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Neymar: por que tudo isso, Neymar?!

Neymar é hoje o único jogador brasileiro com condições de um dia brigar para ser o melhor do mundo. Não há nenhum outro que reúna as habilidades técnicas, físicas e até cognitivas que ele tem. A capacidade que Neymar tem para resolver os problemas do jogo são extraordinárias. Porém, para ser o melhor do mundo “só” isso não basta. É preciso um pacote maior. Que vai incluir o comportamento. Até porque, de forma natural, a maneira com que o jogador lida com o que está fora vai influenciar o que acontece dentro de campo. E aí chegamos no ponto mais fraco de Neymar.
Não tenho condição alguma e nem quero julgar sobre a mais nova polêmica envolvendo esse termo tão pesado que é estupro. Porém, os problemas se acumulam. Se amontoam. E criam uma atmosfera negativa não só para ele como também para toda a equipe de trabalho do seu clube e da seleção brasileira.
O foco é fundamental para a alta performance de qualquer atividade humana. E focar significa abrir mão de uma série de coisas para conseguir uma outra em particular. Ou seja, Neymar teria que ter como principal e única fonte de motivação o futebol. Melhorar como jogador. Com e sem a bola. Desenvolver ainda mais suas aptidões técnicas. Ter o seu corpo como um equipamento para desempenhar suas funções em campo. Uma mente blindada contra distrações e sabotadores. O melhor do mundo tem que respirar futebol. Dia e noite. Se sacrificar. E não parece ser o caso do camisa dez da seleção brasileira.
Não estou defendendo que ele seja um robô. Mas o melhor em uma atividade tem que fazer o que outros não fazem. E Neymar indica a todo o momento que o foco dele não está cem por cento na bola. As polêmicas são consequências de um estilo de vida que não combina com o de um jogador acima de todos os outros.
Tudo na vida é questão de escolha. A carreira de um jogador é muito curta. A questão aqui não é ganhar mais dinheiro. É ser melhor que os outros. É merecer um posto de destaque sobre os demais. A continuar assim, Neymar continuará sendo um jogador extraordinário. Porém, não o melhor de todos. Acredite em mim: logo o argumento de que não há como competir com Messi e Cristiano Ronaldo vai passar. E haverá outro argumento traduzido pelo nome de outros jogadores. Tudo por culpa única e exclusiva do próprio Neymar.
 

 

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Liverpool v Tottenham – algumas notas

Henderson e o Liverpool comemoram o título: há conquistas sem cicatrizes? (Reprodução: Twitter da UEFA Champions League)

 
Reflexão exige tempo. Para refletir, é preciso ter tempo para pensar, tempo para sentir, tempo para mergulhar e também tempo para voltar à superfície. Sem opiniões imediatas, sem tempo real, sem nada dessas coisas que encurtam nossa relação com o tempo. No futebol e na vida vivida, o tempo deve jogar a nosso favor, não contra.
Passados alguns bons dias deste Tottenham x Liverpool, que consagrou o velho novo campeão da UEFA Champions League, sinto que agora consigo expressar, com mais calma, as minhas impressões deste jogo. Elas estão divididas em vários tópicos. Alguns maiores, outros não.
Vejamos.

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Sofrer um pênalti (questionável) aos vinte e dois segundos de jogo é um golpe enorme para qualquer equipe, e não seria diferente para este Tottenham. Mas havia algo ali, logo após o gol de Mohamed Salah e durante todo o jogo, que pareceu muito forte: este Tottenham demonstra, a olhos nus, uma enorme força de caráter. A impressão, mesmo no instante seguinte ao gol, era de aceitação do incerto, de cabeça erguida e confiança no modelo. Talvez isso aconteça por dois motivos: pelas experiências deste grupo (especialmente as recentes, basta lembrar-se do jogo contra o Ajax), como também pelas ideias e pelo trabalho deste exímio Mauricio Pochettino.
A linguagem corporal de Pochettino, logo após o gol, mostra um treinador evidentemente incomodado, mas ao mesmo tempo compreensivo, crente no seu trabalho e na incerteza do jogo. Soube outro dia, pelo colega Carlos Thiengo, que ele fala sobre algo parecido nesta entrevista, dada ao La Nación, publicada logo antes do jogo. Tendo a achar que Pochettino, com menos dinheiro e mais subestimado do que vários dos seus colegas, não construiu este trabalho a partir das suas forças, mas principalmente a partir das fraquezas, das fragilidades, das cicatrizes de uma equipe que, sofrendo, aprendeu a sofrer.
Não fosse isso e o resultado final, contra este Liverpool, poderia ser mais elástico.

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Que o Liverpool jogaria no 4-3-3 nós já sabíamos. Minha dúvida estava na formação inicial do Tottenham, cujas estruturas são mais flexíveis. Neste vídeo, gravado ao lado do amigo Luís Felipe Nogueira, sugeri que o Tottenham começasse o jogo com uma linha de cinco defensores. Pensei nisso muito em função do comportamento do trio de ataque do Liverpool (Mané – Firmino – Salah), especialmente dos dois pontas, que buscam as diagonais em demasia e poderiam, ao lado de Firmino, criar situações de 3 v 2 sobre Alderweireld e Vertonghen. Mas Pochettino partiu de uma linha de quatro, começou em um 4-2-3-1. Bom, vamos refletir um pouquinho sobre essa escolha.
Dois jogadores importantes, que não puderam jogar nas últimas semanas, agora estavam em condições: Harry Winks e Harry Kane. No caso do segundo, principalmente, repare que é impensável deixá-lo no banco em condições normais de temperatura e pressão. Este, aliás, é um ponto importante que separa o analista médio (não o analista de desempenho) do treinador, e aqui entendemos melhor os motivos que fizeram Lucas Moura começar no banco de reservas. Um treinador, em uma final, não escala apenas pela memória recente, escala pela temporada, pelos treinamentos, pelas relações, pelo adversário, pelos companheiros e por si mesmo. Mas este não é um cálculo matemático, é um cálculo humano. As contas humanas não se fazem nos números, se fazem nos afetos, nos sentidos, na intuição – são apostas! E apostar (também) é um ato de coragem.
É provável que Pochettino e a comissão tenham previsto que o Tottenham teria mais posse – como de fato teve. Por isso, a escolha por mais um jogador de meio-campo (ao invés de mais um defensor) é plenamente compreensível, como uma forma de conservar a posse e, de alguma forma, progredir ao gol. Com Winks, o Tottenham ganharia um passador de muito bom nível, superior aos colegas de posição, tendo ao lado Moussa Sissoko, este mais físico, mais forte em condução – embora não exatamente um driblador. Aqui (e veremos abaixo o porquê), gostaria de ver como poderia contribuir Moussa Dembèlè, até outro dia no Tottenham (hoje no Guangzhou R&F), desses ótimos jogadores em situações de 1 v 1 pelo centro do campo.

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Sobre o Liverpool, havia um aspecto particularmente interessante neste 4-3-3. Como sabemos, Klopp é um treinador mais apegado às estruturas do que Pochettino. É raro que haja alterações no sistema – ao menos quando comparado com outros treinadores do mesmo nível.
Mas neste jogo, houve uma repercussão interessante do ponto de vista defensivo. A marcação inicial, como esperado, era das mais altas, partia do campo ofensivo, pressionando a construção do Tottenham. Não era bem uma pressão comprometida com o desarme, mas mais próxima de induzir o erro de um dos cinco defensores (Lloris + linha de quatro) na primeira fase do ataque. Neste sentido, portanto, o Liverpool partia em uma leve inferioridade numérica, de 4 v 3 – que tentava compensar do ponto de vista posicional.
Mas se há inferioridade em algum lugar, há superioridade em outro, e a superioridade estava na segunda linha. Este, ao meu ver, foi um ponto chave. Com Fabinho – Henderson – Wijnaldum, o Liverpool mantinha situações de 3 v 2 sobre os volantes adversários (Winks – Sissoko), o que tinha claros reflexos na construção ofensiva do Tottenham. Sabendo das suas fortalezas, e provavelmente esperando que os Spurs realmente tivessem mais controle da bola, Klopp desenhou uma situação limitante para a construção ofensiva do adversário por dentro, forçando-o a buscar: I) os lados do campo (o que não era exatamente interessante para o Tottenham, veremos o porquê abaixo) ou, como aconteceu de fato, II) os ataques diretos.
Para além de um efeito tático, induzir o Tottenham à verticalidade tem uma repercussão mental importante, porque o próprio Liverpool faz isso muito bem – especialmente em transições. O trio de ataque já está suficientemente condicionado a buscar o espaço às costas dos laterais-zagueiros adversários tão logo a bola é recuperada, especialmente contra equipes que precisam das linhas altas – como é o caso do Tottenham. O lance do pênalti que origina o primeiro gol sai exatamente em um passe rápido, pelo alto, às costas de Trippier, em um espaço atacado por Mané, aproveitando-se exatamente da altura da linha-base do Tottenham. Induzir o adversário a fazer algo que não apenas é desconfortável, como é melhor feito pela equipe que induziu, é uma solução potencialmente terrível do ponto de vista psicológico.

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Mas o fator decisivo no primeiro tempo, ao meu ver, foi não apenas a escolha do Tottenham pela linha de três meias, como o comportamento de cada um deles. Chamo a atenção especialmente para as diferenças entre Heung-Min Son e Christian Eriksen, que começaram abertos, com Dele Alli por dentro.
Objetivamente, Eriksen estava mais condicionado pela bola, enquanto Son estava mais condicionado pelo espaço. À medida que o Tottenham avançava no campo de ataque, Eriksen deixava o corredor direito em direção ao meio, claramente buscando o espaço entre as linhas defensivas do Liverpool, às costas de Fabinho. É muito provável que essa escolha também seja influenciada pelo comportamento do Liverpool em organização defensiva, com os pressings já comuns nas equipes de Klopp – e os riscos que isso envolve. Essa é uma estratégia duplamente interessante se pensarmos que a ideia não era apenas criar superioridades com Eriksen, mas com Eriksen e Alli, sendo que este se deslocava alguns metrinhos à esquerda, exatamente para ficar disponível como opção de passe em uma distância que fosse, ao mesmo tempo, próxima tanto de Eriksen quanto de Son. Mas o fato, e isso foi absolutamente decisivo, é que Alli não jogou bem. E isso, aliado à dificuldade de conexão entre volantes-meias (pela pressão de que falamos acima), minou sensivelmente o ataque do Tottenham.
Son, por sua vez, ficava mais preso ao corredor esquerdo. Por quê? Primeiro, pela sua própria característica: enquanto Eriksen é mais associativo, Son é mais vertical, mais forte no 1 v 1, e isso é potencialmente mais explorável recebendo a bola na lateral, perfilado, do que por dentro, de costas (ainda que ele também saiba fazê-lo). Talvez uma das ideias fosse buscar o espaço às costas de Alexander-Arnold, a partir de ligações diretas como aquela que foi feita por Alderweireld (zagueiro pela direita, repare na inversão), aos 27 minutos do primeiro tempo.
Da mesma forma, o fato de ter um falso ponta e outro mais fixo tinha uma clara repercussão no comportamento dos laterais. Enquanto Trippier tinha muito mais liberdade para subir ao campo ofensivo, dando amplitude em todos os momentos, Rose tinha menos espaços para si, uma vez que o corredor estava ocupado por Son. Não por acaso, não apenas Trippier parece ter se esgotado mais rápido do que Rose, quanto as principais investidas deste último ficaram mais claras apenas no segundo tempo, quando o Tottenham já jogava em outro sistema (de que falarei abaixo). Aliás, talvez apenas ali pudemos ver que Rose foi um dos melhores em campo.

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Por volta dos 40 minutos do primeiro tempo, Pochettino faz uma primeira mudança estrutural importante: saiu do 4-2-3-1 para o 4-4-2. A partir dali, Eriksen passou a jogar mais centralizado, ao lado de Kane, enquanto que Son foi deslocado para a direita e Alli para a esquerda. Foi nessa estrutura, que se manteve até o final do jogo, que o Tottenham conseguiu crescer ofensivamente, criando uma série de situações, especialmente nos 25 minutos finais.
A questão é que este 4-4-2 de Pochettino, se olhado de perto, se assemelhava muito mais a um 4-2-4, e isso é importante: porque quando altera a estrutura, o Tottenham tenta não mais ter apenas três jogadores sobre a linha defensiva do Liverpool (linha de quatro), mas sim quatro jogadores– ainda que Eriksen tivesse uma função maior na sobra. Ou seja, de alguma forma este quarteto do Tottenham pressionava a linha defensiva do Liverpool, ameaçando atacar os espaços vazios em ligações diretas e, especialmente, ameaçando matar a sobra da defesa do Liverpool.
Essa mudança tem consequências importantes no segundo tempo, como veremos abaixo.

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As substituições relativamente rápidas de Firmino e Wijnaldum dão a entender que o Liverpool, embora firme mentalmente, sofria do ponto de vista físico. Isso também aconteceria com o Tottenham minutos mais tarde. Mas o ponto é que Klopp precisou mudar as peças (sem mudar o sistema) para seguir em um nível próximo do primeiro tempo, no qual o Tottenham teve a bola, mas não conseguiu criar.
Durante todo o segundo tempo, Pochettino jogou no 4-4-2 a que me referi acima, mas fazendo alterações significativas do ponto de vista individual. Quando Lucas Moura entra no lugar de Winks, aos vinte minutos, Eriksen passa a jogar mais recuado, como volante, com Son e Alli pelos lados e Lucas logo atrás de Kane. Em tese, essa substituição permitiria ao Tottenham ter, próximo de Kane, um jogador que agride ainda mais a área do que Eriksen, este mais confortável metros atrás, pensando o jogo em outros espaços e com eventuais chances de finalização de média distância. E foi a partir dali, mais especificamente depois de uma grande chance perdida por Milner, aos 23 minutos, que o Tottenham cresceu de forma considerável, fazendo de Alisson um grande personagem.
Antes disso, lembramos ainda da entrada de Fernando Llorente na vaga de Dele Alli, aos 35 minutos. Com isso, o Tottenham teve, nos minutos finais, não mais um, mas dois centroavantes de ofício (é bem verdade que um deles sobre Virgil van Dijk), em clara intenção de buscar ataques diretos ou potenciais vantagens nas bolas paradas. Como já dissemos, o Tottenham é uma equipe que dança muito bem ao som da música, é mais camaleônico, não apenas pelo sistema, mas também pelo modelo, podendo tanto jogar curto se assim quer, como também usando o jogo direto, se preciso.

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Até que começasse a se destacar, na reta final do jogo, Alisson pouco havia sido exigido, fosse pela eficiência defensiva do Liverpool, fosse pelas próprias dificuldades ofensivas do Tottenham (ambas não se separam). Quando exigido, mostrou-se enorme.
Muito bem, mas vamos pensar em questões humanas. Embora a distância não me permita dizer com segurança, sinto que Alisson desenvolveu, para além da técnica, uma mentalidade muito grande, confiante em si mesmo e no grupo, que faz com que mesmo os gestos mais difíceis se tornem leves, fluidos e pareçam simples – como aquela bola encaixada num chute cruzado de Kane, já nos minutos finais. Essa mentalidade, em alguma medida, não reflete apenas o que acontece no presente, mas reflete as experiências do passado, reflete o que o atleta arrasta do passado para o presente, e neste sentido a importância do treinador (de todos os treinadores e treinadoras anteriores) ganha ainda mais peso. Tamanha segurança nas defesas das finalizações de Alli, Lucas, Eriksen e Kane materializa uma mentalidade vencedora, uma mentalidade que foi sendo ensinada e construída aos poucos, talvez não de modo sistemático, mas que foi feita fazendo, está em construção. E, como percebe-se, foi encarnada, já está na carne.
Não existe sequer margem de discussão sobre a qualidade de um goleiro como Alisson. E se isso é verdade, é pela conjunção dele mesmo com as circunstâncias. É nessa medida, essencialmente humana, que acho que devemos nos medir como treinadores e treinadoras. Há um mundo enorme além do gesto técnico.

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Nos minutos finais, com Divock Origi (cuja ascensão nos jogos finais é assustadora), o Liverpool sacramentou uma conquista que se construiu não apenas na vitória, mas nos fracassos. Na derrota para o Sevilla, em 2016, na terrível derrota para o Real Madrid, no ano passado, no vice-campeonato da Premier League, após uma campanha estupenda de 97 pontos.
Neste sentido, Liverpool e Tottenham são parecidos, são talhados na dor, com cicatrizes e marcas visíveis. E aqui está, outra vez, esta brava dimensão existencial do futebol, que não apenas nos mostra que não existe vitória sem dor, como também que não existe uma vida boa, que valha a pena ser vivida, sem cicatrizes que atravessem a pele e o coração.
Talvez aí esteja uma das grandes lições desta Champions League, que nos falou muito de futebol, mas nos falou ainda mais das coisas que estão para muito além dele.
E enquanto não sairmos da ilha, ela nos será maior.
 

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Lotados e loteados: os uniformes e os patrocinadores do futebol do Brasil

Recentemente esta coluna recebeu imagem de uniforme de grande clube do Brasil, repleta de patrocinadores, com muitos centímetros quadrados aproveitados. Impossível não se lembrar das – eternas – discussões sobre eventual desvalorização da marca do clube e todos os debates que remetem ao tema. Sem dúvida que a estética deve ser levada em consideração. Nem sempre, é verdade. Aliás, quase nunca. Entretanto, no futebol atual do Brasil poucos podem dar-se o luxo de restringir a exposição de uma marca na camisa.

Assunto inclusive foi tema de episódio do grupo “Porta dos Fundos”. (Foto: Divulgação)

 

Não há dúvidas de que muitos torcedores são influenciados pelas marcas patrocinadoras quando adquirem produtos oficiais do clube. Mais importante para o patrocinador que o retorno financeiro, é o reconhecimento institucional da sua marca. E quanto mais uma marca for associada positivamente, de força e de importância, com o tempo o consumidor pode mudar o comportamento em relação a ela, da não aquisição para a aquisição.

Para além da estética, o debate sobre os uniformes de futebol dos clubes do Brasil estarem cheios de patrocínios passa também pela credibilidade do universo esportivo brasileiro. Consequência de décadas de exemplos de má gestão e muitos casos de mecenato, de uma gestão amadora voltada para a projeção pessoal e de pequenos grupos. Oportunidades de investimento sempre existiram, as possibilidades de exposição e retorno, bastante altas. No entanto, diante da falta de transparência e credibilidade dos dirigentes (o estereótipo do “cartola”), em gerir as equipes, em conduzir um torneio e operar o mercado do esporte, era mais do que natural que os investimentos se esvaziassem. Como consequência, um produto desvalorizado. Nesta linha de pensamento, não surpreende um grupo de mídia ao longo destes anos todos atrair o interesse de patrocinadores de peso, uma vez que sabem que suas marcas terão o alcance necessário dentro de uma operação profissional com um produto (que não deixou de ser) espetacular, que mobiliza milhões de pessoas ao mesmo tempo e em todo o país: o jogo de futebol e tudo o que ele envolve. 

Atualmente observam-se “ventos de mudança” neste cenário. Muita coisa mudou, verificam-se gestões mais profissionais; mais entidades de prática e administração esportiva voltadas para o mercado; mais formação específica em Gestão do Esporte. E se discute e se reflete toda a consequência de anos de desserviço com o esporte do Brasil.

Portanto, quer seja por estética ou desvalorização da marca de um clube, por mais raso que seja o debate sobre a quantidade de patrocínios no uniforme, é processo por que o esporte do Brasil e especificamente o futebol precisa passar. A incredulidade e inconformismo são capazes de gerar ações que tragam credibilidade para a indústria do esporte no Brasil.

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Em tempo mais uma citação que se relaciona com o tema da coluna:

Ter ganhado muito no passado não garante nada no futuro”.
Bernardinho, treinador da Seleção Brasileira de voleibol