Categorias
Sem categoria

Energia para a Copa

Caros amigos da Universidade do Futebol,

Estamos aí, já no clima da Copa do Mundo. Assim, não tem jeito, vamos nos dedicar agora nessa coluna a assuntos relacionados a esse grande evento.

E, nesse momento de “esquentar as turbinas”, nada mais apropriado do que falar sobre o assunto da energia. Aliás, com toda a discussão que envolveu a futura construção da usina de Belo Monte no Brasil, o tema fica ainda mais propício.

Sempre soubemos que a questão energética é um desafio para a África do Sul e será um dos desafios prioritários para o Brasil em 2014. Recentemente ouvimos que diversas medidas serão tomadas para que se evitem um apagão no mundial deste mês. Dentre as ações, destaca-se a economia forçada de energia por algumas empresas de impacto na África do Sul, que desligarão suas máquinas, luzes, etc, quando for possível.

Isso nos mostra, de cara, que existe um desperdício crônico de energia. Ora, por que essa economia de energia não é sempre realizada?

Outro ponto que devemos atentar, é que essa necessidade gritante por mais energia não pode atropelar a discussão sobre as formas de produção de energia sustentáveis, tais como a energia eólica e outras formas de energia limpa. Os governos não deveriam avançar com projetos de energia nuclear, por exemplo, que apesar de muito eficiente, resultam em uma grande quantidade de lixo atômico e ainda uma sempre presente possibilidade de exploração da energia nuclear para fins militares.

É preciso que se trabalhe com eficiência nessa questão, mas com muita responsabilidade, pensando sempre no futuro de nosso planeta.

A discussão leva sempre para aquela máxima de que grandes eventos como a Copa do Mundo deveria trazer melhorias definitivas e sustentáveis para os países-sede, e não trazer apenas soluções provisórias para apenas viabilizar o evento (isso é principalmente verdade na questão da segurança e redução da criminalidade).

Ou seja, vamos tentar propor medidas definitivas de controle de consumo de energia e de formas limpas e renováveis de produção de energia (para não falar nas outras tantas áreas como a saúde, segurança, educação, etc).

Só assim a Copa poderá se justificar, de verdade, dentro da realidade de países que poderiam gastar as verbas de viabilização do evento em outras tantas questões sociais.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

Impasse em Curitiba

Curitiba passa por uma situação interessante em relação à Copa do Mundo de 2014. A cidade foi aprovada, o projeto do estádio foi aprovado, mas ninguém sabe quem vai pagar por tudo isso. Quando decidiram correr atrás de ter a cidade escolhida como sede, diversos setores se uniram em prol do objetivo. Quando chegou a conta, ninguém quer ficar responsável por ela. Afinal, o projeto não é financeiramente viável. Quem pagar vai perder dinheiro, e bastante. E não há dúvidas de que se de fato houvesse alguma maneira de alguém ganhar dinheiro com isso, não haveria qualquer impasse. O problema teria se resolvido há tempos.

O poder público não paga porque não pode fazê-lo por lei, uma vez que o estádio é uma propriedade privada. Para se ter uma ideia, Curitiba é uma cidade tão desligada esportivamente que o único ginásio esportivo que teria capacidade de abrigar uma partida de uma liga futsal, por exemplo, está abandonado. Curiosamente, ele fica do outro lado da rua do estádio Pinheirão, que é da Federação Paranaense de Futebol e que também está ao léu há muito tempo. Portanto, não há tradição, demanda ou interesse do poder público em investir em estrutura esportiva, logo se a cidade quer hospedar o evento ela teria que optar pelo melhor estádio disponível, que no caso é a Arena da Baixada.

O problema, lógico, é que se o estádio é do Atlético Paranaense e vai continuar sendo após a Copa, então é ele que tem que se preocupar em reformar sua própria casa. Só que o Atlético não tem interesse em abrir o bolso para reformar o estádio. Ele já está muito feliz com o que tem hoje e sabe que investir em qualquer reforma agora abalaria imensamente a já combalida situação financeira do clube.

Estima-se que a reforma custe cerca de R$ 130 milhões, que o BNDES já disse que empresta, em uma linha especial com juros bem abaixo dos praticados normalmente. Mas é dinheiro emprestado, e não dado. Logo, se a taxa for de 5% ao ano, vai pagar já de cara R$ 6,5 milhões por ano só de juros, coisa que o clube certamente não tem caixa para fazer. Para piorar, é bem provável que a direção rubro-negra tenha que dar o próprio estádio como garantia do empréstimo, o que pode significar que ele pode eventualmente terminar a reforma do estádio e perdê-lo para o banco logo em seguida. Ou então as garantias virão do patrimônio pessoal dos dirigentes atleticanos, o que deixa tudo ainda mais caótico. O Atlético, portanto, também não quer correr o risco de pagar pela Copa.

A solução imaginada seria um investidor privado. Só que nenhum investidor privado vai embarcar na furada. Um investidor só teria interesse se o estádio fosse construído em uma área degradada e com baixa valorização imobiliária em que ele pudesse aproveitar as grandes reformas urbanas que serão realizadas na área do estádio para ganhar com a especulação em cima de imóveis vizinhos que viriam a usufruir de uma melhor estrutura. O problema é que o estádio do Atlético já é localizado em uma área relativamente nobre de Curitiba, em que o mercado imobiliário não apenas já é elevado, como é bastante distribuído, com uma enormidade de pequenos apartamentos e outros pequenos imóveis. Portanto, qualquer operação imobiliária nesse sentido fica praticamente impossível, espantando possíveis investidores.

Resumindo: há um claro impasse na realização da Copa do Mundo em Curitiba, muito por conta pela falta de planejamento inicial da cidade em hospedar o evento. Ao que tudo indica, os envolvidos se preocuparam primeiro em fazer a cidade ser escolhida como sede para depois se preocupar com como tudo será viabilizado, uma prática mais do que comum no ambiente político.

A pressão ainda está pequena. Assim que acabar a Copa de 2010, porém, o impasse deve virar foco das atenções da mídia nacional e internacional, além da própria Fifa. E só há uma escolha a ser feita: ou o governo estadual e municipal dá dinheiro para o Atlético, ou a Copa não acontece na cidade. Simples assim.

O discurso entre os envolvidos dá conta que uma solução será encontrada em breve. O problema é que não há nenhum grande político encampando de frente o projeto e assumindo a briga para si. Em ano de eleição, no qual todos os candidatos tentam ganhar visibilidade em qualquer beco possível, isso é preocupante. Ninguém quer assumir o projeto, e isso dá indícios do tamanho do problema. Se o problema tivesse boas probabilidades de ser solucionado, não há dúvidas de que haveria muitas figuras públicas tentando ganhar notoriedade com ele. Mas não há, e isso dá um indício do quão complicada é a situação.

No fim das contas, ou o estado e o município admitem o equívoco do projeto e assumem a bomba com todos seus ônus políticos e financeiros, ou Curitiba vai ficar sem a Copa do Mundo. Aí, talvez, a cidade, de fato, faça jus ao seu difundido estereótipo de cidade modelo do Brasil. Seja para o bem, seja para o mal.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

Novidades da Copa

Olá, amigos!

Na semana passada fizemos uma brincadeira sobre um suposto diálogo de pessoas que, em época de Copa do Mundo, passam a se envolver com o futebol para ilustrar a importância que o evento exerce sobre as pessoas. O poderio que tem em termos de mídia e envolvimento.

Seja nas inovações nas plataformas de jogo e planejamento das equipes, sejam em inovações das transmissões televisivas e coberturas jornalísticas, seja em todos os segmentos, que direta ou indiretamente atingem o futebol.

Num momento mágico no qual todos param, alguns aceleram e buscam aproveitar o glamour do evento para difundir novos paradigmas que podem durar décadas, um período copal (uma triste analogia deste autor para se referir ao espaço de quatro anos entre as Mundiais) ou ainda apenas o instante no qual acontece a Copa, dada a velocidade das transformações que ocorrem na sociedade hoje.

Em 2006, as manchetes diziam ser a Copa da era dos celulares. Em 2010, o discurso engloba além dos avanços do setor de telefonia, bolas com ranhuras diferenciadas, a era das redes sociais, além, é claro, da perspectiva das transmissões 3D.

Eis uma síntese do que movimenta o ano de Copa do Mundo

Álbum virtual de figurinhas

 

Pode parecer simples, mas desperta uma nova modalidade em expansão ligadas às redes sociais que estão comentadas também mais adiante.

Bola Jabulani

Bola desenvolvida pela Adidas para a Copa da África, com foco nas ranhuras que ajudam a aumentar o atrito com o ar, principal deficiência da bola anterior - por ser muito lisa, tinha uma trajetória mais influenciada pelo ar.

 

Redes Sociais e Convergência Digital

As redes sociais têm na Copa talvez o momento do seu ápice em termos mundiais, com promoções e campanhas especializadas no assunto. Tanto pela perspectiva das próprias redes sociais, como é possível conferir na entrevista de um funcionário do Twitter à rede CNN*.

“Imaginamos que a Copa do Mundo irá superar tudo o que já vimos no Twitter, inclusive as eleições norte-americanas ou o Super Bowl, simplesmente porque é um evento mundial”.

Como também, nas ações de publicidade voltadas para o segmento de convergência digital, igual a alguns casos que observamos com reflexos aqui no Brasil, por exemplo o caso dos projetos ainda em fase de implementação do Chip do Timão e do Clube do Futebol, que englobam serviços de estatísticas, acompanhamento de jogos e outras informações sobre os jogos no celular (que retomaremos num espaço maior em outras colunas).

Copa 3D

Eis aqui o que pode significar o maior impacto naquilo que se refere às inovações trazidas pelo grande evento Copa do Mundo.

A expectativa da cobertura de até 25 jogos no acordo firmado ente a Fifa e a Sony promete mexer com os ânimos dos mais aficcionados pelo futebol, até aqueles que estariam mais para o diálogo apresentado na semana passada.

No Brasil, a rede Globo também anunciou uma parceria com a Cinemark para a transmissão de alguns jogos em 3D nas salas de cinema da rede em diferentes estados brasileiros.

Resta-nos saber o que dessas prováveis inovações ficarão como legados, o que será passageiro e o que surgirá ou será ressiginificado para os próximos grandes eventos.

Para você, qual será o grande legado tecnológico dessa Copa?

*Fonte: http://edition.cnn.com/2010/SPORT/football/04/26/football.world.cup.social/index.html

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

Uma chance perdida

Sábado, no Palestra Itália, mais de 18 mil torcedores foram torcer pelo Palmeiras contra o Grêmio. Mais do que a empolgação pelo time, o que moveu essa massa ao estádio foi a notícia de que aquele seria o último jogo oficial do Palmeiras em sua antiga casa, construída há mais de meio século.

Mas parece que só a imprensa e a torcida deram bola para a informação. Em meio a uma guerra de bastidores, a diretoria alviverde preferiu dissolver a estratégia previamente programada para o “jogo final”.

Em campo, a festa foi só dos jogadores. Vitória por 4 a 2, com direito a susto e até um grito de “olé” nos minutos finais. Só por precaução, já que poderia ser o último grito de “olé” no antigo Palestra Itália…

E onde estava o trabalho de marketing do clube? Nenhuma placa alusiva ao jogo, nenhum foguetório programado, nenhuma lembrança para ser comprada na loja oficial depois da partida. Aliás, loja que foi fechada logo que a partida começou, como se uma vitória não fosse incentivar o consumo.

Se o jogo foi de despedida, não há o que comemorar. A diretoria palmeirense se preocupou mais com o momento do time dentro de campo, esquecendo-se do básico: torcedor não é movido pela vitória, mas pela história.

Nem mesmo o ingresso para a partida derradeira continha uma lembrança, algo que fizesse daquele canhoto mais especial do que da até hoje mais feliz das vitórias no Palestra Itália, a final da Libertadores de 1999.

Não ficou nada para registro histórico, a não ser mais um canhoto de ingresso. Que precisará de uma placa ao lado, explicando porque ele é tão especial que merece uma moldura no quarto, na sala, no banheiro, onde quer que seja.

É mais uma chance perdida. E outra mostra da miopia do dirigente esportivo, que confunde marketing com captação de patrocínio, que não vê que a verdadeira função do departamento não é apenas trazer parceiros comerciais, mas mobilizar o torcedor em volta da marca do clube.

Muitas vezes a vida do torcedor foi construída dentro de um estádio de futebol. Foi ali que ele aprendeu a ter algo em comum com o seu pai, foi ali que ele formou o primeiro grupo de amigos, foi ali que ele conheceu namoradas (os) e, quem sabe, a mulher/o homem da vida. Um dos primeiros hábitos da infância de um apaixonado pela bola se constrói dentro de um estádio.

Quando você tem a sensação de que será a última vez que você verá aquele lugar daquele jeito, não dá para não comparecer, não festejar, não se emocionar. O time é o de menos, a fase não importa.

O que não dá para acreditar é que nada foi feito para o torcedor num dia tão especial…

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

O brasileiro partido ao meio

O povo brasileiro tem esperança, fé e religiosidade.

O brasileiro é homem bom, cordial e festeiro.

O povo brasileiro costuma acreditar em tudo, também num futuro melhor.

Tanto, ao ponto de ser facilmente enganado pelo canto da sereia que vem das urnas, de dois em dois anos.

O brasileiro tem uma grande paixão: futebol. Dizem as pesquisas que somos 75% os que gostam desse esporte.

Esse é o lado otimista da história.

O lado que ofusca um país, com patriotismo de ocasião, a cada quatro anos, às vésperas de Copas do Mundo.

O lado pessimista também de cores fortes.

O povo brasileiro não tem e não preserva sua memória, sua história.

O brasileiro que fazer tudo no jeitinho e na malandragem.

Quer levar vantagem em tudo.

O brasileiro não respeita as pessoas, pois as têm como totalmente boas ou totalmente más.

Ou servem ou não servem. Pior, julgando num curto espaço de tempo ou esquecendo os feitos, sem memória – fechando o círculo do pessimismo.

Vemos isso todos os dias nas coletivas de imprensa com treinadores, jogadores, comentaristas, jornalistas ou em programas de TV. A racionalidade é desprezada, em favor do excesso de paixão – positiva ou negativa.

O futebol se esquece do respeito ao homem e do que foi realizado pelas pessoas, mirando apenas o presente.

Um livro excelente de Ítalo Calvino, escritor italiano, chamado O Visconde partido ao meio, aborda, inteligentemente – e destroça – o maniqueísmo reducionista existente na sociedade, alertando ao ser humano para pensar mais e conhecer sobre sua natureza dual.

O Visconde Medardo é um jovem tenente que vai à guerra contra os turcos. No meio do combate, já vitorioso, salta na frente de um canhão inimigo e leva um tiro de canhão que o parte ao meio. Uma metade do Visconde, que foi encontrada por médicos do exército cristão, retorna para casa, totalmente ruim e sombria. Mais tarde, retornará a parte boa, que foi cuidada por monges. É a história de um homem partido ao meio.

O lado bom de Medardo é alguém que se põe a serviço da natureza. Pensa na melhor forma de extrair da terra os alimentos sem destruí-la, está a serviço das crianças e dos velhos, ouve a todos. É amado até o momento em que se torna insuportável: intervém demais na vida das pessoas com opiniões desprovidas de senso crítico.

O “bom” aparenta-se muitas vezes piegas, ridículo e superficial na sua vontade de ajudar e contribuir. E sua ação, mesmo que bem recebida, se torna um transtorno por ser excessiva.

O lado mau produz um outro efeito: todos o abominam, assassino cruel e mesquinho, aqueles que convivem com ele despertam para a necessidade de uma união contra ele, e descobrem que essa união pode contribuir para a melhoria de suas vidas. O egoísmo, a vingança e a perversão da parte má provocam a necessidade de organização em torno dos interesses da comunidade local.

Como existir pela metade?

Muita gente deveria perguntar isso ao espelho.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

A Fifa e a publicidade

Em 2009, a Fifa faturou um pouco mais de 300 milhões de dólares em patrocínios, o que dá mais ou menos uns 540 milhões de reais. Se você somar a receita de patrocínio de todos os clubes do Brasil, não chega perto disso. Se você somar todos os clubes da América do Sul, tampouco. Se você somar todos os clubes da Conmebol, Concacaf e da CAF, também não. Ou seja, é muito dinheiro em patrocínio.

Curiosamente, essa grana toda vem de poucos parceiros. Nesse ano são dezoito no total. Seis parceiros institucionais, seis da Copa do Mundo de 2010 e mais seis patrocinadores locais na África do Sul. No Brasil, se você somar todos os patrocinadores dos clubes da Série A, dá uns 200. Talvez mais. Para a Fifa, “less is more”, ou seja, ela trabalha com poucos patrocinadores e agrega valor no pacote, que normalmente inclui uma grande variedade de propriedades de exposição e de relacionamento.

No Brasil, “less is less” e “more is more”, ou seja, se você ficar de frescura e recusar cotas pequenas para agregar valor ao pacote principal, você vai perder dinheiro. Afinal, a demanda para patrocinar clubes no Brasil é muito pequena. Para patrocinar a Fifa, é gigante.

Como a entidade máxima do futebol cobra caro pelo seu pacote de patrocínio, é natural que ela faça o máximo para proteger os seus patrocinadores. Isso significa que quando a Copa se aproxima, ela fica de prontidão para coibir qualquer apropriação indevida do seu evento. Naturalmente, um monte de empresas tenta usar o período da Copa para promover seus produtos, principalmente através de sorteio de ingressos comprados independentemente e de comerciais que relacionam futebol com África do Sul e ‘2010’. Ou, no Brasil, futebol com camisa amarela, entre outras tantas coisas.

Logicamente, a Fifa não deixa barato. Vai atrás e processa, sem piedade. Afinal, não fosse por ela, não haveria Copa do Mundo. Logo, se você quer se promover com o evento, nada mais justo que você pague uma taxa a quem o organiza. Pelo menos, essa é a lógica da Fifa. Ninguém pode fingir ser patrocinador se não pagar pra isso.

Um exemplo clássico disso é o recente conflito entre o órgão e a Kulula, uma companhia aérea de baixo custo. A patrocinadora local da Fifa para a Copa do Mundo é a South African Airways, que está de olho nos torcedores que virão ao país acompanhar suas seleções e terão que viajar de um lado a outro do país de avião, já que de carro é bastante complicado. Obviamente, a Kulula também quer se aproveitar desses viajantes, e como seus voos são relativamente mais baratos que os da SAA, ela está aproveitando a empolgação da Copa para se promover. Para isso, lançou uma campanha em que se autointitula “a companhia aérea não oficial da ‘você-sabe-o-quê'”, que se sustentava em uma linha visual que remetia a diversos tipos de símbolos relacionados ao futebol. Obviamente, a Fifa esperneou. E conseguiu cancelar a campanha.

Logo em seguida, a Kulula lançou outra campanha, em que dizia, resumidamente, que “Não no próximo ano, não no ano passado, mas em algum momento entre eles, nós vamos fazer algo inesperado. Vamos manter os preços das passagens baixos porque existem muitas razões bacanas para viajar pelo país do que apenas por aquela coisa que nós não nos atrevemos a mencionar”. E mais um monte de imagens subliminares relacionadas ao futebol. A Fifa esperneou de novo, mas até agora nada aconteceu com a Kulula além de ficar mundialmente famosa e ganhar um monte de simpatizantes na própria África do Sul que aparentemente estão cada vez mais saturados da forte política protecionista da Fifa, a qual conseguiu parar na justiça até a venda de um pirulito que tinha estampado em sua embalagem algumas bolas de futebol, a bandeira da África do Sul e ‘2010’. Curiosamente, também, esse pirulito começou a vender mais depois de ter se envolvido em toda essa polêmica.

Assim que acabar a Copa de 2010 e o foco passar a ser 2014, a mesma coisa vai acontecer no Brasil. Não tenho nenhuma dúvida de que uma quantidade absurda de empresas vai tentar lançar produtos relacionados ao evento. Também não tenho dúvidas de que uma quantidade absurda de escritórios de advocacia vai se mobilizar para ganhar um troco em cima desses processos. A batalha será ferrenha. Mas a Fifa certamente acabará ganhando, ainda que empresas que se utilizem da prática da emboscada possivelmente acabem se beneficiando pela mídia espontânea que o confronto irá gerar. Só não sei se esse acréscimo de vendas valerá o preço da indenização que deverá ser paga.

Como essa será uma batalha jurídica, é de se imaginar que ela acabe se complicando, uma vez que a justiça brasileira não é necessariamente reconhecida pela sua agilidade e que a Copa do Mundo tem prazo para acabar, o que eventualmente permitiria alguma empresa manter uma campanha de emboscada sustentada por recursos e liminares até o final do evento.

Entretanto, os próprios sul-africanos comentam que jamais viram tanta eficiência do sistema legal quanto quando a Fifa está envolvida. Não há porque duvidar de que no Brasil será diferente. Se você tentar usar a combinação Copa do Mundo, Brasil, futebol e ‘2014’, ou pior, se resolver sortear ingressos para as partidas – o que é um pecado mortal -, é certo que você será envolvido num processo judicial rápido e ágil.

Bem que a justiça brasileira poderia se acostumar com essa ideia. No fim das contas, esse pode ser o grande legado que a Copa do Mundo pode deixar para o país.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

No ar, a Copa!

A cada quatro anos, o mundo do futebol observa pessoas que sequer sabem quem são os jogadores da seleção brasileira de futebol e que se envolvem de tal forma que chega parecer conto ou senso comum discutir.

E nesse momento mágico quadrienal se transformam e ganham um espírito forte, cheio de sabedoria, advindo dos campos.

Quem só conhece o Dunga das conversas dos amigos acostumou-se a ouvir críticas às suas escolhas, e passou também a criticá-lo, inconformado que o dito cujo não tenha chamado os “Meninos da Vila”! Eis uma simulação de um belo diálogo:

– Vila? Quê Vila?

– Não importa, os meninos deveriam estar lá. E esse anão da Branca de Neve, ah esse anão, eu sempre soube que ele era folgado mesmo.

– Mas que anão?

– Como assim, tá por fora meu amigo, é ano de Copa. Tô falando do Dunga!

– Dunga?

– Caramba, meu! Em que planeta você vive? Preciso soletrar Cóóóó-ppppáááá dooooooo Muuuunnndddoooo?

– Mas o que tem a Copa do Mundo com a Branca de Neve ? Ah, entendi, só podem jogar anões?

– Não, não é nada disso. Dunga é o nome do técnico da seleção brasileira de futebol

– Ah, tá, agora entendi. E ele é anão?

– Ai, meu santo… Não, é apelido dele.

– Ah tá… e qual era o problema mesmo?

– Ele não quer levar os Meninos da Vila

– Vila? Quê Vila?

– Peraí, de novo, não. São os Meninos da Vila Belmiro, estádio do Santos Futebol Clube. Eles jogam um bolão.

– Ah, tá. Esses meninos são anões e o técnico não quer levá-los?

– Não, esses meninos não são anões coisíssima nenhuma.

– São santos, tipo São João, Santo Antonio?

– Você tá louco? De onde tirou isso?

– Você disse alguma coisa sobre santos!

– É que esses meninos jogam num clube chamado Santos, entendeu?

– É, mais ou menos, mas tô começando a achar que esse Dunga não entende nada de futebol?

– Eu também. Desse jeito nem deveria ir à Copa?

– Por quê? Você esta com fome? Podemos passar na cozinha e bater um rango na copa.

– Você tá por fora mesmo, hein. Copa do Mundo!!!

Horas depois…

– Pô… até que enfim você entendeu que Dunga é o técnico da seleção, e quem são os Meninos da Vila.

– Agora sim! Até acho que o Dunga está certo.

– Certo? Como assim?

– Poxa, se são chamados de meninos, é porque são novos, deve ter gente mais experiente para jogar no lugar deles. Quem você tiraria do time para levar os meninos?

– Sei lá, só sei que eles têm de ir?

– Como assim? Alguém tem de sair para eles jogarem… quem você tiraria?

– Não sei, nem sei quem joga na seleção. Só sei que esses meninos têm de ir

– Poxa, depois eu não entendo de futebol… você nem sabe quem joga na seleção…

– Pode ser, mas sem esses meninos, vai ser difícil ganhar a Copa.

– Sei lá, mas para quê serve mesmo essa Copa?

– Não sei, também, mas é legal, deve ter coisa nova, afinal todo mundo “para pra ver”!

– Será que eles vão lançar um celular novo?

– Não sei, mas bem que eu posso testar minha TV de 80 polegadas ultra high definition máster.

– Massa! Dá para usar o joystick nela?

– Acho que sim. Eles vão lançar isso durante a Copa.

– Legal! Dai dá para gente colocar os Meninos da Vila e ganhar a Copa?

– Vila? Quê Vila?

Ainda que em tom de brincadeira, o diálogo nos mostra a capacidade de envolvimento que um evento desse porte adquire. Com tamanha visibilidade, inovações nas mais distintas dimensões do esporte podem surgir, desde aspectos técnicos do jogo até, sobretudo eles, os aspectos que envolvem os grandes públicos voltados ao consumo e ao espetáculo.

Assim, deixo uma pergunta para a próxima semana: que novidades poderemos esperar da Copa? O que ela nos trará de inovações na ciência do futebol?

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

As maravilhas do Atlântico

O Oceano Atlântico deve exercer uma enorme influência sobre o jogador brasileiro. Só isso pode explicar a diferença de comportamento do atleta que atua no próprio país daquele que se torna um expatriado e vai tentar a sorte no futebol da Europa.

Na segunda-feira passada, Ronaldo foi apresentado como novo garoto-propaganda da operadora de telefonia celular Claro. Em sua entrevista à imprensa, a cada resposta afirmativa, ele começava a frase com “É claro”. Além disso, o jogador do Corinthians procurou encaminhar todas as respostas para a mensagem que gostaria de transmitir, deixando o foco de sua entrevista no acordo comercial recém-assinado.

Há cerca de 20 dias, Neymar deu entrevista exclusiva para Sonia Racy, colunista de “O Estado de S. Paulo”. Uma matéria para traçar o perfil da jovem promessa do Santos. Em meio a diversas futilidades da entrevista, o atacante, quando questionado se já havia sido vítima de racismo, respondeu: “Nunca. Nem dentro e nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né?”.

O abismo entre Ronaldo e Neymar não está apenas na diferença de idade. Ele se revela pela transformação do atleta brasileiro quando vai jogar fora do país. Muito se critica a falta de preparo do jogador de futebol no Brasil para tratar com a imprensa. Respostas bisonhas, como a de Neymar, parecem ser a regra do atleta no país.

Mas por que o jogador brasileiro que está no exterior não costuma dar tanta bola fora assim?

Parece que as oito a dez horas de voo sobre o Atlântico exercem uma poderosa influência sobre o atleta… Ao desembarcar num continente estranho, hostil, o jogador toma mais cuidado, passa a escutar mais quem o acompanha, tenta não se expor. Com isso, ele se torna mais cauteloso e, assim, passa a estar mais apto a aprender com os outros.

Mas essa é apenas uma tese furada.

Claramente o preparo para tratar com a imprensa que é dado nos outros países é muito maior. O jogador, obviamente, se preocupa mais em entender o meio em que ele está antes de falar quando vai jogar no exterior. É natural. Mas é evidente que ele é muito mais bem preparado pelo gestor esportivo no estrangeiro.

Por aqui, ainda tem aquela de o cara ser o ídolo, de ter as benesses de um status estrelar. Lá, Kaká e Cristiano Ronaldo dividem os holofotes de um mesmo time que ainda tem Guti e Raúl, para ficar só em parte do time do Real Madrid. Ronaldinho Gaúcho tem outros atletas e outras histórias para dividir suas atenções no Milan.

Quando o jogador compreende o ambiente em que ele está inserido, passa a estar receptivo a entender como deve se comportar numa entrevista, por exemplo. Enquanto futebol for sinônimo de dribles e danças comemorativas apenas, o atleta não estará apto para representar não apenas a si mesmo, mas ao clube para o qual trabalha. Profissionalismo não significa caretice. Neymar tem mais é que dançar. Mas tem, também, de aprender a dançar no ritmo adequado quando o assunto é fora de campo.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

Esquadrão Classe A

Dia desses, conversava com um parceiro de negócios da Argentina sobre formação e liderança de equipes de trabalho, suas dificuldades, desafios e a respectiva adrenalina vivenciada, particularmente em start up companies.

Para minha surpresa, afirmou que utiliza como mantra em boa parte do treinamento e composição dos integrantes das equipes o seriado Esquadrão Classe A, famoso nos EUA e no Brasil na década de 1980.

Eu mesmo era fã do seriado, que possuía uma linguagem leve, muitas vezes em tom de comédia farsesca e contava com personagens pitorescos, além de muita aventura.

Na abertura de cada um dos episódios, ouvíamos: “Há dez anos, uma equipe de comandos especiais foi mandada para a prisão por um tribunal militar por crime que não haviam cometido. Esses homens escaparam da prisão militar de segurança máxima passando a viver secretamente em Los Angeles. Ainda hoje são procurados pelo governo e sobrevivem como aventureiros. Soldados da Fortuna. Se você tem algum problema, se ninguém mais puder ajudá-lo e se conseguir encontrá-los, talvez consiga contratar o ESQUADRÃO CLASSE A”.

Missão por missão, cada membro do grupo tem sua função específica, que se articulam para realizar os planos malucos do Coronel Hannibal.


 

Murdock “Louco de Pedra” é um maluco interno do hospital psiquiátrico de veteranos de guerra, que em diversos momentos deixa todos intrigados se ele é realmente louco. Todas as vezes consegue dar um jeito de escapar do hospício para realizar as missões, voltando para lá no final. Suas habilidades no grupo são pilotar helicópteros e aviões, além de irritar o sargento B.A. Baracus com seu cão imaginário.

Templeton “Cara-de-pau” é o responsável por conseguir os recursos para cada missão, como carros, passagens aéreas, hotéis, suprimentos, equipamentos, informações e tudo o que for necessário. Consegue tudo o que precisa utilizando sua conversa fiada ou seu charme com as mulheres.

John “Hannibal” Smith, sempre fumando um charuto, ganha a vida como ator figurante, fazendo bicos e pequenas aparições (sempre disfarçado de monstros ou velhinhas). Seu papel no grupo é se passar por outras pessoas com seus disfarces realísticos, além de elaborar os planos mirabolantes, que sempre acabam dando certo. Mesmo quando os problemas são simples de serem resolvidos, ele “faz isso pelo Jazz” (uma forma de ele expressar que gosta de viver as emoções intensamente). Geralmente conclui as missões com sua imortal frase “adoro quando um plano dá certo”.

B. A. Baracus é o piloto do furgão, o mecânico, o especialista em construir engenhocas e o grandão que se envolve nas lutas físicas. Tem um carisma muito forte com as crianças, a quem protege e orienta. Morre de medo de voar, e precisa ser dopado pelos amigos para entrar em um avião ou helicóptero, principalmente se estes forem pilotados pelo maluco do Murdock, a quem geralmente tem um desejo explícito de agredir.

Amy Allen é uma jornalista, cuja especialidade é providenciar as pesquisas necessárias para que as missões possam começar, além de ser a responsável por uma rede de contatos que garante que nada falte ao Esquadrão Classe A. É ela também a responsável por tirar eles das encrencas quando isso exige um pouco mais do que emoção e força bruta.

Nas missões, geralmente quem contrata o Esquadrão tem o primeiro contato com um velhinho (Hannibal disfarçado) em uma lavanderia de Los Angeles, que marca o encontro com o restante do grupo, onde a missão é apresentada.

Daí em diante, eles apagam o B. A. para voarem, provocam os adversários, infiltram escutas, constroem veículos e equipamentos extraordinários, disfarçam-se e envolvem-se em grandes confusões.

Nossa discussão sobre o seriado voltou-se à importância de se ter uma equipe coesa, comprometida e com atitude, porém que respeita as diferenças de cada um dos membros, reconhecendo-lhes a relevância do papel que desempenham dentro da estratégia traçada por quem os lidera e, acima de tudo, chegando ao fim da missão proposta, ao conquistar o objetivo visionado.

Atingir esse grau de comprometimento e qualificação da equipe não é nada fácil.

A gestão esportiva no Brasil carece deste senso – e a inspiração para formar uma equipe de trabalho como a defendida acima também pode vir do próprio esporte, pois isso lhe é intrinsecamente presente.

Toda equipe de trabalho precisa de doses de liderança visionária, atitude, inteligência, estratégia, experiência, força, ousadia e loucura, sedução, informação, para transformar os riscos dos empreendimentos/projetos, em adrenalina positiva – esta, o verdadeiro combustível para que os meios sejam executados e os resultados alcançados.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br  

Categorias
Sem categoria

Como correr menos, com um jogador a menos: lições do português

A Uefa Champions League 09/10 foi bem diferente das últimas, nas quais as equipes inglesas mostraram suas forças em todas as fases da competição.

Foram muitas novidades ao longo da jornada, com confrontos interessantes de equipes de diferentes países, e especialmente nas semifinais da competição, com times da França (com um treinador francês), Alemanha (com um treinador holandês), Itália (com um treinador português) e da Espanha (com um treinador espanhol).

Um dos jogos mais esperados e interessantes foi o confronto entre Barcelona e Internazionale de Milão, justamente na fase semifinal da competição. As equipes que já haviam se enfrentado na etapa de grupos; voltaram, no momento decisivo, a se encontrar, alimentando o imaginário de torcedores e imprensa, e promovendo mais uma vez o debate sobre como parar equipe espanhola.

Pois bem. No 1º jogo, em Milão, vitória da equipe italiana por 3 a 1. Com pressing alto, ataque a bola com muita intensidade no campo todo, e transições em altíssima velocidade, a Internazionale “amarrou” o Barcelona em uma armadilha bem desenhada.

O resultado, porém, não deixou apreensivo nem mesmo o mais descrente jornalista catalão, pois as duas equipes ainda teriam de jogar a 2ª partida em Barcelona, onde a equipe da Espanha “atropelaria” o time de José Mourinho.

Pois bem.

No 2º confronto, jogo até certo ponto equilibrado até os 28min do 1º tempo, quando Thiago Motta, da equipe italiana, foi expulso.

A partir daí… Bom, a partir daí, a Inter abriu mão totalmente de ficar com a posse da bola, de buscar o campo de ataque e fez o que parecia impossível. Mais uma vez “amarrou” a equipe do Barcelona, que apesar do grande volume de jogo, deu pouquíssimo trabalho ao goleiro Júlio César.

Algumas coisas interessantes podem ser destacadas nesse jogo.

Fazer frente ao Barcelona, em um jogo 11 contra 11, já não é tarefa muito fácil. Com um jogador a menos, alguns problemas habituais podem se tornar grandes problemas. Podemos destacar, por exemplo:

a) A equipe do Barcelona tem como característica predominante a manutenção e valorização da posse da bola, com jogo de ataque apoiado. Com um jogador a menos, como pressionar a bola, e como roubá-la?

b) Com um jogador a menos, maiores as dificuldades para se construir um jogo ofensivo rápido, ocupando espaços adequados para progredir ao campo adversário e terminar a jogada com finalização. Como conseguir atacar, liberando um número menor de jogadores para participar efetivamente da fase ofensiva da equipe?

c) A equipe do Barcelona, em dificuldades, investiria na velocidade das transições ofensivas; fase do jogo em que a equipe italiana teria maior vulnerabilidade e desequilíbrios. Como não correr riscos, com um jogador a menos, nas transições ataque –> defesa?

d) Com um jogador a menos desde os 28min do 1º tempo, como resistir “fisicamente” ao jogo nos mais de 60 minutos próximos?

Pois bem. A equipe italiana conseguiu resolver a maioria dos problemas que poderiam se tornar grandes com a perda de um jogador.

Como tinha conquistado uma vantagem no jogo na Itália, pôde abrir mão de resolver aquele que talvez fosse o maior de seus problemas, e que certamente dificultaria na administração dos outros: não precisava atacar.

Como não precisava atacar, logo, também não precisava se preocupar em ficar com a bola, nem tampouco progredir com ela e com a equipe para o campo de ataque.

O que fez, então, a equipe italiana?

Jogou dando uma aula de compactação, com um bloco defensivo bem baixo (na linha 5), flutuando de um lado ao outro no campo de jogo, exercendo pressão sobre a bola e abrindo mão, totalmente, de ficar com sua posse.

Para se ter uma ideia, a equipe do Barcelona, segundo a Uefa, realizou 627 passes (com 89% de aproveitamento), contra 160 passes (com 42% de aproveitamento) da equipe de Milão.

Abaixo, outros dados do jogo (retirado do site da entidade).


 

Apesar do grande volume de jogo, quase nenhum ataque espanhol configurou-se como perigo efetivo ao gol da Inter.

Outro fato que merece destaque é que mesmo com um jogador a menos, a equipe de José Mourinho, com sua ocupação zonal do espaço de jogo, conseguiu que seus jogadores percorressem, em média, distância similar a percorrida pelos jogadores do Barcelona. Foram 10,18 km da equipe espanhola contra 10,02 km da equipe italiana.

Ou seja, o problema de resistir por mais de 60 minutos ao jogo foi resolvido também com maestria.

Muitos disseram e continuarão dizendo que o que fez a Inter de Milão foi algo muito diferente de futebol; algo muito feio, lamentável.

O que eu acho?

“Que é por dentro das coisas que as coisas são como são”.

Por hoje é isso…

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br