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A educação do Fair Play

As incongruências entre discurso e prática são observados constantemente no mundo de uma maneira geral e de forma evidente, pelo nosso convívio, no ambiente do esporte/futebol. A educação para o Fair Play e tudo que tem a ver com comentários sobre o tema estão, em muitas situações, em posições diametralmente opostas.

Vamos esclarecer os fatos citando cinco exemplos distintos para que os leitores tirem posteriormente suas próprias conclusões.

Caso 01 – Fair Play do Kléber, Palmeiras: no fim de julho deste ano, em disputa pelo Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Palmeiras, o polêmico centroavante Kléber lançou discussão para mais uma polêmica, não respeitando um lance que se convencionou como uma devolução de bola para o adversário, tentando marcar um gol. Vale a pena rever o lance e depois os comentários do jogador na entrevista coletiva para guardarmos o conteúdo para os exemplos subsequentes.
 


 

Caso 02 – Gol de mão de Henry, da França: em jogo decisivo das Eliminatórias para a Copa de 2010 entre França e Irlanda, com a ajuda da mão de Henry os franceses tiraram os irlandeses do Mundial, causando enorme discussão mundo afora. O mesmo Henry, em 2006, sugeriu que os brasileiros jogavam bem futebol porque não estudavam – com os dois lances podemos rechaçar que, na verdade, foi Henry quem não aprendeu boas lições de educação na escola (ou na base). E fica mais um fato para fazermos um apanhado geral e final posteriormente.
 


 

Caso 03 – Túlio Maravilha pelo Brasil contra a Argentina: aqui, em mais um gol ilegal, a prática e o discurso se confundem de maneira complicada. De um lado a mídia defende o viés de esporte e educação, fala em ter ações sociais com comunidades carentes e que o esporte ajuda a transformar a sociedade (e blá blá blá). De outro, em telejornais, ensina os jovens a trapacear por meio do esporte, como se isso fosse uma vantagem competitiva.

Aqui podemos voltar para os caso 01 e 02: qual a diferença destes três fatos? Apenas o discurso midiático que se desenvolveu entre eles, sendo que Kléber foi um verdadeiro tirano e Túlio e Henry os atacantes mais espertos do planeta.
 


 

Caso 04 – Goleiro Gustavo do Sport: na Taça BH de Futebol Júnior, em jogo entre Sport e Vasco neste ano, o jovem goleiro da equipe pernambucana aplica um golpe digno de UFC (e nada precisamos comentar pois as imagens dizem tudo). O atleta, semanas após o episódio, é reintegrado ao clube. Até aí tudo bem. Questiona-se a educação aplicada pelo clube antes do fato para culminar com uma agressão àquele nível, pois se espera, após o ocorrido, que se apliquem medidas preventivas para que não aconteça novamente com ele e outros atletas do clube algo semelhante em situações vindouras. Este fato fica para ser rememorado no próximo…
 


 

Caso 05 – Professor de Handebol, Ricardo Paula (Jogos Escolares): e é aqui que encontramos a explicação para todos os anteriores. O Prof. Ricardo infelizmente (ou felizmente) foi pego para “Cristo”, transformando-se em símbolo daquilo que é comum nos centros de formação de atletas, de praticamente todas as modalidades e especialmente no futebol. Aquele linguajar, de chamar o atleta de “burro”, é dos “menores problemas” que existem. E é deste tipo de trato que saem todas as atitudes anteriormente comentadas.
 


 

Não queiramos que os nossos atletas respeitem o adversário, devolvendo a bola para ele, se na base tratamos jogadores como commodities. Não queiramos que jogadores não deem voadoras se o cenário que é criado fora de campo é quase que de uma guerra. Não queiramos que os atletas ensinem educação aos mais jovens se a mídia prega a hipocrisia nela própria.

Como mudar discurso e prática envolve um viés cultural muito forte por estarmos em uma sociedade extremamente individualista, cabe a lamentação para dizer que muitos outros casos a este nível ou pior se repetirão enquanto não se trabalhar de forma séria na educação das pessoas de uma maneira ampla e na formação dos atletas em uma visão específica, com resultados positivos apenas no longuíssimo prazo.

O texto serve como reflexão e como alerta para, talvez na próxima semana ou próximo mês, não precisarmos nos descabelar ou arregalar os olhos para fatos que hão de vir dentro de um contexto muito próximo aos exemplos supra citados.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br  

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A montagem de um elenco II

Em um texto anterior sobre montagem de elenco, começamos a discutir alguns aspectos que norteiam ou pelo menos deveriam estar presentes nas decisões sobre esse processo. Fizemos o seguinte questionamento: “montar um elenco de uma equipe profissional de futebol não é uma das tarefas mais simples. Mas o que deve servir de parâmetro e quem são as pessoas que precisam gerir e tomar decisões neste processo?”.

À ocasião, o abordamos a questão do compartilhamento de funções e da importância que isso tem em diminuir responsabilidades e dependência de pessoas específicas.

Assim, quem são os profissionais que devem ser ouvidos? A seguir, indico e descrevo brevemente alguns que entendo que deveriam fazer parte do processo, sem ainda distribuir pesos e hierarquia de importância entre eles, mas ainda que tenham poder de decisões diferenciado.

Acredito que todos tenham importante contribuição no processo:

Técnico

É o responsável direto pela montagem, a partir de sua “filosofia de trabalho” – ou o que seria mais adequado, de acordo com a mentalidade de jogo do clube, vai definir prioridades com base nas temporadas passadas para ajustar e melhorar o elenco;

Preparador físico

Importante no papel, pois compreende as carências de capacidades físicas no elenco e pode fazer uma análise prévia das condições e do encaixe do novo reforço de acordo com a filosofia de jogo e carências apresentadas;

Médico

É comum no futebol se fazer o exame médico antes de assinar o contrato. Já vimos casos de jogadores praticamente anunciados não fecharem acordo por não serem aprovados em tais exames. O médico poderia antecipar com um banco de dados, com um acompanhamento em grande escala, o que facilitaria o inicio ou não das negociações. Uma previsão realista do médico, sem interesses obscuros por trás, poderia informar se o atleta suporta 50 jogos na temporada ou se o limite são 20 jogos. Assim, cabe ao grupo decidir se esses 20 jogos limites são significativos ou não; não que isso invalidaria, mas que deixaria claro como deve ser utilizado tal atleta;

Analista de desempenho

Responsável pela rede de olheiros (scouts) e quem organiza o banco de informações. Em sintonia com o restante da comissão técnica, identifica carências no elenco e oportunidades no mercado. Vide o exemplo citado por Soriano, no livro “A bola não entra por acaso”. Na ocasião da contratação de Deco pelo Barcelona, um meia criativo que possuía um numero elevados de desarmes;

Diretor de futebol

O diretor de futebol para funcionar nesse processo deve deixar de ser uma figura política e se tornar parte do planejamento do grupo. O presidente só deve entrar nas negociações em última instância, pois não vive o dia-a-dia de treino da equipe, ao passo que o diretor deve ter proximidade com a comissão técnica e desenvolver ações para escolha de acordo com a mentalidade do treinador, mas também sem ficar refém deste. Deve pensar no clube caso o treinador não permaneça por muito tempo: as contratações devem servir ao clube, e não a uma única pessoa;

Diretor financeiro

O departamento financeiro deve estar ciente e por dentro das opções de mercado, porem não pode apenas focar nos valores. Pode e deve colocar limites e evitar extravagâncias por mais que sejam justificáveis do ponto de vista técnico, porém o clube deve ter em mente sua segurança financeira.

Esse papel de freio é importante, mas não pode ser feito apenas com o olhar tradicional – devem-se ter alternativas para situações especificas, como contusões inesperadas que demandam trazer atletas de nível ou ainda oportunidades que podem se encaixar na filosofia de trabalho do clube;

Diretor de marketing

Ainda com muita resistência no meio, o marketing deve, sim, participar, pois é ele quem pode viabilizar recursos para a vinda de um jogador de ponta ou ainda, por outro lado, identificar potencial de imagem em atletas até então desconhecidos e sem grande apelo, gerando assim visibilidade da marca do clube

São algumas posições e funções que imagino podem estar presentes nas decisões, desde que se tenha elaborado um peso e uma hierarquia de decisão. Quando tiramos a responsabilidade e dependência das mãos de uma única pessoa, conseguimos abrir mais a mente a outras possibilidades. Alternativas, sejam pelo viés financeiro (veja o Santos quando lançou Robinho e Diego em 2002), seja por marketing e oportunidade (Ronaldo no Corinthians), ou ainda pelo aspecto técnico (Jucilei, Ralf e Paulinho no próprio clube paulistano) contribuem muito para a montagem de um elenco forte e competitivo.

Sendo ainda que, quanto mais pessoas estão envolvidas, a gente consegue filtrar emoções e opiniões com argumentos sólidos e consistentes antes de abrir uma frente de negociação, entendendo que o ato de negociar gasta tempo e dinheiro. Evitaríamos abrir frentes cujas variáveis surgiriam e não permitiriam uma concretização como, por exemplo, o estado médico de um atleta, um “rolo jurídico” de outro.

Em síntese, poderíamos tornar mais certeiras as negociações, pois teriam sido pensadas por um grupo de pessoas capacitadas, analisadas com precisão e rigor antes de serem iniciadas.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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Carta ao Pai

Pai,

você é o culpado por tudo.

Você levará consigo, por toda sua vida, a culpa por ter inoculado em mim o veneno do futebol.

Confesso que nem lembro, nas reminiscências infantis, quando foi que isso aconteceu pela primeira, única e eterna vez.

De tão cedo e remoto episódio, nem me dei conta se gostava ou não gostava. Se queria ou não vivenciar a montanha-russa de emoções e experiências que o futebol me proporcionaria, na vida e na profissão.

O livre-arbítrio, nesses casos, não se aplicava.

Menos ainda se se tratasse de escolher o time para o qual se sonharia torcer. Caso de desonra, cuja pena, no mínimo, seria a deserdação. É, tá até no Código Civil. Seria indigno de sua herança.

Sua culpa vai além, pois não cansava de ver as partidas ao meu lado, e ensinar, na base dos comentários, o que um jogador devia ou não devia fazer, na técnica, na tática, na conduta.

Ainda, por haver ensinado a torcer com paixão. A torcer sem paixão, mas com razão. A torcer contra o rival, “secar”.

Como não bastasse, fui testemunha ocular dos seus melhores jogos. Mas o maior prazer já teria sido vê-lo jogar.

Porém, para minha surpresa, chegamos a praticar o delito conjuntamente. Eu e você, jogando no mesmo time, lembra?

Acima de tudo, sua culpa é indefensável e irretratável, na medida em que me tornei um espelho seu, no caráter.

E como o futebol é um espelho de nossas vidas, nossa imagem refletida nesse espelho carrega aquilo que somos.

Carrego o seu nome nas costas.

Essa é a pena que teremos que cumprir juntos, pro resto de nossas vidas.

Definitivamente, amo o futebol graças ao meu pai.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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A competição no processo de treinamento: o jogo é treino?

Caros leitores, esta coluna não vem para discutir o papel pedagógico (ou não…!) da competição ao longo do processo de treino da equipe. Nosso colunista especial Alcides Scaglia traz essa discussão em “As escolas de esportes e a competição“, disponível na própria Universidade do Futebol.

O que vou abordar com vocês nesta semana é o real papel da competição como um estímulo fundamental para o desenvolvimento de jovens atletas e de equipes profissionais.

Ao longo dos últimos textos, afirmei que o treino deve ser jogo. Mas e o jogo formal: será que é treino?

Em minhas experiências ao longo dos anos em competições de base, notei que inúmeras equipes se baseiam em um jogo de bolas longas, para não chamar de chutões, em que os únicos atletas que participam efetivamente do jogo são os zagueiros que “quebram” (não os jogadores adversários, mas a bola…coitada…) e os atacantes que disputam esse “lançamento” e tentam chegar ao gol adversário.

Observando tal fato descrito no parágrafo acima, imaginei por algum tempo como seriam os treinos para chegar a esse “Modelo de Jogo”.

Certo dia, tive a oportunidade de acompanhar um treino de uma equipe que jogava “à base do chutão”. O que notei foi que o treino não condizia com o jogo!

No treino, os jogadores foram submetidos a três jogos. Em ambos o objetivo principal era a manutenção da posse de bola. Fiquei curioso e perguntei se as atividades eram sempre daquela forma ou se aconteceram ocasionalmente. A resposta foi que todos os treinos obedeciam à mesma dinâmica e que a manutenção da posse de bola era um objetivo que perpassava o processo ao longo das categorias.

Perguntei sobre a discrepância entre o “Modelo de Jogo” do treino (manutenção da posse de bola como princípio operacional de ataque predominante) e do observado nas competições (“chutão”). A resposta foi que no jogo o objetivo era ganhar, enquanto no treino o objetivo era formar. E esse é um grande mito e um grande problema no processo de treino.

Uma orquestra ensaia a sinfonia que vai tocar no espetáculo e não as que não vai tocar. Se for tocar a “Sinfonia Nº 9 de Beethoven”, não vai ensaiar a “Sinfonia Nº 40 de Mozart”. Assim deve ocorrer no futebol: se treino a manutenção da posse de bola, espero que no jogo este seja o princípio que norteará minha equipe nos momentos de ataque.

Tanto o espetáculo para a orquestra, como a competição para a equipe são grandes treinamentos específicos em que as demandas física/técnica/tática/mental são exigidas ao máximo.

Em suma, a competição é o treino mais específico que se pode ter!

Além disso, o jogo formal é um grande teste qualitativo para a equipe e traz inúmeras situações problemas que farão com que os jogadores estejam em uma constante busca pela organização em meio a um ambiente caótico. Nele podemos observar se os jogadores estão evoluindo e solucionando melhor os problemas específicos da modalidade.

O treino e o jogo devem caminhar juntos.

Nesse processo, a vitória não pode ser excluída, pois ela faz parte da cultura do futebol. Contudo mudar a forma de jogar para ganhar pode significar que o Modelo de Jogo que vem sendo desenvolvido nos treinos está voltado para o adversário, e não para o jogo propriamente dito. A equipe deve ser preparada para jogar o jogo – segundo Van Gaal, a equipe precisa agir em ação e não em reação ao adversário, modificando sua forma de jogar em função do mesmo. Acrescido a isso, deve haver uma cultura de jogo do clube que não se modifica jogo a jogo.

O Barcelona é o maior exemplo de uma equipe que possui uma cultura de jogo, um Modelo de Jogo, joga em ação e vence suas partidas sem modificar esses aspectos. Joseph Guardiola, logo após vencer um dos clássicos contra o Real Madrid, afirmou que não foi a vitória de uma equipe, mas de uma filosofia de jogo que não se altera independentemente do adversário.

Acredito que é essa filosofia aliado ao fato de que devo jogar o jogo e não contra o adversário que deve unir os treino e jogos! O treino é jogo e o jogo é o treino mais específico que se pode ter se for bem orientado. Ganhar com um modelo que não condiz com seus treinamentos pode ocorrer ocasionalmente, mas treinar como se pretende jogar levando a vitória em consideração é fundamental para a manutenção do rendimento dos atletas e da equipe.

Principalmente na base, quando a formação deve ser tanto no treino como no jogo! Ganhar no chutão na base não se justifica e prejudica o sonho de muitos pequenos atletas. Então, cuidado!

Para finalizar, cito nossa seleção que jogou contra a Alemanha nesta semana. Durante todo o jogo, a equipe alemã teve uma maior posse de bola, criou as melhores chances e apresentou um futebol mais vistoso (até algum tempo eles eram os ditos “táticos”, “duros”, que só jogavam na “força” e no “lançamento”), enquanto a seleção brasileira esperou a equipe adversária e jogou no contra-ataque.

A partir do jogo tive as seguintes dúvidas que compartilho com vocês: será que nossa forma de jogar foi modificada para enfrentar a Alemanha? Será que essa mudança faz parte do processo? Será que temos uma cultura de jogo? Será que os treinos foram de uma forma e o jogo foi de outra?

Inúmeras perguntas surgiram mas não cheguei a nenhuma afirmação concreta, pois não acompanho o dia-a-dia de treino de nossa seleção. Se alguém tiver essas respostas, me avise.

Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br  

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A corrente "futebolística" do bem

Quarta-feira, 10/08/2011, 19h e assunto da coluna semanal definido. Porém, antes de redigi-la, uma rápida leitura sobre os acontecimentos esportivos do dia (especialmente futebolísticos) para acompanhar o mercado faz com que o tema pensado para esta semana continue arquivado.

Com a derrota da seleção brasileira por 3 a 2, fora de casa, para a Alemanha e as duras (e injustas) críticas feitas pela imprensa nacional ao treinador Mano Menezes, algum texto deveria ser publicado com o intuito de poupá-lo e propor uma discussão mais abrangente além das pressões, desconfianças e questionamentos da competência exercidos sobre o treinador.

Como somente um texto é insignificante para combater as já conhecidas análises imediatistas, que se reproduzem exponencialmente e que se baseiam somente em resultados, será proposto um desafio a você, leitor, inspirado no filme dirigido por Mimi Leder, denominado A Corrente do Bem (2000).

Neste filme, indispensável para quem quer aprender sobre a vida, quer dizer, sobre o futebol, Trevor é um menino cursando a sétima série, que tem como trabalho escolar na disciplina de Estudos Sociais a tarefa de pensar uma maneira de transformar o mundo e tentar colocá-la em prática.

A ideia do jovem, que inclusive intitula o filme, tem três premissas: fazer algo por alguém em que este não pode fazer por si mesmo, fazer isso para três pessoas e solicitar que a pessoa ajudada faça o mesmo para outras três. Como objetivo final, com a aceitação e participação das pessoas, as boas atitudes evoluirão em progressão geométrica. Idealismo, é claro!


 

Transferindo para o desafio em questão, a missão de cada um é, em sua próxima discussão sobre futebol em que o trabalho de Mano Menezes seja posto em xeque, argumentar a favor do projeto comandado pelo treinador visando à Copa de 2014.

Bons argumentos não faltam para contrapor àqueles que já afirmam que um ano de trabalho e 13 jogos (6 vitórias, 4 empates e 3 derrotas) é tempo suficiente para a seleção convencer:

– Robinho e Ganso, sozinhos, não conseguem trazer as vitórias ao Brasil, assim como Messi, o melhor jogador do mundo, não foi suficiente para levar a Argentina ao título. Não entrem em detalhes, mas sabemos que o todo é maior do que a soma das partes;

– Se existe um período em que o Mano deve observar outros jogadores na seleção brasileira (conduta, comportamento em equipe, performance de campo), este período é agora e não quando faltar um ano para o início da Copa do Mundo, onde os ajustes nos elementos da equipe deverão ser mínimos;

– O Modelo de Jogo apresentado no Mundial 2010 agradou a pouquíssimos brasileiros. Está claro que Mano Menezes pretende aplicar um jogar com a cara do Brasil, mas que acompanhe as evoluções do futebol moderno. Para isso, tempo, que ele ainda não teve, é fundamental.

– Exemplos recentes, como a Espanha e o Uruguai, no profissional e na base, têm mostrado que a solidificação e sustentabilidade de um projeto somente serão estabelecidas se os resultados estiverem planejados, pelo menos, para o médio prazo;

– Se as cobranças, desconfianças e pressões permitirem, o trabalho de base da seleção brasileira terá continuidade e poderá proporcionar à nação o espetáculo que ela espera ver, aperfeiçoado em anos de formação com a camisa amarela.

– E, para encerrar os argumentos, qual treinador está preparado para substituir Mano Menezes e aplicar, imediatamente, um belo futebol, recheado de vitórias e com grande probabilidade de conquista do hexa em 2014? Peça para justificar a resposta!

Assim como no filme, não espere convencer a todos; no entanto, não deixe de fazer a sua parte, pois lembre-se que eles não podem fazer por si mesmos. Se três pessoas com as quais você conversa sobre futebol mudarem o discurso e essas três pessoas conseguirem, cada uma, mudar o discurso de outras três e assim sucessivamente, logo será observada uma progressão geométrica a favor do projeto de renovação da seleção brasileira.

Se for considerada a visibilidade do portal Universidade do Futebol e o público-alvo, a possibilidade da mencionada progressão chegar ao conhecimento dos formadores de opiniões, ou seja, da mídia, é grande.

E, se por ventura, algum dia, a opinião dos formadores de opinião se modificar, as consequências positivas ao futebol brasileiro serão significativas, porque o discurso comum do resultado imediato, da vitória a qualquer custo, dos gastos exorbitantes, da valorização individual, das matérias sensacionalistas e da troca de treinadores como solução dos problemas de gestão será substituído.

E entrará em campo o discurso do resultado planejado, com gastos condizentes às realidades de cada clube, da valorização do coletivo, das matérias com críticas construtivas e da permanência e projeção de bons treinadores como produtos de uma boa gestão.

Aproveite a corrente “futebolística” do bem e a progressão geométrica por ela proporcionada para ajudar as pessoas quanto às tendências de ensino do futebol e a metodologia de treinamento. Assim como a atitude iniciada por Trevor se espalhou por diferentes lugares dos EUA, o iniciado por você pode alcançar diferentes lugares e pessoas em todo o Brasil.

Idealismo, é claro!

Ps: Quarta-feira, 10/08/2011, 22h45m. Em nota publicada no site da entidade esportiva brasileira (às 19h38m), Ricardo Teixeira afirma: “O trabalho segue com toda a confiança da CBF.”
Ufa…

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br  

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Planejamento pessoal e profissional em três fases

Saudações a todos!

Na semana passada, não estive por aqui, pois estava em miniférias. Todos os anos, saio fisicamente do escritório por três vezes – somando os períodos, fico entre 25 e 30 dias em férias. Mas apenas fisicamente, pois estou ligado, pelo menos uma vez por dia nos e-mails e nos acontecimentos do dia a dia. Portanto, virtualmente, passo todos os dias no escritório. Alguns até podem dizer que isso não é saudável, no entanto, considero que dar esta passadinha é viável, sim, já que me sinto mais tranquilo vendo que os negócios estão caminhando.

As férias anuais, além de proporcionarem um período de descontração e de intenso convívio familiar, permitem que eu – distante fisicamente do dia a dia dos negócios, e vivenciando novas experiências – possa refletir sobre o que estou fazendo, se o que eu estou fazendo está indo bem e o que poderia melhorar, ou seja, as férias são um período de reflexão e planejamento.

Meu planejamento acontece mais ou menos assim: no mês de maio, eu normalmente viajo para o exterior, e fico uns 15 dias vivendo em um ambiente e com uma cultura diferente da nossa. Neste período, analiso o que fazem por lá, quais são as novas tendências, o modo como agem, como enfrentam problemas, como aplicam as soluções, e na volta sempre trago ideias novas. Junto com a minha equipe, analisamos os casos e aplicamos em nosso dia a dia.

Em julho, fico uma semana no interior de São Paulo, ou em uma localidade próxima: são as minhas miniférias, menores, no entanto, procuro descansar realmente. E no fim do ano, religiosamente, estou na praia. Passo a virada lá, recarrego minhas energias no mar, e começo a pré-temporada de trabalho, planejando o novo ano.

Bom, as férias acabaram! Portanto, vamos ao trabalho.

Na última vez que conversamos aqui, falei da importância de um plano B e recebi muitos e-mails de leitores que gostariam de ter um plano B, pois já têm um plano A. E de outros que ainda precisam fazer seu plano A e B. E todos me perguntavam como fazer um bom plano.

Por isso dedicarei o espaço da coluna desta sexta e das próximas duas semanas para falarmos sobre planejamento pessoal e profissional. Passarei aos leitores um método para que todos elaborem seus próprios planos A e B.

Esse método é o mesmo que utilizo nas ações de coaching que realizo com alguns executivos – adaptei alguns pontos para se adequar ao perfil da coluna, mas mesmo assim ficou bem próximo do que prático normalmente.

Nesta primeira fase, é necessária uma reflexão sobre o que você já fez até hoje. Liste seus objetivos e prioridades e inicie um planejamento: é exatamente o que faço anualmente, aproveitando minhas férias. Vamos às instruções:

Fase I – Normalmente são dedicados 15 dias a esta fase (pensar nos dias de hoje não é nada fácil), mas faremos em uma semana; assim, conseguimos atender nosso planejamento de realizar o plano em três semanas.

Comece descrevendo o seu objetivo de vida (tempo – 2 dias)
Procure descrever os seus objetivos (profissionais, pessoais, familiares, etc.) da forma mais detalhada possível. Lembres-se que este material é seu e deve ser verdadeiro.

Descreva os conhecimentos (habilidades) que domina (tempo – 3 dias)
Procure listar todos os conhecimentos que tem. Inicie colocando um título de identificação no conhecimento e em seguida descreva o conhecimento usando o seguinte formato:

- Conhecimento/Habilidade (exemplo: escrever bem, trabalho em equipe, entre outros);
- Como adquiriu (como e onde adquiriu o conhecimento/habilidade); e
- Onde utiliza (qual a utilidade do conhecimento/habilidade em seu dia a dia – pessoal ou profissional).

Análise dos conhecimentos (habilidades) descritos na fase anterior e pense em melhorias (tempo – 2 dias).
Analise cada um dos conhecimentos que listou e pense em termos de melhorias/ajustes que possam ser feitas, segundo sua percepção.

Lembrando que muitos de nos já planejamos férias, formaturas, passeios, etc. e pouco fazemos em relação ao planejamento de nossas carreiras!

Mesmo assim, muitos profissionais têm sucesso contando apenas com o fator aptidão e, claro, uma pitada de sorte. Portanto, se investirem tempo e atenção no planejamento de suas carreiras usando esta dica, suas chances de sucesso poderão se ampliar.

Aproveite esta semana para internalizar o método e colocar em prática o que foi apresentado. Na semana quem vem, teremos a fase II. Então, é com vocês. Mãos à obra.

Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos na próxima semana.

Abraços a todos!

Para interagir com o autor: ctegon@universidadedofutebol.com.br  

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Barriga de aluguel espera por jogador de futebol

Já imaginou um título desses num anúncio de jornal?

Vá se acostumando. Daqui alguns anos ele poderá ser real…

…ou seria Real?

No último dia 8 de agosto fomos surpreendidos com o anúncio de que o Real Madrid contratara o jogador profissional mais novo do mundo, o garoto de apenas 7 anos de idade, Leonel Angel Coira.

Se a intenção era de apagar o atual sucesso do Barcelona dando a impressão de se preocupar com o futuro não haveria tanto problema, até porque as comparações entre Leonel Coira e Lionel Messi já se iniciaram só pela nacionalidade e pela semelhança entre os nomes.

Mas, se a intenção do Real é ter Leonel como futuro jogador do time profissional, ao decidir contratar o garoto de 7 anos alguns riscos desnecessários foram assumidos.

Independentemente do valor de salário e da condição de vida que esta contratação pode representar para a família ou para o próprio Leonel, não podemos esquecer que outras questões estão em jogo.

Fico me perguntando:

1. Quais os critérios utilizados pelo Real para acreditar que Coira se tornará um bom jogador?

2. Como avaliaram a capacidade dele para o futebol?

3. O que ele tem de diferente de outras crianças de 7 anos do mundo todo que jogam futebol? Seria a técnica, a inteligência, a genética, a habilidade, o perfil psicológico, comportamental e emocional de Leonel muito diferenciado em relação às outras crianças?

4. Como Leonel suportará a pressão ao longo de sua vida?

5. Sua contratação não caracteriza exploração do trabalho infantil?

6. Será que alguma ONG, os Direitos Humanos ou as entidades que cuidam do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não irão se manifestar contra o Real Madrid?

7. Quantos pais vão se inspirar nisso e querer negociar contratos de seus pequeninos filhos com grandes clubes internacionais?

8. Será que o Real Madrid já sabe quem será seu treinador em 2021 para fazê-lo aproveitar Leonel com 17 anos?

Como não tenho respostas para nenhuma dessas perguntas, sinceramente, desejo que essa contratação tenha sido apenas uma jogada de marketing e que Leonel tenha sua vida normal, pois uma coisa é a criança se divertir jogando futebol; e outra é ela ser cobrada por isso.

Que ele possa crescer, estudar, se divertir, ter outra profissão além do futebol e que esta manobra do Real não traga nenhuma sequela para a formação de seu caráter e de sua personalidade.

Além disso, peço que se alguém tiver respostas para alguma das minhas perguntas, por favor, menifeste-se. Será um prazer receber seu e-mail para discutirmos isso.

Para interagir com o autor: cavinato@universidadedofutebol.com.br  

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Fair Play Financeiro Brasil

Um dos assuntos que mais tem norteado discussões e dúvidas no mercado do futebol europeu possui relação direta com o “Fair Play Financeiro” instituído pela Uefa. O projeto obriga os clubes filiados a seguirem determinados padrões de contabilidade e saúde financeira de maneira perene.

O processo teve início em 2009 e desde então os clubes vêm recebendo orientações de conduta sobre suas finanças, sendo que as mesmas seguem sob vigilância até a temporada 2013/14 para, a partir daí, serem aplicadas sanções legais e/ou esportivas àqueles clubes que não cumprirem alguns preceitos.

A ideia é buscar o saneamento financeiro dos clubes, obedecendo a regras de governança corporativa alinhadas com sua capacidade de pagamento e endividamento. A proposta é que não se contraia mais débitos que receitas no conjunto de três temporadas consecutivas*.

O exemplo europeu deveria ser modelo para voltarmos à carga uma discussão séria sobre as dívidas dos clubes brasileiros, que são tratadas como algo “absolutamente normal” pelo discurso e percepção dos dirigentes esportivos do país.

Aproveitando a onda dos megaeventos e a clemência por mais profissionalismo no esporte do Brasil, parece um excelente momento para levantar a bandeira de uma discussão séria sobre o assunto. E, ao contrário do que já se tentou anteriormente, que seria a pseudo responsabilização dos dirigentes pelo endividamento dos clubes (que, no final das contas, se protegem em cima de medidas cautelares e sob a guarda de outros aparatos de nosso moroso sistema judiciário), as medidas, tal e qual hão de acontecer na Europa, devem necessariamente passar por sanções esportivas.

Só a perda de pontos, o rebaixamento, a proibição de contratação de jogadores, a suspensão em campeonatos e outras soluções neste nível é que podem resultar em atitudes diferentes em relação à gestão de clubes de futebol no Brasil. Somente esta linguagem é compreensível para a opinião pública de uma maneira geral.

Enfim, o momento é mais do que oportuno para que as instituições do futebol atuem, pelo seu próprio bem, como entidades sociais que são. E que medidas sérias possam surgir, acompanhando a tendência regulatória proposta pela Uefa.

* Para mais informações sobre este movimento, recomendo acesso ao site Futebol Finance, parceiro da Universidade do Futebol:

http://www.futebolfinance.com/financial-fair-play-novas-regras-para-os-clubes-europeus

http://www.futebolfinance.com/novas-regras-de-controlo-financeiro-na-liga-espanhola?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+FutebolFinance+%28Futebol+Finance%29

http://www.futebolfinance.com/modelo-de-fiscalizacao-e-controle-das-financas-dos-clubes

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br  

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Tecnologia: mesclando gerações

Duas notícias no portal Terra na última segunda-feira chamaram minha atenção. “Menina descobre falha em jogos móveis para Android e iOs” e “Há 20 anos, o mundo ‘ficou online’ pela primeira vez”.

A primeira traz a informação de uma menina de 10 anos que fez uma apresentação num evento de tecnologia no qual apontou falhas num dos games para dispositivos móveis (“celulares e tablets”). A matéria encerra com a afirmação de que cada vez mais jovens são os hackers e especialistas.

A segunda matéria fala sobre os 20 anos da internet. Trazendo imagens do primeiro site disponibilizado.

E o que isso tem a ver com futebol?

Pois bem, é justamente nesta perspectiva que temos que tomar nossas posições frente à utilização dos recursos na modalidade. Somos defensores de seu uso, sem dúvida alguma, porém não podemos ficar apenas no discurso cobrando, criticando e sonhando com o advento da tecnologia nos gramados e nos processos fora dele

É preciso ter noção do que é todo esse fenômeno, do que ele representa, e sobretudo dos impactos que ele causa no inconsciente coletivo da humanidade.

Desta forma, hoje tomo um lado diferente das críticas sem, no entanto, perder minhas convicções dos benéficos e da necessidade da utilização da tecnologia no futebol.

A questão é que alguns assumem uma postura de querer fazer a tecnologia descer “goela abaixo”, e entendo que essa não é a melhor forma.

Basta vermos os profissionais que estão na gestão do futebol. Com certeza não viveram como a menina de 10 anos da primeira matéria citada – suas infâncias recheadas de dispositivos móveis e tecnológicos. Isso deixa evidente que a facilidade e costume com os recursos são de gerações mais novas, e quanto mais ambientado, mais fácil para uma geração extrair benefícios dos recursos, embora isso não os impeçam de desenvolver capacidades e habilidades tecnológicas, mesmo que tenham profundidade diferente das de quem nasce e vive intensamente essas mudanças.

Por outro ponto, não podemos colocar uma criança de 10 anos para gerir um clube; antes que alguns achem que essa seja a solução, não podemos desfazer das experiências e competências adquiridas, como também temos que ter noção de que muitos dos impactos que podem chegar ao futebol são relativamente recentes. Algumas soluções tecnológicas de gerenciamento, compartilhamento de informação e gestão de conhecimento partem da premissa de acesso remoto e compartilhado de informações que dependem da internet. Como vimos , esse é um recurso de pouco mais de 20 anos, ou seja, ainda um jovem adulto.

Com isso conseguimos compreender um pouco da resistência que existe para o advento da tecnologia no futebol. Ao contrário daqueles que têm interesse em não perder o controle e não abrir informações obscuras que infelizmente ainda existem, esses aspectos têm um caráter que transcende o futebol, são inerentes ao ser humano.

Em tempo, ainda é importante que a vivência pré-tecnologia – se é que podemos dizer assim – tenha seus significados, pois provavelmente a menina de 10 anos não saiba (pelo menos por enquanto) solucionar um problema quando a tecnologia falhar. É como ir num banco hoje e o gerente falar que é impossível fazer uma transação porque o sistema está fora do ar. O amigo mais experiente perguntaria: “oras, mas como não é possível se antes de existir o sistema se faziam tais transações?”.

O mundo tecnológico evolui rapidamente, numa velocidade incomensurável, porém, como lidar com ele e tirar o melhor proveito depende de nós, principalmente mesclando as novas vivências de quem tem as facilidades de explorá-las, com a de quem consegue enxergar mais além, com base nas suas experiências vividas.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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Fumaça branca

Quando da escolha de um novo Papa, na Igreja Católica, o Conclave dos cardeais se reúne para deliberar e, principalmente, votar naquele que será o novo líder religioso.

Reunidos no Vaticano durante o tempo que for necessário para a escolha do sucessor do Papa falecido, buscam a maioria simples do colégio eleitoral, composto por 120 cardeais do mundo todo.

Enquanto não for alcançada a maioria, a fumaça saída da chaminé do Vaticano será cinza. Se o resultado final não indicar o novo Papa, a fumaça será negra.

Porém, ao se decidir pelo novo Papa, a fumaça será branca, símbolo do consenso e da pureza do processo eleitoral.

A fumaça é produzida pela queima das cédulas de votação, juntamente com produto especial que lhe dá a cor devida.

O processo de escolha dos líderes de uma organização é fascinante, pois a sedução pelo poder expõe as pessoas aos olhos de todos, ainda que não queira, pois a força de suas ações ou omissões é maior que sua influência para controlá-las.

São muitas as articulações de bastidores, os acordos colaterais, as coalizões, a corrupção, a troca de favores, a violência e crueldade.

Acompanho e recomendo a série Os Bórgias, estrelada por Jeremy Irons, no papel de Rodrigo Bórgia, cardeal espanhol que comandou o processo de sucessão do Papa Inocêncio, tendo sido acusado de vários crimes – envenenamento, roubo e simonia (venda de “favores divinos”).

Nela, retrata-se a história da família Bórgia. Sim, o cardeal possuía família, algo que era um tanto comum aos líderes religiosos da época, embora não permitidos pela Igreja oficialmente.

Rodrigo Bórgia, que se tornaria Papa Alexandre VI, comanda os filhos e a mulher na expansão e manutenção do poder secular e religioso, a qualquer preço.

Fico imaginando o escárnio que deve acontecer na CBF, na Fifa, nos clubes de futebol no Brasil e no mundo, quando das eleições.

Até mesmo nas escolhas do novo treinador, cuja figura, em alguns clubes, representa o Papa que o conduzirá aos céus.

O problema é quando se esquece que o inferno também existe e pode ser o destino traçado por más escolhas administrativas.

Fumaça branca, no futebol, é algo bastante raro.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br