Aquela velha máxima “falem mal mas falem de mim” parece não servir mais para as organizações do mundo contemporâneo. Anos atrás era possível controlar minimamente eventuais ruídos negativos sobre as marcas, uma vez que a capacidade de proliferação e acesso a uma gama enorme de pessoas era pequena. Atualmente, em função do amplo acesso a informações por muitas pessoas, o cuidado com a reputação criada por terceiros vem ganhando atenção cada vez maior.
Em palestra recente na Fundação Getúlio Vargas, a Profa. Raquel Goulart falou sobre Place Branding e da necessidade de que “lugares devem gerenciar sua reputação, seus recursos e sua imagem” para melhor se posicionar perante a sociedade.
Nas empresas a premissa é evidente em muitos casos. Esse sinal já é visto também em alguns movimentos de patrocinadores esportivos, que antes preferiam ignorar alguns desmandos da indústria do esporte, pois, acreditavam que fatos pontuais não afetavam diretamente sua imagem corporativa. Agora, todo o cuidado é pouco, uma vez que estar associado a questões negativas de parceiros comerciais tende a gerar reações de igual dimensão contra todos os envolvidos.
Se o termo “reputação” conquistou uma grande quantidade de atenção por parte de cidades, países, lugares e empresas, o mesmo parece não acontecer, pelo menos em proporção, com os clubes de futebol no Brasil.
É, a bem da verdade, assustadora a forma como se negligencia o controle sobre a comunicação nos clubes. A falta de um trabalho mais eficiente neste campo é o que gera, principalmente, a enxurrada de comentários e de atributos negativos sobre as entidades esportivas todos os dias, nos principais meios de comunicação.
O controle do conteúdo também passa por isso. Como alguém irá falar da minha marca, é sempre preferível que este “alguém” seja a própria marca e não terceiros.
Projetos de comunicação e de formação de reputação de marcas passam por inúmeros processos, que vão desde a compreensão do que é a marca até um trabalho estruturado de branding, que poderá se dedicar a narrativa mais coerente para cada caso.
Este tipo de trabalho leva tempo para ser construído até a sua plena consolidação. Que os clubes percebam esta lacuna e possam eles passar a contar suas próprias histórias em um futuro breve!!!