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6º Soccer Experience

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Dar importância ao que é importante (ou pelo menos deveria ser)

Talvez seja perceptível, através da leitura dos textos que produzo, o meu modo de pensar futebol e até mesmo a minha afinidade metodológica. Mas antes de tudo defendo um futebol pensado como um “todo”. Algo “minimamente complexo”. Um jogo que mescla, “divinamente”, a Arte com a Ciência. Arte no sentido de ver o que é “bonito”, a tal criatividade, admirada na “mágica beleza” da resolução dos problemas que o jogo te oferece (individual e coletivamente).
Por outro lado, a defesa que faço da minha forma de pensar não obriga, de forma alguma, a afinidade (completa ou não) por aqueles que leem. A cada um se reserva sua crença, e é necessário a discórdia para que haja discussão e, assim, desenvolvimento do pensamento e, posteriormente, aprimoramento da prática, do dia a dia. Isto, na verdade, é o que mais interessa, fazer e não somente falar. Aliás, para chegarmos em resultados diferentes, precisamos pensar e agir de forma diferente. Precisamos mudar nosso comportamento para obter resultados diferentes. Se por ventura fizermos as mesmas coisas, não podemos esperar resultados diferentes (Albert Einstein). E muito disso passa pelo treino.
Entre os jogos existe(m) o(s) treino(s). E, inevitavelmente, há uma quantidade maior de treinos do que jogos. Uma porcentagem bem maior que fundamenta a importância crucial de se estruturar e arquitetar (periodizar) as sessões de treinamento. Precisamos nos importar mais e melhor com o período de treinos. Saber organizar o tempo que se tem para construir uma forma de jogar. Por isso, pode ser considerado, um processo de ensino-aprendizagem, tanto individual como coletivo, da maneira como se pretende jogar. Este processo de ensino-treino tem como objetivo aperfeiçoar as diferentes capacidades e competências dos atletas e da equipe. Porém, ainda algumas práticas vêm limitando e coibindo o desenvolvimento individual e coletivo.
Um treino analítico, por exemplo, é configurado em uma dinâmica onde dificilmente os jogadores podem expressar as suas aptidões criativas, através do gesto técnico ou da ação em movimento. O que infelizmente reflete em uma característica constantemente observada no nosso futebol, uma inoperância da criatividade decisional nas soluções de algumas dificuldades que o jogo apresenta.
Aprender futebol a base de repetições debilita as possibilidades criativas dos jogadores. Este tipo de treino onde se propõe, ou impõe o mesmo, um treino analítico. Onde se observam tarefas fechadas e práticas físicas dirigidas todas elas a um único aspecto (geralmente físico ou técnico). Deste processo resultam jogadores que passam anos se exercitando, onde a sua técnica melhora, mas eles não jogam (individual e coletivamente) necessariamente melhor (o que podemos observar atualmente). Isto porque as tarefas que estimulam a repetição mecanizada e “cega” das ações são nefastas para o desenvolvimento dos jogadores, hipotecando a sua inteligência, criatividade e adaptabilidade. Treinamos jogadores para executarem melhor. E para pensarem melhor o jogo? E para resolver melhor os problemas do jogo (como ter a posse de bola, por exemplo)? Quando iremos nos importar com o pensar? Quando iremos treinar mais o cognitivo?
Treinar os jogadores para fazer o que deve ser feito em determinada situação do jogo. Nas mais variadas e distintas situações do jogo, termos no mínimo 7/8 atletas pensando sobre o mesmo referencial coletivo. Não fazer as mesmas coisas ao mesmo tempo, mas sim, pensar sobre o mesmo referencial ao mesmo tempo. O princípio é começo e não o fim, o ponto de partida. Caso contrário, o desempenho da equipe e o atleta ficam a mercê apenas da vontade e motivação. Só não podemos cair no erro de esquecer que esta “vontade” e “motivação” é para fazer algo. Algo específico. Motivação: motivo + ação. Objetivo da ação. Qual o propósito do seu desempenho?

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Bahia apresenta parceria com programa do UNICEF

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Clássico, bandeiras, mascotes e o estatuto do torcedor

O superclássico entre Atlético-MG e Cruzeiro começou quente fora das quatro linhas. A equipe celeste, detentora do mando de campo, vetou a entrada de instrumentos de bateria e de bandeiras na torcida do Atlético, no Mineirão, bem como a entrada do mascote. Ademais, o mandante estuda vetar a entrada das crianças com a equipe do alvinegro.

Natural que a rivalidade acirre os ânimos, no entanto, os clubes não podem esquecer que existe uma norma de interesse público e coletivo que regula os direitos e deveres dos torcedores: O Estatuto do Torcedor.

O art. 17 do referido Estatuto determina que a Federação e os clubes devam elaborar planos de ação referentes à segurança, transporte e contingência durante a partida. Ou seja, não cabe ao mandante, mas a ambos, clubes e a Federação, conjuntamente estabelecerem eventuais vedações justificando-as.

Em outras palavras, eventuais restrições aos direitos dos torcedores devem encontrar amparo legal e/ou fundamentar-se na segurança.

Nesse sentido, não há justificativa legal para conceder tratamento diferenciado entre as torcidas, ora, se é seguro a torcida do Cruzeiro adentrar com instrumentos de bateria e bandeiras, o mesmo se aplica à torcida adversária.

A questão do mascote e até mesmo da entrada das crianças, como não interfere diretamente nos direitos dos torcedores, ocorrem dentro do campo de jogo e dizem respeito às questões mais mercadológicas (marketing, por exemplo) do que práticas, é natural que o clube mandante queira divulgar sua marca e seus símbolos no jogo que realiza em sua casa, portanto, não existe vedação legal.

Importante acrescer que o art. 13-A do Estatuto do Torcedor estabelece expressamente as proibições, veja-se:

Art. 13-A.  São condições de acesso e permanência do torcedor no recinto esportivo, sem prejuízo de outras condições previstas em lei:

I- estar na posse de ingresso válido;

II- não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência;

III- consentir com a revista pessoal de prevenção e segurança;

IV- não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo;

V- não entoar cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos;

VI- não arremessar objetos, de qualquer natureza, no interior do recinto esportivo;

VII- não portar ou utilizar fogos de artifício ou quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos análogos;

VIII- não incitar e não praticar atos de violência no estádio, qualquer que seja a sua natureza; e

IX- não invadir e não incitar a invasão, de qualquer forma, da área restrita aos competidores.

X- não utilizar bandeiras, inclusive com mastro de bambu ou similares, para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável.

Por mais tradicional que possa ser a rivalidade, ela deve se ater aos torcedores e as quatro linhas. Nesse momento em que o combate à violência nos estádios do futebol é uma necessidade, determinadas medidas além de nada contribuírem para a paz, acabam por acirrar ainda mais os ânimos e estabelecem um verdadeiro clima de guerra entre as torcidas.

Enquanto a dupla Grenal realiza partidas com torcida mista (isso mesmo, misturada!) Atlético-MG e Cruzeiro, que haviam dado um belo exemplo com o fim da torcida única, dão um passo atrás ao permitir que questões menores, pautadas em uma rivalidade extracampo que não devia existir, tomem corpo.

Os clubes precisam dar exemplo aos seus torcedores demonstrando tratamento recíproco e cordial a fim de que toda essa hostilidade não prejudique o espetáculo e faça mais vítimas.

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“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças. ”

Leon C. Megginson

Olá!
Em minha primeira coluna intitulada “Crise Técnica do Futebol Brasileiro” busquei instigar os leitores a refletirem sobre o atual momento do nosso futebol, aproveitando a recorrente ideia de que “não possuímos mais tão bons jogadores como antigamente”, presente na maioria das discussões sobre o futebol brasileiro dos dias de hoje. A participação dos leitores tanto no site da Universidade do Futebol, como em sua página no Facebook, foi muito bacana, e a maioria dos comentários levam à conclusão de que nosso futebol necessita de mudanças em toda a sua estrutura.
Nestes tempos em que os Jogos Olímpicos têm dominado todas as mídias, me deparei com um vídeo muito interessante. Este apresentava a diferença entre as competições de ginástica da década de 1950 para a Olímpiada do Rio. Segue o vídeo:

A diferença entre a ginástica praticada há mais de 60 anos para a atual é gigante! Ao longo dos anos a modalidade foi ganhando mais dinâmica, novos movimentos, novos métodos de treino, etc. Tudo conduziu para a modalidade se tornar o que é hoje, e a tendência é que ela continue se modificando…

Motivado por esse vídeo, decidi fazer o mesmo com o futebol, porém em um espaço de tempo de 20 anos. Para isso, resolvi assistir às finais das Copas de 1970, de 1990 e de 2010 para buscar identificar as mudanças mais visíveis na modalidade. Seguem os vídeos.

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Antes do artigo, quero salientar que na estreia (começou sábado e terminou na última segunda) da Premier League, das 20 equipes, 7 jogaram no 1-4-3-3 (Chelsea, West Ham, Liverpool, Bournemouth, Man.City, Swansea, Hull City), 6 no 1-4-2-3-1 (Arsenal, Man.United, Cristal P., Tottenham, Middlebrough, Stoke), 4 no 1-4-4-2, 2 linhas (Sunderland, Burnley, Bromwich e Leicester), 1 no 1-3-4-3 (Everton), 1 no 1-4-3-1-2, losango (Southampton, ) e 1 no 1-3-5-2 (Watford).

Quanto mais os seres organizados diferem um dos outros em relação a sua estrutura, aos hábitos e a constituição…, tanto mais probabilidades têm de ser bem sucedido na luta pela sobrevivência ( Darwin, 1859). 

Ao se objetivar a organização de uma equipe de futebol, operacionalizam-se as convicções em forma de treino e jogo. Colocando em prática tais ideias, busca-se tamanha ordenação das ações entre os atletas, como equipe. Há um esquecimento desprezo do “querer” do atleta, com suas decisões, sua criatividade, sua forma de ver o jogo.

Para a construção de uma organização coletiva, precisa-se ter em mente a organização individual e a forma de jogar de cada atleta. Necessita-se conhecer o atleta, sua personalidade, suas características e suas ideias. Se esta não for a base da organização coletiva tender-se-á a um número maior de ocorrências durante o jogo, que propiciarão uma quantidade desnecessária de situações de risco, tendendo à ruptura organizacional da equipe.

No desenrolar do jogo de futebol, dois locais merecem ser considerados para análise, observação, construção e  desenvolvimento de “uma” certa organização em equipe: o local onde está a bola (jogo local/núcleo do jogo/micro) e o local onde a bola não está (jogo global/fora do núcleo/macro). No primeiro a organização baseia-se na vertente setorial, organização coletiva dada por um número de atletas (1, 2, 3, 4, etc.) menor que o todo. Ou seja, a parte é responsável pelo cumprimento e eficácia da organização do todo. No segundo local, a organização tem como pilar a vertente coletiva, organização coletiva dada por um número de atletas, jogo fora do núcleo onde está a bola, próximo do todo (11 atletas). Neste caso, um grupo de atletas, na maioria das vezes maior, sustenta e dá forma a organização da equipe.

“O jogo local está para o jogo global, assim como o jogo global está para o jogo local”

O jogo local manipula todo o contexto do jogo de futebol. O(s) atleta(s) que está onde a bola está, tem o poder de guiar e dar sentido ao jogo. Este(s) atleta(s) tem o “poder” do jogo em suas mãos. Isto ocorre pois o resultado do confronto, de quem tem e de quem não tem a posse de bola, pode prejudicar ou favorecer o jogo global/macro: a chegada da bola, em um local onde ela não estava, poderá ocorrer em um contexto de prejuízo. Por exemplo, muito se fala e se faz para pressionar o local onde a bola se encontra, contudo, se a equipe não está preparada tática/estrategicamente, talvez seja melhor a bola não sair do local onde se encontra. Neste caso, melhor seria não pressionar o local da posse. A fim de pressionar, se torna imprescindível estar preparado coletivamente (vale salientar aqui a diferença entre pressão (individual) e pressing (coletivo)). Outro exemplo, agora ofensivamente, o que muitas equipes fazem com a bola está na atração do adversário para abrir um determinado local do campo. Mostro no vídeo o Manchester City (treinado por Pelegrini), na transição ofensiva, a equipe “acelera” o passe/posse de um lado para abrir o lado oposto, atraindo a marcação em bloco do Southampton. Este por uma interpretação da marcação zonal praticada como princípio defensivo, basculam por completo para um lado e depois para outro, abrindo o lado oposto, onde sai o gol do Manchester City.

 

Caso o jogo local (deixar jogar sem pressão, atrair com posse acelerada, etc) permita que o global (lado oposto, cobertura defensiva, estrutura da linha defensiva, etc) seja exigido, este tende a ter maior probabilidade de erro/acerto. Quando a bola está no jogo local e, por “escolha” de quem está na defesa há passagem para o jogo global, a equipe será exigida e testada perante sua organização coletiva defensiva, por exemplo (caso do vídeo). Caso esteja devidamente estruturada e estabelecida na sua vertente defensiva, tenderá a não sofrer mal algum. Ao contrário, não estando precisamente organizada defensivamente, sofrerá as consequências de sua falta como conjunto, ou seja, será desorganizada, romper-se-á em sua própria estrutura aumentando positivamente as chances de sucesso da equipe adversária.

Levando isto em conta, conclui-se que não pode preocupar-se somente com a organização coletiva e/ou setorial de uma equipe pois esta organização, mesmo que bem executada e eficiente durante o jogo, sofrerá com as frequentes situações que colocam em prova sua organização. Porém, estas situações estarão na dependência do jogo local, ou seja, só estarão presentes se o jogo local o permitir! Sem esta anuência do jogo local, o número de situações que colocaram em teste a organização defensiva coletiva/setorial será bem menor, sendo também menores as probabilidades de ruptura. Precisa-se ter como preocupação a tomada de decisão de cada atleta em cada momento do jogo, fazendo com que o atleta perceba que a sua decisão e a sua ação são extremamente importantes, independente do local ou momento do jogo, para o bem da equipe, para o bom andamento do jogo, para que o desenvolvimento do jogo seja favorável à equipe, defensiva e ofensivamente.

Perante o pensamento sistêmico: determinada situação só está certa ou errada se a bola ali chegar. Caso contrário, não se pode inferir que aquilo que num primeiro momento parecia incorreto realmente o é.

O resultado do jogo local que dará sentido/forma à organização coletiva. 

Não se pode focar isoladamente/prioritariamente na organização coletiva da equipe. Uma boa orientação deve estar preocupada com a “organização individual” do atleta, em cada situação do jogo. Fazer com que o atleta perceba que a decisão dele é fundamental para o ideal desenvolvimento da partida, fazendo-o entender que sua decisão influenciará a decisão de outros atletas (da mesma equipe ou não) e que a mesma foi influenciada pelas decisões anteriores. Nada além do que decisões interativas.

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Conteúdo Udof>UdoF na Mídia

Aconteceu ontem a estreia do Ranking dos Treinadores Universidade do Futebol/ESPN, no programa Bate Bola na Veia com a presença do Professor Medina e do Coordenador de Pesquisas da Universidade do Futebol, Iago Cambre.
O estudo para analisar os treinadores, da série A e B através da súmula divulgada posteriormente aos jogos, veem sendo feito há 6 anos a partir de uma proposta de um grupo de pesquisadores ligados a Universidade do Futebol e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
O Ranking dos Treinadores objetiva analisar a capacidade que os treinadores têm em fazer uma gestão coletiva do time, levando em consideração critérios pré-estabelecidos, como por exemplo, o número de cartões recebidos pela equipe e pelo treinador.
A seguir você pode conferir como foi a apresentação ao vivo do Ranking dos Treinadores, no programa da ESPN.
 

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https://drive.google.com/a/universidadedofutebol.com.br/file/d/0B8aBth76C0ciSWtRX0pfY0ZLb28/view