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Improvisar (e) (ou) Formar!

Os problemas do futebol brasileiro se repetem. Em muitos casos, parece que ao invés de buscarmos as melhores soluções para os evidentes elementos que apontam a decadência do nosso espetáculo, preferimos a reprodução fundamentada no conhecimento empírico e que tem contribuído para o reconhecido ciclo vicioso dos processos relativos à modalidade.

Um tema que sempre proporciona grandes debates (o que não significa que ocasionam perceptíveis transformações) é a Categoria de Base e suas responsabilidades num processo de formação.

Na coluna desta semana, o debate proposto diz respeito à definição da posição dos atletas durante o período de formação que, sabidamente, deve proporcionar um rico ambiente de ensino-aprendizagem-treinamento.

Tempos atrás, neste espaço, numa coluna de certa forma voltada às questões mais imediatas na composição do elenco, foi proposto um questionamento quanto à preferência do treinador por jogadores especialistas numa posição, ou então, por jogadores versáteis. Caso tenha interesse de retomar a leitura, clique aqui.

Na ocasião, por não ser este o objetivo, pouco se mencionou sobre a influência das Categorias de Base no resultado final do desempenho global de jogo de um atleta de futebol, o que pode torná-lo tanto especialista como multifuncional.

Nas inúmeras discussões que envolvem este tema, existe uma corrente de profissionais que se posiciona contrariamente quanto à vivência (em treinos, amistosos e jogos) do atleta em diferentes posições ao longo do processo. Para estes profissionais, variar a posição do jogador significa improvisá-lo e, consequentemente, gerar prejuízos imediatos e de longo prazo ao atleta. Sob este viés, um volante em formação, por exemplo na categoria sub-15, com bom 1vs1 defensivo, bom cabeceio, boa antecipação e recuperação, que são algumas das competências necessárias para exercer a função de zagueiro, não poderia desempenhá-la sob pena de limitação atual e futura em sua posição de origem.

Além disso, o discurso adotado por esta corrente diz que a preocupação com o coletivo não deve ser maior que a preocupação individual com o desenvolvimento do jogador. O contrassenso observado é que a aparente preocupação predominante com o desenvolvimento individual vem acompanhada da pressão pelo resultado e seu alcance a qualquer custo (mas isso é tema para outra coluna). Além disso, muitos afirmam que o improviso só deve ser feito na categoria Profissional.

A demanda do futebol moderno tem solicitado jogadores inteligentes, capazes de resolver (em cada vez menor tempo e espaço) os inúmeros problemas que o jogo lhes impõe. Sair jogando mesmo com o adversário em pressão-alta, gerar superioridade numérica em setores perigosos ao adversário, escolher a maneira que vai bater na bola para realizar um passe longo e decidir qual movimentação fazer após a cobrança de uma falta lateral do adversário são apensas alguns dos exemplos das situações-problema que o todo (equipe) e partes (jogadores) devem lidar ao longo de uma partida.

Atletas que sabem “pisar” em diferentes locais do terreno de jogo (que exigem soluções técnico-tática-física-mental diferentes), por possuírem maior inteligência de jogo, tendem a apresentar um significativo leque de possíveis, que são as respostas contextualizadas de cada jogador. E como o jogo de futebol é um confronto de sistemas caótico e dinâmico, por várias vezes em uma partida um atleta é exigido a realizar uma ação distinta daquela predominante em sua posição. Para exemplificar, na última quinta-feira, o Cruzeiro, líder do Campeonato Brasileiro, venceu o Grêmio com o gol originado numa jogada de transição ofensiva feita por Dedé, que recuperou a posse de bola, participou de uma tabela, realizou uma condução e terminou com um cruzamento preciso. Resumindo, um zagueiro que cumpriu de maneira eficaz as regras de ação de um lateral.

E qual o melhor momento para o atleta aprender a desempenhar variadas regras de ação?

Sem dúvida, ao longo do processo de formação.

É consenso que o objetivo das Categorias de Base é formar (bem) integralmente o atleta. Possibilitar que o mesmo vivencie diferentes regras de ação (ofensivas, defensivas e de transição) é o primeiro passo para as experiências futuras em distintas posições. Em fase sensível de aprendizagem, ao contrário do que defende a corrente dos que são contra aos “improvisos”, entender o jogo coletivo e saber desempenhá-lo nos mais diferentes setores do campo permitirá que as experiências vividas e acomodadas se estendam ao longo de toda a carreira. Assim o fazem profissionais como Pirlo, Lahm, Di Maria, Mascherano, Oscar e Rooney.

Os problemas do futebol brasileiro se repetem. Improvisar e formar são excludentes quando deveriam ser complementares.

Qual a sua opinião? 

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A punição de Petros foi justa?

O atleta Petros, do Corinthians foi punido pelo STJD com a suspensão por 180 dias em virtude de agressão ao árbitro Raphael Claus na vitória sobre o Santos por 1 a 0, no dia 10 de agosto, na Vila Belmiro. A decisão se deu por 3 votos a 2 dos auditores da Primeira Comissão Disciplinar. A tendência é que o clube alvinegro apresente recurso ao Pleno. Sendo mantida, Petros não jogará mais na atual temporada.

A punição se deu nos termos do artigo 254-A, parágrafo 3º, do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que trata sobre agressão física a um membro da arbitragem.

Art. 254-A. Praticar agressão física durante a partida, prova ou equivalente. (Incluído pela Resolução CNE nº29 de 2009).
PENA: suspensão de quatro a doze partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de trinta a cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).§ 1º Constituem exemplos da infração prevista neste artigo, sem prejuízo de outros:

§ 3º Se a ação for praticada contra árbitros, assistentes ou demais membros de equipe de arbitragem, a pena mínima será de suspensão por cento e oitenta dias. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009)

Na tese defensiva, o Corinthians tentou desqualificar a agressão, sob o argumento de que o tribunal estaria transformado o ocorrido em um ato mais grave.

Segundo a defesa, teria havido mero ato hostil e deveria ser apicado o artigo 250, do CBJD, cujo a pena é mais branda:

Art. 250. Praticar ato desleal ou hostil durante a partida, prova ou equivalente.

PENA: suspensão de uma a três partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código.

Segundo o § 1º, II, do artigo 250, empurrar acintosamente o companheiro ou adversário, fora da disputa da jogada seria um dos exemplos de ato hostil e, segundo a defesa, teria sido esta a ação de Petros.

Outra possibilidade seria a desclassificação para artigo 258 que também possui penas menores:

Art. 258. Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código. (Redação dada pela Resolução CNE nº29 de 2009).

PENA: suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código.

É bastante controversa a interpretação do ato de indisciplina de Petros, mas analisando-se a cena percebe-se que o atleta desvia-se de sua trajetória para agredir o árbitro, o que o enquadraria no artigo 254-A.

Doutro giro, a pena insculpida no artigo 254-A é bastante rigorosa, eis que o atleta ficará praticamente seis meses sem poder exercer sua atividade laboral, o que pode corresponder a 1/20 de sua carreira, considerando-se uma vida útil de 10 anos. Além disso, após seis meses, o atleta necessitará de ainda mais tempo para recuperar condição de jogo.

Nesse sentido, uma interpretação mais benévola do lance, ainda que não seja perfeita, viabilizará um dos princípios norteadores do CBJD, a proporcionalidade, que está disposta no art. 2º, VIII, eis que a punição mínima prevista no artigo 254-A mostra-se extremamente desproporcional ao ato do atleta.

Vale destacar que a atitude do atleta foi tão sutil que ele sequer foi punido durante a partida e nem na súmula, eis que o ato de indisciplina foi incluído em um aditivo que é permitido, nos termos da legislação.

Portanto, o STJD deve avaliar a questão sob o contexto principiológico a fim de assegurar a aplicação proporcional da pena. 

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Gerenciando crises no esporte

No mundo do futebol, aonde a pressão por resultados é constante estamos acostumados a ver cenários de crise se instalar nos clubes de uma semana para a outra. Basta que aconteçam duas derrotas seguidas com baixo desempenho de uma equipe que a famosa crise se instala e atualmente se faz extremamente necessário que os técnicos e gestores, enquanto líderes saibam como agir para buscar solucionar as crises quando elas se materializam.

Uma crise sempre exigirá uma tomada de decisão rápida e confiante por parte do líder e o desafio dos técnicos é sobre como tomar uma boa decisão num cenário aonde os eventos se desenvolvem muito rapidamente, as coisas ficam muito confusas e torna-se difícil identificar o que é realmente importante?

Uma saída é conseguir gerenciar as emoções nestes momentos e Normam Augustine em seu livro “Como lidar com as crises”, fornece interessantes informações para solucionarmos situações críticas.

Para começar, numa crise devemos saber que três emoções podem se combinar e gerar estresse nos envolvidos:

• O medo de um desastre ou um novo fracasso;
• A expectativa de um resultado potencialmente positivo;
• E o desejo de que a crise termine.

No futebol, quando sob o estresse gerado numa situação de crise, o técnico sente toda a pressão por necessitar tomar uma determinada decisão e esta pressão excessiva pode certamente levá-lo a um estado de pânico, em que ele apenas toma alguma decisão para passar a mensagem de que algo foi feito ou para sinalizar que ele agiu. Quando na verdade, ao tomar decisão desta forma ele estará apenas desperdiçando energia e seus recursos disponíveis.

Sendo assim, como é possível lidar com as incertezas destes momentos e os medos decorrentes da crise? Nestas situações o técnico deve procurar adaptar suas reações, inclusive conforme o tipo de crise que pode ser repentina ou duradoura. No caso do futebol, as crises são muito mais repentinas, pois com jogos muitas vezes realizados no meio e no final de semana, basta uma semana ruim para que ela se instale na equipe. E o que o técnico pode fazer nestes casos? As dicas abaixo são valiosas:

• Pare: Quando o técnico sentir o primeiro sintoma de ansiedade ele deve parar e optar por enfrentar a crise, mas para isso ele precisará ter a mente clara e menos perturbada possível pela ansiedade;

• Respire: O técnico deve procurar respirar fundo, pois tal qual a palavra “Pare” bloqueia os pensamentos negativos em sua mente, a ação de respirar supera a tendência de prender a própria respiração causada pelo estresse, o que aumenta ainda mais a ansiedade e impede que eleve a consciência sobre a real situação;

• Reflita: Quando se consegue interromper o padrão do estresse através da respiração, o técnico obtém energia e pode passar a se concentrar no problema real ou seja a crise que está enfrentando. Com isso ele poderá ver a situação prática de forma mais calma e realista, diferenciando as distorções causadas pelos pensamentos influenciados pela ansiedade.

• Escolha: Com a atenção concentrada na situação prática, o técnico pode buscar as melhores soluções para os problemas, conseguirá manter o foco em seguir o plano para reagir a crise, construído em conjunto com as pessoas da equipe, e atender às necessidades de todos a quem lidera.

Para finalizar, o técnico ou qualquer outro profissional do esporte que lidere pessoas quando estiver enfrentando uma crise precisará:

• Enfrentar a crise, transformando o medo em ação positiva;

• Estar vigilante, permanecendo atento aos novos acontecimentos e reconhecendo a importância de novas informações;

• Manter o foco nas prioridades, zelando para que todos os envolvidos estejam seguros e que as necessidades mais críticas tenham sido bem avaliadas pelo grupo.

Bem, acredito que você caro leitor já tenha passado por momentos de crise em sua vida profissional certo? Imagine então os técnicos de futebol como se sentem e por isso penso ser muito pertinente a capacidade de se conseguir gerir muito bem uma crise numa equipe de futebol, afinal de contas na próxima semana sempre existirão outros jogos e novas oportunidades de recomeço.

Até a próxima! 

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Conhecemos o fã?

Em pesquisa recente da “Sport Business International” em parceria com a PERFORM e a Kantar Media Sport procurou identificar a relação de consumo dos fãs do esporte em relação às diferentes mídias em 16 diferentes mercados. O Brasil está entre estes mercados analisados.

O mais interessante é notar como o brasileiro consome esporte em meio digital de forma superior ou igual a muitos outros mercados mais maduros em termos de negócios. Por exemplo, o brasileiro permanece quase 80% mais tempo por semana em redes sociais consumindo conteúdo esportivo do que o público norte-americano (são 2,5 horas dos brasileiros contra 1,4 horas dos americanos).

Alguns números do Brasil que podem ser destacados:

– São aproximadamente 58 milhões de fãs do esporte;

– 90% dos fãs brasileiros acessam conteúdo esportivo online pelo menos uma vez por semana;

– 44% dos fãs brasileiros buscam notícias de esportistas locais;

– 45% dos fãs brasileiros assistem vídeos ou melhores momentos dos jogos pela internet;

– 46% dos fãs brasileiros compartilharam conteúdo de ídolos do esporte pelas redes sociais.

Enfim, elementos que nos levam a questão inicial: será que entendemos verdadeiramente o atual fã do esporte? Pergunto isso, pois, apenas a título de exemplo, continuo vendo que os projetos de comercialização de propriedades esportivas permanecem vendendo apenas as transmissões na TV como único ou maior ativo da propriedade – e, pior, as empresas comprando e ainda focando muito seu olhar sobre este tipo de retorno.

É redundante falar sobre a abrangência já consolidada da internet no país, que se soma a um potencial ainda enorme de crescimento. E o natural processo de segmentação, muito fáceis de se encontrar no esporte em virtude das diferentes características das modalidades.

Agora, é preciso estabelecer parâmetros mais coerentes no sentido de aproveitar todo esse potencial em favor dos negócios do esporte, passando a conhecer melhor o consumidor que está ali dentro e desenvolver melhores produtos para este público… 

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Como a linguiça é feita

Estamos às vésperas das eleições majoritárias no Brasil.
Iremos votar e escolher nosso presidente, governador, senador, deputados federais e estaduais.

Como consequência, os mandatários de cargos executivos irão montar suas equipes de trabalho, ocupando cargos de confiança com pessoas de confiança, além de contar com o corpo técnico de funcionários de carreira.

É certo que a corrida eleitoral, em todo o país, terá como sombra o triste episódio do falecimento do candidato Eduardo Campos, cuja tragédia, rapidamente, fez com que todos prestassem mais atenção às eleições do que de costume.

Pois bem. Utilizei os termos “corrida” e “tragédia” para reforçar a necessidade de reflexão que devemos ter em momentos de definir o futuro de nossas instituições, públicas ou privadas, no que tange aos processos eleitorais democráticos e ou participativos.

Como bem sabemos, no fim do ano, muitos clubes de futebol elegerão seus presidentes ou os reconduzirão para mais alguns anos de gestão.

A pressa ou desatenção (corrida) na escolha dos candidatos, somada a elementos dramáticos, como um rebaixamento ou desclassificação (tragédia), são os combustíveis preferidos da velha política, acostumada a vender o discurso de que “vamos mudar tudo, não mudando nada…”

Nesse viés negativista, não há espaço para discussões estratégicas, programáticas, objetivas e técnicas.

Prefere-se, apenas, o subjetivismo, a passionalidade, as relações pessoais, “de confiança”.

Governança corporativa, então, passa longe dos debates.

O passado costuma prevalecer sobre o presente e o olhar para o futuro.

Afinal, para alguns, “somos pentacampeões mundiais” e isso já nos bastaria.

Eu diria “fomos”. Mudar a conjugação verbal faz muita diferença para quem quer sempre buscar a evolução da sociedade.

Por outro lado, a representatividade política deve ser exercitada frequentemente por quem tem interesse nessa evolução.

Votar e ser votado. Acompanhar as realizações do seu candidato ao longo do mandato. Articular e participar de grupos, partidos e redes políticos.

Os sistemas sociais complexos exigem mudanças desde dentro. Não adianta, simplesmente, negar sua existência ou, simplesmente, tentar destruí-lo desde fora.

Mas, o primeiro passo é conhecer seu funcionamento.

Por isso, uma das ideias inspiradoras que, nesta semana, em tempos de eleição, conheci, é a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), movimento apartidário (www.raps.org.br)

Sua missão: Contribuir para a melhoria do processo político e da qualidade da democracia brasileira através da formação de líderes políticos comprometidos com os valores e princípios da ética, transparência e sustentabilidade.

O desinteresse do povo pela política vem, fundamentalmente, do desconhecimento sobre como ela funciona.

O futebol brasileiro está, há muito tempo, à mercê de oligarcas conservadores, que se acostumaram a comandá-lo sem boas práticas de gestão e à sombra.

Nos últimos anos, com a luz do sol incidindo no cenário, fica mais fácil entendermos “como a linguiça é feita” e seremos enganados apenas se quisermos.

Capacitação política e participação ativa são as chaves do progresso das instituições.  

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A Globo acordou

Principal parceria do futebol nacional, a TV Globo está preocupada. A emissora carioca agendou reuniões com os maiores times do Brasil para pedir sugestões e discutir por que o esporte não funciona como produto. Nos últimos anos, as transmissões ludopédicas no canal tem perdido média de 10% de espectadores a cada temporada.

É sintomático que a Globo tenha decidido se mexer nessa direção. O futebol não é um problema comercial para a emissora, ainda que a operação tenha alto custo. No entanto, é flagrante a preocupação com a queda de audiência em horários cuja relação custo / benefício poderia ser mais simples com outras apostas.

A Globo paga muito para transmitir o futebol, mas tem menos resultado e mais custo com isso do que com outros produtos. Portanto, empurra a faixa esportiva para mais tarde, numa faixa em que anúncios são mais baratos e há menos concorrência por audiência.

Importante dizer que também há pesquisa nisso: as pessoas que veem futebol pela TV preferem jogos às 22h de quarta-feira. O horário é ruim para quem frequenta os estádios, mas o interesse da TV sempre vai ser sobreposto enquanto o esporte não tiver poder de barganha.

Atualmente, por exemplo, a Globo responde por quase um terço da arrecadação do Corinthians, time que mais fatura no Brasil. Se o time não desenvolve outras fontes de receita e tem grande dependência desse dinheiro, perde influxo. E se o time não tem influxo, qualquer negociação penderá para o lado da TV.

Entender essa relação de causa e efeito é fundamental como preâmbulo para discutir o que significa a ação da Globo. A emissora está preocupada com o produto futebol no Brasil a despeito de o produto ser moldado em muitos aspectos pelos interesses da TV.

Jogos são realizados às 22h de quarta-feira porque esse é o horário preferido pela TV. (Também) por causa disso, estádios ficam vazios. Com estádios vazios, clubes têm menos receita de bilheteria e exploração da arena. Além disso, se aproximam menos dos torcedores / consumidores. No médio e no longo prazo, esse público menos vinculado às equipes é o que vai deixar de acompanhar as partidas na TV. E sem eles, a audiência vai cair e obrigar a televisão a fazer jogos ainda mais tarde. É um ciclo de morte para o futebol brasileiro.

É claro que esse é um raciocínio extremamente simplista, que ignora outros pontos como gestão (de clubes e do “produto” futebol) e fontes diferentes de receita. Mas o modelo de venda de patrocínio no Brasil também é extremamente vinculado à exposição, por exemplo – mais uma vez, portanto, a receita dos clubes depende de eles estarem na TV.

A TV é diretamente responsável pelo atual momento do futebol brasileiro. Clubes e federações também – até por criarem modelos que se apoiam demais na receita oriunda da televisão. Por isso, as reuniões da Globo com as equipes são um marco.

Ao mostrar preocupação com a queda de desempenho do futebol, a emissora joga na cara dos clubes a existência do tal ciclo. Agora, depende de ação conjunta uma mudança nesse cenário.

A primeira reunião foi realizada no dia 12 de agosto, no Rio de Janeiro, com representantes de Atlético-MG, Cruzeiro, Flamengo e Fluminense. Mais do que apresentar dados ou falar sobre números, os executivos da Globo quiseram ouvir.

A primeira resposta de Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, foi uma crítica à programação da Globo, que não tem transmissões específicas para todas as praças – normalmente, o sinal da emissora é dividido entre São Paulo e rede.

A crítica de Kalil tem a ver com discussão que ganha corpo entre os clubes. As equipes brasileiras estão preocupadas com a falta de exposição em TV aberta, o que dificulta a venda de contratos e aumenta a distância de faturamento estabelecida pelas negociações com a televisão.

Também é sintomático que clubes questionem agora os contratos com a televisão – divisão de cotas e exposição em TV aberta. A Globo tem contrato assinado com 18 dessas equipes até 2018. Muitas já até começaram a receber cotas dos próximos anos.

Agora, com o mercado de patrocínios em baixa e atrasos de contas se avolumando, clubes perceberam que é necessário rever a comercialização de direitos de mídia. A TV é cerne de qualquer discussão sobre o futebol brasileiro, sim. O problema é fazer isso em plena vigência de contratos tão longevos.

Ao avaliar desempenho, fazer cobranças e pedir sugestões, a Globo mostrou preocupação com o futuro do futebol brasileiro. A emissora falou até sobre estrutura de categorias de base e mecanismos para manter jogadores por mais tempo no país – a lógica é que mais ídolos aumentariam o vínculo do público com as equipes e diminuiriam a queda de audiência.

Ao questionar contratos vigentes e tão longos, os clubes mostraram preocupação com o presente. Ninguém está realmente preocupado com os efeitos que esses negócios terão no futuro das equipes. O interesse é apenas pagar as contas do mês.

A Globo pode estar ligada a muitos problemas do futebol brasileiro. Nesse caso, porém, tem postura muito mais lúcida do que a maioria dos clubes. 

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A ilegal definição dos classificados para a Copa Sul-Americana

No meio da semana São Paulo, Fluminense e Internacional foram eliminados da Copa do Brasil por equipes da Série B, mas ganharam a vaga na Copa Sul-Americana, o que gerou rumores de “entrega de resultado”.

O critério de classificação para a Copa Sul-Americana é bastante complicado. Em primeiro ligar, deve-se buscar os eliminados na Copa do Brasil até a fase oitavas de final.

Na sequência, entre os eliminados, avalia-se os seis clubes irão disputar o torneio, de acordo com a classificação no Campeonato Brasileiro do ano anterior.

A última vaga este é reservada ao campeão da Copa do Nordeste e, a partir de 2015, o Campeão da Copa Verde disputada por Clubes do Norte, Centro-Oeste e Espírito Santo também terá uma vaga.

A justificativa para esse sistema de classificação é o fato de que as datas que em que a Copa Sul-Americana é disputa coincidem com a Copa do Brasil, desde que os Clubes participantes da Libertadores voltaram à Copa do Brasil.

Devido a este regulamento, Internacional, eliminado pelo Ceará, Fluminense, eliminado pelo América-RN e São Paulo, eliminado pelo Bragantino, se classificaram para a Copa Sul-Americana, ao lado de Bahia (eliminado pelo Corinthians), Vitória (eliminado pelo J. Malucelli), Criciúma (eliminado pelo Londrina), Goiás (eliminado pelo Botafogo-PB) e Sport (eliminado pelo Paysandu e campeão da Copa do Nordeste).

A forma esdrúxula de classificar times à Copa Sul-Americana além de refletir o sofrível calendário brasileiro e sul-americano viola o Estatuto do Torcedor.

O Estatuto do Torcedor elevou toda pessoa que acompanhe qualquer modalidade esportiva à qualidade de consumidor e, com isso, assegurou-lhe uma série de direitos, inclusive, ligados ao regulamento das competições.

Inicialmente, qualquer regulamento deve ser norteado pelo princípio da transparência e o torcedor deve ter amplo acesso a um Ouvidor da competição, responsável por recolher as sugestões, propostas e reclamações que receber dos torcedores, examiná-las e propor à respectiva entidade medidas necessárias ao aperfeiçoamento da competição e ao benefício do torcedor.

Nos termos do artigo 10 do Estatuto do Torcedor, é direito do torcedor que a participação das entidades de prática desportiva em competições organizadas pelas entidades de que trata o art. 5o seja exclusivamente em virtude de critério técnico previamente definido, vedando-se a adoção de qualquer outro. Vale destacar que critério técnico corresponde à habilitação de entidade de prática desportiva em razão de colocação obtida em competição anterior.

Enfim, o Estatuto do Torcedor teve por objetivo proteger o consumidor de critérios bizarros de classificação.

No caso em questão, tem-se de um lado, a Copa Sul-Americana, segunda competição mais importante do continente, “Liga Europa” da América do Sul, disputada pelas equipes do continente que não galgaram vaga na Copa Libertadores.

Do outro lado, tem-se a Copa do Brasil, segunda competição do Brasil, disputada por clubes das Séries A, B, C, D e até por equipes que não classificadas para as divisões nacionais.

Ora, parece-me óbvio e razoável que a competição continental seja mais importante que a Copa nacional.

Não obstante isso, os clubes brasileiros que se classificam para a Sul-Americana são aqueles que não tiveram índice técnico para disputas as oitavas de final de uma competição disputada por clubes de segunda, terceira e quarta divisão.

Dessa forma, os regulamentos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil violam o Estatuto do Torcedor e demonstram total falta de zelo dos dirigentes para com os consumidores dos eventos esportes já que, além de ser bizarra, a forma de classificação para a Copa Sul-Americana permite dúvidas quanto à veracidade dos resultados desportivos, já que pode premiar o clube eliminado com vaga em competição intercontinental.

Aliás, a falta de atenção ao torcedor é bastante comum. A função de Ouvidor criada pelo Estatuto do Torcedor para aproximar o consumidor do Organizador e permitir que exista uma “autoridade” independente e com responsabilidade por zelar pela lisura das competições e pelos direitos do torcedor é comumente ocupada por funcionários das Federações que acumulam funções sem apresentar qualquer proposta e acabam por, apenas, formalizar a exigência legal.

Isso sem falar na falta da divulgação dos nomes dos Ouvidores, bem como de suas funções.

Destarte, todo torcedor tem o direito de informar ao Ouvidor as insatisfações e ilegalidades das competições esportivas e exigir o cumprimento de seus direitos.

Nesse sentido, o momento pede que todos os consumidores de eventos desportivos do Brasil encham as caixas de email dos Ouvidores do Campeonato Brasileiro (Dr. José Sardinha – ouvidoriacompeticoes.sardinha@cbf.com.br) e da Copa do Brasil (não localizado no site) exigindo o cumprimento do Estatuto do Torcedor na elaboração dos regulamentos.

Urge destacar que as entidades que administram o futebol brasileiro devem ver no torcedor e na figura do Ouvidor um parceiro com interesse comum no sucesso da competição e não um adversário para juntos resgatarem o público e a credibilidade de nosso futebol.

Talvez essa seja uma de nossas tantas diferenças com o vitorioso e invejado futebol alemão.

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Conhecendo a mente inconsciente

Podemos compreender o inconsciente como qualquer coisa que não existe em nossa consciência num determinado momento.

Mas o que é a mente inconsciente? Ela é composta de todos os processos mentais que permanecem em funcionando sem nosso conhecimento, na verdade o inconsciente é um processo! Ele se relaciona com os demais processos do pensamento e aparecem em nossa mente consciente como lampejos de luz num céu nublado. O que chamamos de mente consciente é o que temos em nossa consciência. Se compararmos os dois a um oceano, o mar que vemos seria o consciente e as suas profundezas ocultas que o sustentam, seria o inconsciente.

Atualmente muitas pessoas, inclusive atletas, acreditam que o pensamento é totalmente consciente, mas ao contrário do que achamos se ele fosse realmente inteiramente consciente nós conseguiríamos interrompe-lo quando desejássemos, porém isso não é possível. Sabem por quê? O processo de pensamento é inconsciente e nós apenas percebemos os resultados deste processo de forma consciente; daí a nossa falsa percepção que ele é inteiramente consciente.

A nossa mente inconsciente contém nossos pensamentos, sonhos e aspirações, dos mais valorizados até os mais desprezados. É nela que residem nossas habilidades, já que na mente consciente praticamente não possuímos habilidades e aí que começamos a compreender mais plenamente o benefício que o treino, no esporte ou em qualquer outra área de vida, nos oferece, pois toda mudança que desejamos realizar ocorre no nível inconsciente e a repetição faz com que façamos coisas em modo automático sem que percebamos.

Quer um exemplo? Dirigir! Você já deve ter percebido algumas vezes dirigindo um automóvel praticamente de maneira automática e inconsciente e neste caso a habilidade instalou-se no inconsciente, pois se de outra forma fosse ninguém conseguiria dirigir sem estar 100% conscientes do que se estaria fazendo.

Mas existem formas de acessar de maneira intencional os recursos do inconsciente? A resposta é sim através do transe, por exemplo, que pode ser definido como um estado de consciência com um foco interno de atenção. O Transe é um estado alterado de consciência e constitui um dos objetivos a serem atingidos pela hipnose. Trata-se de um estado de consciência onde podem ocorrer diversos eventos neurofisiológicos. A hipnose por sua vez é um estado mental ou um tipo de comportamento usualmente induzidos por um procedimento conhecido como indução hipnótica, que quando aplicada com propósitos terapêuticos é conhecido como “hipnoterapia”.

Na realidade o transe e a hipnose ajudam os atletas de uma forma geral a aprenderem mais sobre si mesmas e a se expressarem melhor!

No esporte, a hipnose pode ser aplicada para tratar diversos problemas de ordem psicológica, como ansiedade, depressão, estresse, insônia, fobias e já foi utilizada por atletas famosos como Tiger Woods, Michael Jordan e Ayrton Senna.

Atualmente, por meio de estudos e pesquisas avançadas, pudemos compreender que a hipnose é um fenômeno neurológico que provoca modificações profundas no funcionamento do cérebro e é capaz de alterar padrões de comportamento pela atuação no inconsciente.

Sendo assim, atletas de futebol podem e devem estar atentos às suas mentes conscientes com ajuda de profissionais que possam leva-los promoverem mudanças em seu inconsciente que elevem seu desempenho profissional dentro do campo.

Até a próxima! 

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Ainda as competições

Há 20 dias escrevi aqui neste espaço sobre as movimentações em torno da estruturação das competições do futebol brasileiro, indicando que o crescimento projetado deve ser orgânico ao longo do tempo.

Ontem (terça, 12-ago-2014) me deparo com a notícia de que o CRAC, de Goiás, irá desistir da Série C do Campeonato Brasileiro após a disputa de dez jogos, metade do torneio (http://globoesporte.globo.com/go/noticia/2014/08/crac-anuncia-desistencia-e-abandona-serie-c-por-problemas-financeiros.html).

O caso é mais um alerta para compreendermos o estágio de maturidade das disputas de Campeonato Brasileiro além das Séries A e B. As principais divisões estão consolidadas, necessitando, naturalmente, de ajustes para se tornar um produto melhor e economicamente rentável, além, é claro, da melhoria da gestão da grande maioria dos clubes que disputam tais competições.

As propostas para melhoria do calendário são salutares e necessárias. Mas não podem desconsiderar o impacto financeiro que pode causar na estrutura do futebol nacional. São poucas cidades no país capazes de sustentar uma equipe de alto rendimento, com salários competitivos, ao longo do ano. A questão não é somente esportiva. É gestão, economia e matemática.

Para ser aplicável, este debate deve passar a ser racional!!! Sem mais… 

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Vontade de mudar

Um mês é tempo suficiente para muitas mudanças. Desde que a necessidade de mudar seja assimilada, é claro. Na última sexta-feira (08), a maior goleada que a seleção brasileira de futebol sofreu em todos os tempos completou um mês. Infelizmente, contudo, episódios isolados dão a ideia de que o resultado, que podia ter sido causa, vai continuar apenas como consequência.

No último domingo (10), Luiz Felipe Scolari fez sua reestreia oficial como técnico do Grêmio. Comandou a equipe tricolor em derrota por 2 a 0 para o Internacional e mudou muito a escalação. Questionado sobre o porquê de ter feito isso, o treinador que dirigiu a seleção brasileira nos 7 a 1 para a Alemanha usou explicação parecida com a que ele tinha escolhido um mês antes.

“Pensamos em colocar uma equipe diferente da que vinha jogando, com algumas modificações, com jogadores que precisavam de oportunidade para mostrar se podiam permanecer. O resultado não é o que vai me fazer entender que está tudo errado”, disse o técnico do Grêmio.

Na goleada sofrida diante da Alemanha, Scolari não pôde contar com Neymar, que havia sofrido uma fratura em uma vértebra na partida contra a Colômbia. Treinou com Willian entre os titulares na maior parte do tempo, mas acabou escalando Bernard.

A explicação de Scolari para isso foi exatamente a chance de usar um time menos conhecido pela Alemanha. O treinador atribuiu à cobertura da imprensa o mistério e a falta de treinos com a equipe que ele escalou na semifinal da Copa do Mundo.

Um mês e uma goleada depois, Scolari segue pensando que mistério ganha jogo. E segue achando que o adversário não ter conhecimento sobre o time dele é mais relevante do que o próprio time dele.

Scolari é o maior exemplo do quanto a goleada sofrida pelo Brasil mudou pouco, mas ele não é o único. Outro vem da coluna do jornalista Paulo Vinicius Coelho no jornal “Folha de S.Paulo”. Publicado no último domingo, o texto fala sobre a seleção sub-20 convocada por Alexandre Gallo para o torneio de Cotif, na Espanha.

“A lista de 22 convocados por Gallo indica a manutenção de vícios antigos da base. Treze têm mais de 1,80m e dezoito nasceram antes de setembro”, escreveu. “Dos convocados para Valência, o volante Eduardo, do Atlético-MG, é bom. Nasceu em maio de 1995 e tem 1,84m. Também é excelente o volante Lucas Otávio, emprestado pelo Santos ao Paraná Clube, nascido em outubro de 1994, de 1,64m. Mas ele não foi convocado”, continuou.

Resultados estão longe de ser um parâmetro importante no processo de formação de atletas. As seleções de base não precisam de jogadores altos e mais velhos (portanto, com processo de maturação mais avançado). Elas precisam de um projeto que priorize o talento e que seja realmente focado na criação de atletas com capacidade para integrar o time profissional.

Também não é por causa do resultado que foi decepcionante a participação do Brasil na Copa das Nações sub-16, encerrada na semana passada. O time do técnico Caio Zanardi foi eliminado pelo Paraguai em cobranças de pênaltis, nas semifinais, depois de empate por 1 a 1 no tempo normal.

O que chamou atenção negativamente foi a proposta de jogo da seleção brasileira. Antes das semifinais, o time bateu Coreia do Sul, Costa Rica, Canadá e México. Em todos esses jogos, apelou a lançamentos longos e bolas alçadas. Em vez da técnica, venceu pela superioridade física.

A maior goleada sofrida pela seleção brasileira em todos os tempos podia ter sido um marco. O resultado podia ser aquele ponto na história a ser citado no futuro como “o momento em que tudo mudou”. Agora pense nas histórias citadas neste texto. Algo mudou, afinal?

Em julho deste ano, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez reuniões com times das quatro divisões do Campeonato Brasileiro. Os encontros foram realizados na sede da entidade, no Rio de Janeiro, e pouco se falou sobre a questão técnica. Os principais assuntos em pauta foram a lei de responsabilidade fiscal do esporte (LRFE) e a divisão de cotas de direitos de transmissão.

Nesses encontros, CBF e clubes montaram até estratégia para fazer lobby em âmbito nacional e aprovar a LRFE, lei que refinancia dívidas dos clubes brasileiros mediante a algumas contrapartidas de gestão. O dispositivo tem forte resistência de grupos como o Bom Senso FC, que questiona a debilidade do retorno exigido e a falta de um ente regulador para controlar o cumprimento desses itens.

Espanta ver que CBF e clubes podem organizar lobby político em todo o país, mas sequer pensam em uma estratégia nacional para mudar parâmetros do futebol profissional ou melhorar o trabalho na base.

A TV Globo também marcou reuniões com times brasileiros. Os encontros serão feitos em fóruns menores, com quatro ou cinco equipes, ainda neste mês. A ideia da emissora é falar sobre o atual momento do futebol brasileiro, que perde 10% de espectadores a cada ano, e cobrar mudanças na gestão.

A Globo é apenas uma consumidora do produto futebol. No entanto, chama atenção que a TV é a única a demonstrar preocupação aberta com o tipo de jogo que o Brasil pratica atualmente.

Enquanto isso, os times brasileiros brincam com o torcedor. O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, admitiu que deixou de pagar impostos porque espera a aprovação da LRFE. O Corinthians está envolvido em denúncia do Ministério Público sobre desvio de impostos. Paulo Nobre já injetou mais de R$ 100 milhões do próprio bolso para reforçar o Palmeiras, que não vence um jogo sequer há oito rodadas no Campeonato Brasileiro. Como diz um amigo, o fundo do poço não tem mola.