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Meditação funciona no esporte?

A harmonização corpo-mente é uma coisa muito importante para os atletas, e a meditação tem se apresentado como uma prática de ótimos e reconhecidos resultados para todos.

Meditar é pensar sobre, refletir. Entendendo melhor o significado da meditação podemos recorrer a Osho (foi professor de filosofia e grande mestre na arte da meditação), que a define como sendo uma maneira de ir para dentro de si mesmo, um modo de fixar em nós mesmos, no mais profundo centro do nosso ser.

A meditação ajuda a combater o estresse criado em função da pressão inerente ao desportista de alto rendimento, bem como pelo desgaste criado pelas exigências orgânicas e psicológicas sofridas pelos atletas. Sua atuação nos estados emocionais e nas atitudes mentais influenciam a saúde e desempenho profissional e mental.

Além dos benefícios acima citados, a meditação também é uma excelente fonte de autoconhecimento para o ser humano, o que para os atletas é muito valioso, pois quando ele se torna capaz de integrar a sua mente com seu coração e as suas ações com suas intuições, ele encontra um significado genuíno em sua vida e carreira enquanto atleta e com isso ele se torna naturalmente muito mais autoconfiante.

Sendo mais autoconfiante o atleta consegue aplicar na prática o melhor de toda sua inteligência e conhecimentos para tornar sua vida mais equilibrada e harmoniosa, contribuindo para o alto desempenho na carreira esportiva.

Hoje existem evidências que a meditação promove:

•Redução dos sintomas de estresse
•Redução da hipertensão
•Redução do hábito de fumo e do consumo de álcool
•Redução da tensão muscular
•Melhora em sintomas do humor e sintomas do estresse em atletas com lesões graves
•Melhora da atividade imunológica
•Melhora consequente no desempenho esportivo

Ainda, pesquisas realizadas pela pesquisadora Sarah Lazar, do Massachusetts General Hospital revelam que o córtex cerebral nas áreas relacionadas à atenção, memória e tomada de decisão de meditadores que fazem a prática pelo menos 40 minutos por dia são mais espessas.

Então, você acha que vale a pena realizar alguns pilotos de meditação com atletas e testar sua eficácia na prática? Eu acredito!

Até a próxima!

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Lá fora já perceberam o potencial do nosso mercado

Com um título que já diz tudo para quem estuda minimamente o mercado esportivo local, mas significa pouca coisa para as entidades que o administram e promovem. Pelo menos é o que a prática nos mostra…

Em dois movimentos recentes, de duas modalidades distintas, evidencia-se cada vez mais a força que o mercado brasileiro possui. Ou melhor, o potencial de negócios que pode ser gerado por meio do mercado esportivo.

É isso o que o Barcelona está fazendo por meio de parceria com a Gillette.

É o que a NBA fez recentemente com um jogo que transcende o evento em si e se transforma em um projeto consistente da liga no Brasil, ao firmar, simultaneamente, uma parceria estratégica e de negócios com o Novo Basquete Brasil (NBB).

Ou seja, enquanto por aqui, tanto as empresas que patrocinam quanto as entidades que praticam ou administram o esporte teimam em reclamar da pequenez do mercado ou da falta de boas oportunidades para alavancar novos negócios. Já do lado de fora, começam a enxergar um mar de oportunidades entre os consumidores que estão há anos esperando entregas esportivas mais qualificadas para se entreter.

Precisamos parar de pensar e agir de forma tacanha em relação ao mercado consumidor de entretenimento esportivo no Brasil. Os projetos precisam sair da mesmice. O potencial que temos é gigantesco e precisa ser melhor explorado!

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Eram 22 há 37 anos. É um Basílio para milhões de Corinthians

36 minutos, 43 segundos.

Na foto, uns dois segundos a mais que isso.

Ao fundo tem um uns dois jogadores corintianos que dá para ver de relance depois do gol.

Atrás do autor da redenção do gol, tem mais um.

Sozinho, em primeiro plano, levando milhões a outros planos, tem um punho direito erguido como se fosse uma antevisão de Sócrates. Tem uma camisa número dois do Corinthians com um oito às costas. Tem milhões de camisas 12 jogando por todo o time que não sabia o que era ser campeão havia 22 anos.

Não digo que não sabia o que era ser Corinthians que, sabidamente, não é para isso que foi fundado em 1910. O Corinthians nasceu para multiplicar Corinthians pelo mundo. Para ganhar como poucos para os fiéis, para irritar como raros os que não são.

Quando havia o Santos de Pelé e o Palmeiras de Ademir, e, depois, o São Paulo de Pedro Rocha, não havia como ser campeão estadual e do Brasil.

Só foi ser possível três anos depois do Rei sair da Vila e 25 dias depois de o Divino parar.

Mas isso é menos quando se fala da alegria de milhões.

Quando vimos tantos não conseguindo gritar esse gol que só um Osmar Santos, um José Silvério e um Fiori Gigliotti para narrar.

O mais corintiano dos gols. O gol mais corintiano.

O gol de Basílio.

Esse pé de anjo da foto.

Esse que corre sozinho por milhões. Esse que celebra sozinho a mais coletiva celebração da história do futebol brasileiro por um título.

Era muito grande e muito difícil em 1977 ser campeão estadual. Era mais time a Ponte Preta que o Corinthians. Era uma decisão equilibradíssima. Foi desequilibrado o campineiro Rui Rei quando pediu para ser expulso pelo Dulcídio que leva a fama que não corresponde aos fatos. Ninguém o comprou, embora alguém pudesse tê-lo vendido.

Na bola, o Corinthians foi melhor no terceiro jogo depois da expulsão do centroavante rival e mereceu o título que os corintianos não mereciam ter sofrido tanto para vencer.

No período de 1954 a 1977 teve um Rio-São Paulo como conquista, mas dividida com outros três finalistas. Não teve título no Brasileiro, embora tenha sido vice, em 1976. Não teve título no Robertão, embora quase tenha vencido na última partida do quadrangular final de 1969. Não teve Taça Brasil por não ter participado do torneio justamente por não ser campeão estadual entre 1959 e 1968 – e pouco antes disso, e mais um tanto tempo depois.

Por não ser o que o chute de Basílio acabou ali.

E recomeçou no Morumbi a saga campeã.

Voltaria o Corinthians a ser o maior dos vencedores de títulos paulistas no bi da Democracia Corinthiana, em 1983. Ganharia o primeiro Brasileiro, em 1990. A primeira Copa do Brasil, em 1995. O primeiro Mundial, em 2000. A primeira Libertadores, em 2012. O bi da Fifa, em 2012.

Grandes vitórias de Neto, de Marcelinho Carioca, de Rincón, de Sheik, de Guerrero, de loucos de todos os bandos.

Nenhuma conquista com o sabor de 13 de outubro.

Nenhuma.

Isso não é só Corinthians. É futebol.

Só quem é entende – e eu, que não sou, mas senti um 12 de junho, sei o que é acabar com a fila.

Basílio é pai de todos.

É o nome do Basa, filho do meu amigo Vitão.

É de anjo o pé que foi com fé naquela bola que insistia em não ser Corinthians.

Foi no cruzamento de Zé Maria para Basílio que ele cabeceou buscando um companheiro na grande área da Macaca. A bola achou Vaguinho que bateu de canhota e acertou a trave do São Paulo. Wladimir pegou o rebote e enfiou a cabeça do tamanho do coração alvinegro e acertou a zaga da Ponte, do Guarani, do Palmeiras, do Santos, do Tricolor, de todas as cores anticorintianas que ainda negavam a vitória do maior rival.

No rebote de tudo contra todos, veio Basílio para acertar o chute que aprendera na base da Portuguesa com Ipojucan.

Um tiro que ele treinara de moleque no Canindé e que, por essas costas do destino e do Corinthians, resolveu cair no pé de quem sabia.

De quem Corinthians.

Basílio pegou como ela veio.

Bola alta, forte, indefensável para Carlos que depois seria Corinthians.

Como, depois daquela bola, tudo voltaria a ser campeão no Corinthians.

O time do povo que sofria sorria como nunca em 22 anos.

E o mais democrático dos paulistas naqueles anos de ferro e chumbo da ditadura soltava o grito de punho erguido e cerrado.

Festa coletiva que nunca mais se viu.

Mas que se vê, na foto, como ela também foi: a alegria de cada um.

Como o Basílio do instante eterno. Como o Corinthians que não tem foto para registrar o que foi aquilo.

A vitória dele era a de todos.

A vitória de todos era a dele.

Isso não é só Corinthians. É futebol.

Mas poucas coisas são mais futebol que o Corinthians.

Pelas tristezas e sofrimentos de 22 anos sem nada.

Ou melhor: com tudo que de fato interessa ao corintiano: o próprio Corinthians.

Se a bola de Basílio não entra, outra hora seria gol. Até se não entrasse naquela noite de quinta-feira (um dia depois de o presidente-general da ditadura militar ter afastado um ministro ainda mais ligado à turma que prendia e arrebentava…), bastaria o empate até o final dos 90 minutos, e mais outro empate em meia hora de prorrogação, para o jejum minguar.

Pelo maior número de vitórias no SP-77, o Corinthians tinha a vantagem do empate contra a Ponte.

Mas não era para ser pelo regulamento. Tinha de ser pelo Timão.

E com um gol chorado e sofrido como o Corinthians.

Vaguinho – trave!

Wladimir – zaga!

Basílio – rede!

1 a 0.

Basílio.

Não precisa de data, ano, local, razão.

Apenas a emoção de Basílio.

Não era craque. Não era titular.

Mas foi ele. O predestinado. O corintiano.

Basílio.

O cara legal que mereceu ser o ungido. O tocado. O libertador.

O campeão.

O corintiano.

Basílio.

Como na foto, não precisa de legenda.

É lenda.

Como na foto, ele é o Corinthians.

Sozinho, venceu um time melhor, e toda a torcida contrária de palmeirenses, são-paulinos, santistas e de muita gente do Brasil.

Mas será que ele realmente estava “sozinho”?

Quando se é Corinthians, dever dizer, a “solidão” é ficção.

É como a foto.

Um cara que joga por todos x todos.

A maior torcida do Brasil era contra o Corinthians.

Mas não houve maior grito de gol em todas as torcidas do Brasil que aquele que ainda hoje ouvimos do Morumbi.

Faz 37 anos.

Eram 22 anos.

Será eterno.

É Corinthians.
 

*Texto publicado originalmente no blog do Mauro Beting, no portal Lancenet.

 

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As consequências do fim dos direitos econômicos

O Comitê Executivo da Fifa, com a intenção de proteger a integridade do futebol e dos atletas, decidiu adotar o princípio geral de proibir a participação de terceiros nos direitos econômicos dos jogadores. Para tanto, haverá um período de transição.

O regulamento será publicado em maio de 2015, razão pela qual somente teremos conhecimento da extensão da proibição no ano que vem.

Chamado pela Fifa de TPO (participação de uma terceira parte), por direitos econômicos, entende aqueles atinentes aos percentuais pertencentes a terceiros sobre o benefício econômico das eventuais transações envolvendo o atleta.

Os direitos federativos, por seu turno, são exclusivos das entidades de prática esportiva e correspondem ao vínculo de trabalho e condição de jogo.

Os direitos econômicos são uma criação do mercado, que se baseia nas leis de cada país e pela primeira vez será objeto de regulamentação pela Fifa.

Independente do que conste no regulamento, os investidores não se afastarão do futebol, e a modalidade não se afastará deles, eis que são essenciais para a sua manutenção.

Seguramente, o mercado buscará alternativas, como a criação de fundos de investimento que exija dos clubes garantias financeiras não vinculadas a jogadores ou cogestões, como a vitoriosa “Palmeiras-Parmalat” nos anos 90.

De fato, é dever da Fifa proteger o futebol e impedir que a modalidade se torne um grande balcão de negócios punindo severamente transações se qualquer fim esportivo, como já o fez com clubes sul-americanos que realizaram sucessões de duas ou mais transferências com poucos dias de diferença.

O fato é que ao adotar tal medida, a Fifa cedeu a um pleito da Uefa que enfraquecerá economicamente ainda mais os clubes sul-americanos e trará um poder ainda maior aos clubes europeus nas transferências internacionais e acabará por fomentar, ainda mais, a ida de jovens promessas para o Velho Mundo.

Portanto, os clubes sul-americanos, por meio da Conmebol devem se unir a fim de se fortalecerem politicamente e pleitear que o “Regulamento TPO” não traga tantas limitações, sob pena do nosso continente se tornar a segunda divisão do futebol mundial.

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Por que o Coaching funciona no esporte?

Nas últimas semanas, muito tem se falado sobre o Coaching no futebol e no esporte. Em geral, são algumas matérias a respeito veiculadas na mídia principalmente após o Palmeiras contratar um Coach (Lulinha Tavares) para atuar junto ao time, que passa por situação delicada no Campeonato Brasileiro da Série A.

Por este motivo, hoje decidi compartilhar com vocês o que acredito ser umas das questões principais sobre o Coaching: o fato de ser compreender e acreditar que ele realmente funciona no esporte.

Sim, o Coaching realmente funciona e a prática tem demonstrado isso aqui no Brasil, como já acontece em diversos países do mundo. Neste ponto cabe comentar que ele funciona porque contribui para uma mudança efetiva de comportamento, promovendo as mudanças de maneira genuína e sustentável para o cliente, denominado neste mercado como Coachee.

O Coaching na verdade se baseia em premissas científicas bem definidas, pois o nosso comportamento sempre gera consequências e esse comportamento se baseia em nosso conjunto de valores, nossas crenças, motivações e emoções. Assim, quando conseguimos promover mudanças de comportamento significativas em nossas vidas, podemos promover o crescimento pessoal e profissional.

A própria Neurociência muito tem contribuído para compreendermos os motivos pelos quais os processos de Coaching funcionam. Atualmente, sabemos que a Neurociência comprova, por exemplo:

•Que o cérebro humano pode propiciar mudanças no comportamento e isso valida cientificamente o processo de Coaching e outras áreas de estudo do comportamento humano;

•Que efetivamente podem-se criar novas ligações neurológicas propiciando novos caminhos no cérebro e ampliando a capacidade da mente.

•Que nosso cérebro gosta de coisas diferentes e com isso passa a ser importante fazer coisas novas como aprender novas línguas, tocar instrumentos musicais, a sermos mais lúdicos nos aprendizados, comer coisas diferentes, experimentar novas “sensações” e praticar esportes diferentes.
 

De forma simples e objetiva, é importante compreender que o Coaching funciona porque define objetivos e metas, promove e encoraja ações, responsabiliza e foca, oferece apoio necessário ao cliente e reforça a mudança de comportamento. Porém, na minha opinião, é importante ressaltar que para todo processo funcionar todas as respostas devem vir do coachee (cliente), pois são elas validam o caminho desejado; todo coach bem preparado e capacitado deve saber que nunca pode dar a resposta para um coachee.

Assim, caro leitor, cada vez mais é importante que o meio esportivo conheça e se esclareça sobre o Coaching e sua aplicação no esporte, pois em tempos de alta performance toda nova disciplina que chega ao esporte para contribuir e acrescentar valor, pode e deve ser utilizada para o bem do esporte no Brasil.

E você, o que acha?

Leia mais:
José Luiz Tavares, coach desportivo
 

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A questão dos direitos econômicos

Tenho lido nas últimas semanas muito comentário, entrevistas e suposições sobre os desdobramentos da nova resolução da Fifa que pretende “acabar” com o fatiamento de direitos econômicos entre empresários de futebol.

Acho muito interessante chegarmos neste estágio de profissionalização do futebol em termos globais com este tipo de debate. É, na realidade, espantoso, uma vez que se desvirtuou completamente o papel de agente neste mercado.

Até onde se sabe, o agente é de jogador e, portanto, deve aferir seus dividendos pelos serviços prestados aos atletas. Os clubes se tornaram parte deste processo por meio da figura dos “direitos econômicos” por força de um processo de sucateamento de suas estruturas de organização interna.

É lógico que os “bons agentes”, como o mercado costuma chamar, passaram a realizar uma contribuição significativa na formação de atletas. Ora, estes realizam apoio direto para que muitas crianças e adolescentes possam ter a oportunidade de se tornarem jogadores profissionais. E como se sabe, precisa trabalhar com muitos para que uma pequena quantidade dê o resultado financeiro desejado.

A bem da verdade, esse processo, reitero, só ocorreu nos últimos anos pela ineficiência do trabalho dos clubes e das entidades que administram o futebol.

A proposta de reordenamento da Fifa apenas surge para enquadrar novamente a relação entre clube-atleta-agente que, como eu disse, foi amplamente desvirtuada.

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A periodização em futebol

O conceito de periodização aplicado ao jogo de futebol, cada vez mais, tem sido adaptado à nova forma de interpretação da realidade (visão sistêmica) e também a característica competitiva da modalidade, que inviabiliza uma preparação que tenha como objetivo isolados picos de forma ao longo de uma temporada.

Posto isso, modelos de periodização com ênfase na vertente física, amplamente aplicados em equipes de futebol (em todos os níveis) podem ser considerados obsoletos.

Como exemplo, a periodização convencional em bloco, proposta por Verkoshansky:

MODELO GERAL DE TREINAMENTO DE VERKHOSHANSKI

Como características gerais deste modelo geral de treinamento, podem ser apontadas:

• Evolução em relação à periodização clássica de Matveev (que dividia a temporada em três grandes períodos)

• Defende a individualidade da carga de treinamento

• Possibilita o desenvolvimento consecutivo de capacidades, utilizando o efeito residual de cargas já trabalhadas;

• Dá ênfase ao trabalho no regime motor específico;

• É também conhecida como preparação em Blocos A, ou de preparação de base (voltado para o aumento da força especial), B, ou de preparação especial (voltado para o aumento da velocidade de execução no exercício da competição e na capacidade técnica e C, ou de competições mais importantes (voltado para o máximo nível de potência no regime motor específico), que variam em função do tempo de preparação para a competição;

• Possibilita o alcance de vários picos de forma a serem atingidos ao longo da temporada (em várias competições).

Grandes estudiosos perceberam que esta forma de distribuir os objetivos e conteúdos de treino não atendiam as demandas do futebol e então apresentaram novas propostas de preparação para o jogo.

Surge em Portugal, com o intuito de periodizar o Modelo de Jogo, a Periodização Tática, criada por Vítor Frade e que tem o pensamento complexo como referencial teórico.

MORFOCICLO PADRÃO DA PERIODIZAÇÃO TÁTICA

Dentre as características desta periodização, destacam-se:

• A componente tática surge como núcleo central da preparação;

• Estabelece um modelo de jogo adotado com coordenação própria e com as dimensões físicas, técnicas e psicológicas subjugadas à tática;

• Centra-se no desenvolvimento do modelo de jogo da equipe a partir das ideias de jogo do treinador, fundamentadas na desmontagem e hierarquização dos princípios de jogo (em sub-princípios e sub-subprincípios);

• Forma desportiva coletiva qualitativa que tem como referência básica o ato de jogar melhor o jogo de futebol.

• A PT destaca três pressupostos metodológicos básicos: Progressão Complexa que implica em progredir complexamente o jogar da equipe a partir de exercícios que considerem o nível de jogo atual e o pretendido; Alternância Horizontal em Especificidade que envolve a operacionalização do Morfociclo Padrão, caracterizado pelo jogo, dias recuperativos e dias aquisitivos; e Princípio de Propensão que cria exercícios que tornam propensas ocorrências de determinados comportamento que, repetidos sistematicamente, poderão tornar-se hábitos.

• O pico de forma deve ser semanal.

O treinador Rodrigo Leitão também desenvolveu um Modelo de Periodização, denominada como Periodização Complexa de Jogo e que seu microciclo assim se apresenta:

MICROCICLO DA PERIODIZAÇÃO COMPLEXA DE JOGO

O Jogo, em sua essência, é o núcleo central da preparação, que apresenta como principais elementos:

• As dimensões do jogo (física, técnica, tática, psicológica, sociocultural, etc.) estão subordinadas a lógica do jogo;

• O modelo de jogo não tem fim em si mesmo (ele é um dos meios para o cumprimento da lógica do jogo);

• Visa desenvolver a inteligência circunstancial individual e coletiva de jogo;

• Forma coletiva em constante progressão, avaliada de maneira qualitativa e quantitativa, tendo como referência o jogar melhor o jogo de futebol – circunstancialmente.

É muito difícil ser preciso sobre a forma como estes conhecimentos tem chegado às universidades e aos clubes de futebol brasileiros. Em diversos e-mails que recebo, de alunos de graduação ávidos por conhecimento, é mencionada a limitada oferta de conhecimento proposta pelas disciplinas relacionadas ao futebol. Somam-se a este fato, o constante ingresso de novos profissionais na modalidade sem a devida preparação teórica, a não atualização dos profissionais atuantes e as ainda embrionárias iniciativas de capacitação profissional em nosso país.

Os efeitos sistêmicos de todo este cenário são inúmeros. Apenas um deles é a constatação (divulgada por um companheiro de profissão nas redes sociais) de que o país do futebol (???) tem predominância de zagueiros e laterais na Champions League 14/15. Dos 80 brasileiros na competição, 39 (48,75%) são jogadores da linha de defesa. Um dado relevante se comparado aos somente 11 jogadores de ataque (13,75%) num país que é (e sempre será???) mundialmente conhecido pelo poder ofensivo.

Para concluir, os poucos parágrafos supracitados não são suficientes para aprofundar o conhecimento sobre os atuais modelos de periodização. Muita leitura, revisões, discussões e prática são fundamentais para que o nosso “espiral de conhecimento circunscrito” se desenvolva. Caso alguém tenha interesse, posso compartilhar alguns materiais de estudo.

Ah: outro efeito sistêmico foi o 7 a 1. Ou vocês acreditaram que foi um apagão?
 

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Fifa proíbe direitos econômicos: perspectivas

NA última semana chamou atenção a proibição da FIFA para a interferência de terceiros, ou seja, dos direitos econômicos. Destarte, a Lei 9.615/1998, conhecida como Lei Pelé em seu art. 28, § 2º extinguiu o “passe”

Com isso, os clubes passaram a realizar contratos de maior duração e, em caso de rescisão (transferência) e fixaram cláusula penal no valor de até cem vezes o salário anual do jogador para transferências nacionais e ilimitado para as internacionais, conforme assevera o art. 28, caput, da Lei 9.615/1998.

Assim, ao invés de vender o atleta, o clube (empregador) passou a receber verba rescisória pelo término do contrato antes do prazo por iniciativa do empregado (jogador). Assim, passou a haver divisão entre direitos federativos e direitos econômicos.

O Direito Federativo constitui o direito do clube em registrar o atleta na Federação (CBF) estabelecendo um vínculo com a agremiação onde o empregado exercerá seu trabalho. O Direito Federativo é oriundo do contrato de trabalho entre o clube e o atleta, sendo acessório ao pacto laboral. Assim, uma vez terminado ou rescindido o contrato de trabalho, extingue-se também o direito federativo.

Por outro lado, os “direitos econômicos” representam a receita gerada com a rescisão unilateral do contrato de trabalho por parte do atleta, via de regra, motivados pela transferência a outro clube. Trata-se de espécie de cessão onerosa (temporária ou definitiva) do direito federativo estabelecido em contrato de trabalho.

Constantemente os direitos econômicos são negociados com terceiros estranhos às atividades esportivas, conhecidos como investidores, que adquirem determinado percentual dos direitos econômicos sobre um atleta, pagando ao clube que detém o direito federativo (e o direito econômico) o preço ajustado para a negociação.

Esses direitos sobre a rescisão são negociados com terceiros e permitem aos clubes sem recursos financeiros buscar investimentos externos e e justamente esse fato que viabiliza grandes contratações aos clubes sul-americanos.

Dessa forma, surgiu a figura do “investidor” e os clubes viram-se obrigados a gerenciar os contratos dos atletas e a dicotomia entre direitos federativos e direitos econômicos eis que o término do contrato de trabalho do atleta por decurso de prazo passou a traduzir prejuízo à agremiação e aos eventuais investidores.

Portanto, as medidas da Fifa devem ser vistas com prudência e parcimônia a fim de que não haja prejuízos irreparáveis para o futebol brasileiro e sul-americano. 

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A Neuróbica e o atleta

Numa coluna passada abordei a questão do poder da mente e a importância que o controle mental tem para o desempenho de todo atleta profissional.

Hoje venho compartilhar com vocês o conceito da Neuróbica, que é conhecida como uma nova ciência do exercício do cérebro. Sabe aqueles pequenos esquecimentos que acontece conosco eventualmente? Então, esses pequenos lapsos podem não interferir muito em sua vida cotidiana, mas a ansiedade que eles podem provocar talvez atrapalhe o desempenho de uma maneira geral. Com os atletas isso também pode acontecer, ainda mais devido à pressão que sofrem pela busca constante por melhores.

Mas o bom é que podemos combater esta ocorrência e com isso tonar nosso cérebro cada vez mais ativo. Em resultados de pesquisas recentes sobre o cérebro, foi possível apurar que novos métodos que podem ser incorporados às atividades diárias contribuem com o desenvolvimento e a manutenção das conexões cerebrais de todos nós. Sendo assim, passamos a conhecer a Neuróbica, que tal e qual os exercícios físicos contribuem para a manutenção da forma física, os exercícios para o cérebro podem nos ajudar a melhorar nossa capacidade mental.

Para todo e qualquer ser humano, atleta profissional ou não, é possível aplicar a Neuróbica em diversas situações cotidianas, potencializando ainda mais o desenvolvimento da capacidade mental.

1 – No início e no término do seu dia

• Sentindo um cheiro diferente pela manhã, ao invés do tradicional de um café feito na hora, uma boa sugestão é sentir outro aroma pela manhã como baunilha, limão ou hortelã, com isso estará ativando novos circuitos neurais.

• Escove seus dentes com a outra mão, este exercício exigirá que você utilize o lado oposto do cérebro.

2 – No percurso de ida e volta ao trabalho

• Desbrave novos caminhos para seguir ao trabalho, isso contribui para que seu cérebro crie um novo mapa mental.

3 – No trabalho

• Treine espontaneamente um novo tipo de passe ou lançamento em campo.

• Respeite as pausas durante sua atividade profissional, elas oferecem um tempo necessário para o relaxamento mental e a interação social.

4 – Nas refeições

• Experimente uma situação de partilhar uma boa parte da refeição em silêncio, a ausência de comunicação verbal obriga você a usar diferentes circuitos associativos para “falar” e decifrar o que está sendo “dito” pela linguagem corporal das outras pessoas.

Estas são algumas das inúmeras situações em que os atletas podem aplicar a Neuróbica e com isso poder ampliar sua capacidade mental com simples ações do cotidiano. Esta será uma enorme contribuição para a melhoria do desempenho em campo, que exige cada vez mais raciocínio rápido para as situações de jogo.

Até a próxima! 

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As arenas e os investimentos públicos

Acho engraçado os comentários sem qualquer embasamento claro sobre o financiamento de arenas pelo poder público. Existem alguns mitos no Brasil que impedem um investimento mais coeso neste segmento, que poderia transformar verdadeiramente o esporte no país. De antemão, devo dizer: não estou aqui recomendando gastos públicos aos ventos. Bem ao contrário, como se verá a seguir…

Acesso com frequência o site “Stadia Magazine” para estudos e busca de informações gerais e não são raras as notícias que mostram a construção ou reconstrução de estádios, arenas ou ginásios com o apoio incondicional do poder público local.

O caso mais recente (pelo menos em termos de concretização dos acordos anteriormente firmados) é o do West Ham, da Inglaterra, que irá se mudar para o Estádio Olímpico de Londres na temporada 2016-17 depois de um acordo de 99 anos (http://www.stadia-magazine.com/news.php?NewsID=62719), em que irá pagar um valor de aluguel anual, mas terá como contrapartida as reformas e adequações a seu estilo (inclusive suas cores, para ficarmos em um exemplo bem simples).

Existe uma hipocrisia velada ou declarada sobre os absurdos deste tipo de financiamento no Brasil. E o que se vê é que, em todo o mundo, dificilmente se constrói arenas sem o apoio do ente público, que entende as arenas como indutores de desenvolvimento econômico regional.

Por aqui, as construções, quando feitas com recursos públicos, não levam em conta as especificidades de administração deste tipo de equipamento ou mesmo da sua sustentabilidade financeira. O achismo é de que qualquer um pode geri-lo. E a lucratividade operacional posterior também parece ser um grande “pecado”.

O fato é que se precisa medir melhor os benefícios e as contrapartidas possíveis de um empreendedor em favor do poder público quando este último é parceiro e oferece subsídios ao empreendimento.

As parcerias devem ser claras, transparentes e pautadas em um planejamento consistente, medindo-se os impactos que aquela nova construção (ou reforma) poderá gerar. Este é o salto que precisamos dar para que se continue um processo extremamente necessário para o desenvolvimento do esporte brasileiro, que é a qualificação das instalações esportivas em consonância com a entrega de entretenimento possível para os fãs.