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Entre o discurso e a prática

Estudei durante grande parte da vida em uma escola católica e conservadora. Não havia uniformidade ideológica no corpo docente, é verdade, mas a maioria fomentava pouco a formação de qualquer traço de consciência crítica nos alunos. Aulas eram expositivas: professor escrevia, alunos copiavam; professor falava, alunos anotavam. Interações eram restritas a janelas para dirimir dúvidas, mas essas dúvidas raramente mudavam o roteiro ou a lógica didática estabelecida.

Essa figura de professor que eu me acostumei a ver é o que fez com que técnicos de futebol fossem chamados de professores. Muitos são formados em educação física, egressos de aulas de educação física, e uma das consequências diretas disso é a profusão de abordagens pedagógicas que emulam a dinâmica de salas de aula do passado.

No entanto, as linhas pedagógicas que funcionavam anos atrás têm sido gradativamente abandonadas. Um número cada vez maior de escolas tem pensado a formação a partir da construção de seres pensantes, capazes de tomar decisões críticas independentemente do contexto. Essa alteração de matriz tem relação direta com características geracionais, muitas delas relacionadas ao meio em que as crianças estão inseridas. Os millennials não aprendem como seus antecessores aprendiam e não são seduzidos pelo mesmo tipo de didática.

O futebol está inserido nisso, é claro. Os “professores” não têm, assim como na sala de aula, o domínio total do saber e da disciplina. Há um número cada vez maior de atletas que reagem mal a abordagens tecnicistas e hierarquia militarizada. Uma das principais explicações para o sucesso da seleção brasileira depois da troca de Dunga por Tite é justamente essa diferença de discurso: enquanto um era conservador e defendia a supremacia pelo cargo, o outro se impõe pelo trabalho e pelo conhecimento mostrado no dia a dia.

É natural que esse choque geracional imponha dificuldades e exija dos treinadores uma nova linha pedagógica. É natural que isso crie dilemas de comunicação em qualquer grupo de trabalho. A questão é: os técnicos se preocupam com isso?

Também existe um choque cada vez maior entre os técnicos e a própria mídia. O modelo de exposição e discurso, sem que as coisas sejam colocadas em contexto ou discutidas, também está cada vez mais perto da extinção.

Em 2017, o futebol brasileiro tem oferecido alguns exemplos dessa dificuldade de comunicação. É o caso de Rogério Ceni, ex-capitão, eterno ídolo e atual treinador do São Paulo. O comandante tricolor montou uma equipe baseada em suas convicções de jogo, que valoriza a posse de bola, tem movimentações ofensivas alinhadas ao que é feito em grandes equipes da Europa e ataca qualquer oponente de igual para igual.

Rogério ainda é um técnico em construção, num início de trajetória, e por isso possui uma margem de erros maior do que outros comandantes de equipes do primeiro escalão do futebol brasileiro. Contudo, o que mais chama atenção nos primeiros meses do treinador é a dissociação entre discurso e realidade.

O São Paulo foi eliminado da Copa do Brasil, caiu nas semifinais do Campeonato Paulista, caiu diante do Defensa y Justicia na Copa Sul-Americana e perdeu para o Cruzeiro na primeira rodada do Brasileirão. Em comum, todos os percalços do time tricolor na temporada tiveram entrevistas coletivas de Rogério Ceni com um tom similar.

No último domingo (14), por exemplo, Ceni teve de explicar por que o time dele havia perdido para o Cruzeiro em Belo Horizonte. Usou números favoráveis ao São Paulo, lembrou que os paulistas dominaram mais a bola, citou o número de chances criadas e até minimizou a construção do gol que selou o placar.

É o que Ceni tem feito em praticamente todos os reveses, como mostrou o UOL Esporte na última semana. O técnico sempre se fia em números positivos, defende o desempenho de sua equipe e tenta combater críticas com dados que fazem apenas retratos parciais do que aconteceu em campo.

O discurso de Ceni funciona cada vez menos com imprensa e torcedores dos tempos atuais, e isso é extremamente positivo para o futebol nacional. A questão é: será que existem os mesmos problemas de comunicação com os atletas?

Vivemos um período em que vários treinadores de currículo estão alijados de times grandes no Brasil. Luiz Felipe Scolari está na China, Vanderlei Luxemburgo está sem emprego, Muricy Ramalho tem trabalhado como comentarista. Outros nomes, como Celso Roth, Joel Santana e Emerson Leão, sequer são cogitados quando uma diretoria começa a construir uma equipe.

Em comum, além da idade e do currículo, o que esses treinadores têm é uma abordagem pedagógica que não combina mais com os jogadores atuais. É o risco dos atletas que fazem transição de carreira sem a devida preparação: eles podem passar temporadas repetindo o que faziam quando ainda estavam em campo, oferecendo exercícios e ideias que não condizem com os tempos atuais.

Sustentar esse discurso é cada vez mais complicado, e não apenas no futebol. Há mudanças na população, há um perfil diferente dos jovens, e perfis diferentes lidam de formas diferentes com as mesmas informações. No futebol, o risco de não perceber essa dissociação entre discurso e técnica é criar um abismo intransponível. Esse é apenas mais um desafio para Rogério Ceni.

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Os desafios do Brasileirão 2017

O Campeonato Brasileiro de 2017 teve início no último final de semana e, logo na largada, velhos e novos questionamentos são colocados na mesa. Teremos avanços ou retrocessos em relação aos anos anteriores?

Alguns ingredientes servem de parâmetro para obter melhores respostas. Média de público, audiência televisiva, nível de ativações realizadas pelos clubes, CBF ou patrocinadores e, o mais subjetivo de todos, a qualidade técnica do espetáculo.

Para a primeira rodada, sem contabilizar ainda o jogo realizado na noite dessa segunda-feira entre Coritiba e Atlético-GO, a média de público manteve-se no mesmo patamar das edições anteriores. Nos nove jogos realizados entre sábado e domingo, a média de público foi de 17.591 de torcedores, representando 35% de taxa de ocupação dos estádios. Esse dado nivela o campeonato por baixo, exceções feitas a Flamengo, Palmeiras e Corinthians que tiveram público superior a 30 mil pagantes, contribuindo muito para que essa média não fosse ainda menor.

Alguns clubes e a própria CBF buscaram trazer atrações extracampo para essa primeira rodada. No jogo entre Palmeiras e Vasco, os torcedores puderam acompanhar um pequeno show antes do início da partida, como forma de celebrar oficialmente o início da competição com o atual campeão. Um dia antes, o Corinthians realizou uma ativação que tem virado tradição em sua casa juntamente com o seu patrocinador Estrella Galicia. Batizada de “Esquenta da Fiel”, a ação realizada na parte externa da Arena do Corinthians visa promover a chegada dos torcedores com antecedência ao estádio, oferecendo atrações que garantam a venda de cerveja antes da abertura dos portões. Trata-se de uma forma criativa e legal encontrada para tornar a parceria mais interessante.

Bahia gol brasileirão

De todos, o ingrediente mais complexo para se avaliar é a qualidade técnica do campeonato. Hoje temos, por exemplo, gramados muito superiores aos existentes há cinco anos atrás, dando melhores condições ao jogo bem jogado. Em contrapartida, as comparações com os grandes campeonatos europeus faz com que os jogos no Brasil estejam em nível muito inferior.

Um dado animador para essa primeira rodada diz respeito à média de gols marcados. Foram 28 gols em 9 jogos, com média de 3,1 gols por jogo, maior número alcançado em uma década. Se partirmos da lógica que o ápice do futebol é o gol, temos esse ponto a favor para acreditar que o interesse dos torcedores possa aumentar no decorrer do campeonato.

Que os gols sejam a esperança para o fortalecimento do futebol dento do país e inverta esse ciclo de decepções oriundos de incompetência e má gestão. Se até hoje não fomos capazes de criar uma organização fora de campo que torne o futebol um espetáculo cada vez melhor, então que seja o gol, a essência máxima desse esporte, que force a mudança fora das quatro linhas.

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Cada vez mais jovens

Começando mais um Campeonato Brasileiro e a realidade se apresenta de maneira cada vez mais dura, as grandes esperanças de muitos clubes estão nos atletas da base. Muitos poderão alavancar suas carreiras e outros nem tanto e por que essa situação perdura? Por que cada vez mais concentramos nossas esperanças nos atletas que ainda nem sequer alcançaram a maturidade profissional?

As respostas a estas perguntas podem ser mais complexas e não caberá a nós aqui procurar respondê-las.

Mas cabe sim, a todos nós refletir sobre formas de colaborar para que esta realidade não termine precocemente o potencial de atletas que estão iniciando sua jornada no futebol profissional.

Não é possível contribuirmos sem termos a exata importância desta transição para a carreira dos atletas.  Um atleta nessa etapa de sua vida entra na grande fase de excelência, na qual ele assume definitivamente que deseja investir em sua carreira esportiva e viver esta carreira de maneira efetiva.

Com ela, se faz necessário realizarmos todo o apoio ao atleta para que possa mentalmente estar preparado para os desafios que se apresentarão dentro e fora de campo. Caberá a ele realizar uma série de escolhas que inevitavelmente trarão impactos em sua carreira e em sua vida pessoal.

Assim, acredito que para obter um melhor desempenho dentro de campo e atender as expectativas nestes depositadas, reforço que será de enorme importância planejar estrategicamente esta carreira, quer dizer, tornar cada vez mais clara a importância que as escolhas terão no seu futuro. Igualmente importante é elevar a consciência da comissão técnica sobre estes planejamentos e sobre o real potencial destes atletas para o time, pois caso contrário o excesso de expectativa pode fazer com que os desempenhos sejam muito inferiores ao esperado por todos.

Bem, façam suas apostas e que venham as grandes revelações de 2017, mas sempre lembrando de acompanharmos para tirarmos as nossas próprias conclusões sobre onde realmente o preparo mental foi decisivo para o desempenho destes atletas na temporada.

Até a próxima!

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Refletindo sobre a gestão do grupo

Olá caro leitor. Para iniciar esta reflexão, convido você para que, primeiramente, assista ao vídeo abaixo, um trecho de uma entrevista do treinador português, José Mourinho.

Qual é a relação que você estabelece com seu grupo de jogadores?

Mourinho deixa bem claro que o perfil de atleta com o qual se lida nos dias de hoje mudou bastante, o fácil e rápido acesso a informação permite com que, mesmo que minimamente, estes jogadores sejam um pouco mais críticos e curiosos, que estejam mais atentos as ações e decisões da comissão técnica. Não são mais tão raros os casos de jogadores ainda em atividade que realizam ou já possuem algum tipo de graduação, e até mesmo, cursos específicos de treinador de futebol. Como o treinador lida com esta situação?

O jogador tem se tornado cada vez mais questionador. O espaço do ditatorialismo dentro do futebol está ficando cada vez mais escasso. Como você enxerga essa tendência?

O convencimento pela simples imposição, pela coerção, dificilmente irá gerar o resultado mais benéfico. Assim como só conscientizar, dar abertura para expressão de opinião, sem assumir o papel de líder e determinar a direção a se seguir em momentos e pontos cruciais, também pode gerar maus resultados. Como se portar então?

Liderar um grupo exige conhecimentos e competências por parte do treinador que vão além das questões técnicas e táticas. Entre as equipes vencedoras do futebol, existem muitas diferenças no modelo de jogo, do perfil dos jogadores, da modelação tática, dos recursos e estruturas, etc., porém, uma semelhança, é quem está por trás destas equipes, sempre existe um grande líder, alguém que foi capaz de conduzir o grupo a remar na mesma direção, os grandes jogadores que compõem estas equipes, na maioria das vezes recordam da forma como seus treinadores se portavam perante os jogadores, como o treinador foi capaz de os cativar, como os instigou a serem melhores e lutarem por objetivos comuns.

Lidamos com “pessoas que se movimentam” como diria o Prof. Manuel Sérgio, pessoas que além de se movimentar, pensam, sentem, compreendem, possuem diferentes histórias de vida e visões de mundo. Dificilmente haverá um padrão de comportamento do treinador para toda e qualquer situação ou grupo de jogadores. O treinador precisa aderir aos seus conhecimentos do jogo, conhecimentos sobre aqueles que jogam o jogo.

A partir do momento que os jogadores, sejam eles com a idade e nível de experiência que for, enxergarem em seu treinador um líder que: mostra coerência no seu discurso com sua prática, que conduz seu trabalho com transparência, que demonstra conhecimento e domínio no que faz, que não se esquiva dos questionamentos e dúvidas dos jogadores, que compreende as individualidades de seus atletas e age com justiça para com todos. O treinador que conseguir incutir estas características em seu trabalho (além de outras competências relacionadas a gestão de pessoas) conseguirá aproximar seus atletas a alcançar seus objetivos individuais, assim como os objetivos coletivos traçados para o grupo.

Dentre as várias competências que se exige de um treinador, conhecer as pessoas, compreender suas particularidades e encontrar as melhores ferramentas didáticas para lidar com elas, são fatores determinantes na condução do grupo de jogadores no futebol moderno para se alcançar os objetivos coletivos, e ainda, contribuir com a evolução esportiva e pessoal de seus atletas. Um treinador, mais do que formador de jogadores, é também, um formador de pessoas.

“Ser capaz de mobilizar e modificar crenças, atitudes e comportamentos de outros indivíduos, orientando e organizando suas ações a uma meta. É, enfim, estabelecer objetivos possíveis de serem alcançados pelo grupo, equipe, clube ou empresa.” (Kouzes e Posner, 1997)

*Link para entrevista completa: https://youtu.be/tPbC4kH0mq4

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Palmeiras não tem mundial: mito ou realidade

Nada como as discussões saudáveis entre os torcedores para inflamar as conversas de bar e, ainda, promover o futebol. Cada região do país tem as suas “cutucadas” como o “vice do Vasco” no Rio ou o “bi do Atlético” em Minas.

Em São Paulo, diante da ascensão do Palmeiras com o título brasileiro de 2016, o mantra “Palmeiras não tem mundial” caiu nas graças dos torcedores de São Paulo, Corinthians e Santos.

Vale dizer que o São Paulo considera-se campeão do mundo em 1992 e 1993 (Copa Intercontinental) e 2005 (Fifa), o Corinthians em 2000 e 2012 (Fifa) e o Santos em 1962 e 1963 (Copa Intercontinental).

Os torcedores do Palmeiras, por seu turno, defendem-se afirmando serem campeões mundiais de 1951 (Copa Rio/Torneio Internacional de Clubes).

Sem dúvidas, o que se busca nos esportes é a hegemonia. O melhor da rua deseja se tornar o melhor do bairro, que por sua vez quer ser o melhor da cidade, após do Estado, do país, do continente e do mundo.

Na ausência de um campeonato de clubes verdadeiramente global, até 2004, era realizada a Copa Intercontinental entre o melhor clube da América do Sul e o melhor da Europa, e o vencedor se proclamava “campeão do mundo”.

Nesse ínterim, em 2000, pela primeira vez a Fifa organizou um campeonato de clubes reunindo representantes de todas as suas confederações. Infelizmente, por questões financeiras, a competição somente voltou a ser disputada em 2005.

O primeiro clube a se proclamar campeão mundial foi o escocês Hibernian, então campeão da Copa da Escócia, que, em 1887, venceu o clube inglês Preston North End.  Até 1902, o vencedor do confronto “Inglaterra x Escócia” se declarava campeão do mundo.

No início dos anos 50, o Secretário Geral da Fifa, Stanley Rous, sugeriu à CBD (atual CBF) a realização de um “torneio de campeões de todos os países filiados à FIFA”, daí surgiu a Copa Rio Internacional.

A Copa Rio Internacional de 1951 foi a primeira competição de clubes com abrangência intercontinental que, segundo os jornais da época, foi criada para indicar o campeão mundial de clubes. Participaram do torneio o Vasco da Gama, Áustria Viena, Nacional, Sporting, Juventus, Nice, Estrela Vermelha e o Palmeiras, que acabou vencendo o torneio.

A Fifa, recentemente, informou só reconhecer como Mundial de Clubes as competições de 2000 e a partir de 2005, tanto que em seu site não há menção aos campeões da Copa Intercontinental.

Sob este prisma, somente Corinthians, São Paulo e Internacional seriam campeões mundiais, ou seja, em SP, nem Palmeiras, nem Santos teriam mundial.

Sob o aspecto jurídico-federativo, a Fifa tem a competência exclusiva e absoluta de organizar e chancelar competições oficiais entre seus filiados.

Não obstante isso, não se pode apagar o fato de terem existido competições “extraoficiais” toleradas (aceitas/aprovadas pela Fifa de forma tácita). Não se apaga, também, a relevância dos clubes envolvidos e, principalmente, o sentimento no momento de realização da competição de que dali sairia um legítimo campeão mundial.

Sendo assim, na lacuna deixada pela Fifa pela ausência de competições oficiais que consagrassem um campeão do mundo, os próprios clubes legitimaram competições que ao seu tempo indicavam o melhor do mundo naquele ano.

Para isso, pouco importa o nome da competição, o que vale mesmo é o sentimento e a legitimidade dos envolvidos no momento da competição.

Portanto, o Palmeiras deve sim se orgulhar do título da Copa Rio de 1951, trazê-lo no rol de suas mais importantes conquistas e honrar o legítimo título mundial daquele ano, pois, caso contrário, sob o fundamento de uma mera formalidade, desrespeitaria toda uma geração de atletas e clubes, bem como desconstituiria os títulos mundiais do Santos de Pelé (1962/1963), do Flamengo de Nunes (1981), do Grêmio de Renato Gaúcho (1983) e do São Paulo de Telê Santana (1992/1993) e porque não do Fluminense, campeão da Copa Rio de 1952.

Salve, Salve os brasileiros campeões mundiais com ou sem chancela da Fifa, mas com a tradição e legitimidade de um grande mundial de clubes.

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O erro feminino custa mais caro

Domingo à tarde, dia de clássico, estádio lotado, milhões acompanham a partida pela televisão, gol impedido e O bandeira não vê, O juiz valida o tento e a partida é decidida a favor do time que cometeu a irregularidade. Quantas vezes não vimos essa história? Muitas, afinal, como diz aquele ditado: errar é humano. Juízes de futebol erram (bastante por sinal) e faz parte, dá até uma certa graça ao negócio. Normal, até bonito, não?

Agora, faça uma reflexão sobre o episódio acima trocando apenas dois artigos, substitua a letra O por A antes da palavra bandeira e O juiz por A juíza. Sentiu o drama? Pontuarei dois episódios em que erros de arbitragem culminaram em uma mudança drástica na carreira de duas mulheres promissoras. O caso mais famoso é o da bandeirinha Ana Paula Oliveira, que teve uma má atuação em partida entre Botafogo e Figueirense pela semifinal da Copa do Brasil em 2007, beneficiando o clube catarinense e provocando a ira da diretoria botafoguense. Fato que culminou em seu afastamento da função, e que foi o início do fim de sua carreira dentro de campo.

Mais recentemente, em 2014, a bandeirinha Fernanda Colombo anulou um gol legal do Cruzeiro e foi obrigada a ouvir do diretor de futebol do clube celeste que seria melhor ela ter ido posar para a Playboy. Três anos após o acontecido, a jovem de 25 anos, muito jovem aliás, que já foi aspirante Fifa se considera aposentada.

Para informação: dos 215 árbitros presentes no quadro da CBF, apenas 15 são do sexo feminino, o que corresponde a 7%. O número de assistentes é um pouco maior: 58 mulheres em um total de 311, chegando a 18,6%. Por que será?

Outra situação de uma mulher envolvida com futebol e que por conta de alguns erros profissionais quase foi linchada, aconteceu com a ex-presidente do Clube de Regatas Flamengo, Patricia Amorim. A gestão da ex-nadadora não foi fácil: parcerias que não vingaram, entreveros com estrelas do futebol – jogadores e técnicos -, o caso Bruno, sua atuação política fora do clube e até mesmo sua relação conjugal (enquanto casada com membro de organizada de clube rival) foram elementos que a tiraram do cargo. Erros aconteceram – uns que cabiam a sua pessoa e outros que não eram de sua alçada – só que Patricia foi ceifada do futebol de maneira agressiva (não definitiva, já que atualmente é subsecretária de Esportes e Lazer do Rio). Erros aconteceram. Quem erra deve ser devidamente penalizado, sempre. Mas por que não é assim sempre? Por que os presidentes, não só de clubes, mas de federações e confederações inclusive, que fazem barbaridades às fuças de todo mundo não sofrem nem 10% das consequências sofridas pela primeira presidenta do clube rubro-negro?

Jornalistas do gênero feminino são postas a prova muito mais do que os do sexo oposto, sobre o futebol feminino então, não vou nem falar…

O erro feminil, sobretudo no futebol, que é nosso campo de debate e reflexão, sempre é mais pesado e nunca passa despercebido. A mulher que resolve se dedicar a uma carreira profissional no meio futebolístico deve ser impermeável a erros e se puder não titubear é bom, aumenta um pouco suas chances de ser aceita sem muitos questionamentos. Não há como não notar e não se surpreender com a diferença de tratamento dada para os equivocados e equivocadas.

Por um futebol menos injusto e desigual entre os gêneros.

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Futebol e tecnologia

A utilização da tecnologia pode ser empregada de diversas formas no futebol e em todas interfaces que o cercam: arbitragem, análise de jogo, preparação física, fisiologia, fisioterepia, entre outras, com suas ramificações peculiares em cada área. E a cada dia que passa, várias variáveis são estudadas e diversas informações são colhidas.

Reprodução: Imagem retirada do site www.8columnas.com.mx
Reprodução: Imagem retirada do site www.8columnas.com.mx

 

Tudo necessário e importante, especialmente se não quisermos tirar o protagonismo do jogo e do jogador. E a evolução tecnológica é importante mas não pode tirar a essência do jogo e virar uma nova forma de “absolutismo” que toma conta do inconsciente de todos, gera informações em excesso e domina e mecaniza todas as decisões dos participantes do processo.

Abordo isso por que, cada vez mais, vejo a obsessão humana pelo controle da espécie, sendo um tema debatido com mais veemência nos últimos anos. Estamos criando tecnologias, máquinas, inteligência artificial que vão adquirindo autonomia e ultrapassando nosso limiar humano de inteligência. E o problema é que não sabemos onde essa porta de entrada vai nos levar. Nesse contexto, o futebol pode perder um pouco sua essência se insistirmos densamente no excesso de tecnologia?

Stephen Hawking, um dos mais relevantes cientistas do mundo, que usufrui de uma tecnologia particular para se comunicar envolvendo uma inteligência artificial, disse que “o desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana”. Essas máquinas avançariam por conta própria e se reprojetariam em ritmo sempre crescente. Os humanos, limitados pela evolução biológica lenta, não conseguiriam competir e seriam desbancados.”

Ele acrescenta que “nosso futuro é uma corrida entre o crescente poder da tecnologia e a sabedoria com que a usamos. Em curto prazo estamos preocupados em quem controla a tecnologia. Em longo prazo teremos que nos preocupar se poderemos controlá-la”.

Muitas são as repercussões dos avanços tecnológicos, tanto positivas quanto negativas. Será que seu poder pode trazer algumas armadilhas que carregam efeitos silenciosos? Elas podem terceirizar paulatinamente o uso de nossa memória? Uma memória que cria um eventual avanço tecnológico pode enfraquecer? Se a memória é um processo humanizante, o uso excessivo de máquinas nos dispensaria agir e nos obrigaria apenas a reagir?

Reprodução: Foto retirada do site www.batterymart.com.mx
Reprodução: Foto retirada do site www.batterymart.com.mx

 

O filósofo Jean-Michel Besnier também fala um pouco sobre tecnologia e inteligência artificial, para ele: “se quiséssemos nos limitar a considerar as nossas máquinas como meras ferramentas, poderíamos efetivamente pensar que a inteligência artificial estivesse a serviço da construção cultural, simbólica do humano. O recurso a um instrumento permanece opcional. Mas o problema com toda tecnologia é que ela quer ser hegemônica. E a alienação começa assim que começamos a perder a iniciativa. A inteligência artificial quer estar em todos os lugares e, portanto, nos obrigar a interagir com ela. A escolha de recorrer ou não a um instrumento desapareceu. Por isso, somos forçados a nos comportar como máquinas. Chamei isso em um livro de “síndrome da tecla asterisco” (L’Homme simplifié). Somos forçados a responder às injunções abstratas e, portanto, não somos mais considerados seres inteligentes. Um neurobiólogo vai explicar isso dizendo que a interação com a máquina ativa as mesmas áreas do cérebro que a realização dos automatismos. A inteligência artificial em ação na internet produz o mesmo efeito: os buscadores e seus algoritmos levam você de um link a outro e afastam-no da reflexão. Nós não lemos mais, fazemos uma varredura, transformados em scanners”.

Numa outra visão, o científico Geoffrey Hinton afirma que “futuramente não crê que as máquinas dominarão a humanidade. Se produzirá uma simbiose. Os computadores com simuladores de redes neurais e as pessoas trabalharão com eles. Não creio que acabaremos dominados pelas máquinas e, se isso ocorrer, será em um futuro muito distante. Não sabemos como funciona o cérebro em profundidade, mas sabemos que quando aprende algo modifica a força de conexões entre os neurônios. E sabemos mais ou menos como funciona um neurônio. Assim podemos criar um modelo informático aplicando os princípios de um neurônio e podemos desenhar um algoritmo de aprendizagem de forma que o sistema melhore a medida que aprende”.

Seguramente a tecnologia sempre teve presente na existência própria da vida humana, desde os primórdios, em diversos níveis de complexidade. Mas nos últimos anos alguns questionamentos vêm acontecendo, é só pararmos para refletir: o grande uso da tecnologia vem gerando alguns distúrbios na vida cotidiana? E no futebol, com um universo particular, será que a construção excessiva de aspectos acessórios, de tecnologias excessivas, pode tirar um pouco a sua natureza?

Ainda acredito que a maior tecnologia do futebol é o jogo e o jogador.  Por isso, de nada adianta uma tecnologia sofisticada para manter pessoas presas. A dominação da tecnologia mastigando o trabalho para todos, mecanizando, só que superficialmente evoluindo aos olhos nus, pode ajudar, e claro, ajuda, mas não pode tornar desnecessário todo processo natural de valores profundo de quem realmente joga o jogo e está no jogo.

Abraços e até a próxima quarta!

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A aula de comunicação de Milton Mendes

Milton Mendes é um técnico de futebol. E como todo (todo?) técnico de futebol, Milton Mendes entende que observar jogos é parte de seu trabalho. No entanto, ele ofereceu uma aula involuntária de comunicação no último domingo (07), quando decidiu ver in loco o duelo entre Flamengo e Fluminense, que decidiram o Estadual do Rio de Janeiro. Tudo porque o comandante do Vasco escolheu acomodar-se em um setor popular do Maracanã – e no meio da torcida rubro-negra.

Como praticamente tudo num mundo tão polarizado por redes sociais e convicções tão plenas quanto rasas, a presença do treinador vascaíno num setor dominado por flamenguistas dividiu opiniões. Muitos torcedores optaram pela pilhéria – sobretudo os que gravaram vídeos com Milton Mendes, visivelmente constrangido. Outros preferiram usar o fato como provocação – como se isso indicasse alguma subserviência ou preferência do técnico em relação à equipe rubro-negra. No entanto, foi possível dividir em dois outros grupos as opiniões mais frequentes em redes sociais: os que condenaram o treinador pela “exposição desnecessária” e os que defenderam alguém que “só estava ali trabalhando”.

É possível extrair várias lições desse episódio. A começar pelo controle do conteúdo: Milton, aposto, não fazia ideia da proporção que sua decisão tomaria. Ao escolher um setor popular e ao decidir sentar-se em meio a flamenguistas, não considerou todo o contexto e se esqueceu que nem todas as pessoas tiram as mesmas conclusões de uma cena.

O controle da mensagem, teóricos da comunicação ensinam, não está no emissário. Na cabeça de Milton, ver um jogo pode ser apenas parte do trabalho. A presença dele no Maracanã, portanto, seria uma ação natural. As reações de muitos vascaínos mostram, contudo, que essa associação não era assim tão clara. Sem qualquer comparação de conteúdo, mas de lógica: é por isso que um branco não pode determinar o que é racismo ou um homem heterossexual não tem como estabelecer limites de machismo ou preconceito.

Outra questão incutida na ida de Milton Mendes ao Maracanã é a importância do contexto. Ainda que todas as pessoas entendessem que ver jogos é parte do trabalho dele e que o treinador estava ali apenas para observar rivais, houve um erro de avaliação do profissional ao ignorar a rivalidade do Vasco com o Flamengo. Todo o episódio seria mais palatável se ele tivesse considerado isso, pensasse no quanto a separação de torcidas em estádios tem sido uma discussão recorrente no Brasil e optasse por ver a decisão em um camarote ou em uma cabine.

Também há uma discussão pertinente sobre forma: ok, Milton Mendes queria observar rivais; ok, há uma série de benefícios de fazer isso in loco, com toda a perspectiva. No entanto, essa era a única maneira de assistir ao Fla x Flu? O treinador não teria evitado desgaste se mandasse um emissário ou solicitasse uma gravação com diferentes ângulos da partida?

Por fim, aquela cena suscita uma dúvida sobre a influência do meio. Depois da repercussão, Milton Mendes vai acompanhar outros jogos em torcidas rivais? E a diretoria do Vasco, como vai se comportar diante da pressão de alguns torcedores? Aliás, e esses torcedores? Vão avaliar o trabalho de um profissional apenas por uma ação bem-intencionada, mas mal executada?

Pululam exemplos no futebol brasileiro de quanto o entorno influencia em casos assim. De longe, sou capaz de apostar que Milton não repetirá o comportamento. Além disso, angariou uma animosidade com torcedores e se colocou numa posição menos confortável entre seus superiores. Pensando em uma profissão tão instável quanto a de treinador de futebol no Brasil, todos esses elementos contam.

Milton Mendes só queria ver um jogo de futebol e observar rivais. A ideia era clara, justa e adequada às necessidades da profissão. Na comunicação, contudo, o teor da mensagem nem sempre é tudo.

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A União faz a força

Há exatos 30 anos surgia no país um movimento encabeçado pelos principais clubes do futebol nacional que visava organizar um novo modelo para o Campeonato Brasileiro, aproveitando-se de uma grave crise financeira instaurada na CBF que sinalizava ser incapaz de bancar os custos da competição.

A iniciativa partiu de São Paulo e Flamengo, que chamaram os outros 11 clubes por eles considerados de maior expressão, nomeadamente Corinthians, Palmeiras, Santos, Vasco, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Internacional, Atlético-MG, Cruzeiro e Bahia, e formataram o Campeonato Brasileiro de 1987. Surge, nesse momento, o Clube dos 13, entidade dos clubes que visava representar os interesses políticos e financeiros da classe. Sob a sua tutela, é lançada a Copa União, nome dado ao Campeonato Brasileiro desse ano e que pode ser concretamente chamado de embrião para uma liga organizada pelos clubes.

Uma série de contraposições ocorreram nesse momento, em especial por parte da CBF e de clubes que sentiram-se excluídos da elite do futebol brasileiro mesmo com desempenho que garantiria sua participação na primeira divisão. A CBF então decide criar um mecanismo, onde o Campeonato Brasileiro seria disputado em dois módulos, um com a participação dos clubes afiliados e convidados pelo Clube dos 13 e o outro com os clubes que também possuíam representatividade no cenário nacional.

O regulamento previa que os 4 primeiros colocados de cada módulo disputariam o título brasileiro de 1987, algo rechaçado pelo Clube dos 13 que decidiram não acatar a proposta. O resultado é a polêmica discussão existente até hoje sobre quem é o legítimo campeão brasileiro: Flamengo, vencedor do Módulo Verde (Copa União) ou Sport, vencedor do Módulo Amarelo. Oficialmente, após anos de longas disputas judiciais, o Sport é considerado o campeão brasileiro desse ano.

Anúncio da Cola-Cola, patrocinador oficial dos times que disputaram a Copa União 1987| Reprodução: jhareias.com
Anúncio da Cola-Cola, patrocinador oficial dos times que disputaram a Copa União 1987| Reprodução: jhareias.com

Apesar de todos os problemas e discussões sobre o formato definido, a Copa União merece atenção por ter sido um verdadeiro sucesso dentro e fora de campo. O foco foi criar um produto de qualidade, organizado entre o Clube dos 13, a Rede Globo e o apoio de grandes patrocinadores, em especial a Coca-Cola, que investiu pesado para garantir a viabilidade da competição e, em contrapartida, obteve um acordo inédito para expor a sua marca na camisa dos clubes participantes.

Times competitivos e com grandes jogadores, ótimas audiências televisivas, em um modelo mais democrático com sorteios realizados para definir qual jogo seria transmitido, e uma média de público acima de 20 mil pagantes por jogo, número que não foi superado desde então. Esses são alguns exemplos do potencial gerado em um torneio com pleno envolvimento de seus maiores interessados: os clubes.

Infelizmente, a Copa União não foi adiante e durou apenas um ano, enterrando a semente do que poderia ter sido uma das primeiras ligas organizadas pelos clubes no mundo. Como termos de comparação, a Premier League, tão exaltada como o campeonato nacional mais organizado e de maior sucesso no mundo, foi criada em 1992, cinco anos após a Copa União. O próprio G-14, organização dos clubes mais poderosos da Europa, foi fundado em 2000, treze anos após o Clube dos 13.

Fazendo justiça, o Campeonato Brasileiro obteve alguns avanços desde a década de 80. A adoção do formato de pontos corridos e um calendário mais organizado (apesar de ainda longe do ideal) são itens que devem ser considerados em sua melhor organização. Porém, os clubes permanecem olhando apenas para si, sem enxergar que uma verdadeira expansão depende fortemente da união entre todos os envolvidos. Somente assim será possível chegar ao patamar que merecemos estar como país tão relevante para o futebol mundial.

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O poder da coletividade no futebol

Quando pensamos em resultados no futebol, inevitavelmente estamos abordando também a questão da capacidade de realização coletiva das equipes, entre outros temas. Mas, pensando exclusivamente sobre a coletividade, quais seriam algumas alavancas para se ampliar o tema dentro do futebol?

Penso que existem dois pontos que são alavancas da coletividade e alta performance dentro do futebol: as metas e a construção de times.

Abordando brevemente o tema de metas, cabe relembrar que elas são de extrema importância na vida dos atletas, pois através delas é possível realizar ações e materializar conquistas. A capacidade em estabelecer as metas é a chave-mestra do sucesso. As metas ativam a mente positiva e liberam ideias e energia para a consecução das realizações. Sem estabelecer metas nós somos levados pelas correntes da vida.

O fato de se ter uma ou mais metas, eleva a capacidade de realizar muito mais do que se pensa, ter metas claras aumenta a autoconfiança, potencializa as competências e estimula o grau de motivação.

Brian Tracy credita às quatro razões abaixo as prováveis razões (armadilhas) pelas quais as pessoas não estabelecem suas metas.

  1. Porque acham que as metas não são importantes
  2. Porque não sabem como fazer
  3. Porque têm medo do fracasso
  4. Porque têm medo da rejeição

Ainda, falando sobre as metas, se faz de grande importância reconhecermos que as coletivas precisam ser prioritárias em relação as metas individuais, ou seja, as coletivas passam a ser as principais dos grupos e as individuais ganham potencial valor quando contribuem efetivamente para a conquista coletiva dentro do futebol. Sendo assim, os atletas estarão mais engajados quando suas metas individuais possuírem total aderência às metas do grupo, com isso haverá uma convergência de forças para que ambas sejam concretizadas para o sucesso da equipe.

O segundo ponto de alavanca que posso mencionar aqui é a construção de times.

Sempre vivemos um dilema no futebol relacionado ao tempo. O pequeno tempo disponível para formar uma equipe frente a necessidade de materializar em campo equipes de alta performance.

As habilidades do treinador em formar equipes coesas e eficientes coletivamente serão sempre colocadas em prova nessas situações e o uso de técnicas e estratégias para promover esta construção são uma boa base para o resultado coletivo.

Apenas para melhorar nossa percepção sobre a construção de times, vale a pena relembrarmos as diferenças entre grupos e times, que literatura de desenvolvimento de times nos fornece.

GRUPOS TIMES
Indivíduos que trabalham independentemente Membros que são interdependentes
Membros focados em si, agendas e responsabilidades ocultas Metas comuns, propósito, missão e senso de unidade
Existem desconfiança e desentendimentos Ambiente aberto e de confiança, desentendimentos vistos como positivos e geram aprendizado
Comunicação é obscura Comunicação aberta e honesta
Conflito é evitado ou escalado Reconhecimento do valor dos conflitos, com estratégias de resolução de problemas colocadas em ação
Membros conformados Expressão livre entre os membros

Sempre que nos colocarmos atentos as diferenças mencionadas, passaremos a perceber o quanto de trabalho pode ser realizado para termos times verdadeiramente unidos e focados em metas comuns para todos.

Concluindo, acho pertinente compartilhar as características de bons times para orientar a compreensão sobre quando um time está no caminho do alto desempenho:

  • Propósito comum;
  • Metas claras e específicas;
  • Cada membro entende e é competente pela sua posição;
  • Os canais de comunicação são abertos;
  • Os membros se apoiam e se encorajam mutuamente;
  • Existe flexibilidade;
  • Existe o conhecimento e uso das forças de cada membro, bem como o conhecimento dos pontos de melhoria;
  • A confiança é mútua;
  • Existe a contabilização dos resultados da equipe.

Assim, amigo leitor, faço a referência da importância para os temas metas e construção de times, para uma ótima alavancagem da coletividade e dos resultados num time de futebol.

Até a próxima.