Categorias
Sem categoria

Entrevista Tática: Niander, lateral direito do Penapolense-SP

Antes de iniciar a entrevista com o referido atleta, gostaria de deixar uma breve opinião de Tostão, publicada na Folha de São Paulo, que expressa a visão do colunista sobre o desempenho da seleção brasileira na final da Copa das Confederações.

“Por causa de um excepcional jogo não se pode tirar conclusões, mudar conceitos, nem dizer que as críticas anteriores à seleção e ao futebol brasileiro eram incorretas e/ou severas. O que vimos contra a Espanha não tem nada a ver com o que a seleção jogava nem com a qualidade e a maneira de atuar da maioria das equipes brasileiras. Mas o fato mostra que, se o futebol brasileiro, a médio prazo, trabalhar com eficiência e seriedade, dentro e fora de campo, estará, de rotina, e não apenas em um momento, entre os melhores do mundo.”

Parabéns, Tostão, por mais uma valiosa opinião sobre o nosso futebol.

Obrigado, Renato Buscariolli, pelo contato para a entrevista.

1-Quais os clubes que você jogou a partir dos 12 anos de idade? Além do clube, indique quantos anos tinha quando atuou por ele.

Jockey Clube-SP (12 aos 14 anos); Ituano-SP (15 anos ); Atlético Sorocaba-SP (16 aos 22 anos ); Mineiros-GO (23 anos ); Noroeste (23 anos ); Bragantino-SP (23 e 24 anos ); Operário-MS (24 anos), São Bernardo-SP (24 aos 26 anos) e Penapolense-SP (27 aos 29 ).

2-Para você, o que é um atleta inteligente?

Um atleta inteligente tem que valorizar suas características, tentar assimilar o mais rápido possível o que o treinador pedir e ter uma conduta exemplar fora de campo.

3-O quanto o futebol de rua, o futsal ou o futebol de areia contribuiu para a sua formação até chegar ao profissional?

O futebol de rua me fez amadurecer mais cedo, aprendendo a malícia e a experiência de jogar com pessoas mais velhas.

4-Em sua opinião, o que é indispensável numa equipe para vencer seu adversário?

Fator indispensável para uma equipe vencer seu adversário é a parte física, pois bem fisicamente o atleta supera suas limitações técnicas e táticas.

5-Quais são os treinamentos que um atleta de futebol deve fazer para que alcance um alto nível competitivo?

O atleta necessita de muito trabalho técnico e muita força física.

6-Para ser um dos melhores jogadores da sua posição, quais devem ser as características de jogo tanto com bola, como sem bola?

Sou lateral e preciso apoiar muito durante os 90 minutos. Chegar sempre com qualidade na linha de fundo e ter uma ótima recuperação na marcação.

7-Quais são seus pontos fortes táticos, técnicos, físicos e psicológicos? Explique e, se possível, tente estabelecer uma relação entre eles.

Sou um atleta muito determinado na formação tática e procuro entender e fazer tudo que o treinador nos orienta durante a semana . Tenho um bom passe e hoje em dia uma boa equipe tem que valorizar ao máximo sua posse de bola. Como tenho muita força física, procuro sempre explorar minha explosão. Procuro também sempre manter o foco nas partidas.

8-Pense no melhor treinador que você já teve! Por que ele foi o melhor?

Luciano Dias. Pessoa muito inteligente taticamente e tem uma conduta exemplar.

9-Você se lembra se algum treinador já lhe pediu para desempenhar alguma função que você nunca havia feito? Explique e comente as dificuldades.

(…) Ele me pediu para atuar na lateral esquerda em um treinamento coletivo. Sou destro e acabei tendo muita dificuldade.

10-Qual a importância da preleção do treinador antes da partida?

Relembrar todo o trabalho feito na semana, pontos fortes do adversário e o principal que é a motivação.

11-Quais são as diferenças de jogar em 4-4-2, 3-5-2, 4-3-3, ou quaisquer outros esquemas de jogo? Qual você prefere e por quê?

No 4-4-2, os laterais acabam tendo uma função muito importante na marcação, já no 3-5-2, os laterais tem uma liberdade de ataque muito maior. Prefiro o 4-4-2 porque exige do lateral um bom posicionamento tático, fechando na linha dos zagueiros e sabendo apoiar no momento certo.

12-Comente como joga, atualmente, sua equipe nas seguintes situações:
•Com a posse de bola;
•Assim que perde a posse de bola;
•Sem a posse de bola;
•Assim que recupera a posse de bola;
•Bolas paradas ofensivas e defensivas.

Minha equipe valoriza muito a posse de bola, mas sem perder a agressividade. Assim que perdemos a bola o jogador mais próximo já começa a fazer a marcação pressão. Sem a posse, procuramos diminuir
o campo em 40m e sempre pressionar o atleta que está com a bola.

Quando recuperamos tentamos valorizar a posse da bola e envolver o adversário!

Nas bolas paradas defensivas marcação por setor e nas ofensivas atacar a bola.

13-O que você conversa dentro de campo com os demais jogadores, quando algo não está dando certo?

Procuramos manter a calma e o posicionamento pedido pelo treinador. Mas nós atletas precisamos ter a iniciativa de fazer algo diferente para se organizar o mais rápido possível.

14-Como você avalia seu desempenho após os jogos? Faz alguma reflexão para entender melhor os erros que cometeu? Espera a comissão técnica lhe dar um retorno?

Tenho minha autocrítica e sempre procuro analisar o que poderia ter feito de diferente para evitar os erros. A comissão técnica nos apresenta um trabalho de vídeo para observarmos onde foi que erramos e acertamos na partida.

15-Para você, quais são as principais diferenças entre o futebol brasileiro e o europeu? Por que existem estas diferenças?

A diferença do futebol europeu com o brasileiro é a condição financeira e a obediência tática. Existem estas diferenças porque o Brasil é um país muito corrupto e o atleta brasileiro se destaca na individualidade.

16-Se você tivesse que dar um recado para qualquer integrante de uma Comissão Técnica, qual seria?

Seja coerente com todos os atletas, independente da situação.

 

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

 

Leia mais:
Entrevista Tática: Almir Dias, meio-campista do Novorizontino-SP
Entrevista Tática: Oliver Minatel, atacante do Nacional da Madeira-POR
Entrevista Tática: Nei, lateral-direito do Internacional
Entrevista Tática: Dante, zagueiro do Borussia M’Gladbach-ALE
Entrevista Tática: Gilsinho, atacante do Corinthians