Quando as competições de caráter eliminatório, como as denominadas “Copas”, avançam em sua execução, os clubes eventualmente se deparam com a fatídica disputa de pênaltis.
Nesta situação, na qual em muitos casos nem sempre a equipe que por acaso tenha jogado melhor no período dito de bola rolando é a que vence, nos questionamos sobre o que poderia ter faltado para que o resultado da disputa fosse diferente.
Buscando contribuir com essa questão compartilho com vocês que, além de executar uma série de treinamentos necessários das cobranças de penalidade máxima, os clubes podem lançar de mão do treinamento mental destas mesmas cobranças. Isso mesmo, é possível fazer com que os atletas treinem mentalmente tais cobranças, com o objetivo de aumentar o aproveitamento nos momentos de decisão através de disputa de pênaltis.
Para isso torna-se importante reconhecermos que atualmente é comprovado cientificamente, que um movimento imaginado e exercitado mentalmente produz micro contrações e consequentemente uma melhoria da coordenação neuromuscular, além disso há um efeito fisiológico significativo, pois, uma maior irrigação de sangue é constatada na musculatura envolvida. Assim percebemos mais claramente que o treinamento mental é uma alternativa valiosa a considerarmos tanto para melhoria da performance atlética, quanto para a aquisição de habilidades motoras. Se assim o é, podemos sim utiliza-lo para capacitar melhor nossos atletas quanto a cobranças de pênaltis e com isso aumentar as chances de serem mais bem-sucedidos nas decisões em campo nos momentos de cobranças.
Ah, é valido aproveitar este momento para podermos destacar algumas utilizações, vantagens e benefícios do treinamento mental fornecidas por profissionais envolvidos no estudo do desenvolvimento esportivo.
Utilização (Magill, 1998)
• Aquisição de habilidades motoras;
• Reaprendizagem de habilidades motoras;
• Melhoria no desempenho de uma habilidade motora bem aprendida;
• Programas de reabilitação.
Vantagens (Franco, 2000)
• Diminui a carga física – menos cansaço;
• Diminui a carga psíquica – situação sob total controle;
• Eliminação de lesões físicas – sem risco;
• Menor gasto de tempo;
• Sem exigência de espaço adequado;
• Sem exigências de condições físicas – casos de contusões;
• Maior chance de concentração – não há estímulos perturbadores externos.
Benefícios do Treinamento Mental na aprendizagem de habilidades motoras (SCHMIDT e WRISBERG, 2001)
• Pode envolver a prática de aspectos cognitivos, simbólicos e de tomada de decisão da habilidade;
• Pode permitir ao atleta imaginar ações possíveis e estratégias, estimulando os resultados prováveis na situação real;
• Pode ser acompanhado por atividade muscular mínima, muito longe da necessária para produzir a ação, que envolve os músculos que são utilizados durante o movimento real;
• Pode auxiliar na focalização da atenção dos executantes nas dicas relevantes da tarefa, o que pode ser útil para a performance física subsequente.
E aí, podemos ou não atentarmos ao uso do treinamento mental para aumentar as habilidades em cobranças de pênaltis?
Até a próxima!