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A função social do futebol

Já afirmei que o futebol nem sempre é sinônimo de saúde, como muitos imaginam. Sempre que abordo este assunto, as pessoas parecem ficar surpresas com este meu ponto de vista sobre o futebol, esporte que sem dúvida é uma das maiores manifestações culturais do século 20 e nada indica que não será assim, também neste século 21.

Muitas pessoas me questionam. “Medina como você, sendo professor e trabalhando no futebol há tanto tempo, pode falar mal do futebol?”

Penso que ter um olhar crítico sobre o futebol não significa necessariamente falar mal dele.  Pelo contrário, toda visão crítica pode contribuir mais para a valorização das práticas esportivas, do que uma visão ufanista ou de senso comum. 

Defendo que precisamos ter a capacidade para aproveitar o enorme potencial do futebol, para realmente assegurar a promoção da saúde, educação e cultura.

Se o esporte em geral, e o futebol em particular, fosse algo bom por si só, que dispensasse a necessária intervenção competente, positiva e pró-ativa de seus agentes, não veríamos em vários momentos exemplos de atletas envolvidos em drogas, atos de violência e corrupção que se repetem dentro e fora dos campos.

Cabe, portanto, àqueles que são os atores responsáveis pelas práticas esportivas, ou seja, treinadores, atletas, líderes comunitários e dirigentes, terem sempre em mente os valores que devem permear o esporte: solidariedade, cooperação, busca de superação dos limites, constante aperfeiçoamento, o espírito democrático,  respeito aos nossos oponentes etc.

Com uma visão crítica que dê mais clareza quanto à forma em que as relações sociais se dão no interior das atividades lúdicas, educativas e competitivas, talvez, possamos realmente entender o esporte e, em especial, o futebol, como um privilegiado instrumento que auxilia o desenvolvimento do ser humano de uma forma geral.

Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br 

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Futebol e desenvolvimento humano

Acompanhando os acontecimentos no mundo e no Brasil, fico imaginando como poderíamos medir o grau de desenvolvimento que a humanidade atingiu neste início de século 21. E quando falo em desenvolvimento, refiro-me não apenas ao processo de acumulação de riquezas materiais, mas às possibilidades de ascensão das pessoas de uma forma mais ampla, ou seja, também nos aspectos biológico, psicológico, ideológico, cultural, espiritual e social.

 

Somos surpreendidos a cada instante com escândalos de toda ordem que nos fazem questionar se vivemos, realmente, numa sociedade civilizada. 

 

Para aumentar estas dúvidas basta vermos, também, o que acontece no mundo do futebol, onde a busca pela vitória, vantagens pessoais e institucionais, muitas vezes, atropelam qualquer apelo que realmente justifique tudo aquilo que entendemos como civilizado.

 

Esta reflexão me trás à mente uma experiência muito interessante, contada há anos por um antropólogo, sobre o comportamento de um povo selvagem. Disse ele que certa vez visitou, com seu grupo de estudos, uma tribo no Mato Grosso, que nunca teve contato com a cultura civilizada.

 

Ao pesquisar aquela população indígena, buscando entender seus relacionamentos, ele e sua equipe aproveitaram para ensinar algumas práticas de nossa cultura, entre elas o futebol. Os índios gostaram tanto do jogo que começaram a praticá-lo diariamente. 

 

Mas um fato chamou muito a atenção dos antropólogos. Como os índios aprenderam que o grande objetivo da competição era a marcação do gol, quando isto acontecia, de um lado ou de outro, os dois times comemoravam entre si, indistintamente. Afinal alguém atingiu a meta e, portanto, cabia uma celebração coletiva que dispensava o conceito de vencedores e perdedores.

 

Bom, talvez, este modelo “selvagem” de ver o futebol não seja o ideal a ser seguido por nós, chamados “civilizados”, participantes de uma sociedade tão competitiva e focada em resultados, mas com certeza pode nos inspirar a colocar alguns limites nas nossas ambições, muitas vezes exageradas, para não dizer doentias.  

Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br

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Charleroi e a revolução do futebol

Uma revolução consiste, basicamente, em uma transformação fundamental de valores, buscando equilibrar o sistema de poderes entre oprimidos e opressores. Coisas que eram, de repente, deixam de ser. Tornam-se outras.

 

Na cultura e na economia, uma revolução demora para se consolidar. Ela acontece de forma lenta, porém constante. Nas instituições sociais e políticas, porém, ela é repentina. De uma hora para outra, tudo muda. Quando não conseguem pacificamente, os oprimidos vão à luta.

 

O futebol volta e meia convive com revoluções. Em sua maioria, elas afetam o jogo em si, seja através das regras – como a do impedimento – ou das táticas – como o WM e o futebol total.

 

O caso Bosman

 

Muito de vez em quando acontecem revoluções que afetam a estrutura do esporte.

Uma destas poucas foi liderada por Jean Marc Bosman, um atacante até então insignificante que jogava pelo também insignificante RFC Liège. Tão insignificante que hoje não mais existe.

 

O jogador reclamou na justiça belga o direito de livre transferência para outro clube no final do seu contrato. Buscava um salário maior, que um clube da segunda divisão – o Dunkerque – estava disposto a bancar. Eles só não estavam dispostos a pagar pelo preço da transferência que o RFC Liège estava pedindo. Bosman não só ganhou a causa como fez com que todo o sistema de transferência de jogadores fosse transformado pela Fifa.

 

Foi criada então a Lei Bosman, que alterou substancialmente o sistema de transferência de jogadores e revolucionou a relação de poderes entre o clube e seus atletas. Os atletas ganharam, os clubes perderam. A Fifa, que não tinha nada a ver com a história, continuou na mesma.

 

Cadeia de poder

 

A cadeia de poder do futebol mundial é bastante simples: a Fifa é o órgão principal, com poderes de alterar leis e definir o calendário de jogos. Quem compõe a Fifa são as confederações continentais, que por sua vez é composta por confederações nacionais. No caso brasileiro, existem ainda as federações estaduais.

 

Dentro dessa cadeia, os clubes não têm voz. São subjugados às diretrizes e delegações dos órgãos citados acima. Possuem, no máximo, papel consultivo. Uma certa opressão, por assim dizer.

 

Revolta dos oprimidos

 

Como todos os oprimidos, eventualmente os clubes começaram a buscar uma revolução. Um espaço para dar o seu grito de liberdade. E por liberdade entenda dinheiro.

 

Primeiramente criaram as ligas, campeonatos independentes formados e organizados pelos clubes e que atendem ao interesses dos próprios. E por interesses entenda dinheiro.

 

Depois, os maiores clubes europeus se uniram e criaram o G14, formado inicialmente por 14 clubes, mas que hoje conta com 18. E deve crescer mais ainda.

 

Apesar de parecer bastante com o Clube dos 13, ambos sendo uma organização formada pelos maiores clubes de um determinado perímetro geográfico, o G14 possui um papel um pouco diferente.

 

Enquanto o C13 cada dia mais se estabelece como uma liga, o G14 funciona como um sindicato. Foi criado para dar uma voz conjunta aos maiores clubes da Europa, um meio deles se inserirem na cadeia de poder do futebol mundial para ter poder decisório de forma a defender seus interesses. E por interesses entenda novamente dinheiro.

 

Liberação de jogadores

 

Um dos grandes conflitos entre os grandes clubes da Europa e a Fifa é a respeito da liberação de jogadores para as seleções nacionais.

 

De acordo com o G14, os clubes são obrigados a liberarem os jogadores para disputar partidas internacionais, muitas v
ezes insignificantes, e não recebem nenhuma compensação financeira por isso. Muito pelo contrário, acabam perdendo dinheiro, uma vez que jogadores voltam cansados e, não raramente, contundidos, ficando impossibilitados de atuar pelos seus clubes, ainda que estes continuem a pagar seus salários.

 

A Fifa, por sua vez, argumenta que já destina parte de sua arrecadação para o desenvolvimento de clubes pelo mundo todo, e que uma compensação financeira por convocações só ajudaria aos principais clubes de futebol, que por si só já são bastante ricos e não precisariam necessariamente de mais essa fonte de renda.

 

O problema é que, por vezes, a contusão de um jogador em um jogo pela sua seleção afeta substancialmente a performance do clube dentro do campeonato, o que também afeta diretamente em outras fontes de renda, como renegociação de patrocínios e possíveis classificações para competições mais rentáveis.

 

Charleroi, um novo caso

 

Foi exatamente o que aconteceu com o Charleroi, um time mediano que disputa a primeira divisão belga. É um novo caso que pode revolucionar novamente a relação de poderes dentro do futebol, desta vez entre os clubes e a Fifa.

 

O Charleroi ia muito bem no campeonato, beirando a classificação para a Champions League, muito por causa de Abdelmajid Oulmers, um talentoso meio-campo marroquino. Tanto talento lhe rendeu uma convocação para a seleção marroquina. Orgulho para ele e para o próprio Charleroi.

 

Mas eis que Oulmers volta da seleção seriamente contundido e fica oito meses afastado dos gramados. O Charleroi, que antes beirava a classificação para a Champions League, termina o campeonato se classificando apenas para a Intertoto, uma competição pequenininha que serve como pré-classificatório pra Copa da Uefa. É disputada por clubes que acabam os principais campeonatos nacionais europeus em posições intermediárias e por clubes de países de menor importância futebolística, como as Ilhas Faroe.

 

Indignados com a perda de um de seus principais jogadores, que conseqüentemente levou à perda de bastante dinheiro, o Charleroi resolveu acionar a Fifa na Justiça belga. Exige ser financeiramente ressarcido pelas conseqüências da convocação de seu jogador para o selecionado marroquino.

 

O G14, que há tempos ansiava por uma oportunidade de acionar a Fifa na justiça para conseguir mudar as regras da compensação financeira por convocações, viu o potencial da briga e ofereceu, voluntariamente, toda a sua ajuda ao Charleroi.

 

O caso agora está na Corte Comercial de Charleroi. Envolve o Charleroi, o G14 e a Fifa. Foi aberto no dia 5 de setembro de 2005 e a audiência está marcada para o dia 6 de março de 2006.

 

É uma briga maior do que parece. Mais do que a compensação financeira por convocações, o G14 busca maior representatividade dos clubes na tomada de decisões dos rumos do futebol mundial. Querem ter poder decisório em questões-chave, como a definição do calendário, pois isso afeta diretamente seus interesses. E por interesses, entenda mais uma vez dinheiro.

 

Caso vença a sua causa, o belga Charleroi transformará toda a estrutura do futebol, tal qual fez o também belga Bosman. Se no caso do segundo a estrutura foi obrigada a dar mais poderes aos jogadores, no caso do primeiro ela dará mais poderes aos clubes.

 

Busca-se, dessa forma, equilibrar o sistema de forças do futebol mundial entre os seus componentes.

 

Busca-se, enfim, uma revolução.

 

Hay que endurecerse sin perder jamás la ternura.

 

Oliver Seitz é relações públicas, pós-graduado em Administração para profissionais do esporte (FGV) e mestrando em Administração de Futebol pela Universidade de Liverpool.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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Profissionalização não garante lisura

O assunto da semana no futebol é, sem dúvida, o escândalo deflagrado em função da revelação do esquema de arranjos de resultados de jogos que beneficiaram financeiramente algumas pessoas.

 

O episódio me fez lembrar do Barão de Itararé que dizia: “o homem que se vende recebe sempre mais do que vale”. O escândalo do apito e a frase do Barão de Itararé nos remete a uma reflexão de caráter eminentemente ético.

 

Será que se os árbitros de futebol fossem profissionais, como sugere alguns, com salários e dedicando-se exclusivamente à sua tarefa de apitar os jogos, as coisas seriam diferentes?

 

Há os que acreditam que sim. Entre eles, encontra-se nada mais nada menos do que Joseph Blatter, o presidente da Fifa, defensor da tese.

 

Para mim é difícil entender esta lógica. Se pensássemos que a profissionalização da arbitragem poderia melhorar a qualidade dos espetáculos, através de uma melhor preparação e concentração dos árbitros, até que poderia concordar.

 

Absurdo

 

Achar, porém, que pelo simples fato do árbitro receber um salário, mais ou menos polpudo, garantiria mais lisura e princípios éticos nas arbitragens é, em outras palavras, admitir que todo homem tem seu preço. Ou, então, tomar, como princípio que o rico é mais honesto e o pobre mais desonesto, o que se constitui num verdadeiro absurdo.

 

Mas, com profissionalismo ou sem profissionalismo, tomara que essas denúncias, que parecem não ter fim em nosso país, sirvam não só para reflexões profundas, mas fundamentalmente, para fortalecermos nossas instituições esportivas e políticas, através dessas experiências dolorosas que somos obrigados a passar. Poderemos, assim, punir corruptos e corruptores, criando-se mecanismos para que fatos semelhantes não se repitam.

 

Se isto ocorrer será o lado positivo de toda esta crise moral a qual fomos submetidos.

Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br

 

 

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O melhor do futebol brasileiro está na Europa

Os jogos do campeonato brasileiro estão cada dia mais difíceis de assistir. Não se está falando de ir ao estádio não, porque isso o torcedor brasileiro já não faz há muito tempo. A qualidade ou falta dela é cada dia maior em gramados tupiniquins, pois temos a possibilidade de ver na televisão nossos craques fazendo gols e jogadas geniais na Europa, em clubes ou países que muitos de nós nunca havíamos ouvido falar antes. No inicio do torneio até existiam algumas equipes com jogadores de um bom nível técnico, contudo depois da abertura do mercado europeu, vimos pelo segundo ano seguido o êxodo em massa de jogadores brasileiros e, conseqüentemente, a qualidade do campeonato nacional despencou.

 

 

 

Os clubes europeus sempre buscaram no Brasil reforços para suas equipes. Desde meados dos anos 50 as grandes equipes européias levavam algumas estrelas do futebol brasileiro. A partir da década de 80 equipes de menor porte da Europa também passaram a comprar jogadores de destaque no nosso futebol (Zico-Udinese, Socrates-Pescara). Nos anos 90 abriu-se o mercado asiático, e foram os japoneses com o objetivo de montar uma liga forte os primeiros a buscar nossos talentos. No inicio desse século foi à vez do Leste europeu descobrir o mercado brasileiro e, como não podem competir financeiramente com outros clubes europeus, levaram atletas do segundo escalão. Ou seja, os grandes clubes levam os craques, os menores, jogadores jovens com futuro promissor e os outros (Japão, Coréia e Leste Europeu) levam atletas sem muito destaque, mas de boa qualidade. Deixam para nossos clubes, jogadores com pouca qualidade, de pouca idade ou os experientes que já fizeram a vida lá fora e querem apenas encerrar a carreira no Brasil.

 

 

 

Se por um lado à venda dos melhores jogadores brasileiros para os maiores clubes europeus é inevitável, hoje nossas equipes vendem jogadores bons para clubes médios na Ásia ou Leste Europeu. E com toda essa receita, os clubes continuam endividados.

 

         

 

Assistimos à debandada de talentos para o exterior, pois os clubes brasileiros estão em geral quebrados, mantendo a mesma estrutura associativa amadora, que é incapaz de gerar recursos para manter as estrelas no país do futebol.  Até quando o torcedor agüentará o mau futebol? Será que o nobre esporte bretão não corre o risco de ser globalizado?

 

 

 

Está cada dia mais fácil obtermos qualquer tipo de informação no mundo de hoje, esta tudo a um clique do nosso alcance. No futebol, esporte mais popular do mundo isso não é diferente. É possível saber tudo o que acontece em todos os campeonatos do mundo sem sair da frente do computador. Além do mais, no Brasil temos a possibilidade de assistirmos os melhores campeonatos europeus todos os fins-de-semana. Os jovens, que estão sempre ligados em novidades são os alvos mais fáceis dessa oferta abundante de bom futebol.

 

 

 

Aos poucos cria-se uma grande identificação com esses craques internacionais (em sua maioria brasileiros) e os novos fãs de futebol passam a seguir seus ídolos mais de perto (através da TV e internet) e, conseqüentemente, torcem pelo sucesso da agremiação onde eles atuam (é comum vermos garotos com as camisas de times europeus).  Com grandes jogos, os ídolos em campo e um time para torcer, o jovem torcedor brasileiro acostuma-se a assistir os campeonatos europeus e esquece das terríveis partidas do campeonato brasileiro com seus jogadores medíocres. Assim sem se dar conta o torcedor brasileiro começa a torcer mais pelo clube europeu do que pelo time local (da sua cidade ou país).

 

 

 

As camisas e produtos oficiais também não são difíceis de serem encontradas. Toda loja de esporte que se preze vende produtos dos clubes europeus.Com isso é possível tornar-se um torcedor cada vez mais fanático daquele clube que joga tão bem com jogadores muito habilidosos, porém em um estádio distante. Afinal, ir ao estádio já não é mais um hábito do brasileiro.

 

 

A paixão pelo futebol não é tão cega como pensam nossos dirigentes. No longo prazo, nossos filhos e netos poderão nos achar tolos por nos preocuparmos com nosso time brasileiro, enquanto eles torcerão pelos times de verdade.  Para quem acha que essa é uma visão pessimista ou de uma completa insanidade, basta apenas olharmos para o passado. Há alguns anos quando no Brasil, um país de dimensões continentais, os moradores das regiões Central e Nordeste acompanhavam o futebol de duas maneiras; no estádio vendo equipes locais (de baixa qualidade) ou pela televisão, onde assistiam na maioria das vezes jogos do campeonato carioca por onde desfilavam os craques de Flamengo e Vasco. Coincidentemente hoje a torcida dessas duas agremiações são esmagadora maioria nessas regiões. Dessa forma é possível entender que uma equipe com bons jogadores mesmo que vista apenas pela televisão atrai novos torcedores.

 

 

 

Guilherme Momensohn I. dos Santos é administrador de empresas formado pela FAAP, e profissional de Marketing Esportivo.

 

        

 

Caio Medauar é advogado militante, sócio do escritório Medauar Advogados, membro das Comissões de Defesa do Consumidor e de Direto Desportivo da OAB/SP e especialista em administração do esporte pela FGV-SP.
Para interagir com o autor: maurobeting@universidadedofutebol.com.br

 

 

 

 

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O currículo e a formação dos futebolistas do futuro

Doutor em Educação Física, na área da Pedagogia do Esporte e idealizador da proposta pedagógica Ginga, futebol com alegria, Carlos Thiengo discutiu em entrevista exclusiva os resultados de sua tese recém publicada sobre o currículo de formação no futebol.

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REPORTAGEM MP984

Depois > Mais uma live do Na Bancada, depois Dinheiro em Jogo com o Bellintani, depois, . Marcar entrevistas

ESQUELETO

Intro – %dos direitos de transmissão nas receitas dos clubes e é estável!. Cabia mexer sobre isso com uma MP (“briga Globo Governo Federal Record Edir Macedo, tem canal, tem partido”)??? + Cronologia (talvez) e, obviamente o que é a MP

TV como distribuidora (relevância, aproximação com público, não se esconder, quem ainda gosta de futebol? TV é parceira, até na Europa, Jornalismo de clube. Produto vale mais na Globo pq a audiência é maior) + Entendimento do futebol como de interesse público (questões éticas da produção, as marmelada da Benfica TV- manipulação da narrativa (esportivamente pode ser injusto) assistir um jogo com narrador não falando o nome do rival – rolou no Fla Flu + Política de cada clube, TV partidária da dimensão do momento). + Streaming (NBB alcance em 2018 multiplataformas, 2019 Dazn). Atraso (delay) no Streaming e ao vivo. Streaming, assinar os pacotes de “todos os clubes?” pra assistir o seu proprio clube já que é do “mandante”> Loucura “completa”. Seleçã brasileira já nao joga e nem passa no país (números do Streaming de Brasil e Peru). Reportagem feita com o preço do streaming de esportes no Brasil. Pirataria (Pisani)

Série B C e D, opção diferente (Anderson que falou sobre isso). Coletiva mas centralizada na CBF

Insegurança Jurídica – direitos de imagem dos jogadores (quem tem que pagar para os jogadores é quem recebe! – Anderson)

Receitas em comparação (aumentar mais para o topo inflaciona; superclubes – Benfica “projeto Europeu” – Diferente dos EUA; etc…) > Não existe “melhor” existe melhor dependendo do que vc quer.

https://open.spotify.com/show/17skwdfPpoOkNaCu743khf (parei no 52:19)

Anderson Santos – Professor da UFAL doutorando em comunicaçao. Livro “os direitos de transmissão no campeonato brasileiro de futebol”.

Estratégias de mercado do esporte interativo (2016) Champions

CBF(direitos de transmissão da CBF)

A MP984 publicada 18/06/2020

1 mês (tempo de contrato do jogador)

Justificativa da MP é a COVID

Quem intermedia o direito de arena, sai sindicato para relação direta com os sindicatos

Fim da proibição de TV’s (quem transmite os jogos) patrocínio nas camisas dos clubes

Absurdo um tema estrutural ser feito por meio de MP > Menos de uma semana para encaminhamento de emendas, 10 pediam supressão sobre a questão dos direitos de transmissão, 6 tratando dos contratos de direito de transmissão em vigor, 5 emendas negociação coletiva ou liga.

O que clubes tem a ganhar com a MP CEPEBA (Ceara Pernambuco e Bahia)? > Bahia e Fortaleza defendem. Possibilidade: fechar pacote ABCD com a Turner/Live FC. Maaas poder de barganha. Se juntar com RS e MG aí aumenta o poder de barganha. Record em 2011 ofereceu R$100 mi para cada um (no modelo antigo). Imagina o grupo globo compra só o Corinthians em modelo nacional – Globo compra só os 2 com maior alcance do que todo mundo e o resto perde o poder de barganha. Sport está “de pires na mão” aceitaria qualquer coisa, então vai acabar furando o bloco (em uma hipótese de quebra dos contratos atuais).

de 2006 a 2011 com o clube dos 13 os times não cotistas receberam 6x menos do que os que mais recebiam (top5 – Fla Cor Spo Vas Pal recebiam os mesmos valores). A individualização em 2012 acentuou a diferença. Em 2018 a diferença bateu em 8x, com a turner caiu 6,5x.

Delay!

Sócio digital do Bahia, treino, etc, e não ver “youtube como concorrente, como a globo”.

Emanuel Leite Junior – Pesquisador Politicas publicas Universidade de Aveiro. Cotas de televisão do campeonato brasileiro. “A história do futebol na União Soviética”.

Portugal – Mandante negociar audiência do adversário. Poder de barganha de clubes da perferia. Ceará x Avaí, diferente de Ceará x Flamengo. Alguns jogos vc pde negociar com poder de barganha, outros sem interesse (Fortaleza x CAP). > Turner interpretando que vai transmitir jogo do Flamengo vai transmitir jogo do Flamengo. 19 jogos como mandante. Modelo anterior era melhor para pequenos

Imbroglio > Contratos na vigencia anterior do art42 da lei pele (alterado pela MP). “Ato jurídico perfeito!” (princípio geral do direito e presente na constituição art 5 inciso 36), se não for respeitado é o caos (barbárie).

Lei do mais forte > desequilíbrio 1961 permite negociação coletiva e divisão igualitária nos EUA. Quando negociar patrocínio, time nem aparece na TV, o patrocínio cai.

10 primeiras rodadas sem nenhum jogo do Fortaleza na Turner.

Interesse público > Camp portugues só passa em tv fechada. Tradição em Portugal é ir em cafés assistir aos jogos. Por conta da pandemia, para evitar aglomerações o presidente da liga propos ao governo intervir um jogo na TV aberta. Benfica foi contra, 3 clubes portugueses são muito egoístas, campeonato EXTREMAMENTE desequilibrado.

INSEGURANÇA JURÍDICA – Se a MP acabar?

Antes da MP – Braga > TV Paga > ou Turner ou Globo. Na TV Fechada > Globo 11 clubes Turner 8 clubes Na TV aberta > globo 19 clubes

Na MP (ignorando ato jurídico perfeito) – O Bragantino fechando com quem ele quiser PODE passar seus jogos em casa

Após a MP – Pode CAIR TUDO da MP; ação de inconstitucionalidade > STF decide invalidade, aí pode valer só durante a vigência ou mesmo durante (aí cai todos os contratos). A INSEGURANÇA continua por um bom tempo.

Então quem vai assinar contrato agora?

Quem tem poder de barganha pode se beneficiar, buscar uma negociação boa no médio, longo prazo. Periferia, semi-periferia e centro no Brasil. A globo pode romper o contrato com o Brasileiro e renegociar individualmente (pode formar liga, mas acho ilusório, a forma anterior da Lei Pelé estimulava a negociação coletiva, mas isso nunca aconteceu, implosão do clbe dos treze é exemplo). Mesmo que se forme bloco periférico não é suficiente, só seria suficiente com todos. > Itália (lei de 2008 antitruste lei melandri) e Espanha (real decreto 5 de 2015). A diferença era muito grande e agora que a negociação é coletiva diminuiu (PESQUISAR). Então mesmo no médio longo prazo o poder de barganha pode ajudar, mas não diminui o abismo…

MP não valeu para conmebol. Mas é possível assumir essa briga, mas já foi/é negociado coletivamente assim como CopadoBrasil. Entrar na justiça pode dar xabu na Conmebol

João Ricardo Pisani – Gestor esportivo. Especialista e Multi Club Ownership

Turner > Foram fazer visita ao presidente. Grupo estava em litígio com a Turner. Processo de desinteresse natural da Turner. Turner tinha 56 jogos (acho que na TV fechada), estavam perdendo o valor pq Globo tinha na tv aberta. Com a MP saem de 56 pra 152 jogos, jogos grandes.

Briga de exclusividades, horários de jogos

RB não fechou com ninguém (mídia espontânea)

Exclusividade > A Globo assinou a exclusividade dos campeonatos. Quando cada clube fica dono do direito como mandante existe essa quebra.

Risco de streaming não está valendo ($$).

Espera muita novidade em termos de plataforma

“Globo paga valor justo”

Possíveis prejuízos em não fechar com a Globo > A MP muda as regras do jogo e daí vem os desdobramentos. Uma ordem natural é a globo se desprender dos contratos e renegociar a nova realidade. Hoje um clube que é forte regional, pode ter uma preferência, No RS Inter e Gremio vao ser transmitidos, mas no Ceará quem vai passar? Fortaleza ou Flamengo? Agora a Globo pode “se livrar” dos times regionais/menores. O Ibope escora os valores negociados, Globo tem o dobro de audiencia do segundo, canalizando todo o dinheiro de publicidade. A discrepância é grande.

Olimpíadas foram tiradas da globo pela record, mas a record tem uma capacidade de arrecadação, com o mesmo produto (olimpíadas) menor.

MP traz a ideia do mandante ser dono do jogo, o que é praxe, o problema é o modo como ela está sendo feita e o impacto que vai ter nos outros clubes. Bloco em Portugal de clubes menores existe (NOS e MEO ou MEL sei lá). Tem novos entrantes? Streaming? Já teve com a Turner, formou-se um bloco que não foi para lá. Para mim ou a Liga cede os direitos para alguem que vai negociar com as emissoras (players).

Clubes que estão bem tem poder de barganha, podem “abrir mão”.

SUPERCLUBES Mundial de clubes > clubes que querem desgarrar. Pegar o máximo de dinheiro em caixa, cifras maiores na Libertadores e no futuro Mundial ainda maiores e discrepantes. Dividido igual na liga americana mas nenhum time sai para “disputar a libertadores” ou mundial.

Pre MP > Não existia Streaming nos antigos contratos. Aberta Fechada e PPV.

Por rodada um jogo era transmitido pelo GE.com, um no SPORTV (globosat play + operadora); Turner > VIVO PLAY. O Online já existia, mas estava encaixada dentro dessa abertura.

Na Europa e NBA se fatiaram as datas do calendário (sexta, sab, dom, seg) e cada um desses jogos são vendidos para cada player/plataforma. Tbm há League Pass, NBA Pass. MLS – em Washington o DC United.

On Demand quebrou as 24 horas da TV aberta.

Streming diferente de democratização e sim adequação. MP quebra lei que amarrava os clubes. N vale cair no conta de que todas as casas que tem smartphone estarão conectadas, internet é instavel, planos não dão conta (quais são pré-pagos). TV aberta tem a maior cobertura. Dá para ir construindo… Tem clubes poliesportivos com problema em entrar em grade, pode ser testado com esses esportes. Montar o canal do time, ok. E os custos de produção? Qualidade de transmissão, cameras, etc.

MyCujoo com paywall é pay per view

Pay x Re ok e o clube pequeno? > liga liga é mais importante do que ser mandate x visitante (lógica de cada um por si, liga com superclubes)

Streaming – Conteúdo pode ajudar. NFL tem reality, ver barça TV, influencer, mkt, tv, roteirista. Transmissão hoje não vai ser.

Streaming – é considerado PPV? Qual é categoria? (talvez fazer um infográfico explicativo). MyCujoo (economia de cauda longa x paralelo com indústria da música)

Jogo de clube local. Sou torcedor no Nautico, quem quer ver já está no estádio. E aí? TV n transmite quando se é local

Produto é o jogo após, jogos classicos, etc (a briga é aqui), jogos ao vivo é da TV!

Fernando Vanier Borges – Pesquisador na Universidade de Coimbra, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade Panteon Paris

Portugal – Mandante vende. Benfica > Streaming. BTV em 3 anos até 2015, quando vendeu pra NOS um acordo de 10 anos (400 mi Euros. 40/ano) 15/1 quem recebe mais e quem recebe mais em Portugal. O mais abaixo recebe 2 milhões. Portugal é o país com maior disparidade na Europa em receitas televisivas 4x mais diferença do que o segundo com maior disparidade (minuto 47 da live #12). Na inglaterra 2/1, media europeia 4/1.

Como cada país trabalha x disparidade!!! Ideia de gráfico > (Evolução na Espanha que se tornou coletiva a negociação)

Exclusividade do futebol criou condições para assinatura de canais na Europa. (Diferente daqui).

Portugal canais pagos > Se sai da TV aberta como pessoas vão assistir? Tem lista de jogos que são considerados como interesse público.

Globo MP > Flamengo x Globo é uma má visão, limitada. TV são parceiros de clubes de futebol, não tem como fugir. Dão visibilidade e alcance! São unha e carne.

A tendência é que a globo sempre se beneficie. A partir do momento que se faz uma nova negociação, vc pode fatiar todo o produto. A globo compra 5 jogos no mesmo horario para cada uma de suas praças RJ SP, etc… A possibilidade é de fatiar o mercado > nenhum jogo começando ao mesmo tempo (ocorre na Inglaterra), um jogo para TV aberta outro pra Sportv, GE.com, Premiere, etc… Todo mundo está acostumado com a globo (até o público), é difícil quebrar isso.

Bloco não consegue bater de frente com os 5 maiores do Brasil. Unica saída é bloco total, só ver a realidade nos estaduais.

viabilidade de transmissão STREAMING. Complicado. Comparar Globo xSBT ja mostra a diferença/poderio. Existe o caso do Benfica (domina 50% da torcida. É um caso inexistente no Brasil). Existe um excesso de otimismo no streaming. Falta entender torcida, perfil, tem gente que não gosta de futebol. Mesmo na Europa não existe streaming de jogos. Nicho, melhores momentos, entrevista, TV continua sendo maior parceiro.

Canais de clubes – PSG reteve em 2013 alguns direitos de imagens resumos de jogos. Canal digital Freemium, gratuitos (entrevistas) e premium (jogos). Preço ia mudando, chegou a ser 5 euros por ano. Forte tônica de entretenimento. Conteúdos divertidos

Benfica em 2008. Em princípio gratuito (precisando ser assinante da TV a cabo), com jovens jornalistas, barato em sua produção, experimentando em outras modalidaes (futsal e futebol já eram vendidos). Tudo o que se jogava na sede do clube era transmitido no canal. Benfica recebia 7,5 mi euro ano e achava que merecia receber 40. SPORTTV ofereceu 22,2 mi ano. Benfica recusou. Decidindo transmitir por conta própria e compraram direitos de outros campeonatos (incluindo a Premier League), passaram a cobrar uma mensalidade extra (como o PFC no Brasil), 10 euros por mês (9,90). 300 mil assinantes (10 mi de habitantes em Portugal e metade da população benfiquista) era o número, dizem que chegaram. A receita bruta que eles tiveram foi de 28,1 mi por ano, mas não inclui os custos de produção. Nomes caros do jornalismo, e direitos de transmissão da premier league, etc. 24 horas 7 dias por semana em 2 canais na TV.

Porto tem um canal de televisão não só desportivo. É local disputa Porto x Lisboa no nível nacional.

Outras coisas podem ser exploradas com conteúdo próprio além do produto principal que é o jogo! > sentimento, pertencimento, outras modalidades (futebol feminino), etc. Vamos investir nisso mesmo sem retorno financeiro? (somos um clube multidesportivo vencedor – depende da estratégia. Sporting CP tem apostado em diferentes modalidades. Ajuda a manter o torcedor feliz e pode trazer retorno). Investimento no longo prazo, FF pode ter esse “empurrãozinho” no começo para depois passar a dar retorno.

Gabriel Vaquer (procurar reportagens no UOL sobre o tema) (BUSCAR, talvez administrar)

Cronologia

Anos 90 aumento do valor das transmissões

Clube dos 13 – CADE (97-99) durou até 2010 o julgamento.

TV Fechada > Sportv + ESPN Brasil (anos 90) PFC de 1997

Anos 90 Man Utd (movimento de internacionalização)

Após, Turner

Depois de 2012 com a queda posterior de EI e Fox Sports a gente volta à realidade anterior

Até 2018 tinha que ter TV a cabo para assinar premiere. Agora vai surgindo o On Demand (EI Plus é pioneiro no on demand – Mundial de Handebol em 2015) Agora DAZN – primeiro de graça. PFC pode ser adquirido a partir de mídias móveis. Guigo TV. NBB em 2018 saindo em diferentes plataformas! MyCujoo.

Internet n tem regulação clara (marco civil da internet, que precisa ter regulação em cada ponto, seriam as leis complementares). Nesse sentido temos a “lei da TV fechada” mas necessidade de regular transmissão pela internet! Brigas recentes > FOX x CLARO. Fox Play (não pode de acordo com a claro pq o conteúdo é só para tv fechada). Proibição de propriedade cruzada!!! > N pode ter um superagente que negocia o sinal e programa. Globo era sócia de NET e SKY com beneficios para produtos GLOBOSAT. (Laboratório de políticas da comunicação – se quiser pesquisar mais)

de 2006 a 2011 com o clube dos 13 os times não cotistas receberam 6x menos do que os que mais recebiam (top5 – Fla Cor Spo Vas Pal recebiam os mesmos valores). A individualização em 2012 acentuou a diferença. Em 2018 a diferença bateu em 8x, com a turner caiu 6,5x

Fim do clube dos 13 aumentou o abismo que já existia no clube dos 13.

Atletiba Streaming!

MP984 18/06/2020

Turner sem MP tem mais capacidade, 56 para 152. Queria se livrar dos contratos, mas agora não mais.

Manifesto na semana do dia 25 de julho em prol da #leidomandante

MP do Flamengo no início

Rescisão da Globo com o Carioca

União > Aumentar muito, mas para para poucos inflaciona e inviabiliza.

Streaming > Custos de produção

Athletico x Fortaleza sem transmissão

https://www.uol.com.br/esporte/ultimas-noticias/2020/10/07/operadora-de-tv-paga-via-web-fecha-jogos-das-eliminatorias-da-copa-do-mundo.htm

STREMING VAI DEMOCRATIZAR KKKK

https://www.uol.com.br/esporte/ultimas-noticias/2020/10/08/turner-transmite-peru-x-brasil-e-avalia-comprar-pacote-das-eliminatorias.htm

RB “hackeou o sistema” Pisani – ela assinou com a globo até 24

Bellintani – MP foi surpresa, conversa direta entre Landim e Bolsonaro

Ter metade de uma nota de 50 não significar ter 25, significa ter 0.

A MP não é um avanço para o Bahia e sim para o futebol brasileiro.

10 clubes 90 jogos – modelo antigo

10 clubes 190 jogos – modelo MP

Não há jogos fora do mercado. Hoje mais da metade dos jogos não podem ser exibidos em TV fechada (8 com Turner, 11 com a Globo, 1 clubes não fechados com ninguem) Mais de 50% dos jogos fora da TV Fechada. Torcedores tem que ir para PPV (encarecimento).

“Você não pode comprar o direito de não ter a concorrência” (Globo não perdeu jogos) > Mas pô, sempre funcionou assim.

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A falta de evolução ofensiva do Corinthians

“O que você fez até hoje te trouxe até aqui. Para alcançar outros patamares é preciso fazer coisas diferentes e melhores”. Essa frase tão conhecida no mundo do coaching e tão verdadeira e de fácil aplicação na nossa vida serve hoje para o Corinthians. A equipe do técnico Fábio Carille teve um padrão de atuação e performance suficientes para ganhar o Campeonato Paulista, passar pelas quatro primeiras fases da Copa do Brasil e pela fase inicial da Copa Sul-Americana. Para desafios maiores, o time terá que produzir mais. Principalmente, na parte ofensiva.
A solidez da defesa corintiana não é novidade. As linhas compactas, invariavelmente em bloco médio e baixo, marcando por zona, flutuando sempre em bloco para o lado da bola já vem da década passada. No ano passado, com a saída de Carille, isso se perdeu um pouco, mas com alguns treinos, conversas e vídeos rapidamente o técnico do Timão retomou o padrão em 2019. O problema atual reside com a bola nos pés. Em momentos ofensivos – sejam eles de organização e/ou transição.
A discussão deve ir muito além sobre quem deve ser o centroavante. É claro que com um camisa 9 em boa fase as coisas tendem a ficar mais fáceis. Porém, não podemos resumir a falta de poderio ofensivo do Corinthians a má fase de Boselli, a queda e lesão de Gustagol e a indefinição de posição de Vágner Love. Faltam ideias, conceitos e modelos de ataque aos comandados de Fábio Carille.
O desenho da equipe do meio pra frente ainda está indefinido. Não se tem muito clara qual a posição de Ramiro, que atuou enquanto Júnior Urso estava lesionado, não se sabe quem são os meias pelos lados do campo – Clayson tem sido o mais consistente – e por dentro, Sornoza tem jogado por estar numa fase menos pior do que Jadson e só agora ambos têm a concorrência de Régis, que estreou contra o Grêmio. Saliento a importância das peças individuais porque todo modelo deve ser construído a partir dos jogadores. É insano para qualquer treinador tentar impor suas ideias sem respeitar as características de quem vai executa-las.
Fábio Carille sabe muito bem que passou da hora de evoluir individual e coletivamente os mecanismos ofensivos do time. Seja qual for a maneira mais usual de atacar – posicional, jogo direto, contra-ataque, etc – ela deve estar somatizada nos jogadores, assimiladas como comportamentos para que sejam bem executadas em campo. Hoje, com esse jeito aleatório de atacar, o Corinthians será engolido por equipes melhor preparadas.
 
 

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Uma pequena homenagem aos que voam sonhando