O momento mais esperado por todos aqueles que gostam de futebol, a Copa do Mundo de futebol, pede passagem e invade nossos lares. Passa a fazer muita parte do nosso cotidiano. Compromissos são adiados e cancelados por conta de partidas de seleções de países que sequer sabemos tanto. Nas conversas com os amigos, comentários sobre jogadas de futebolistas que sequer também sabíamos que existiam.
Vai haver tudo isso sim, sem dúvida alguma. Entretanto, com menos frequência. A Copa do Mundo é sem dúvida o torneio de futebol mais importante que existe. E muitos esperam por ele, de fato. Porém, sobretudo nos últimos anos, as competições de clubes de futebol tomaram um alcance global e com atletas do mundo todo. A absoluta maioria deles que irá à Rússia atua nestas ligas e o Mundial de futebol não vai ser mais vitrine para revelar um ou outro talento. Ainda repercute a vitória do Real Madrid na Liga dos Campeões da Europa e o vai-e-vem do mercado da bola. Tudo bem, os tempos mudaram, mas em outros tempos não era bem assim: sentia-se o clima de Copa bem antes.
Inúmeros fatores explicam isso: o que foi citado no parágrafo anterior, a distância (não apenas física, mas de conexão) da Rússia em relação ao futebol e aos países mais ligados à modalidade, e do grande protagonismo que os grandes clubes do mundo obtiveram recentemente. Não em detrimento das seleções nacionais, mas eles acabaram se tornando conglomerados globais de entretenimento que se valorizam de um calendário bem recheado de jogos que acabam por ajudar a formular um excelente produto. Algo que as equipes nacionais não conseguem ter e, por isso, não conseguem concorrer.
A FIFA estuda a possibilidade de aumentar para 48 os participantes da Copa do Mundo. Ainda é preciso bastante estudo para saber se isso é ou não viável. Entretanto, já é um – importante – passo para mudar este cenário incerto sobre o futuro do futebol de seleções: a Copa das Confederações, em 2017, já foi esvaziada. Diante deste processo, o Mundial de futebol pode pouco a pouco perder o prestígio.
Diante do produto que é o futebol em nível de seleções nacionais, a Copa do mundo, hoje, tem tudo para mais uma vez ser um grande sucesso. No entanto, até quando este sucesso vai se manter, uma incerteza. A Rússia é uma incógnita. O Qatar, em 2022, será ainda mais. Estaria a FIFA a “pagar” pelo preço destas candidaturas a países-sede que levantaram suspeita? Pode ser. E este erro pode sair caro.
Boa Copa do Mundo a todos!
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