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Relatório: educação e as categorias de base

Em parceria com a Indústria de Base, apresentamos a seguir números do primeiro levantamento intitulado O FUTEBOL MASCULINO BRASILEIRO E A ESCOLARIZAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE JOGADORES.
O estudo traz dados referentes ao número total de jogadores no futebol de base do Brasil, quantos deles atuam em clubes sem o certificado de clube formador, e ainda quantos jovens deixam suas cidades anualmente para participar processos seletivos.

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O FUTEBOL MASCULINO BRASILEIRO E A ESCOLARIZAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE JOGADORES
Este documento foi redigido com o objetivo de compreender a magnitude do futebol de base masculino no Brasil, evidenciando a grande concorrência por postos de trabalho de qualidade no futebol profissional e destacando os conflitos existentes entre o processo de formação esportiva e a escolarização dos jovens jogadores.

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“De acordo com a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, o País possui hoje 18 mil atletas profissionais. Os índices de desemprego variam ao longo do ano por causa da mudança no número de competições. Os clubes menores simplesmente fecham as portas no segundo semestre. “No mês de abril, temos 30% dos atletas trabalhando. No fim do ano, esse número cai para 6%”, disse o presidente Felipe Augusto Leite” (Istoé, outubro, 2017).

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4 — Garantir frequência escolar dos jovens jogadores

406 clubes atuando nas categorias de base sem CCF, é dizer que não é possível garantir que mais de 35 mil jovens tiveram acesso à escola.

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35 mil em clubes sem CCF

10 mil alojados

13 mil perambulantes

Apesar da tentativa de buscar clubes dos diferentes níveis esportivos e administrativos, os dados levantados para esta primeira versão do relatório são, ainda, muito superficiais. A necessidade de um levantamento mais abrangente e preciso sobre os aspectos destacados ao longo do documento é urgente. Os números apresentados servem para que se possa ter uma ideia inicial da magnitude, e consequente relevância social, do futebol de base masculino no país.

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A pressa que mata o futebol brasileiro

Começamos a semana tendo um novo líder do Campeonato Brasileiro. E com a chegada do Santos ao primeiro posto do Brasileirão já começamos a ouvir elogios desmedidos a equipe de Jorge Sampaoli e críticas pesadas ao Palmeiras, segundo colocado (!), e até ao Flamengo, que é o terceiro – as críticas cessaram temporariamente por conta da vitória em cima do Botafogo no domingo. Veja que curioso, para não falar raso e triste: com uma vitória a crítica diminui. Mas com uma derrota ela volta. Coisas do nosso futebol.
Jamais vou culpar o torcedor por nada. É ele a razão da existência dessa gigantesca indústria da bola. Mas a euforia e a crítica exagerada parte principalmente de quem está na arquibancada. Podemos questionar qual o peso nisso tudo da falta de preparo de muitos dirigentes e da cobrança da imprensa por resultados. Por isso prefiro colocar tudo junto no liquidificador e ter como fruto disso a cultura do futebol brasileiro, que glorifica e derruba tudo com uma rapidez incrível. Sem muita análise de contexto e circunstâncias.
É claro que o trabalho de Sampaoli é bom. Há uma clara intenção no jogo dele e os atletas compraram e assimilaram a ideia muito rapidamente. O Santos é o time que mais sabe usar a posse de bola no Brasil. Ela é meio para a criação de jogadas de finalização e não um fim nela mesmo. Porém, eu me questiono se essa performance será sustentada quando tivermos dois jogos por semana no Brasileirão. O elenco santista é enxuto. Quando reposições forem necessárias tenho dúvidas sobre a manutenção da qualidade do jogo.
Do outro lado, o Palmeiras não era um super time quando liderava o Brasileirão com folgas e não é péssimo agora que está apenas dois pontos atrás do Santos. É evidente que a equipe palmeirense tem enfrentado problemas coletivos tanto para atacar como para defender, mas em nada justifica alguns torcedores protestarem, usando o termo “pipoqueiro” para se referir aos atletas. E sobre o Flamengo, todos sabiam que não seria fácil o começo de trabalho de um técnico estrangeiro no meio da nossa temporada, já com inúmeras decisões e pouco tempo para treinar. Ou a diretoria flamenguista não sabia o “projeto” que estava comprando?
Verdades absolutas no futebol de hoje morrem amanhã. Com apenas doze rodadas é impossível cravar, por exemplo, que o Santos será campeão. Continuo com ressalvas sobre a qualidade técnica do elenco de Vila Belmiro. Ou cravar que o castelo palmeirense já começou a desmoronar e o clube não ganhará nada neste ano. Ou então taxar como fracasso a passagem de Jorge Jesus no Flamengo caso a equipe seja eliminada da Libertadores. Não é uma questão de ficar em cima do muro. E sim entender a complexidade do jogo de futebol e ponderar que inúmeras variáveis determinam o resultado de uma partida e de um campeonato. Circunstâncias positivas e negativas não podem taxar todo um trabalho. Melhor ter cautela hoje do que rever opiniões amanhã.