando liderava os jogadores na busca pela liberdade de exercício do trabalho.

Talvez, o que mais chama atenção é o conteúdo dedicado às ameaças sofridas, em público ou clandestinamente, da cartolagem que reprovava sua atuação.

Um trecho:

Recordo-me as ameaças de morte que se seguiram com a explosão da libertação de atletas. As concessões de liminares que libertavam os atletas profissionais de futebol dos grilhões que prendiam seus tornozelos aos seus empregadores (Clubes de Futebol) aconteciam em grande número. Às vezes quatro ou cinco por dia. Era muito bom. Era gratificante ver o Judiciário acolhendo a ânsia daqueles que tanto sonharam com o livre exercício ao trabalho.

Seus mais recentes e famosos casos são a defesa de Zé Elias, na revisão de pensão alimentícia que o levou à prisão, e o volante Cristian, contra o Corinthians.

Mas a lista de casos midiáticos foi muito extensa – Fábio Costa, Luizão, Rogério Ceni, Marcelinho Carioca, Juninho Pernambucano e Ricardo Oliveira.

Em que pese o mérito, sua atuação, nos primeiros anos de Lei Pelé, contou com a total desorganização dos departamentos jurídicos do clubes.

Hoje, o cenário seria absolutamente diferente. Futebol é gerido como negócio. Negócios geram dinheiro. Negócios necessitam de proteção jurídica. E os clubes aprenderam com a navalha na carne.

Gislaine promete ir além e revelar tudo, tudo o que viveu no meio do futebol.

Afirma ela que fará as narrações de acontecimentos que com certeza irão abalar algumas estruturas, na qual, renderão processos por danos morais, etc. Mas aconteceram. Direi onde, como e quem foram os autores destas mediocridades… A hora chegou!

Que Andrew Jennings x Fifa, que nada!

Se for tudo isso, o livro do ano, no futebol brasileiro será o da “Doutora” Gislaine.

E a pronúncia é “Gisleine”. Senão, vai sobrar pra você também.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br