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Cartório Fifa

Cartórios são serventias públicas ou privadas destinadas a custódia de documentos, registro de títulos e ofícios de atos privados, bem como o processamento das ações judiciais que tramitam nos fóruns e tribunais.

Em ambos os casos, o que se pretende com as atividades-fim destas entidades é preservar e emitir fé pública nas relações entre pessoas, empresas e órgãos da administração pública.

Em exemplos simples, basta que o leitor puxe à memória o reconhecimento de sua firma, a transferência de seu veículo, o registro de sua casa, o protesto de um cheque, ou o comparecimento em audiência no fórum para saber do que se trata.

Os cartórios, tabelionatos ou ofícios têm por essência disciplinar, organizar e certificar os processos, segundo a natureza específica de sua atividade acima descrita.

Naturalmente, há dificuldades operacionais e tecnológicas ainda graves, pois, principalmente, os cartórios judiciais sofrem com a demanda dos processos ajuizados e distribuídos pelo Brasil.

Entretanto, foi justamente o desenvolvimento e implantação de processos tecnológicos de ponta que permitiram a transição entre o arcaico e o burocrático, para o moderno e eficiente.

Há até pouco tempo, todos os atos processuais de uma ação judicial dependiam da participação direta e presencial dos advogados ou seus funcionários para dar seguimento. Ainda, tudo dependia de papel, abarrotando os espaços dos cartórios.

A Justiça Federal foi pioneira na criação do processo eletrônico, ou e-proc, que converte o papel em meios eletrônicos. O advogado é obrigado a cadastrar-se no e-proc, dando ao mecanismo toda a credibilidade e transparência necessárias, além, sobretudo, da segurança neste procedimento.

Diminuem-se custo, papel, filas, mau atendimento em balcão por funcionários lenientes, “jeitinhos” e até sumiço de processos.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br  

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Estratégia: o padrão de jogo e o modelo de jogo

Para os treinadores de futebol, a tomada de decisão e a escolha de uma estratégia de jogo, em detrimento de outra, pode definir o sucesso ou fracasso de sua equipe dentro do jogo.

Na imprevisibilidade das dinâmicas decorrentes do confronto de duas equipes de futebol em uma partida, terá mais chance de vencer aquela que apresentar dinâmicas que têm maior fluidez sobre as de sua adversária (que se encaixam melhor e respondem mais adequadamente aos problemas do jogo, sem muito gasto de energia).

São muitas as áreas da Ciência que estudam a arte da estratégia e do planejamento estratégico.

No futebol, ainda que muitas vezes seja de forma empírica e intuitiva, treinadores pelo mundo todo demonstram ser mestres no que diz respeito à elaboração e aplicação de estratégicas de jogo.

Sem contestar, ou deixar de dar grande importância a esse empirismo e intuição, é importante salientar que se avaliarmos as estratégias de jogo adotadas pelos diversos treinadores e equipes de futebol, Brasil à fora, notaremos que elas (as estratégias) podem estar associadas a níveis distintos da organização do jogo.

O jogo é imprevisível.

Há, porém, se olharmos para ele sob a luz da Teoria Sistêmica, dinâmicas individuais e coletivas, que em meio ao aparente caos, refletem um padrão de organização, que pode ser detectado, monitorado e até manipulado.

Essa “manipulação”, nada mais é, do que a ação individual e coletiva de uma equipe definida dentro de um plano estratégico, para tirar proveito ou vantagem desse padrão.

O grande “pulo do gato”, porém, está em entender que o padrão de jogo pode ser observado em níveis que vão desde a ação de um elemento do sistema (o jogador), operada por características singulares a ele, até a modelação coletiva da equipe em suas regras de ação ou maneira de estruturar o espaço de jogo.

E o que isso quer dizer?

Isso quer dizer em primeiro lugar, que padrões de jogo podem ser identificados dentro e fora de um modelo de jogo, e que, em segundo lugar, é preciso ter clara idéia de qual é o nível exato da organização do jogo, que se quer intervir (ou ainda, qual é o melhor nível para se fazer a intervenção).

 

 

Então, olhar para um jogo, tentar identificar e entender o modelo de jogo que norteia a comportamento dos jogadores de uma equipe é apenas um dos passos para identificar um pedaço fractal de um padrão de jogo.

Da mesma maneira, a partir do melhor entendimento do padrão de jogo (individual e coletivo), deve-se ter clareza para definir com exatidão, em qual nível desse padrão é possível agir com maior eficácia.

É preciso que se entenda que o “modelo de jogo” é um subsistema do sistema “padrão de jogo”, e que esse é um subsistema do sistema “cultura de jogo” (que é por sua vez subordinado ao jogo).

Toda e qualquer decisão estratégica, vai de certa forma, mexer com os níveis de organização de uma equipe e de sua forma de jogar.

 

 

Então, seja para agir diretamente sobre a operacionalização coletiva das ações, sobre a estruturação coletiva do espaço de jogo, sobre a ação específica dos elementos do sistema, ou ainda, sobre suas inter-relações ou suas interdependências, é importante que o “tiro” seja certeiro, e que haja o entendimento de que a ação sobre qualquer uma dessas variáveis, afetará diretamente a outra, com maior ou com menor magnitude.

Identificar padrões de jogo em distintos níveis não é tarefa das mais fáceis, porque requer muitas vezes observação repetida de um mesmo jogo, ou de diversos jogos de uma mesma equipe.

De qualquer forma, vale salientar que muitos treinadores pelo mundo, inconscientemente ou não, acabam por tomar decisões estratégicas sempre atuando sobre o mesmo nível organizacional e sempre (ou quase sempre) sobre a mesma variável da organização sistêmica.

Isso quer dizer que muitas vezes, entendendo o tipo de decisão estratégica que um treinador toma, é possível entender também com quais óculos ele enxerga o jogo, e aí talvez, seja possível vencer sua equipe antes mesmo de conhecer seus padrões.

Com que óculos você enxerga o jogo?

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br  

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O futebol como ferramenta para a educação

*Uma das grandes funções do esporte é a educação. A educação, aliás, é a base fundamental da sociedade. Sem uma educação adequada, os demais sistemas (de saúde, segurança, econômico, etc) não funcionariam de forma apropriada.

Segundo a nossa Constituição Federal de 1988, Art. 217, II, “é dever do Estado fomentar práticas desportivas (…) observadas a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional (…)”.

O futebol, sendo o esporte mais popular no Brasil e de maior interesse entre as crianças e jovens (tanto para assistir como para praticar), tem um papel fundamental nessa função do esporte.

A questão que nos salta aos olhos é: será que o Estado reconhece esse dever previsto no texto constitucional transcrito acima, e destina prioritariamente fundos para o esporte educacional? Ou será que o esporte de alto rendimento ganha do esporte educacional nessa preferência governamental?

Os programas de incentivo ao esporte não mencionam o esporte como educação. As loterias criadas não têm a destinação específica de auxiliar as escolas deste país a terem mais quadras esportivas e professores de educação física qualificados.

Na verdade, o que vemos é um desenvolvimento quase que orgânico das práticas esportivas entre as crianças deste país. A famosa pelada na rua com bola de meia, que tanto foi dita por Pelé como seu início no esporte, é de fato como a maioria das crianças praticam o futebol no Brasil.

As escolas, principalmente as públicas, raramente possuem mais do que uma quadra poliesportiva de cimento, com linhas demarcatórias que quase não se percebem e traves enferrujadas.

E mesmo assim o Brasil é o país que mais revela jovens jogadores de futebol ao mundo. Mas isso, na minha opinião, é obra divina, e não das nossas políticas de esporte educacional.

*Esta coluna é dedicada ao pequeno Alexandre, que hoje completa seu primeiro ano de vida.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br