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Boa parte do mercado se aproveitou, menos…

Lendo notícias sobre diversas áreas, de diferentes segmentos da economia, percebe-se como cada setor procurou se aproveitar da Copa do Mundo. Seja o segmento hoteleiro, de alimentação, de receptivo turístico, agências de publicidade e até produtos tipicamente nacionais, como a cachaça ou o doce de leite, que buscaram um posicionamento para divulgar estes produtos para o turista estrangeiro.

É verdade que alguns tiveram problemas. O mercado de locação de veículos, por exemplo, foi um dos que sofreu com a queda na demanda do público corporativo, que representa o grande volume de negócios do segmento.

O que é fato é que, invariavelmente, boa parte do mercado procurou ganhar com a Copa, seja por meio do incremento pontual no seu faturamento durante o período do evento ou mesmo buscando um lastro de relacionamento internacional. Antes do Mundial, inúmeros encontros e núcleos de debate foram promovidos por diferentes entes para aproveitar o momento.

Ironicamente, dos poucos que parecem ter se estruturado menos para ter um legado ótimo de Copa do Mundo foi justamente o mercado que, em tese, seria mais diretamente influenciado pelo evento, que é aquele ligado ao futebol.

Não houve e não há, ainda, um projeto efetivo que propusesse o desenvolvimento e crescimento do futebol no país, tal e qual ocorreu nos EUA com a Copa de 1994 ou mesmo na Coréia/Japão em 2002 até chegar na Alemanha em 2006.

Ou seja, ao que parece, enquanto todo o mercado buscou, de alguma maneira, certa ou errada (não cabe, neste momento julgamento. Apenas o registro da tentativa…), aproveitar a Copa do Mundo para o seu desenvolvimento, o mercado esportivo no Brasil correu à margem de tudo o que ocorreu nos últimos 7 anos.

No pós-Copa, os problemas são os mesmos. O endividamento dos clubes, que é um problema cuja solução não é imediata, é o tema do momento, que está sendo debatida sem fundamento em um projeto mais amplo. As arenas, que são o legado tangível do evento, vão iniciar um ciclo de aprendizagem na sua operação nos próximos anos que poderia ter sido reduzido se houvesse iniciativa e proatividade das entidades para um melhor planejamento sobre a gestão dos mesmos.

Há espaço para fazer melhor. E ainda há tempo para isso. Vale sempre lembrar, apenas, que momentos como os de uma Copa do Mundo passam e a qualidade dos projetos no país sede é o que ficam…