Categorias
Sem categoria

Banco de Jogos – Jogo 10

As reposições de bola em jogo por tiro de meta e arremessos laterais, muitas vezes, são negligenciadas pelos treinadores. Para evitarem a perda da posse de bola em regiões próximas à própria meta ou quaisquer outras situações de contra-ataque que possam se tornar perigosas, optam por desfazer-se da bola através de chutões ou cobranças de arremessos laterais sem movimentações grupais.

Como perder a posse de bola menos vezes que o adversário tem relação com o cumprimento da Lógica do Jogo é importante que estas situações sejam bem treinadas para potencializar as chances de finalização. Além disso, momentos como estes devem ser aproveitados para que a organização do próprio sistema (equipe) supere a organização do sistema adversário (logo, o desorganize). No confronto de sistemas que é o jogo de futebol, estes momentos durante o jogo facilitam a organização uma vez que a bola, referência do jogo em constante mudança de região do campo, encontra-se parada.

A coluna desta semana traz uma possibilidade de aplicação de um jogo para estimular estes elementos em que quem melhor aplicá-los terá maior chance de vencer.

Jogo Conceitual em ambiente específico de Reposição de bola em jogo

– Dimensões do campo oficial. ~ 100m x 70m;

– Campo dividido na intermediária ofensiva, conforme ilustra a figura:


– Número de Jogadores: Gr + 10 x Gr + 10
– Sugestão do tempo de jogo por série: 10 minutos;

Regras do Jogo

1. As equipes jogam com 3 toques no campo de defesa e toques liberados no campo de ataque;

2. Cobrar tiro de meta com lançamento para o campo de ataque e perder a 1ª bola = 1 ponto para adversário;

3. Cobrar tiro de meta com lançamento para o campo de ataque e perder a 2ª bola = 1 ponto para adversário;

4. Cobrar tiro de meta com passe ou lançamento no campo de defesa e passar o meio campo com a bola dominada = 1 ponto;

5. Cobrar tiro de meta com passe ou lançamento no campo de defesa e passar a intermediária ofensiva com a bola dominada = 1 ponto

6. Cobrar tiro de meta com passe ou lançamento no campo de defesa e terminar a jogada com finalização certa = 1 ponto

7. Cobrar arremesso lateral no campo de defesa e passar intermediária ofensiva com a bola dominada = 1 ponto

8. Cobrar arremesso lateral no campo de defesa e terminar a jogada com finalização certa = 1 ponto

9. Cobrar arremesso lateral para frente, no campo de ataque, e manter a posse de bola = 1 ponto

10. Cobrar arremesso lateral no campo de ataque e terminar a jogada com finalização certa = 1 ponto

11. Gol = 10 pontos

12. Gol a partir de jogadas iniciadas em reposição por tiro de meta ou arremesso lateral = 20 pontos

Assista aos vídeos com os exemplos de algumas regras:

Regras 2 e 3

https://www.youtube.com/watch?v=CWjpEhVfo0A&feature=youtu.be

O goleiro da equipe preta cobra o tiro de meta e a equipe azul ganha as disputas da primeira e segunda bola. Esta ação vale 2 pontos para a equipe azul.

Regra 5

https://www.youtube.com/watch?v=-tfKQ_GoRhQ&feature=youtu.be

A equipe preta sai jogando na reposição do tiro de meta e consegue ultrapassar a intermediária ofensiva com a bola dominada. Como também passou o meio campo com a posse de bola, estas ações valem 2 pontos para a equipe.

Regra 10

https://www.youtube.com/watch?v=2ZDESO268kU&feature=youtu.be

A equipe preta cobra arremesso lateral e a jogada termina com uma finalização certa do jogador número 11. Esta ação vale 1 ponto para a equipe preta.

Aguardo críticas, comentários e sugestões. Abraços e bons treinos!

Categorias
Sem categoria

Ainda há sim, muito de novo a se propor no futebol: em busca dos saltos quânticos…

Gosto muito de assistir a jogos de futebol.

Ao vivo nos estádios, ou pela TV (mais comumente), gosto de apreciá-los como se estivesse estudando um bom livro, uma nova tese, uma nova ideia…

Campeonatos europeus (alemão, italiano, espanhol, português, francês, inglês), sul-americanos (incluindo aí, é claro, jogos do futebol brasileiro), jogos de equipes profissionais, seleções e/ou categorias de base.

Penso que cada jogo é uma oportunidade para testar uma hipótese, aprender um novo conteúdo, debater um diferente conceito.

É claro, que ao ler o parágrafo anterior, muitas pessoas poderão discordar, afinal “no futebol não há nada de novo a se apresentar ou criar”.

Não me importo.

Acreditar que “não há nada de novo a se propor no futebol” é uma forma de pensar, que sob meu viés corre o risco de ser limitadora, já que ele (o futebol) é algo tão belo, complexo, artístico, sistêmico…

Além do mais, quando algo aparentemente novo começa a ganhar espaço, logo surgem as teorias das “releituras do passado”, das “cópias adaptadas”, do “isso já existia antes”.

Então o reforço de que o novo é “simplesmente” o velho renovado, acaba quase sempre sacramentando e difundindo a ideia, de que tudo que deveríamos ver e saber sobre o jogo de futebol já se foi visto e sabido.

Talvez sim, seja verdade que o jogo de futebol propriamente dito e jogado, com fim nele mesmo, já tenha apresentado ao longo de sua história tudo o que ele poderia mostrar a respeito de si, em sua essência.

Isso não significa que já fizemos a ele (ao jogo) todas as perguntas certas para decifrá-lo.

Então ainda que ele se revele a cada partida entre duas equipes,
é provável e aceitável a ideia de que tenhamos ainda muito para desvendar e enxergar.

Mas para isso, é claro, precisamos fazer perguntas novas, diferentes, certas, e porque não, vestir novos óculos!

Em termos de velocidade complexa de jogo, por exemplo, os índices e marcadores propostos para medi-la mostram que o futebol da década de 1970 é diferente daquele jogado na década de 1990, e também daquele jogado na década atual.

E se a velocidade é diferente, a maneira de ocupar os espaços também é, as tomadas de decisão também são – assim como todas as outras coisas que envolverão a organização coletiva e as ações individuais dos jogadores.

E se a velocidade complexa é apenas uma, de tantas variáveis que estão tornando o jogo mais impressionante e exigente (para jogadores e comissões técnicas), então é quase óbvio que o jogo de futebol está em evolução (ainda!), e que as soluções tático-estratégicas e organizacionais estão condicionadas a um processo criativo, que está a disposição de todos que acreditam que ainda há muito espaço para a inovação!