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Como falar de complexidade com a euforia por Daniel Alves?!

Como colocar pontos de interrogação na cabeça do torcedor do São Paulo sendo que inúmeros pontos de exclamação foram apresentados nos último dias?! Longe de mim querer ser estraga prazer. Até porque nem é o caso, já que considero excelentes as contratações de Daniel Alves e Juanfran. Agora, entre ter jogadores excelentes no grupo e ter uma equipe sólida capaz de vencer campeonatos há um longo caminho a ser percorrido.
É contra-cultura aqui no Brasil falar sobre conceito de times, equipes e sistemas. Por mais que o futebol seja um esporte coletivo, nossa história se moldou pelas individualidades. Até certo ponto fomos bem sucedidos neste formato. No futebol antigo, o talento resolvia. Ganhamos Copas do Mundo assim. Hoje, entretanto, se o craque não for potencializado por tudo que a prática da teoria da complexidade traz de nada adiantará o talento individual.
Caberá ao técnico Cuca criar relações técnico-táticas e humanas nesse grupo do São Paulo. No futebol, a soma das partes não representa o todo. Ou seja, simplesmente colocar bons jogadores juntos não significa ter um jogo de qualidade. Quantas vezes vimos equipes com jogadores apenas razoáveis, sem nenhum craque, se dar tão bem em todos os aspectos do jogo por conta da excelente complementaridade dessas peças?! Já cansei de assistir equipes tão coesas que pareciam ter 14, 15 jogadores em campo, ao invés de 11.
O São Paulo vem de inúmeras quebras de ideias de jogo nos últimos anos. Treinadores e jogadores de qualidade passaram pelo clube recentemente e nada conquistaram. É inegável que há qualidade técnica no elenco. Mas agora, o time passará por uma nova transformação. E com o Brasileirão em andamento. Pegue a equipe 12 meses atrás, comandada por Diego Aguirre, passando depois por André Jardine, Vágner Mancini e agora com Cuca? O que ficou, o que se mantém? Praticamente nada.
A festa no Morumbi para receber Daniel Alves foi incrível. Como tinha sido muito legal também quando chegaram Luis Fabiano, Ganso, Kaká e outros bons jogadores. Só que o futebol vai muito além do marketing. A falta de novos troféus no salão do Morumbi mostra que tem faltado algo.
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O treino para o jogo agressivo do Santos. Eis a lição!

O Santos de Jorge Sampaoli tem deixado várias lições. O atual líder do Campeonato Brasileiro não chegou a esse posto por acaso. Continuo apontando que a equipe santista não é a favorita para levar o título nacional. Só que tão importante quanto o resultado é o processo. Por mais contraditório que possa parecer isso, pelo viés resultadista da nossa cultura, o peixe já quebrou paradigmas. Mesmo sem (e se não) ganhar nada.
Não vou me ater aqui à mentalidade ofensiva do Santos de Sampaoli. Isso já está claro desde os primeiros passos dele em solo brasileiro. É verdade que muita gente não entendeu no começo do ano, por exemplo, porque Vanderlei não era o goleiro ideal para o treinador argentino. Hoje, porém, ninguém contesta Everson, e suas saídas com os pés. Ou então as declarações dos atletas santistas estranhando o tal do ‘amor pelo balón’. O futebol brasileiro não é sinônimo de futebol arte?! Pela reação dos jogadores santistas fazia tempo que um técnico não pedia para eles gostarem de ter a posse de bola.
Já evoluindo também da hoje rasa discussão de alguns aqui no Brasil de que a posse pela posse não quer dizer nada, no Santos ela é meio para um fim maior que é dominar os adversários. E aí chego no ponto crucial desse texto: treinar, condicionar e preparar os jogadores técnica, tática, física e emocionalmente para esse tipo de jogo. Eis a grande diferença de Sampaoli para os demais.
Não assisto treinos. Até porque a maioria das atividades é fechada para a imprensa. Mas vejo todos os jogos do Santos. E ali está uma equipe bem treinada. Jogadores que sabem exatamente o que fazer em todas as fases do jogo – com e sem a bola. Sampaoli é inquieto a beira do campo, mas seus atletas cumprem as respectivas funções não por conta dos berros – até porque creio que a maioria nem entende o espanhol dele. Os atletas executam os seus movimentos porque estão condicionados para isso. E quanto mais elaborado é o conceito de jogo de uma equipe, mais as habilidades requeridas transcendem as técnicas e táticas e vão também para as cognitivas e mentais. Por exemplo, para construir um padrão agressivo é necessário concentração o tempo todo. E de uma maneira geral os atletas aqui no Brasil se acostumaram a dar o famoso ‘migué’ no treino. Logo, se não está treinado não é comportamento. Dessa forma, não aparecerá no jogo. Não existe mágica!
Não quero aqui ficar exaltando Sampaoli, até porque reconheço que ele é da segunda ou até da terceira prateleira dos técnicos mundiais. Mas espero com o maior entusiasmo que esse legado de que treino é jogo e jogo é treino que ele está deixando se perpetue aqui no Brasil. Quem sabe assim quando colocarmos frente a frente um jogo do Campeonato Brasileiro com um da Champions League não tenhamos mais a impressão de que a nossa partida está com a tecla da velocidade apertada no mais lento.
 

 

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Veteranos, nem tanto

O futebol do Brasil ficou agitado com as contratações do espanhol Juanfran e de Dani Alves pelo São Paulo Futebol Clube. Ademais, há sondagens a outros futebolistas de renome internacional. Nada-se em dinheiro? Não. Vive-se um bom momento a situação financeira dos clubes de futebol do Brasil? Muito menos. Do ponto de vista desta coluna, as vindas deles são estratégicas, quer  seja dentro de campo ou fora dele.
Há quem diga que estão em fim de carreira e vomitam argumentos evasivos. No entanto, é completamente o contrário. Também é lugar comum falar que as contratações são importantes para a internacionalização da marca. Já são. Entretanto, é preciso manter esta internacionalização, cultivar, cativar. Em outras palavras, levar adiante, tema que pode ser abordado em outra coluna.

Apresentação de Dani Alves no São Paulo Futebol Clube. (Foto: Divulgação)

 
Para além de contribuírem com a comunicação e o marketing do clube, Dani Alves e Juanfran podem tornar-se ponto de virada a exemplo do que foi Ronaldo Fenômeno no Corinthians, entretanto com outros contornos, inseridos – oxalá – dentro de um planejamento estratégico. São atletas cujas opiniões serão carregadas de extrema peritagem, haja vista o currículo campeoníssimo dos dois atletas. Em outras palavras, serão capazes de quebrar paradigmas.
Desde o relacionamento com a imprensa até ao com os dirigentes e todas as partes interessadas, são atletas com experiência e que vêm de um ambiente de cultura organizacional praticamente inexistente por estes lados. Esta cultura, tema tão recorrente nos textos desta coluna, é fundamental na consolidação de uma identidade para a instituição, que fornece a todos aqueles que fazem parte dela – torcedores, sobretudo – um sentido de pertencimento. Identidade é fundamental para a consolidação e existência da organização, porque ela é capaz de dar sentido a todos os seus planos de ação, potencializa rendimentos (esportivos, estruturais e financeiros), que satisfazem as duas partes mais importantes dentro deste todo processo: o atleta e o torcedor.
Com tudo isso, em boa hora chegam estes reforços. Mais que dentro de campo, serão talvez mais importantes fora dele.

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Em tempo mais uma citação que se relaciona com o tema da coluna:

“Vencer não é tudo, mas querer vencer, é.”

Vince Lombardi (1913-1970), treinador de Futebol Americano

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Sobre as tensões da intensidade – Parte II

Thomas Gravesen: um dos jogadores ‘intensos’ do Real Madrid dos anos 2000. (Reprodução: Diário AS)

 
Faz algum tempo, escrevi neste mesmo espaço sobre algumas das tensões do conceito de intensidade no futebol. Em linhas gerais, compartilhei uma impressão que cresce a cada dia, a saber: o termo intensidade está sendo poluído, banalizado e generalizado. Além disso, ainda é confundido, de vez em sempre, com uma certa noção de eficácia, como veremos a seguir. Ou seja, há quem ache que o futebol só pode ser bom e bem jogado se for ‘intenso’. Um certo ideal de intensidade seria pré-requisito para o bom futebol.
Bom, tenho minhas ressalvas e não sou o único. Gostaria de compartilhá-las com vocês nessa semana. Mais uma vez, sem nenhuma pretensão de acabamento.

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No primeiro capítulo do livro Fútbol: El Juego Infinito, Jorge Valdano faz uma crítica inteligentíssima ao ideal genérico de intensidade – que também se alastra mundo afora. Vamos pensar especificamente em um trecho, em que ele resume, com precisão, parte do envenenamento que os delírios por esta ‘intensidade’ podem causar. Trabalhei este mesmo trecho, de outra forma, alguns dias atrás:
“Se o bom da intensidade é que apazigua as consciências, o ruim é que arruinou um dos conceitos que mais contribuíram para o bom futebol: a pausa. Para jogar bem, é preciso correr, é claro, mas também há que saber parar, pois isso está se enchendo de jogadores que, em sua ânsia de serem intensos, se movem a uma velocidade acima do que podem se permitir, o atentado à precisão é permanente. Se não há precisão, a jogada não tem continuidade e, se não houver pausa, não há surpresa. A precisão e a pausa sempre foram os componentes essenciais do grande jogo, e a intensidade vai contra os dois conceitos. Assim, vamos começar a colocar a palavra “intensidade” como sinônimo de eficácia. Seria como pensar que um relógio é bom porque está se movendo mais rápido do que os demais.”
Vamos pensar sobre este trecho aos poucos. Em primeiro lugar, gostaria de falar um pouco deste ‘apazigua as consciências’. A minha leitura, dentre as várias possíveis, é que Valdano deixa subentendido que falar de intensidade, repetir a palavra intensidade, talvez sem muito rigor, é uma forma de mostrar-se atualizado, de mostrar-se estudado, de mostrar-se moderno e, portanto, é uma forma de se mostrar. É um certo narcisismo, supostamente capaz de tranquilizar a consciência. Talvez a intensidade seja uma dessas grandes commodities do futebol, um desses grandes recursos a serem ‘capitalizados’. E, nesta ansiedade de capitalizar, temos que nos mostrar atuais, reciclados, ‘modernos’, mesmo que o custo disso tudo, para o jogo e para nós mesmos, não nos sejam muito claros. Veja bem: o uso do termo intensidade não é um problema em si. Mas banalizar a intensidade, desgastar a intensidade, esgotá-la e usá-la sem muito critério, traz contribuições muito mais ilusórias do que reais.

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Agora, vamos pensar a relação que Valdano estabelece entre a intensidade e o tempo. Como os amigos sabem, a intensidade, na literatura do treinamento, é a contraparte de uma dupla que ainda tem o volume. Mas enquanto o volume está mais próximo da quantidade de um dado estímulo, a intensidade nos diz, grosso modo, um pouco sobre a qualidade deste estímulo. Como já disse outras vezes, desconfio que este conceito de intensidade, que usamos hoje no futebol, foi importado exatamente da literatura do treinamento.
O problema é que se a intensidade vem atrelada ao jogo, ela ganha enormes traços de complexidade. Os questionamentos metodológicos destas últimas décadas, que encararam os ideais cartesianos por trás do treinamento, nos fizeram pensar se o jogo não deve ser visto por olhos sistêmicos, complexos, que entendam o caráter absolutamente caótico do jogo e que, ao mesmo tempo, entendam que há ordens atrás deste caos. Ou seja, a intensidade, se aplicada ao futebol, não mais é absoluta (não importa apenas a velocidade de um dado jogador em um tiro curto), mas é relativa, relativa ao jogo. Por isso é muito mais do que física, é tática, técnica e mental – mas todos ao mesmo tempo, entrelaçados, complexus. Se falarmos de intensidade no futebol, não apenas temos que ter um certo cuidado com a palavra, como também não podemos afastar o termo da sua relatividade, da sua relação com o contexto, deste novo significado que nasce da irresistível associação à inteireza do jogo.
Por isso o alerta de Valdano é tão importante: ele nos diz que nos tão passivos com este discurso moderno, no futebol e fora dele, este discurso que prega a rapidez, a eficácia, o tempo real, o tempo do instante, este discurso que não admite perder tempo, estamos tão passivos frente a este discurso que não admitimos, por exemplo, baixar o ritmo, não admitimos que existem outros ritmos, outro tempo para o jogo e para a vida vivida que não seja este tempo corrido, imparável, incontrolável, sufocante, intenso. Chegamos ao ponto de achar que uma equipe deve ser intensa durante 90 minutos, e quando ela não consegue sê-lo, ainda que isso seja absolutamente natural, surgem as críticas aos treinadores, especialmente aos brasileiros, como se os problemas do jogo fossem sinônimo de um incompetência geral, uma incapacidade para imprimir este conceito idealizado de intensidade, do qual as equipes europeias de exceção conseguiram se aproximar.

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Como estamos intoxicados por este discurso, às vezes nos escapam detalhes óbvios. Por exemplo, jogos intensos podem ser muito ruins. Porque nos jogos muito intensos às vezes nada acontece, exceto a virulência. Se quiser, assista aos primeiros vinte minutos de Juventus x Ajax, jogado em abril e repare que o ritmo é tão alto, mas tão alto, que tudo é muito rápido, muita coisa se passa, muitos estímulos passam, mas pouca coisa acontece. E o que o jogo parecia pedir, como Valdano nos disse acima, é uma pausa, um pouco de tempo, de respeito ao tempo, de câmbio de ritmo, um tempo para o próprio jogo, ao invés dessa ansiedade desenfreada, que também se estende, cada vez mais à formação dos nossos jovens jogadores. Mas eles, se picados por este mosquito da intensidade, talvez não consigam imaginar que há outras formas, há inúmeras formas de pensar a intensidade no jogo. Penso, por exemplo, se não há pelo menos dois retratos macro da intensidade no jogo: uma em que tudo se passa e nada acontece e outra em que se passa menos, num tempo mais longo, mas mais coisas acontecem. A intensidade, às vezes, está na pausa, na calma.
Mas sobre isso falamos em breve.
 

 

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Relatório: educação e as categorias de base

Em parceria com a Indústria de Base, apresentamos a seguir números do primeiro levantamento intitulado O FUTEBOL MASCULINO BRASILEIRO E A ESCOLARIZAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE JOGADORES.
O estudo traz dados referentes ao número total de jogadores no futebol de base do Brasil, quantos deles atuam em clubes sem o certificado de clube formador, e ainda quantos jovens deixam suas cidades anualmente para participar processos seletivos.

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O FUTEBOL MASCULINO BRASILEIRO E A ESCOLARIZAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE JOGADORES
Este documento foi redigido com o objetivo de compreender a magnitude do futebol de base masculino no Brasil, evidenciando a grande concorrência por postos de trabalho de qualidade no futebol profissional e destacando os conflitos existentes entre o processo de formação esportiva e a escolarização dos jovens jogadores.

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“De acordo com a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, o País possui hoje 18 mil atletas profissionais. Os índices de desemprego variam ao longo do ano por causa da mudança no número de competições. Os clubes menores simplesmente fecham as portas no segundo semestre. “No mês de abril, temos 30% dos atletas trabalhando. No fim do ano, esse número cai para 6%”, disse o presidente Felipe Augusto Leite” (Istoé, outubro, 2017).

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4 — Garantir frequência escolar dos jovens jogadores

406 clubes atuando nas categorias de base sem CCF, é dizer que não é possível garantir que mais de 35 mil jovens tiveram acesso à escola.

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35 mil em clubes sem CCF

10 mil alojados

13 mil perambulantes

Apesar da tentativa de buscar clubes dos diferentes níveis esportivos e administrativos, os dados levantados para esta primeira versão do relatório são, ainda, muito superficiais. A necessidade de um levantamento mais abrangente e preciso sobre os aspectos destacados ao longo do documento é urgente. Os números apresentados servem para que se possa ter uma ideia inicial da magnitude, e consequente relevância social, do futebol de base masculino no país.

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A pressa que mata o futebol brasileiro

Começamos a semana tendo um novo líder do Campeonato Brasileiro. E com a chegada do Santos ao primeiro posto do Brasileirão já começamos a ouvir elogios desmedidos a equipe de Jorge Sampaoli e críticas pesadas ao Palmeiras, segundo colocado (!), e até ao Flamengo, que é o terceiro – as críticas cessaram temporariamente por conta da vitória em cima do Botafogo no domingo. Veja que curioso, para não falar raso e triste: com uma vitória a crítica diminui. Mas com uma derrota ela volta. Coisas do nosso futebol.
Jamais vou culpar o torcedor por nada. É ele a razão da existência dessa gigantesca indústria da bola. Mas a euforia e a crítica exagerada parte principalmente de quem está na arquibancada. Podemos questionar qual o peso nisso tudo da falta de preparo de muitos dirigentes e da cobrança da imprensa por resultados. Por isso prefiro colocar tudo junto no liquidificador e ter como fruto disso a cultura do futebol brasileiro, que glorifica e derruba tudo com uma rapidez incrível. Sem muita análise de contexto e circunstâncias.
É claro que o trabalho de Sampaoli é bom. Há uma clara intenção no jogo dele e os atletas compraram e assimilaram a ideia muito rapidamente. O Santos é o time que mais sabe usar a posse de bola no Brasil. Ela é meio para a criação de jogadas de finalização e não um fim nela mesmo. Porém, eu me questiono se essa performance será sustentada quando tivermos dois jogos por semana no Brasileirão. O elenco santista é enxuto. Quando reposições forem necessárias tenho dúvidas sobre a manutenção da qualidade do jogo.
Do outro lado, o Palmeiras não era um super time quando liderava o Brasileirão com folgas e não é péssimo agora que está apenas dois pontos atrás do Santos. É evidente que a equipe palmeirense tem enfrentado problemas coletivos tanto para atacar como para defender, mas em nada justifica alguns torcedores protestarem, usando o termo “pipoqueiro” para se referir aos atletas. E sobre o Flamengo, todos sabiam que não seria fácil o começo de trabalho de um técnico estrangeiro no meio da nossa temporada, já com inúmeras decisões e pouco tempo para treinar. Ou a diretoria flamenguista não sabia o “projeto” que estava comprando?
Verdades absolutas no futebol de hoje morrem amanhã. Com apenas doze rodadas é impossível cravar, por exemplo, que o Santos será campeão. Continuo com ressalvas sobre a qualidade técnica do elenco de Vila Belmiro. Ou cravar que o castelo palmeirense já começou a desmoronar e o clube não ganhará nada neste ano. Ou então taxar como fracasso a passagem de Jorge Jesus no Flamengo caso a equipe seja eliminada da Libertadores. Não é uma questão de ficar em cima do muro. E sim entender a complexidade do jogo de futebol e ponderar que inúmeras variáveis determinam o resultado de uma partida e de um campeonato. Circunstâncias positivas e negativas não podem taxar todo um trabalho. Melhor ter cautela hoje do que rever opiniões amanhã.