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Análise do Jogo: Brasil 1-1 Suíça

https://vimeo.com/275731829

Confira a análise dos gols da partida (o vídeo acima contém imagens da emissora Mediaset e FIFA).

 
A organização, competitividade e a boa qualidade do adversário, aliado à ansiedade e ao nervosismo gerado pela estreia e necessidade de vencer, fizeram com que a seleção não conseguisse repetir as últimas atuações e o padrão de jogo que estamos acostumados a ver na era Tite.
Não foi o jogo de largos períodos de posse de bola, do famoso “perde-pressiona” (uma consequência natural do aspecto anterior) que na maioria das vezes produz a rápida retomada da bola e a continuidade do ataque anterior, nem foi o jogo em que só o Brasil jogou e não deixou a Suíça jogar.
Ainda assim, a seleção mereceu a vitória. Defensivamente sofreu pouquíssimo e ofensivamente criou muitas chances de gol, tanto na bola parada (que voltou a funcionar), como com a bola rolando, mas falhou na hora de converter.
A equipe treinada por Tite alinhou no já esperado 1-4-3-3, com Philippe Coutinho iniciando no meio-campo ao invés de Fernandinho, deixando a seleção mais leve, imprevisível e criativa, dando mobilidade, 1×1 ofensivo e chegadas à área.
Diante de uma Suíça bem organizada defensivamente e postada no 1-4-4-1-1, o Brasil teve em Philippe Coutinho um homem chave no momento ofensivo.

A organização defensiva da seleção suíça no 1-4-4-1-1 permitiu que o inteligente meia-ofensivo Dzemaili fizesse a leitura das situações e mantivesse a ocupação do espaço central (tal como na imagem) ou alternasse entre um 5º jogador na linha do meio campo e um 2º jogador na linha da frente, conforme a necessidade

 

Para ter acesso ao material completo, clique aqui.

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A Copa do Mundo e o Verde-Amarelismo

Pois é, começou a Copa do Mundo. Face à indiferença aparente dos dias que antecederam o Mundial, aos poucos vai se sentindo o clima do torneio nas ruas, nas conversas das pessoas, no entusiasmo de quem já acompanha os jogos e transmite isso para os demais. De quatro em quatro anos este acontecimento chega e arrebata os corações mais frios. Faz parte da cultura e do imaginário coletivo nacional: os jogos em família, as tradições, os costumes e superstições. Necessário para qualquer homem e sociedade, é um ritual. 

Para muitos a Copa é importante para o Brasil por conta das conquistas. Entretanto, para entender isso, já foi visto aqui na coluna porque o futebol é algo bem forte para o país. O Mundial de futebol, especificamente o de 1938, pela primeira vez sintetiza a ideia de nacionalidade brasileira – sustentada sobretudo nas ideias do livro “Casa Grande & Senzala” de Gilberto Freyre. A seleção naquela Copa representava o sucesso da formação do Brasil: a da mistura das raças, em um terceiro lugar obtido na França naquele ano.

O Capitão do Brasil, Sr Carlos Alberto Torres, ergue a “Taça Jules Rimet” de Campeões do Mundo de Seleções de Futebol, em 1970. |Foto: Divulgação/FIFA

 

Em termos de marketing e comunicação estratégica, ganhar o torneio de 58 foi um “prato cheio” para o governo de um país em crescimento, de vanguarda, com uma nova capital. A de 1970 então, nem se fala. Vitórias maiúsculas e incontestáveis com um crescimento médio também maiúsculo. O Escrete se confundia com o regime em vigor na época. Ao mesmo tempo, a camisa amarela ficava conhecida e era admirada pelo planeta todo. Símbolo inconfundível do nosso país e de todas as coisas boas relacionadas ao Brasil: talento, improviso, criatividade, eficiência e excelência. Trato aqui da camisa, do uniforme somente e de quem o veste. Não do escudo que vai nele.

Com tudo isso, o futebol e a seleção nacional do Brasil da modalidade é uma das representações máximas da nação. Assim como é o mar para Portugal; assim como é a monarquia para o Reino Unido; a república para os franceses; a constituição para os estadunidenses e o exército para os russos. Quaisquer derrotas, tragédias. Uma goleada (como foi o 7 a 1), uma humilhação. Uma vitória não é apenas dentro de campo: simboliza o triunfo do Brasil, sobrevalorizado quando ele é sobre um país com índices sócioeconômicos melhores que o nosso.

Oxalá os problemas do país fossem resolvidos com as conquistas da bola. É preciso resgatar o ideal de nação, o que tem sido perdido aos poucos por inúmeros motivos. O futebol, através da seleção, é capaz disso.