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No fio da navalha

Saudações a todos!

Grandes resultados, grandes conquistas, ter sucesso, ser destaque, exigem, além de muito trabalho, muita dedicação, muito esforço, muito suor, correr riscos e ir sempre ao limite. Todos gostam dos louros, das medalhas e dos holofotes, mas poucos estão dispostos a realmente ir ao limite para obter esses resultados.

Nas palestras que faço exemplifico sempre esta realidade e pergunto se alguém já viu o Usain Bolt subir no pódio, pegar a medalha, ouvir o hino jamaicano, comemorar bastante e só depois dessa festa toda, alinhar e correr os 100 metros livres. Claro que não, né?

Ele até brinca um pouco antes da prova, mas em seguida se concentra, alinha, ouve o tiro de largada, corre muito, se esforça, vai ao limite, tem o risco de cair, ter uma distensão, mas só depois da prova, de todo esse esforço, do resultado atingido, ele pega sua merecida medalha.

A Fórmula 1 também tem exemplos emblemáticos desta realidade. Vettel, Alonso e Hamilton são sempre os destaques, estão sempre em evidência, são campeões mundiais. E esses resultados são explicados facilmente. Eles são sempre os que vão ao limite máximo, fazem o possível do impossível. Ou seja, andam sempre no fio da navalha. Quem acompanha os treinos da F-1 sabe que para chegar ao limite é necessário muito trabalho. Eles dão várias voltas, saem da pista, acham os atalhos do circuito, avaliam o melhor ajuste para o carro, etc. Conhecem profundamente o que fazem e com isso encontram a melhor forma de fazer o seu trabalho. Empregam muito esforço e com isso chegam ao limite.

Os outros pilotos estão lá, andando rápido, mas nem sempre conhecem tudo sobre seu trabalho, nem sempre se esforçam ao máximo, e por isso não chegam ao limite: ficam no meio do pelotão, sem o destaque que só os campeões têm.

Será que se a nossa seleção, ao invés de se encolher na prorrogação contra o Paraguai e chutar apenas uma bola ao gol, tivesse ido ao limite, tivesse continuado em cima, chutando em gol, o resultado seria outro? Eu creio que sim e obviamente seríamos recompensados pelo esforço e por ter ido ao limite. Se não tivesse, mesmo assim, tido sucesso, ficaria ao menos o sentimento de “fizemos o possível”. Mas isso é passado e ninguém pode ter certeza do que aconteceria de fato.

No mundo coorporativo, esta realidade não é diferente. Os profissionais que têm destaque, aqueles profissionais que brilham e alcançam o sucesso almejado por todos, são aqueles que se esforçam mais, que conhecem detalhadamente seu trabalho e que investem seu tempo de maneira útil no sentido de fazer sempre o possível do impossível, ou seja, quando alguém diz que “não vai dar”, eles vão lá e demonstram com esforço que dá.

Com a combinação de conhecimento do trabalho e esforço verdadeiro (não apenas para mostrar ao chefe ou aos pares), esses profissionais chegam ao limite e então saboreiam o sucesso tão desejado por todos. O sabor da vitória/realização é o alimento dos “diferentes”.

E você, sabe se está preparado para chegar ao seu limite? As perguntas abaixo ajudarão a responder essa questão:

– Você conhece detalhadamente seu trabalho?

– Sabe como fazer da melhor forma?

– Tem se esforçado para atingir pelo menos a média da equipe?

– Tem feito mais do que lhe é pedido?

Se respondeu “sim” para as perguntas acima, você está no caminho certo e mais próximo das medalhas. Se respondeu “não’, comece a correr, pois as medalhas estão bem longe de você.

Para você que respondeu “sim” para as questões acima, fique atento a detalhes tênues, fundamentais para chegar ao limite e considerar-se um vitorioso:

– Você consegue ser bom, ajudar aos outros, cooperar com a equipe, com seus subordinados, pares, ou superiores, sem ser “bobo”, prejudicar suas atividades e sem comprometer seus objetivos?

– Consegue expor suas opiniões, ser enérgico quando é necessário, defender suas crenças e agregar o grupo a você, sem ser estúpido, mal educado e desagregador?

– Consegue pedir e ser atendido, sem ter que mandar?

– Sabe pedir desculpas quando percebe sua falha?

Se as questões acima também foram respondidas com “sim”, parabéns! Suba ao pódio, pegue sua medalha, estoure o champanhe e comemore muito, pois você conhece seu trabalho, se esforça, tem discernimento para resolver questões tênues e sabe como atingir o limite máximo de desempenho e resultados. Se faltou somente esta parte, não desanime, continue correndo que em breve chegará ao seu limite e alcançará as medalhas.

É isto, pessoal! Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos na próxima semana.

Abraços a todos!

Para interagir com o autor: ctegon@universidadedofutebol.com.br