Não é difícil perceber que o futebol reflete tudo aquilo que rola pela sociedade. Os valores que permeiam nossa cultura costumam influenciar os valores que cercam um grandioso espetáculo esportivo ou uma simples pelada de futebol de praia.
Se vivemos numa sociedade violenta, corrupta e preconceituosa, nada indica que no campo de jogo essas características deixem de existir como que por encanto. Nada nos faz crer que alguém que seja desonesto, egoísta e malandro fora de campo não o seja também dentro de campo.
Assim, o futebol, como o esporte de uma forma geral, não é bom, saudável ou educativo, por si só, independentemente dos princípios que norteiam nossos comportamentos e atitudes.
Estas considerações nos remetem a uma reflexão sobre as questões éticas que cercam o futebol e nossas vidas de uma forma mais ampla.
A ética pode ser considerada como a área do saber humano que procura entender e regular nossas condutas. Os princípios éticos envolvem uma atitude fundamental de escolha em direção a uma transformação de consciência em busca de crescimento e desenvolvimento. E esta atitude vale tanto para o indivíduo como para o coletivo.
E é justamente neste sentido que a prática do futebol, de simples reflexo dos valores sociais, pode representar uma poderosa ferramenta de transformação individual e social, considerada a sua importância neste mundo globalizado.
Mas para que isso ocorra é fundamental que os agentes que participam do processo de construção de uma sociedade melhor do que a que vivemos hoje, empenhem-se nesta direção, e procurem combater tudo aquilo que nos afaste do verdadeiro sentido do desenvolvimento humano.
Desenvolvimento que não pode se restringir apenas aos aspectos econômicos e financeiros, mas também aos aspectos biológicos, ideológicos, culturais, espirituais, sociais e éticos, contribuindo efetivamente para ascensão de todos os homens e mulheres ao mais humano.
Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br