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O que é ser um bom gestor de esporte?

Vejo e leio, em inúmeras ocasiões, a classificação de comentaristas, de especialistas ou da opinião pública de um modo geral de que “Fulano, Presidente do Clube Tal, é um grande gestor. Um exemplo!!!”. Aí vem a indagação do título: o que é, de fato, ser um bom gestor de um clube de futebol?

Muitas das vezes a referida classificação é proveniente de uma imagem induzida por um grande feito, como a conquista de um título ou o acesso do clube a uma divisão superior de competições nacionais. Mas será que esta lógica está correta? É tão somente um resultado pontual que permite a classificação dos dirigentes como “um bom gestor”?

Ora, para uma classificação simples, o bom gestor, no meu modo de entender, é aquele que tem a capacidade de administrar uma organização a partir dos recursos gerados pela própria organização ao longo do exercício ou de um determinado período de tempo, sem gerar endividamento que afete a sustentabilidade da mesma para o futuro.

O que ocorre, em muitas situações, é que os clubes são alavancados momentaneamente com recursos do próprio dirigente ou de um núcleo de diretores mais abastados. Não vou nem entrar no mérito sobre os interesses deste tipo de aporte, que são infindáveis. O fato é que esses recursos não são provenientes, portanto, de uma gestão qualificada no clube mas sim em outro ramo de atividade que não o do futebol. Ou seja, um eventual salto em uma temporada pode não ser sustentável pois o dinheiro que foi injetado no clube de forma pontual não é fruto de um trabalho construído ao longo do tempo, mas sim de uma atividade empresarial alheia.

Na nossa história recente existem vários dirigentes com conquista de Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores, Copa do Brasil, Campeonatos Estaduais ou acessos heroicos que, poucos anos mais tarde, mostraram a face perversa da falta de estruturação do clube e hoje são tidos como símbolos de “mal administradores”. Os “analistas do jogo de domingo” erraram feio!!!

Para não errarmos mais nestas análises, é fundamental avaliar as conquistas pontuais de forma mais holística. Perguntas simples como:

§ A que preço?

§ Com quais atletas?

§ Como gerou novos recursos?

§ Os recursos do clube pagam estes gastos?

§ Quais são os investimentos para o futuro?

§ Que tipo de parceria foi realizada com agentes / empresas / governos?

§ O que ficará após a conquista?

Se a mídia, a opinião pública e os especialistas sonham, como dizem a todos os ventos, ver um futebol brasileiro mais forte, é preciso melhorar em muito este tipo de análise. Não se é possível falar em futuro e nem pensar em planejamento, estratégias, projetos etc. quando reforça-se apenas ações pontuais. Os elogios e as críticas em relação a gestão e aos gestores do esporte que lideram os clubes de futebol precisam ser melhor estruturados para o bem do futebol!

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Eusébio da Silva Ferreira: um desportista e um Homem

Nasceu em Lourenço Marques (hoje, Maputo) e faleceu, em Lisboa, no dia 5 de Janeiro de 2014, o Eusébio da Silva Ferreira, ainda com 71 anos de idade, visto que só atingiria os 72, no próximo dia 25 do mês em curso. O mundo inteiro conhecia-o por Eusébio tão-só, ou pelo Pantera Negra, e fazia dele um dos mais notáveis jogadores de futebol de todos os tempos. Para o Manuel José, antigo jogador do Benfica e atual treinador de indiscutível qualidade, na RTP1, no dia do passamento do Eusébio: “Ele foi o maior jogador da história do futebol português”.

António Simões, seu companheiro de equipa e seu amigo, corroborou a ideia do Manuel José, salientando também que ele era simultaneamente vedeta, ídolo e… operário, pois que havia jogos em que ele, exímio atacante, se sacrificava, batalhando, no primeiro terço do campo, como qualquer defesa. Di Stéfano, presidente honorário do Real Madrid, ao saber da morte do Eusébio, opinou, emocionado e convicto: “Foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos”. De referir que o Eusébio emitia igual juízo do Di Stéfano: “Para mim, o Di Stéfano foi o maior jogador de futebol de todos os tempos”.

E o Eusébio vira jogar o Garrincha, o Pelé, o Maradona, o Cruyff, o Messi, o Cristiano Ronaldo e outras figuras relevantes da prática do futebol. Coluna, telefonicamente, pois que vive no Maputo, disse à televisão portuguesa, de voz embargada pela emoção: “Estou triste! Muito triste!Ele era meu filho! Ele era meu filho!”. Seguiu-se um silêncio estático e sentiu-se que o Coluna, o grande capitão da equipa benfiquista do Eusébio – sentiu-se que o Coluna chorava.

Para o dr. António Oliveira, jogador-artista e “portista” dos quatro costados: “os restos mortais do Eusébio deveriam repousar no panteão nacional. João Malheiro, o seu biógrafo oficial e amigo dileto, não escondeu, transbordante de ventura: “O Eusébio não morreu. Ganhou a eternidade”.

“In illo tempore”, a ausência de desenvolvimento económico e a extrema desigualdade entre as classes sociais; o facto de a União Nacional, o partido único, ser um cadáver insepulto e a Igreja do Cardeal Cerejeira (seu “amigo do peito”), depois de a Pacem in terris e de o Concílio Vaticano II, ter desaparecido de cena; o nascimento e o renascimento dos movimentos de libertação, nas colónias africanas – enfim, o salazarismo tornara-se praticamente inócuo e Portugal vergava-se ao peso de um crescente descrédito internacional. Pois nessa lusitana década de sessenta, governada por uma gerontacracia política que nem o próprio marcelismo conseguiu susbstituir ou erradicar, o Benfica é campeão europeu, o Sporting conquista a Taça dos Vencedores das Taças e a seleção nacional é a terceira entre as melhores seleções do mundo. E o Eusébio, um executante de suma mestria, ficou “per omnia saecula saeculorum” ao lado dos melhores da história do futebol.

Eu, que nasci no dia 20 de Abril de 1933, vi jogar várias vezes o Senhor Eusébio da Silva Ferreira que muito fazia sofrer o adepto do Belenenses, que eu sou. Aliás, se me é aqui permitida uma nótula de caráter pessoal, o Peyroteo foi também um rematador inspirado e, por isso, quero trazê-lo ao proscénio, para acrescentar que muito me doíam os golos que ele então fez aos “azuis”. Peyroteo e Eusébio – tinham lugar seguro, na seleção nacional que o Cristiano Ronaldo encima. Mas, adiante! Todos somos tempo. Daí, que a morte seja uma das coisas mais naturais da vida. A nossa imortalidade provém do legado que deixamos às gerações vindouras.

O Fernando Peres (ex-Belenenses e ex-Sporting), meu querido amigo, assinalou, na Sport TV: “O Eusébio é imortal, principalmente pelo exemplo que nos deixou”. Fisicamente, todos morremos. É, pelo espírito, pela corporização daqueles valores sem os quais impossível se torna viver humanamente, que nos imortalizamos. Relembro também Nelson Mandela…

Frequentemente exaltado pelos seus colegas e adversários – todos distinguem nele a sua humildade, ou seja, um homem que, embora um superdotado, timbrou em cumprir o seu dever, um mestre que foi permanentemente discípulo, um profissional sui generis que nunca desertou de fazer da prática desportiva um espaço onde se é melhor, não só pelos desempenhos físicos, mas também pelas qualidades verdadeiramente humanas.

O Desporto precisa de praticantes, como o Eusébio da, Silva Ferreira. O filósofo grego, Aristóteles, disse que “não oferecer ao humano mais do que o humano é atraiçoá-lo”. Queria ele dizer na sua que o programa do humanismo deve ser o da passagem do humano a mais humano. Viver, verdadeiramente viver, é ser capaz de transcender-me. Pelo trabalho, pela generosidade, pela honestidade de processos. Uma palavra de gratidão ao atual presidente do Sport Lisboa e Benfica, que sempre viu e distinguiu o Eusébio, como futebolista inigualável, mas também de um aliciante humanismo. Dante, numa das suas obras, confessou ser cidadão do mundo, na mesma medida em que os peixes são cidadãos do mar.

Cidadão do mundo, ou seja, de olímpica força de ânimo, de aliciante bondade, de inteligente tolerância. Eusébio da Silva Ferreira – desportista porque foi Homem, Homem porque foi desportista! Gaspar Ramos, inesquecível dirigente do futebol benfiquista, afirmou que o Eusébio divide em dois a História do Benfica: antes e depois de Eusébio.

No meu modesto entender, também a História do Futebol Português. Porque foi um atleta de inigualável valia? Sem dúvida! Mas também porque cumpriu exemplarmente todos os deveres inerentes à condição humana, tomada esta no seu sentido criador. Que descanse em paz!

E, para terminar, não escondo que estou ao lado dos que defendem que os restos mortais de Eusébio deveriam repousar no panteão nacional, em Lisboa. Pois não é verdade que o desporto é o fenómeno cultural de maior magia, no mundo contemporâneo? Sobrepairante a todos os juízos, ergue-se a voz de Pelé: “Lamento a morte de meu irmão Eusébio”. De facto, Pelé e Eusébio eram da mesma família – a dos génios!
 

*Manuel Sérgio é antigo professor do Instituto Superior de Educação Física (ISEF) e um dos principais pensadores lusos, Manuel Sérgio é licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, Doutor e Professor Agregado, em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa.

Notabilizou-se como ensaísta do fenômeno desportivo e filósofo da motricidade. É reitor do Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares do Instituto Piaget (Campus de Almada), e tem publicado inúmeros textos de reflexão filosófica e de poesia.

 

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Rotatividade

O fim da farra que a Unimed promovia no Fluminense é o exemplo mais escancarado de algo que permeará toda a temporada 2015 do futebol brasileiro: a realidade financeira do esporte mais popular do país precisou mudar. Afundados em dívidas não equacionadas, os principais clubes nacionais tiveram de repensar suas despesas e reduzir o patamar que haviam estabelecido em anos anteriores. Isso criará uma natural fuga de talentos e estabelecerá um novo desafio para os profissionais de comunicação. Com mais rotatividade, o papel do ídolo terá de mudar.

No Fluminense, o aporte que a Unimed fornecia permitia que jogadores recebessem salários muito superiores às receitas do clube. Fred tinha vencimentos em torno de R$ 900 mil mensais, por exemplo, e Darío Conca chegava a R$ 750 mil a cada 30 dias.

Outros jogadores já foram submetidos à mudança de realidade. Diego Cavalieri chegou a pedir R$ 520 mil para renovar com o time carioca, não acertou e foi ao mercado. Para fechar com outra equipe, teve de reduzir drasticamente o patamar.

Em entrevista ao “UOL Esporte”, Gilmar Veloz, empresário do técnico Tite, disse que ele receberá menos do Corinthians em 2015 do que em 2013, ano em que deixou o time alvinegro. A justificativa para isso, segundo ele, é uma adaptação à nova realidade do mercado.

O Corinthians tem previsão de mais de R$ 40 milhões de déficit no próximo ano (para balanços, a temporada do clube vai até junho). O prejuízo é um fator comum a quase todas as projeções de contas de times nacionais (o São Paulo era uma exceção, mas fez uma suplementação de orçamento e já admite fechar a temporada com até R$ 60 milhões no vermelho).

Dívidas de grandes clubes brasileiros passam com folga a casa dos R$ 700 milhões. Em muitos casos, são quase oito vezes o faturamento anual. Além disso, estão mal equacionadas (têm perfil de curto prazo, com parcelas altas, e nem sempre são submetidas a baixas taxas de juros).

O futebol brasileiro ainda tem outras práticas nefastas, como empréstimos informais e receitas adiantadas. Clubes costumam recorrer a dirigentes ou conselheiros para pagar contas – o presidente Paulo Nobre já despejou mais de R$ 150 milhões no Palmeiras – ou pegar dinheiro referente a temporadas futuras. Isso compromete sobremaneira a capacidade de gestão no curto prazo.

Durante alguns anos, contudo, isso foi jogado a segundo plano. Empolgados com o incremento de receitas de mídia obtido após o término do Clube dos 13 e otimistas com o aumento dos patrocínios de camisa, clubes começaram a gastar mais. O faturamento do futebol nacional subiu muito, mas as despesas cresceram na mesma proporção.

A redução do investimento da Unimed no Fluminense jogou uma série de jogadores no mercado. Muitos deles começaram negociações buscando salários próximos do que o time carioca praticava. Todos ficaram frustrados.

Mais do que necessária, essa mudança de patamar do futebol brasileiro é benéfica. No entanto, é fundamental entender que haverá consequências. Os times locais, que durante alguns anos brigaram com equipes europeias ou com outros centros, terão de encarar nos próximos anos uma rotatividade maior.

Em dezembro, a revista “Forbes” publicou estudo baseado no mercado norte-americano. Por lá, 50% dos funcionários estão infelizes em seus empregos e 70% não estão sequer engajados com objetivos das empresas.

No futebol, comprometimento e entrega emocional são duas das principais cobranças feitas para os jogadores. Como um pequeno grupo ganha muito mais do que a média da população, a ótica distorcida é que eles “trabalham pouco” e “não podem reclamar”.

E por que as duas coisas têm relação com a redução do patamar salarial no futebol brasileiro? A lógica é que jogadores serão igualmente cobrados, mas receberão menos. Muitos deixarão de ter o nível de entrega exigido no futebol, e isso vai acelerar a debandada.

Nos últimos anos, o Brasil teve retornos como Ronaldo, Robinho, Luis Fabiano, Valdivia, Kaká, Juninho Pernambucano, Conca e Diego Tardelli, por exemplo. Com eles e novas estrelas, casos de Neymar, Barcos e D’Alessandro, a comunicação dos clubes teve em quem se apoiar.

Ainda é cedo para saber o tamanho da redução de investimento dos clubes brasileiros nos próximos anos. Até por isso, é impossível mensurar a debandada que o país vai vivenciar. No entanto, é fundamental que os clubes locais comecem a se preparar para um cenário de menos ídolo e mais rotatividade.

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Mundial de Clubes precisa ser repensado

Desde 2005, de forma ininterrupta, a Fifa organiza o Mundial de Clubes reunindo os campeões continentais. Com exceção dos anos de 2005, 2006 e 2012, quando, respectivamente, São Paulo, Internacional e Corinthians levantaram a taca, a competição tem sido um verdadeiro passeio para os clubes europeus. Além disso, a competição tem sido marcada por partidas com nível técnico baixissimo.

Por essas razões, a competição que poderia ser a verdadeira cereja no bolo das competições entre clubes acabou se tornando um torneio pouco atrativo e sem grande apelo na Europa.

O fato é que os clubes europeus participam da competição por obrigação e tem como sua principal disputa a Champions League. Vale dizer que qualquer torneio europeu de pré-temporada traz partidas mais atrativas que o Mundial de clubes.

Vêm-se algumas sugestões para trazer melhoras para a competição, como, por exemplo, realizá-la com 24 clubes a cada quatro anos, como na Copa do Mundo. Entretanto, com calendários apertados, deve-se buscar uma fórmula que não exija muitas datas.

Atualmente, a competição conta com sete clubes (os campeões da Uefa, Conmebol, Concacaf, OFC, AFC, CAF e do país sede) e os clubes da América do Sul e da Europa iniciam a competição na fase semifinal.

A competição se tornaria mais atrativa com o aumento do número de equipes de maior índice técnico.

Para tanto, seria razoável aumentar o número de participantes de sete para 12, com a inclusão do atual campeão, dos vice-campeões da Conmebol (Libertadores) e da Uefa (Champions) e dos campeões das Ligas Nacionais dos dois primeiros países no ranking da Fifa.

Essas equipes seriam divididas em quatro grupos de três clubes, com os campeões se enfrentando nas semifinais.

Os cabeça de chave seriam os campeões da Libertadores e da Champions, além do anfitrião e do último campeão.

Com essa fórmula, teríamos grandiosos confrontos entre grandes equipes européias e sul-americanas antes da final e poderíamos ter, por exemplo, uma semifinal com Milan e Barcelona e outra com Boca e Manchester, por exemplo.

Uma melhor atratividade da competição conflitaria com os interesses da Uefa que tem, atualmente, a competição interclubes mais valiosa do Mundo, a Champions League.

Doutro giro, seria incrível a Fifa organizar uma competição mundial de clubes que atraísse, de fato, a gana dos clubes europeus e, com ela, grandes redes de TV e grandes patrocinadores.

Além disso, da forma morna como a competição é disputada, dificilmente o Mundial de Clubes da FIFA consiga se manter por muitos anos, a não ser que clubes de outras ligas ascendentes como a MLS (EUA), Super League (Índia), CSL (China) ou Q-League (Catar) consigam transformar os altíssimos investimentos em grandes equipes e passem a enfrentar as equipes sul-americanas e, principalmente, as européias de igual para igual.

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Universidade do Futebol oferece opções de estudo para aprimoramento técnico

Estudantes que pretendem trabalhar com futebol e estão em busca de um espaço para aprender e debater conceitos do esporte, uma dica interessante é a Universidade do Futebol. A instituição oferece cursos de capacitação profissional, educação online, coaching e e-coaching de carreiras no futebol, gestão técnica, assessorias e consultorias técnicas, educação corporativa no futebol, e outros que você pode encontrar na página da UF.
Alguns cursos são oferecidos na modalidade presencial e outros são a distância. Você também pode encontrar aulas gratuitas, vídeos, colunas, entrevistas, artigos e materiais abrangendo as áreas administrativa, técnica, saúde, ciências humanas e sociais, buscando sempre uma abordagem interdisciplinar.
Confira o texto na íntegra clicando aqui.
 

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Fortalecer a chegada ao profissional é fundamental

Após fecharmos o ano de 2014 falando sobre a importância das divisões de base para o futebol brasileiro e também sobre como a compreensão das fases de uma carreira torna-se relevante para o sucesso esportivo e financeiro dos clubes, quero começar 2015 complementando esta reflexão e tocando num ponto igualmente relevante quando falamos da base que é o preparo para a transição ao nível profissional de futebol.

Cabe então relembrarmos quais são essas transições, uma vez que isso pode nos servir como inspiração para novas análises e ideias que possam tratar cada vez melhor da principal transição de uma carreira esportiva, que é a transição para o nível profissional.

As transições de uma carreira esportiva podem ser compreendidas como um acontecimento ou processo que resulta em uma “mudança na percepção sobre si mesmo e o mundo e necessita uma mudança correspondente no comportamento e nos relacionamentos pessoais”.

Os períodos de transição que ocorrem na carreira geram a necessidade do atleta se adaptar às novas exigências do esporte. Essas transições são relativamente previsíveis e compõem uma evolução considerada progressiva dentro de cada modalidade.

Apenas relembrando, estas são as transições de uma carreira esportiva:

•Transição da fase de iniciação para desenvolvimento
•Transição da fase de desenvolvimento para excelência
•Transição da fase de excelência para aposentadoria
•Transição da fase de aposentadoria para outra atividade profissional

Para nossa reflexão, vou compartilhar a descrição de apenas uma das transições: a transição da fase de desenvolvimento para excelência. Esta transição exige uma total dedicação, especialização do treinamento e muitas vezes se caracteriza pela oportunidade de uma profissionalização do atleta. Nesta etapa a orientação do treinador e de todos os demais profissionais do esporte, tais como médicos psicólogos e diretores, é crucial para o atleta lidar positivamente com esta transição.

Particularmente acredito ser aqui, na devida orientação e apoio profissional estruturado, o principal ponto de atenção na ocasião da transição de um atleta de futebol amador para o nível profissional e por isso este se sugere como objeto de estudo e análise sobre adoção das melhores ações para facilitar ao máximo essa transição e adaptação.

Com isso, espera-se que os clubes possam aproveitar ao máximo os atletas que formem em suas divisões de base, podendo com isso enfim colher ótimos frutos tanto de desempenho esportivo quanto de desempenho financeiro de suas respectivas instituições.

Espero sinceramente que o tema seja ainda mais explorado 2015 e com isso possamos ter um ano de muitas novidades positivas para todos os clubes brasileiros.

Até a próxima!