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Até breve!

Caro leitor,

Excepcionalmente nas próximas semanas não teremos a coluna do Oliver Seitz. O colunista segue em viagem ao exterior e estará de volta no dia 23 de novembro!

Um grande abraço,

Equipe Universidade do Futebol

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Organização em rede

Inspirado no FIAT Mio, apresentado neste último Salão do Automóvel como o carro conceito da montadora italiana e construído completamente pela opinião de internautas a fim de detalhar o carro do futuro é que estabelecemos o tema desta coluna. A pergunta naturalmente recai sobre a forma com que os clubes e o futebol como um todo tem se preparado para aproximar-se do seu público por meio de redes sociais.

Lembramos aqui de iniciativas como os “Fantasy Football”, promovidos pela Uefa, Fifa e em terras tupiniquins pelo SporTV, que compila a montagem de equipes pelas pessoas em uma espécie de “concurso” para ver quem é que escolhe os melhores atletas e times, fazendo um paralelo com o que ocorre na realidade das competições. No mesmo caminho, Uiner.com e Peladeiro.com.br, oferecem ferramentas para os grupos de amigos se organizarem socialmente e montarem festividades e eventos corriqueiramente. O caso do Corinthians com a “República Popular do Corinthians” também é um bom exemplo de uso das redes sociais para relacionamento com o seu público.

A utilização destas redes tem sido percebida como um fator de extrema relevância para aproximar pólos em torno de interesses comuns, facilitando em muito as ações de marketing em face da segmentação, uma vez que os indivíduos hão de procurar pela internet apenas aquilo que lhes causa maior apreço.

O que difere o exemplo do primeiro parágrafo com o do segundo é o aproveitamento desta comunhão de interesses para finalidades de melhorar e aperfeiçoar os produtos e serviços oferecidos pelas organizações.

Daqui partimos para o levantamento de inúmeras ações possíveis para que os apaixonados torcedores dos clubes possam definitivamente participar com ideias, sugestões, críticas e opiniões que ampliem a atuação deles dentro da organização.

Estabelecer um canal de relacionamento com a massa de aficionados poderá ser capaz de contribuir para a criação de novas campanhas para atração do torcedor para o estádio, de gerar maiores e melhores canais de consumo dentro das praças esportivas, da criação de novos produtos, do comportamento e características de jogadores a serem contratados, da proteção à marca e história do clube, dentre outras.

Enfim, o avanço para um lado ou outro deste tipo de contato com as redes sociais dependerá das condições possíveis de adaptação de cada entidade, que são os fatores culturais da organização, e pode ir até o limite da nossa imaginação. Importa frisar que essas hipóteses não podem proporcionar ingerência de terceiros, mas devem sim aproximar o clube de seus stakeholders.

Percebo que muitos clubes tratam ainda seus torcedores como meros delinquentes que apenas querem saber de protestar quando a equipe vai mal. Os temem ao invés de prestar atenção para os seus anseios com a finalidade de estabelecer uma aproximação maior, que oportunize um leque mais amplo de consumo à sua marca.

Philip Kotler tem batido bastante nesta tecla, conforme já mencionei em outras oportunidades nestas colunas a partir da ideia de seu livro, o “Marketing 3.0”. Fechar os olhos para aquilo que as pessoas dizem sobre os seus negócios pode se tornar um grande pesadelo no médio-longo prazo.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br  

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O tradicional e o novo no futebol: convergência que transforma

Olá amigos,

Aproveito o texto de hoje para trazer uma reflexão aprofundada do que começou como uma discussão daquelas de mesa de bar, com um bom vinho chileno e se prolonga até as linhas descritas a seguir.

Uma amiga que leu algumas colunas recentes de minha autoria pediu permissão para discutir um ponto comigo. Como se eu tivesse a possibilidade de permitir ou não alguém de discutir algo, mas dado ao gesto cordial eu a “autorizei”. Afinal nosso jantar estava apenas começando.

O prato principal: a necessidade do profissional moderno se atualizar tecnologicamente.

Temperos:

A colocação feita por essa amiga era de que não conseguia imaginar treinadores “antigos”, a qual prefiro chamar de tradicionais (que também não é o melhor termo, mas na falta de inspiração assim chamamos), modificando suas formas de atuação com as transformações eminentes causadas pelo impacto tecnológico que vem a passos lentos, é verdade, caminhando rumo ao futebol.

Sua opinião é de que eles já estão ultrapassados e cada vez mais isso ficará evidente. Com a entrada de novos treinadores, voltados a compreensão de vários elementos do jogo com o auxílio de inúmeras ferramentas e possibilidades, ela já visualiza grandes treinadores de uma época não muito distante amarrados em suas própria convicções, o que será suficiente para que o sucesso de suas glórias não consiga por si só esconder desatualização de seus métodos.

Tira-Gosto:

Alguma coisa não ia bem na discussão, discordávamos veementemente. Ela queria frango e eu queria peixe. Vinho tinto ou vinho branco?

Enfim, tratei de expor meus argumentos sob a acusação (no plano filosófico) de que ao não concordar com esse argumento eu estava indo no sentido contrário daquilo que defendo frequentemente nessa coluna.

Pois bem, defendo com certeza a necessidade de atualização dos profissionais frente aos novos recursos, mas ao mesmo tempo reafirmo que essa atualização não precisa ser apenas de suas habilidades no uso de um recurso tecnológico. Ela pode se cercar de pessoas com tais habilidades e ser extremamente eficaz no “gerenciamento” dessas pessoas. Mas ainda assim estariam fazendo uma atualização tecnológica.

Acrescento ainda que essas mudanças, que vejo como sem volta no futebol (a adoção e incorporação de elementos tecnológicos), não são alheias aos profissionais aos quais chamamos de tradicionais. Como se eles fossem sendo descartados e substituídos por novas gerações completamente antenadas no universo tecnológico. Isso é um processo constante que já vem acontecendo em empresas, e precisa acontecer desta forma no futebol também. As gerações precisam trabalhar juntas aliando a experiência e conhecimento dos ditos tradicionais, com os saberes e habilidades da chamada geração Y.

Busco uma referência de um psicopedagogo e de uma psicóloga, ambos de origem francesa, Babin e Kouloumdjian, na qual discutem o choque de gerações e como cada uma, isolada no seu universo, não é capaz de ampliar os significados e consequentemente as experiências.

“O walkman (poderíamos falar hoje de mp3) no ouvido é uma imagem, não da revolta das gerações, mas da distância. – Todas as manhãs vou para o trabalho de ônibus, às oito e meia – conta um homem de uns 50 anos. Ora, há alguns dias vejo um jovem de pé, com fones de ouvido, escutando seu som, completamente fechado em seu mundo. Então decidi fitá-lo bem nos olhos para forçá-lo a sair de dentro de si mesmo. Acho que isso levou uns 10 minutos. No fim ele, me sorriu! Mas porque o senhor quer que aquele rapaz se desligue de sua música? Venho importuná-lo quando o senhor está entretido com seu jornal ou com seu romance policial? – Não é a mesma coisa. Mas, onde está, no fundo, a diferença? Não há nos dois casos um ‘isolamento’ e até uma espécie de satisfação narcisista? Por que a leitura de um jornal seria melhor para o homem que a escuta de uma fita?”

Bom, para que o prato principal possa ser servido precisamos que tanto o profissional do walkman (MP3), como o do jornal, possam juntos conduzir as transformações tecnológicas no futebol.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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Parabéns, Aceesp!

Sinceramente não sei quando seria o aniversário da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo. Mas os parabéns contidos no título desta coluna remete a um feito inédito acontecido na última sexta-feira em São Paulo e que tem na associação o seu maior “culpado”.

Uma reunião entre alguns membros da imprensa e o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, colocou um ponto final na queda de braço entre treinador e jornalistas. O encontro foi promovido pela Aceesp, que intermediou em favor de uma reconciliação entre as partes.

Infelizmente não consegui comparecer ao evento em virtude de outros compromissos profissionais. Mas alguns relatos de amigos jornalistas e a própria nota oficial que a Aceesp divulgou ao fim do encontro dão conta de que houve a tradicional “conversa de vestiário” entre as partes.

E era exatamente isso que precisava acontecer. Antes de mais pressão da própria torcida palmeirense aos jornalistas, ou mesmo de uma agressão por meio da mídia a Felipão.

Concluiram, todos, que assim fica inviável trabalhar. Num convívio diário, é inadmissível que o conflito dite a tônica desse relacionamento.

Felipão extrapolou no mau humor e na indelicadeza em alguns casos. Da sua parte, a imprensa como de costume exagerou ao ser criticada, ampliando a discussão e tornando tudo ainda mais conflituoso. Os jornalistas fizeram o divertido protesto de ir com o nariz de palhaço ao jogo do Palmeiras, o que provavelmente motivou ainda mais a necessidade de que se fizesse uma reunião para decidir como parar com essa briga.

Não sou filiado à Aceesp. Sempre achei uma inutilidade a associação. Afinal, sua única função, desde que comecei a exercer a profissão, era conceder a carteira de acesso do jornalista aos estádios para trabalhar. Para isso, porém, não é preciso ser filiado à entidade. Ou seja, não havia o menor sentido pertencer à associação se ela não tivesse qualquer atuação em meu benefício e na melhoria do trabalho da imprensa esportiva.

Depois desse episódio, a coisa começa a mudar de figura. E o modelo poderia ser ampliado para outros estados. A função da Aceesp (e de qualquer entidade de classe com o seu ramo de atuação) é debater soluções e melhorias para que o trabalho da imprensa esportiva seja melhorado.

Parabéns à Aceesp. Ela finalmente começa a entender a sua função.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br  

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Posse de bola e relatório técnico da Uefa Champions League: é preciso ensinar o futebol que se quer jogar

Há algum tempo tonou-se público o relatório técnico da Uefa Champions League 09/10. Esse documento trata especialmente (e oficialmente) de aspectos associados às equipes participantes da competição na temporada referente, suas características de jogo, as de seus jogadores e de seus treinadores.

Ainda que não se aprofunde especificamente em detalhes técnicos mais ligados à organização e aos padrões de jogo dessas equipes, dá indícios sobre algumas coisas ligadas a eles (padrões e organização), e é sem dúvida uma “saborosa” leitura.

Aproveitando-me da matéria publicada recentemente na Universidade do Futebol, com o título “Relatório técnico da UCL indica campeão com menos posse de bola e mortal nos contra-ataques”, que traz, em síntese, alguns apontamentos presentes no relatório, resolvi explorar uma questão que está dentro dele (do relatório) e que é destacada pela matéria.

 

Relatório técnico da UCL indica campeão com menos posse de bola e mortal nos contra-ataques

 

Vejamos o trecho em que os apontamentos levam ao surgimento da questão e em seguida a questão propriamente dita:

“Outro ponto levantado pelos peritos é uma comparação entre o Barcelona, vencedor do torneio em 2008/09, e a Internazionale, última campeã. Os italianos conquistaram o troféu com uma média de 45 por cento de posse de bola, comparada com 62 por cento dos catalães na temporada anterior. Na grande decisão, realizada no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, o Bayern de Munique, adversário da Inter, passou a bola 643 vezes, contra 289 passes do rival – o resultado do jogo foi 2 a 0 para os nerazzurri.

“O contraste marcante entre o vencedor de 2009 e o de 2010 levanta a questão: será que jogadores e equipas precisam ser educados na arte de se sentirem confortáveis sem terem a bola em sua posse?”

Na essência de suas intenções, a questão, mais do que despertar a necessidade de uma resposta direta, propõe na verdade uma reflexão a respeito de como o jogar é mais fruto de como enxergamos o jogo de futebol, do que como ele se apresenta realmente – e a distância entre o que vemos e o que ele realmente é pode nos prender no tempo.

Jogadores e equipes de futebol precisam, independentemente do nível ou da categoria, aprender a jogar futebol melhor. Para aprenderem, devem treinar. O treino, por sua vez, precisa propiciar a chance de aprendizado (de evolução).

E é esse aprendizado, que ainda mal entendido por quem normalmente gere e deve estimular a evolução do desempenho da equipe, que acaba esquecido nas tortuosas estradas do caminho.

Jogadores de futebol não devem se sentir mais ou menos confortáveis estando com ou sem a posse da bola. A questão aqui deve ser outra.

Jogadores de futebol devem estar preparados para responder circunstancialmente aos desafios do jogo, estando ou não com ela (com a bola).

A posse de bola, em estudos que vêm se repetindo desde a década de 1980, não é variável determinante para o êxito ou não das equipes. Isso já foi sistematicamente estudado e apontado.

É sim determinante o que se faz com ela, e como a equipe se organiza coletivamente para conseguir fazer.

Isso quer dizer que se a equipe do FC Barcelona quer ficar com a bola e chegar ao campo de ataque através de um jogo apoiado, precisa construir sistemas organizacionais (sistemas de ação, de ocupação do espaço, de apoios, etc.) que propiciem da maneira mais satisfatória possível o cumprimento daquilo que o seu jogar propõe.

Isso quer dizer também que se a Internazionale de Milão prefere (ou preferia) investir em um jogo de progressão rápida, com passes verticais de curta, média e longa distância, sem se importar por não ficar muito tempo com a bola; da mesma forma precisará se organizar da melhor maneira possível para isso.

Então, de novo: ficar ou não com a bola não é problema: o problema está em conseguir criar uma cultura de jogo em que ele (o jogo) seja visto através de novas possibilidades, novos conceitos, novas verdades (verdades?).

Na Uefa Champions League 2009/2010, a equipe de José Mourinho cumpriu melhor aquilo que se propunha a fazer do que a equipe do FC Barcelona (tão bem, que mesmo ficando pouco com a bola e errando muitos passes, em todos os seus jogos percorreu uma distância menor do que aquela percorrida pelos seus adversários na ocasião dos jogos).

Então, o melhor é fazer muito bem aquilo que se tem como modelo de jogo a cumprir. E vai fazer melhor quem treinar melhor para fazer.

Ao treinador, é claro, nenhuma alternativa, a não ser a de como ensinar melhor o futebol que se quer jogar.

E aí? Bom, aí é outra questão…

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

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A razão

Dentre as grandes sacadas que permitiram a evolução humana, a adoção da razão como parâmetro para tomada de decisões foi certamente uma das mais acertadas. Deu objetividade aos fatos e permitiu a minimização da escala de erros.

Não que a subjetividade seja ruim. Muito pelo contrário. É bom achar algumas coisas. É melhor ainda acreditar em outras, sem lá muita preocupação do porque de tudo. Isso permite a superficialidade que, na sua devida medida, é algo extremamente necessário para a manutenção do bem-estar do ser humano. Não dá pra saber de tudo o tempo todo. É fundamental ser superficial. Ou isso, ou a insanidade emerge. Que diga Sheldon Cooper.

O problema é que a subjetividade precisa estar necessariamente atrelada à superficialidade, que por sua vez precisa estar restrita a aplicações do mesmo nível. Decisões profundas precisam ser objetivas. Pensadas. Racionalizadas. Quantificadas. Do contrário, a decisão é baseada na mente humana. E a mente humana prega peças a todo o momento.

Como o futebol é muitas vezes visto como algo superficial, já que sua profundidade é barrada pelo desconhecimento da matéria, ele obrigatoriamente se torna objeto de inúmeras decisões subjetivas, baseadas em pouco ou quase nada. Daí, surge a imprevisibilidade dos resultados e a impossibilidade de análise de sucesso de qualquer tipo de projeto.

Pouco, muito pouco separa, por exemplo, a aposta na formação de um time de jogadores de qualquer outro tipo de aposta, inclusive no mercado financeiro. A diferença é que este último tende a se cercar da maior quantidade de dados possível para dar pouca margem para ações emocionais e subjetivas. Com isso, diminui-se o risco e se potencializa o retorno de qualquer investimento.

No futebol, a carência de conhecimento e a incapacidade interpretativa dão margem para decisões motivadas por emoção e por falta de conhecimento. De tal modo que a imprevisibilidade reina e o fator sorte torna projetos comuns em grandes sucessos e projetos mais complexos em retumbantes fracassos. Mais conhecimento é preciso ser gerado e mais capacidade interpretativa das informações precisa ser desenvolvida. Sem esses, o desenvolvimento do futebol estará sempre sendo guiado pelo puro e simples acaso. Para a sorte de uns, para o azar de outros, e para a razão de poucos.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br   

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Marketing no tapetão

O tema desta coluna tem embasamento direto em um caso particular que está por ser definido nesta semana (sexta-feira) no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) relacionado ao América-AM, equipe classificada no campo para a final da Série D do Campeonato Brasileiro e que, por conseguinte, conquistou a vaga na Série C de 2011. Em causa, a possibilidade de perda de pontos da equipe de Manaus no jogo diante do Joinville-SC ainda nas quartas-de-final da competição por escalar um jogador irregular nas duas partidas do confronto – confronto esse vencido nas quatro linhas, com vitória no Amazonas e empate em Santa Catarina.

Por ser de Joinville e ter acompanhado o trágico desfecho de perto da equipe que brigava por uma vaga na Série C do próximo ano diante de uma equipe com investimento 5 vezes menor, há na cidade um clima de expectativa em torno da possibilidade de retornar à competição mesmo após a eliminação em campo. Essa expectativa está meio que mesclada com um sentimento de “felicidade comedida”, uma vez que os torcedores, caso a punição ao América-AM se concretize, não sabem ainda se irão comemorar com fogos e festa pela cidade ou sozinhos, sem que ninguém perceba.

Conversando com amigos, nos colocamos a refletir como deveria ser o posicionamento de comunicação e marketing do clube no caso de conquistar um lugar superior no cenário nacional pelos meios dos tribunais. Como resgatar a estima dos torcedores e da cidade após um fracasso dentro de campo, em que agora o principal atacante é o advogado do clube?

Lembro da famigerada virada de mesa protagonizada pelo Fluminense em 1996-97, quando recuperou uma vaga na 1ª divisão utilizando de subterfúgios políticos via CBF, com aquela clássica imagem de estouro de Champagne nas Laranjeiras. O caso trouxe péssimos resultados para a imagem do clube e é rememorado com alguma frequência.

É verdade que o caso que deu voga a esse texto está longe de ser parecido com o caso do Fluminense. Há, na situação de Joinville-SC diante do América-AM apenas a intenção de fazer valer as regras do campeonato e de registro de atletas estipuladas pela entidade máxima do futebol, que foram claramente feridas. Mas a memória é pertinente para compreendermos o sentimento geral daquela época, tanto de torcedores do Fluminense quanto dos seus principais rivais e da opinião pública de um modo geral.

Procurei na literatura algo que pudesse dar um norte a respeito da conquista de um espaço pelas empresas por meios não exatamente convencionais, mas não encontrei (aliás, se os leitores desta coluna souberem de algo, ficaria grato que contribuíssem para o nosso conhecimento). O mais próximo foi a ideia de gestão de crises, que já comentei outrora em uma destas colunas no “Universidade do Futebol” (publicada em 06 de outubro de 2010).

A analogia mais próxima que consegui perceber foi a da conquista de uma vaga na Seleção Brasileira por um jogador quando outro, anteriormente convocado, fora cortado por lesão ou outro motivo do gênero.

Com isso em mente, percebe-se a necessidade de um planejamento eficiente de comunicação que blinde de alguma maneira o passado, buscando um olhar de futuro sobre as oportunidades a serem alcançadas.

O departamento de marketing deve trabalhar o resgate da auto-estima dos torcedores e do clube como um todo, mostrando que a estrutura administrativa sempre trabalhou para o melhor da equipe. Tais medidas devem gerar uma confiança mútua para o alcance de objetivos a partir do fortalecimento da sua marca e que, olhando para frente, precisará revalidar a escolha dos clientes pelo sentimento às cores do clube a partir da conquista de resultados esportivos.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br  


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Cara de palhaço…

Felipão está de volta. Em menos de meio ano à frente do Palmeiras, o treinador conseguiu reviver um ambiente tenebroso que circundou boa parte dos clubes que dirigiu. A cena dos jornalistas com narizes de palhaço em frente ao treinador após o jogo contra o Goiás revela muito mais do que uma mágoa entre Scolari e a imprensa.

Durante o tempo em que foi treinador do Grêmio e do Palmeiras, principalmente, Felipão colecionou inimigos e polêmicas na mesma velocidade com que ganhava títulos. Enquanto o time ia bem dentro de campo, desafetos na imprensa eram construídos. Muitas vezes essas rusgas faziam parte de estratégias do treinador de blindar seus atletas e centrar em si o fogo do batalhão de jornalistas ávidos por polêmicas.

Agora, o treinador tenta reconstruir esse ambiente. Prejudicado por um time apenas mediano dentro de campo e por uma hostilidade maior dos jornalistas, provavelmente cansados dos limites cada vez maiores que lhes são impostos no dia-a-dia, o fato é que essa queda de braço começa a ser prejudicial.

Com a bagagem de campeão mundial pelo Brasil, semifinalista de Copa por Portugal e campeoníssimo em torneios na América do Sul, Felipão precisa agora voltar a buscar uma harmonia com os jornalistas que diariamente cobrem a rotina do Palmeiras. Não bastam mais os títulos que o consagraram no passado. É preciso ir além, contornar a situação, deixar de lado as armas e pensar na calmaria.

O mundo mudou bastante desde que Felipão deixou o Brasil, há quase dez anos. Hoje, a imprensa é muito mais corporativista do que era antes. Ainda mais quando, dentro do clube, apenas Felipão pode dar entrevistas. Agora, o golpe pode ser muito maior do que apenas os narizes de palhaço.

 

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br