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O futebol contra a fome

Caros amigos da Universidade do Futebol,

Sempre ressaltamos neste espaço a grande relevância do futebol para a sociedade moderna, principalmente com relação à sua responsabilidade social. O futebol, como sabemos, tem o poder de reinserir na sociedade as comunidades mais carentes do mundo, fazendo pessoas de classes diferentes se unirem tanto na prática do esporte, como na qualidade de torcedores para times e seleções nacionais. Mais do que isso, a força do futebol pode ajudar essa população carente a enfrentarem outros problemas que não estejam ligados diretamente ao esporte.

Aproveitando essa grande força do futebol, a FAO, agência para o alimento e a agricultura da ONU (Organizações das Nações Unidas), juntou forças este ano com a Federação Paulista de Futebol para o combate à fome em níveis nacional e internacional. Essa cooperação estabelecida entre ambas as organizações é reflexo de um movimento da FAO para mobilizar diversos setores da economia em torno da luta contra a fome.

Segundo dados da FAO, já passam de um bilhão de pessoas em todo o mundo que sofrem de fome e desnutrição. Além disso, a cada sete segundos uma criança morre de fome em algum lugar do nosso planeta. São números alarmantes que efetivamente não podemos tomar conhecimento sem tentarmos fazer algo para reduzir, e quiçá, eliminar o problema.

No último dia 11 de maio, a FAO lançou juntamente com a EPFL (Organização das Ligas de Futebol Profissionais da Europa) um vídeo envolvendo grandes nomes do futebol mundial para promover a assinatura de uma petição contra a fome e a desnutrição no mundo.


 

Ao longo do Campeonato Paulista de 2010, a FPF também promoveu a parceria no Brasil, que ficou denominada “Futebol Paulista contra a Fome”. No jogo inaugural da competição, disputado entre Corinthians e Monte Azul em Ribeirão Preto, as organizações firmaram o acordo e nos principais jogos houve divulgação da campanha através de material impresso (banners, etc.).

Neste segundo semestre, a FAO e a FPF deverão discutir as formas de implementação prática do acordo, com a utilização da imagem do futebol para arrecadação de recursos a serem destinados a projetos contra a fome promovidos pela FAO.

Todos nós podemos contribuir para ajudar a erradicar a fome deste planeta.

Comece assinando a petição da FAO. Convido todos os nossos leitores a reforçarem o plano, através do acesso ao website criado para a campanha: http://www.1billionhungry.org.

O futebol, com a ajuda de todos nós, pode e deve ajudar a virar esse jogo!

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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O negócio da Fifa

Com a divulgação da convocação final da seleção brasileira, foi, enfim, dada a largada para a Copa do Mundo. Agora ninguém segura. Daqui por diante, só um assunto impera. Copa! Haverá uma overdose de futebol em todos os lugares. Todo mundo falará apenas de um assunto. Copa!

Cabe aqui, porém, uma ressalva importante. Apesar da grande pira que o futebol vai gerar nos próximos dois a três meses, é fundamental que você se abstenha de tirar qualquer grande conclusão a respeito do futebol em si. Isso seria um grave erro metodológico. Agora ninguém fala de futebol, mas apenas de Copa. Copa! E Copa do Mundo não é futebol. Copa é Copa. Copa!

Seguindo essa premissa, essa coluna tentará esquecer do futebol e focar na Copa do Mundo. Confesso que não sei se conseguirei achar tanto assunto assim, mas enfim… Não custa tentar.

Para entender a Copa do Mundo, porém, é primeiro preciso entender como funciona a Fifa. E eu parto do princípio que para entender como funciona qualquer organização, é preciso entender como ela gera receita e como ela gera despesa.

A Fifa possui basicamente quatro grandes fontes de receita. A primeira, e mais importante, é a comercialização de direitos de transmissão de seus campeonatos, principalmente a Copa do Mundo, que é de longe o seu principal produto. Copa! Como muita gente quer ver a Copa, muita gente também quer transmití-la, logo a Fifa consegue trabalhar a demanda e ganhar uma boa grana com os direitos de transmissão do evento.

Atrelado a isso está a segunda grande fonte de receita da Fifa, que são as cotas de patrocínio, também principalmente vinculados à Copa do Mundo. Além disso, a Fifa levanta um trocado com ingressos das suas competições, licenciamentos e afins, e taxas diversas. Tudo isso somado dá uma boa grana, mais de um bilhão de dólares por ano.

O curioso, porém, é o jeito que a entidade máxima do futebol gasta esse dinheiro. A lógica sugere que se ela ganha tanto dinheiro assim com a Copa, então é normal que ela gaste muito também com o evento. Aí, porém, é que está a grande jogada. Apesar de ganhar muito dinheiro com a Copa, a Fifa gasta muito pouco com ela. Afinal, não é ela quem constrói estádios, que é o principal custo do evento. Aliado a isso, ela também não paga o salário dos jogadores que fazem parte do torneio. Na equação, a Fifa fica com o grosso da grana e o país sede e os clubes que empregam os jogadores, com o grosso dos custos.

Obviamente que, apesar do lucro com a Copa, a Fifa não guarda tudo no banco e deixa lá. Tampouco redistribui pra qualquer pessoa, uma vez que ela é uma entidade sem fins lucrativos, ainda que remunere seu presidente com uma quantia sigilosamente elevada. Na maior parte das vezes, a Fifa usa a grana para cobrir custos operacionais e, principalmente, fomentar o futebol em regiões menos desenvolvidas. Constrói um campinho aqui, uma arquibancada ali, dá um curso de arbitragem acolá, e assim vai.

O segredo do esquema, todavia, é que cada grana que a Fifa manda para alguma região subdesenvolvida futebolisticamente, representa um voto que ela ganha da federação em questão na eleição da Assembléia Geral. Como ela ganha bastante grana e gasta muito pouco com outras coisas, fica tudo na boa. E a coisa vai indo e se alongando. Sabe-se lá até quando.

Chamam de negócio da China. Deveriam mudar para negócio da Fifa.

Copa!

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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Por que o futebol não sai da Globo? – parte II

Eu escrevo há uns quatro anos nesse espaço. A ideia sempre foi tentar responder algumas perguntas que nunca ninguém perguntou. Logo, a ideia sempre foi ser um pouco inútil.

Nesses quatro anos, devo ter efetivamente elucidado umas cinco questões não perguntadas, o que é uma capacidade de produção tão pífia que faz com que gregos pareçam chineses.

Na semana passada, eu tentei falar sobre a relação entre a Globo e o futebol. O que era para ser uma exposição particular, acabou tomando maiores proporções pela replicação daquele conteúdo pelo Nando Gross, jornalista gaúcho altamente renomado e coordenador do curso Kick-Off de jornalismo esportivo na escola Perestroika, em Porto Alegre.

Nando, que se fosse rechonchudinho e tivesse mais idade e cabelos brancos poderia muito bem ser considerado o John Madden do futebol brasileiro, republicou o texto em seu blog, que – dada a absurda quantidade de emails que eu passei a receber – é bastante popular. A ideia era gerar polêmica para um debate. E como gerou.

O esquema foi tão grande que eu resolvi abrir uma exceção e fazer uma sequência à última coluna. E olha que eu não sou nem um pouco simpático a sequências, muito por conta do trauma criado pela combinação entre Joel Schumacher, Batman, Arnold Schwarzenegger e George Clooney.

Não que isso aqui seja exatamente uma sequência. Está mais para um feedback público. Como eu recebi um monte de e-mails perguntando um monte de coisa, vou responder os questionamentos mais populares, que seguem abaixo conforme o número de repetições, ou seja, a pergunta – no caso, afirmação – mais repetida entre as mensagens vem em primeiro, a segunda em segundo e assim por diante.

1) Você é um imbecil.

Justo. Namorada, mãe, vizinho e por vezes acho que até meu cachorro concordam com isso. Empiricamente, portanto, a afirmação é correta.

2) O futebol é popular sim, seu imbecil.

Correto, também. Eu não disse que ele não é popular. Ele só não é tão popular assim. Ainda mais se for considerada sua popularidade mercadológica, ou seja, popularidade medida a partir do número de transações financeiras originadas por ele. Aí a coisa descamba. Para baixo.

3) A audiência só é baixa porque o jogo passa muito tarde.

Mais uma vez, muito bem. Perfeito. Se fosse mais cedo, talvez mais pessoas assistissem. Mas não tanto quanto a novela ou o jornal. Portanto, ele vai pra mais tarde. Além disso, como eu disse, outros programas no horário do futebol aumentam a audiência, ou seja, tem bastante gente que prefere não ver futebol. Fora que não é incomum o futebol de quarta à noite registrar menos audiência que “A Grande Família”.

4) Ninguém assiste por que só passa jogo do Corinthians e do Flamengo.

Beleza. Mas diversificar a transmissão encarece a operação. Mais fácil mandar um sinal aberto para todo mundo e deixar as opções fechadas para quem está disposto a pagar por elas. Coisa que, aparentemente, pouca gente está disposta ou tem condições para isso. Daí, então, a formatação do futebol como produto de TV aberta e não fechada, o que condiz com o que eu disse.

5) O Brasil não é Europa, então não dá pra comparar, seu imbecil.

Genial. Mais uma vez, na mosca. Eu disse que era? Estarei grooamente errado? Alguém mais lia Groo? Terei aprendido geografia em livros didáticos estadunidenses? Alguém mais fala estadunidense, fora um amigo meu cujo apelido é um tipo de queijo? Estará Sergio Aragonés ainda vivo? Sim, de acordo com o Wikipédia, ele ainda está vivo. Quanto às outras perguntas, não sei a resposta.

6) Seu imbecil, o vôlei nunca vai ser mais popular que o futebol.

Talvez não. Mas o vôlei era só um exemplo. Agora, se depender da Topper, o rugby vai.

7) Você trabalha na Globo, imbecil.

Certamente que não. O que é uma pena, porque se paga tanto para o futebol, também deve pagar bem para quem mexe com ele.

8) A Globo está no futebol por causa do dinheiro, seu imbecil. Só mesmo sendo um para achar que eles estão lá por caridade. Imbecil.

Talvez. Aí é que a coisa complica, porque existem indícios que sugerem que isso não é bem lá verdade. Mas, como eu disse, isso é assunto pra uma coluna futura. A qual eu espero não ter que escrever uma sequência. Mesmo que ela em si possa ser considerada um spin-off por natureza. Que, se você lembrar de Joey e Daria, talvez não seja lá muito mais recomendável.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br  

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Bola Camaleão: muda de cor ao ultrapassar a linha

Olá, amigos!

A ideia desta terça era diversificar o tema, já que nas últimas semanas tratamos de maneira aprofundada das questões relacionadas à tecnologia como ferramenta dos árbitros de futebol.

Pego carona na informação do colega Thiago Lavinas, e apresento a tecnologia desenvolvida por uma empresa mexicana, na qual a bola (CTRUS) é dotada de uma tecnologia baseada no GPS, para mudar de cor quando ultrapassa a linha de jogo.

Sem querer entrar na já debatida aceitação ou recusa por parte do futebol em relação às inovações, refletiremos.

Antes, segue o vídeo de divulgação:


 

Vejam que o tema da divulgação é o Fair Play e a transparência no futebol. Temas que são sempre defendidos por quem é favorável e recebe críticas, sobretudo no quesito de investimento necessário para aqueles que criticam.

Para quem gosta de ver mais detalhes, segue também o vídeo de desenvolvimento e designer da bola, divulgado também pela própria empresa:

Muito interessante e bem produzido, porém…

Sempre existem os tais “poréns”, não é verdade?

Por que uma empresa investe tanto num produto sendo que sua principal vitrine e consumidora, a Fifa, é uma entidade que caminha justamente no sentido oposto à adoção de novas tecnologias, inclusive posicionando abertamente desta forma, através de seus presidentes?

Não seria um investimento em um produto com prazo de validade certo, ou melhor, um produto que nem sequer pode ter seu prazo estipulado uma vez que nem entrará em “campo”?

Não posso responder pela empresa, apenas especular. Então vamos lá às hipóteses:

A empresa tem uma demanda vinculada a importantes órgãos do futebol que lhe garante o retorno de tal investimento;

A empresa aposta que não tem como o futebol não evoluir para esse caminho;

A empresa vê outros potenciais mercados independentemente da aceitação ou não da entidade máxima que controla o futebol;

A empresa utiliza um tema polêmico para se promover frente a um mercado amplo e competitivo que é o mercado tecnológico como um todo;

Os donos das empresas resolveram desenvolver porque acreditam nas ideias, independente de ter o retorno de investimento (embora eu ache difícil, mas vai saber né?).

E você, o que acha da CTRUS?

O que moveu a empresa a investir nesse projeto?

Fonte:
http://www.destroyafteruse.com/
http://colunas.globoesporte.com/primeiramao/

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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A dura missão de acabar com os Estaduais

Em São Paulo, Santos e Santo André fizeram um jogo épico, daqueles de ficar na memória do torcedor por vários e vários anos, especialmente o andreense. No Rio Grande do Sul, o Gre-Nal foi de arrepiar, com direito a briga de jogadores e o título gremista sempre com o gostoso sabor de ser sobre o maior rival. Em Minas Gerais, Diego Tardelli usou a “flanelinha” para lustrar a taça de mais uma conquista do Atlético.

Além dos detalhes que fizeram cada um desses jogos especial para os torcedores, está junto uma característica enraizada do brasileiro, desde sempre acostumado com a realização dos campeonatos estaduais.

Os estádios estavam cheios, a audiência na TV foi alta, as pessoas repercutiram os acontecimentos dentro do gramado pelos twitteres de todo o país.

Por mais sem sentido que seja, dentro de um calendário repleto de competições como o atual, o torneio estadual ainda está tão enraizado na cultura brasileira que é difícil de tirá-lo. E o motivo para isso não é nem tanto o sentimental, mas o financeiro.

Não é só a questão de poder soltar o grito de campeão que faz com que o Estadual permaneça no calendário brasileiro. Hoje, para os principais times do país, disputar a competição local representa uma efetiva chance de ganhar bastante dinheiro.

O campeão Santos, em São Paulo, tem a melhor premiação do país: pouco mais de R$ 7 milhões pela suada conquista sobre o Santo André. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, alguns milhões também foram para as contas de Botafogo e Grêmio.

Além disso, estádios cheios e audiência alta marcaram as decisões país adentro.

A CBF quer fazer com que o calendário do futebol brasileiro seja adequado ao europeu. A ideia é boa, e ajudaria bastante para melhorar ainda mais a organização do futebol nacional. Só que, nessa realidade, a pergunta que fica é simples. O que será dos Estaduais?

Depois da festa das torcidas, fica mais claro ainda que essa pergunta será muito difícil de calar…

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br  

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Da África 10 ao Brasil 14

Uma fantástica ideia envolve a Copa do Mundo na África do Sul, o maior evento da história do continente africano, e a vida cotidiana do seu povo.

A iniciativa África 10 é a produção de um documentário – lançado em maio de 2010 – que acompanha as vidas de um grupo de africanos no período que antecede a realização do evento.

O projeto do documentário também está atrelado às atividades da África 10 Foundation, cujo objetivo é tornar realidade a juventude promissora do continente.

Ademais, a missão da A10 Foundation é criar um futuro seguro, sustentável e autodirigido pelos jovens do continente, inclusive formando líderes para estimular a união entre os povos.

A intenção é fazer com que parte da audiência global da Copa, estimada entre 2 e 3 bilhões de pessoas e concentrada na transmissão dos jogos, também possa voltar seus olhos para a diversidade, a paixão e as possibilidades do continente africano, por meio das histórias de pessoas.

Será um grande caleidoscópio social, cultural, econômico da África moderna. A abordagem do documentário envolve desde crianças jogando futebol nas ruas, torcedores apaixonados, ativistas sociais, líderes comunitários de alcance regional e até mundial, jovens promessas do futebol e grandes ídolos do passado e do presente.

Alguns deles são: bispo Desmond Tutu (líder sul-africano desde os tempos duros de Apartheid), Kofi Annan (ganês, ex-Secretário-Geral da ONU), Roger Milla (Camarões), Abedi Pelé (Gana), Mikel (Nigéria), Adebayor (Togo), Touré (Costa do Marfim), Pienaar (África do Sul).

O filme, em seu panorama geral, trata, pois, de ricos momentos e histórias que entrelaçam o futebol e a vida na África.

O maior objetivo do documentário é tornar evidente o poder transformador do futebol na vida de pessoas, de países e até mesmo de todo um continente.

A colcha de retalhos composta de forma diversificada e heterogênea serve, sobretudo, para criar um grande contexto peculiar ao continente e permitir ao mundo aproximar-se da verdadeira África – não daquela estereotipada a que estamos acostumados a ver, baseada, essencialmente, em desconhecimento, desgraça e desfavor social.

O site www.africa10.com contém todos os detalhes do projeto.

O próximo passo é replicar a beleza e pertinência do projeto no Brasil, ao longo dos anos que antecedem a Copa em 2014.

Temos muito de positivo para mostrar ao mundo já em 2010. Esperemos todos que em 2014 tenhamos um país ainda melhor termos de desenvolvimento socioeconômico sustentável, sem perder nossas raízes e identidade culturais.

Mas a bola da vez é a África.

Que a grandiosidade da Copa do Mundo possa dar as boas vindas ao povo africano e integrá-lo ao mundo globalizado, como tanto esperou e merece.

E que um dos valores centrais preconizados pela A10 Foundation ecoe de agora até 2014: acreditar no poder do esporte para transformar vidas. Ao promover lugares seguros para as crianças brincarem e jogarem, pode-se encorajar o crescimento pessoal, avivar a auto-estima e promover o aprendizado ao mesmo tempo em que se zela pela saúde e bem-estar.

Pelé já defendia isso, sabiamente e à sua maneira, quando fez o milésimo gol há quarenta anos.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Fazer pressão e fazer pressing: entendendo as diferenças

Bom, nesta semana, mais uma vez vou tentar uma “vídeo-coluna-tática”.

Introdução aos Aspectos Táticos do Futebol“: conheça o novo curso on-line oferecido pela Universidade do Futebol

A ideia é discutir os conceitos de pressão e de pressing, de maneira que possamos entender por que não são conceitos sinônimos (apesar de muitas vezes serem tratados assim).

O vídeo tem pouco mais do que oito minutos.

Espero que gostem…

Vamos lá!


 

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

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A importância dos Estaduais

Caros amigos da Universidade do Futebol,

estamos chegando mais uma vez ao fim dos campeonatos estaduais pelo Brasil, e decidi dedicar esta coluna a essas competições tão importantes para o nosso futebol.

Em especial ao Campeonato Paulista, o qual, diante da decisão que nos brinda, mostra que é um campeonato moderno e com grande competitividade entre os clubes grandes e pequenos.

Como todos nós sabemos, todos os anos temos os Estaduais no primeiro semestre e o Brasileirão apenas começando por volta do mês de maio. Isso porque o Brasil é um verdadeiro continente no mundo do futebol, tamanha a importância das federações estaduais (para se ter uma ideia, a Federação Paulista de Futebol tem maior volume de jogos do que muita federação nacional, inclusive na Europa).

Basicamente, os Estaduais cumprem importante papel no cenário nacional por três razões.

Em primeiro lugar, porque permitem a viabilidade financeira dos clubes pequenos, que são justamente aqueles que revelam nossos craques. Sem os Estaduais, não teríamos essa enorme gama de agremiações formadoras em atividade por todo o nosso país.

Além disso, essas competições promovem o acesso de clubes para a Copa do Brasil, permitindo que equipes de menor expressão no cenário nacional possam enfrentar grandes clubes de outros Estados, dando a eles a chance de aparição na mídia nacional, podendo, muitas vezes, aparecer com a tão temida, mas admirada “zebra”.

Sem contar, por fim, a importância cultural dos Estaduais, que já fazem, há muito, parte da cultura do povo brasileiro.

Importante ressaltar o papel das federações estaduais, da TV, e de patrocinadores e investidores, que dedicam seus recursos para manter viva a competição estadual, em todas as suas divisões (só em São Paulo são quatro).

Aliás, vendo jogos da Champions League, em que sempre o mesmo grupo de meia dúzia de clubes vai às finais todos os anos, vejo a importância de termos clubes como o Grêmio Prudente e o Santo André chegando às semifinais e finais.

Isso mostra, em especial, a força que o futebol paulista tem.

Devemos olhar para outro lado e reconhecer que inovações e propostas para promover a melhoria nos campeonatos sempre serão benvindas. Não se pode fechar os olhos para isso. Porém, reduzir a importância dessa grande especificidade do futebol brasileiro, que são os Estaduais, isso nunca.

Assim, proponho aplausos para o nosso futebol local. E que venham novas gerações desse empolgante time do Santos em novas edições, não só para o benefício do clube que os formar, não só para o Estado desse clube, não só para o Brasil; mas sim, para todo o mundo.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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Por que o futebol não sai da Globo?

Se você está lendo esse texto, você gosta de futebol.

Se você gosta de futebol, você acha que todo brasileiro gosta de futebol.

E se você acha que todo brasileiro gosta de futebol, você também acha que o futebol é um baita produto de televisão, afinal todo mundo assiste.

Entretanto, é bem possível que, se você faz uso dessa lógica, você esteja bastante errado.

Não no seu gosto pelo futebol, é claro, mas em acreditar que todo mundo também gosta de futebol.

Essa é uma antiga mentira criada pelo Getúlio Vargas que, com seus 1,60 metro de altura, tinha pernas curtas.

Desde que o pequeno presidente subiu nas tamancas do poder, o futebol foi enfiado goela abaixo da população, ainda que esta não tenha reclamado. Mas se fez acreditar que o futebol é muito mais popular no Brasil do que ele realmente é. E é por isso que ele não sai da Globo. Porque se ele sair, a sua já questionável popularidade vai ficar menor que o nosso pequeno revolucionário supracitado.

A grande sacada do futebol europeu foi levar o futebol para a tv paga. Como as pessoas só conseguiriam assistir futebol assinando o canal, elas pagavam pra isso. Ganharam as empresas de televisão, que popularizaram suas plataformas, e ganharam os clubes, que ganharam muito mais dinheiro com os contratos de exclusividade com essas empresas.

No Brasil isso não deu e ainda não dá muito certo. As pessoas, ao que tudo indica, não querem pagar para ver futebol. Veem porque está lá. Em dias de futebol, a audiência da Globo em geral cai. E a dos outros canais aumentam. O futebol na tevê aberta – que é o que realmente agrega audiência – afasta espectadores. Por isso o futebol precisa da Globo, porque o canal carrega consigo uma audiência fiel e natural. Porque se ele for pra outro canal, uma grande parcela do já pequeno público vai deixar de assistir. E se isso acontecer, o já minguado dinheiro de patrocínio vai sumir. E se a Globo resolver promover exclusivamente o vôlei, por exemplo, a onipresença esportiva do futebol pode ser ameaçada. Mas, acima de tudo, porque ninguém mais tem dinheiro para pagar ao futebol o que a Globo paga hoje.

Achar que a Record irá, eventualmente, entrar em uma briga com a emissora carioca pelos direitos do Campeonato Brasileiro me parece meio fantasioso. Primeiro porque, como dito, o futebol não atrai tanta audiência assim na televisão aberta para justificar qualquer leilão. E segundo porque o futebol é produto de televisão paga, e a Record não tem canal de esportes pago. Ou seja, não apenas ela teria que comprar os direitos, mas também teria que investir uma boa grana em montar uma estrutura para criar um canal que talvez nem seja aceito pelas duas maiores plataformas de televisão fechada do país, que têm participação da Globo.

Ou isso, ou ela tentaria revender os direitos para a ESPN, o que parece ser bem complicado, ou para a própria Globo, o que seria uma piada.

Pior. A história mostra que quando direitos de transmissão são superinflacionados por um canal que não possui a estrutura necessária para a difusão correta, ou então quando o próprio produto não colabora, as chances de o canal comprador quebrar são grandes. Procure os casos da ITV Digital e da Setanta. São casos claros do risco envolvido nesse tipo de operação.

Além de tudo isso, você também pode adicionar teorias conspiratórias sobre o poder de investigação jornalística daqui ou de acolá, que certamente colabora, mas não parece ser determinante para que o conservadorismo dos direitos impere.

A hora que a Globo tinha para perder os direitos já passou. Era lá em meados dos anos 90, quando ela de fato chegou a quase perder uma coisa ou outra. Mas agora não parece que vá acontecer novamente. A verdade é que, pelo menos em relação ao Campeonato Brasileiro, aparentemente o futebol precisa mais da Globo do que a Globo precisa do futebol.

A pergunta, portanto, não deve ser por que o futebol não sai da Globo, mas o contrário. Por que, afinal, a Globo não larga o futebol?

Isso é assunto pra uma futura coluna.

E eu não tenho muita certeza se conseguirei responder.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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Mini fórum: panorama sobre a tecnologia na arbitragem

Olá, amigos!

Fiquei muito feliz com a participação de vocês nessa proposta maluca de fazermos um “mini fórum” de discussão a respeito do uso da tecnologia no auxílio da arbitragem no futebol.

Muito rico evitarmos, ainda que um pouco, aquele famoso “acho que sim” ou “acho que não, porque não”. Tanto defensores como críticos apontaram sólidos argumentos a respeito da mesma. Uma pena que não sejam esses os argumentos debatidos e considerados no processo de decisão, pois tenho a certeza de que boa parte dos que escreveram e comentaram nesse espaço tem plenas condições de se posicionar frente aos “poderosos” responsáveis por essa discussão no âmbito da Fifa.

Identificamos três grupos de correntes de ideias comuns nessas semanas.

Um que chamamos de “Portões Fechados”, com os colegas que demonstraram suas razões para defender que o futebol não deva abrir as portas para tecnologia, ao menos nos moldes concebidos hoje.

Outro que defende uma posição intermediária: eis os colegas dos “Portões Encostados”, os quais entendem uma série de benefícios, porém com algumas importantes ressalvas e receios.

E o terceiro grupo a que chamamos de “Portões Abertos”, referente àqueles que acreditam que a tecnologia só tem a acrescentar benefícios ao esporte bretão.

A seguir, como entendo ser o papel de um fórum, ainda que mini, exponho um quadro dos tópicos levantados pelos colegas:


Amigos, eis uma síntese muito breve dos e-mails trocados com os diversos colegas que se propuseram a debater nesse espaço. Que compreenderam que temos e devemos discutir com mais seriedade e sem o ranço de que não seremos ouvidos ou de que nada serve falar aqui.

Afinal, mesmo que não sejamos ouvidos por quem achamos que deveríamos ser, ao menos aprofundamos nossas reflexões em alto e bom nível, tornando assim nossa atuação profissional mais completa na medida em que conseguimos nos expor e ser expostos a opiniões diferentes, mas bem argumentadas.

Até a próxima!

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br