Categorias
Sem categoria

Mais jogadores à frente da linha da bola: nenhum gol em casa, três feitos na Allianz Arena e cinco sofridos no San Siro

Leitores,

Este é meu texto de abertura como colunista da Universidade do Futebol. Antes de iniciar as questões táticas referentes ao tema desta semana, gostaria de agradecer a indicação do treinador Rodrigo Leitão, a quem substituo, parabenizá-lo pelas mais de quinhentas páginas (muito bem escritas) sobre assuntos direta ou indiretamente relacionados ao futebol e, também, agradecer ao convite feito pela Universidade do Futebol, que foi orgulhosamente aceito por mim.

Estou ciente da responsabilidade e, desde a primeira coluna, comprometo-me a manter a qualidade dos temas discutidos, obviamente com a minha identidade, além de proporcionar ambientes de discussão a partir de conteúdos teórico-práticos da modalidade.

A organização ofensiva de uma equipe pode ser construída de diferentes maneiras. Com estruturas fixas, móveis, com jogo apoiado, vertical, com predomínio de finalizações a curta ou média distância, com cruzamentos, maior ou menor amplitude, penetrações frequentes, dribles, além de quaisquer outras ações que privilegiem a aproximação à zona de risco do adversário. Com a posse, é certo também que, quanto maior a quantidade de jogadores à frente da linha da bola, maiores são as possibilidades de criar linhas de passe verticais, vantagem numérica e obter êxito nas movimentações ofensivas para se aproximar do alvo adversário. No entanto, é importante lembrar que quanto mais jogadores participarem à frente da linha da bola, menos jogadores ficarão responsáveis pelo balanço defensivo da equipe.

Em cada um dos seus três últimos jogos na Champions League, a Inter de Milão, do técnico brasileiro Leonardo, apresentou comportamentos ofensivos distintos, influenciados por mudanças de plataforma, características e regras de ação dos jogadores, e que serão explicitadas a seguir.

No primeiro confronto da 8ª de final, contra o Bayern de Munique, a Inter foi a campo em um 1-4-3-2-1 como pode ser observado na imagem abaixo:


 

Durante todo o jogo a Inter defendeu com pelo menos oito jogadores atrás da linha da bola e, ao roubá-la, a passagem por Sneijder (que busca constantes desmarcações) era a melhor opção nas transições ofensivas. As que foram realizadas com passes longos beneficiaram a equipe alemã.

Na fase ofensiva, com a bola em seus pés, Sneijder tinha quase sempre somente duas opções: Stankovic, pela direita, tentando criar linhas de passe com menor agilidade que o holandês, e Samuel Eto’o, que incomodava ao menos três defensores alemães e recuava entre linhas defensivas do adversário para a função de pivô.

Veja, no pequeno trecho a seguir, duas ações ofensivas com a participação dos meias e do atacante da equipe italiana:
 


 

Num jogo em que a equipe de Milão não se expôs ofensivamente, atacando com poucos jogadores, criou três chances de gol a partir de bola parada, outros três em transições ofensivas, sendo duas com Cambiasso e uma com Maicon, além de uma finalização de Kharja após mais uma bem sucedida função de pivô, seguida de assistência, feita pelo Eto’o.

O placar do jogo, como todos sabem, foi 1 a 0 para os alemães com uma falha (que nem todos sabem) que não foi exclusiva de Júlio César.

No confronto seguinte, em Munique, mudanças na equipe nerazurra: 1-4-2-3-1, entrou Pandev, saiu Zanetti e a necessidade da vitória para permanência na competição. Ao longo do jogo, ao invés de dois jogadores à frente da linha da bola, o meia criativo Sneijder tinha três (Pandev, Stankovic e Eto’o). Mais ofensivos, apoiavam ao ataque em amplitude Maicon e Chivu, dando espaços para Ribery e Robben nas transições.

Como foi escrito anteriormente, com mais jogadores à frente da linha da bola, “maiores são as possibilidades de criar linhas de passe verticais, vantagem numérica e obter êxito nas movimentações ofensivas”. Logo no início da partida, 1 a 0 Inter.
 


 

Ainda no primeiro tempo, o Bayern empatou em um rebote que Gomez aproveitou depois de jogada individual e finalização de Robben e virou após um passe que foi mal interceptado e sobrou para Müller deslocar o goleiro. Mais duas chances claras de gol foram criadas em transições ofensivas, com Gomez e Ribery, porém, o primeiro tempo terminou 2 a 1 para a equipe local.

No segundo tempo, a entrada de Philipe Coutinho e a maior mobilidade com a equipe em posse aumentaram o desempenho ofensivo dos italianos que, numa jogada com três jogadores à frente da linha da bola e a função de pivô de Eto’o, terminou em finalização de Sneijder e empate no placar:
 


 

O poder ofensivo dos alemães não foi o mesmo da etapa inicial. Robben foi substituído, a mobilidade ofensiva da Inter não resultava em finalizações, com exceção de um chute de Pandev e, aos 42 minutos, Eto’o (aquele que incomodava ao menos três defensores) recebe um chutão de Sneijder e novamente na função de pivô serve Pandev, que finaliza sem chances para Kraft: 3 a 2 Inter e vaga nas quartas de final.
 


 

O adversário, Schalke 04, “modesto” 10º colocado do Campeonato Alemão. A mídia e alguns dos jogadores imaginavam um duelo relativamente fácil, creditando vantagem à equipe italiana, que jogaria no San Siro. Lúcio, suspenso, deu entrevista pedindo humildade, entretanto, agradecia o sorteio e o não chaveamento com Real ou Barça pós-classificação.

Com nova alteração na plataforma e jogadores, saíram Lúcio e Pandev e entraram Zanetti e Milito, com a equipe distribuída em campo no 1-4-4-2 (losango), como mostra a figura abaixo:


 

Assim como na vida, as explicações do futebol são complexas e, seguramente, o resultado obtido em um jogo não advém somente da quantidade de jogadores à frente da linha da bola. No duelo da última terça, em que a todo o momento as opções ofensivas de Sneijder eram pelo menos quatro (Milito, Eto’o, Stankovic/Kharja, Cambiasso, e às vezes Maicon e Thiago Motta), o excesso de exposição ofensiva e a lentidão (física, técnica, tática e emocional) nas transições defensivas facilitaram o jogo apoiado do Schalke que, nesta ordem, fez um gol de bola parada, um a partir de transição ofensiva, dois gols a partir de posse em progressão e, o último, também em transição ofensiva.


 

Como exemplo, veja o segundo gol dos alemães, no fim do primeiro tempo, construído em uma transição ofensiva alemã, em que o volante Thiago Motta saiu do seu s
etor e, após a perda da bola e fragilidade no balanço defensivo, o atacante do Schalke Edu recebeu um belo passe e empatou o jogo.
 


 

O placar final todos já sabem: 5 a 2 e uma boa vantagem (adquirida e não creditada) para o jogo de volta.

O desempenho da equipe italiana (e não somente o resultado) traz algumas reflexões:

– Eram necessários tantos jogadores à frente da linha da bola, considerando que Lúcio estava suspenso e a performance defensiva da equipe poderia ser prejudicada?

– Milito ocupou o espaço (e fez a função) que Eto’o vinha ocupando nos jogos anteriores?

– Com Eto’o predominantemente na faixa lateral esquerda do campo, a função de pivô foi eficaz?

– Com a expulsão de Chivu, Eto’o não poderia ocupar um espaço no meio-campo, como já o fez com Mourinho?

– Kharja ou Philipe Coutinho?

– Sneijder “para de pensar” quando está perdendo?

Essas reflexões (e muitas outras) Leonardo e sua comissão técnica terão que fazer para definir o comportamento da equipe no que será o jogo do ano para a Internazionale. Uma das grandes características deste time (transições ofensivas com rápida aproximação ao alvo oponente) pode não ser possível com um adversário que classifica perdendo por até três gols de diferença. Pelo que apresentou nas últimas partidas, faltam características no comportamento da equipe (e jogadores) para a construção de um jogo apoiado. O Schalke, de mero coadjuvante das quartas, passou a forte candidato das semifinais, creditado(???) por ter goleado a atual campeã do torneio.

No futebol, assim como na vida, as explicações são complexas…

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br  

Categorias
Sem categoria

Caso Neymar

Caros amigos da Universidade do Futebol,

vimos nesta semana o caso das expulsões dos atletas do Santos em jogo válido pela Copa Libertadores da América de 2011. O que nos chamou mais a atenção foi o do Neymar, que, não tendo praticado qualquer ato que pudesse representar ofensa ao árbitro, adversários ou torcedores, acabou sendo punido com o segundo cartão amarelo e, consequentemente, com a expulsão do jogo.

E, de fato, o árbitro não errou. Ele simplesmente cumpriu a regra e a orientação da Fifa, que decorre da evolução histórica da entidade.

Com a evolução da comercialização do jogo, o órgão máximo do futebol mostra-se, a cada dia, mais preocupado em agradar seus parceiros comerciais. Essa é uma tendência de qualquer organização esportiva, a exemplo do que há muito ocorre nos Estados Unidos, mestres em agradarem os sponsors.

Com o passar dos tempos, algumas empresas conseguiram usar a imagem do futebol para promover suas marcas de forma gratuita. É o fenômeno hoje conhecido por “marketing de emboscada”.

Essa prática acontecia, entre outros momentos e locais, no ato do gol, momento máximo desse esporte. Jogadores levantavam os uniformes e mostravam mensagens de cunho comercial de empresas que não aquelas patrocinadoras oficiais do evento ou dos organizadores.

Para coibir essa prática, a única alternativa era punir aqueles que se envolviam com ela e sobre os quais os organizadores possuem alguma relação contratual ou institucional; nesse caso, os jogadores. Para tanto, incluiu nas regras do jogo que os atletas não podem utilizar nada que não for previamente aprovado pelos organizadores.

Essa norma consegue proibir a conduta indesejável, mas, por outro lado, pune um atleta desavisado que aparentemente não procurava promover qualquer ação de marketing de emboscada.

É por isso que os jogadores devem sempre procurar ler e entender todas as regras do jogo, para evitar prejuízos aos seus clubes. O jogo é hoje um negócio, e o Santos fora da Libertadores representa um grande prejuízo ao clube.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

O dilema da profissionalização – parte I

Já virou papo de botequim. O dilema da profissionalização no futebol brasileiro caiu na boca do povo e é tratado hoje quase que no mesmo tom do folclore que abarca a modalidade. Não são raros os casos em que dirigentes se tornam tão celebridades quanto os festejados jogadores e treinadores de sua equipe.

Na coluna desta e da próxima semana abordarei a questão da famigerada profissionalização no futebol para tentar entender por que ela é tão difícil de ser aplicada, mesmo com toda a informação disponível atualmente.

Em primeiro lugar cabe uma pergunta, que pode ser considerada chave para este ensaio: como? Exatamente, o “como” deve permear a nossa esfera de raciocínio, pois devemos considerar, neste caso, dois aspectos: (1) a capacitação e capacidade de atuação profissional; (2) a disponibilidade de profissionais no mercado.

Pela capacitação e capacidade de atuação, é possível perceber uma lacuna entre a área da educação física/ciências do esporte com o conhecimento sobre as ciências humanas, nomeadamente a administração, economia, marketing, contabilidade etc., e vice-versa.

Os profissionais formados na área da educação física devem buscar um aprofundamento paralelo ou posterior na gestão, enquanto que aquele formado em administração precisa completar seus estudos com conhecimentos sobre esporte – o que retarda bastante a formação e entrega para o mercado de pessoas com tal capacitação.

Depois, que são poucos os cursos de especialização que operam com qualidade suficientemente boa a ponto de suprir a demanda – até porque, por se tratar de uma área de conhecimento relativamente nova, os formadores são provenientes do mercado, apresentando vez por outra estudos de caso pelas suas práticas, ou seja, conhecimento tácito. O conhecimento explícito da gestão do esporte no Brasil ainda está por se construir efetivamente.

A lacuna da capacitação surge, portanto, da inexistência de cursos de graduação na área de gestão do esporte. Esse fato, por sua vez, está estreitamente ligado ao segundo aspecto, que é a disponibilidade.

Por disponibilidade basta levar em conta que não há tantos profissionais disponíveis e capacitados quanto todas as necessidades que o mercado apresenta. O “apagão da mão-de-obra” no Brasil também tem sido abordado com certa ênfase por especialistas da área de recursos humanos, em todas as áreas de conhecimento, alavancado sobretudo pela aceleração da economia que é incompatível com a negligência histórica que se tem com a educação no nosso país.

Assim, de nada adianta querer e sonhar com a profissionalização do esporte se no ambiente externo não há expertise suficientemente capaz de atender a complexidade e multidisciplinaridade do mundo esportivo. A frase que traduz um pouco isso é mais ou menos como: “se não gosta de nosso trabalho no clube, então venha e faça melhor”.

Lógico que a frase pode se apresentar com uma visão míope em um primeiro momento (até porque ela já foi falada algumas vezes por velhos dirigentes que, sem argumentos de defesa, preferem o ataque), uma vez que, em não havendo conhecimento e pessoas disponíveis, é plenamente possível a organização assumir esse papel e formá-las, como fazem algumas empresas, com a criação de universidades corporativas, bastando boa vontade para isso – temos inclusive exemplos no Brasil desse tipo de ação, como o Internacional, de Porto Alegre e também na Europa, com o Real Madrid, apenas para citarmos alguns modelos.

É que somado a tudo isso temos um pequeno problema (ou solução): a questão cultural dos clubes. Mas este assunto ficará para a próxima semana, quando falarei sobre a relação de identidade e passado com vínculo estreito entre as pessoas e as organizações clubísticas no Brasil.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

Choque de gestão no futebol: os cabelos estão arrepiados

“Ele é um excelente profissional, muito bom caráter, um homem sério, mas nós que convivemos no dia a dia achamos que é necessário fazer um choque de gestão”.

Com essa frase, a diretoria do Atlético Goianiense justificou a demissão de René Simões do comando da equipe, técnico que conseguiu evitar o rebaixamento no ano anterior e que liderava o campeonato estadual.

Virou moda.

Agora no futebol a onda é fazer um choque de gestão. Choque de gestão virou desculpa para fracasso, virou desculpa para erro e agora, ainda mais, virou justificativa para o famoso “me deu na telha trocar tudo”.

O futebol precisa, cada vez mais, de uma central de informações e recursos tecnológicos que auxiliem a avaliar, medir desempenho, e forneçam informações que possam ser transformadas em conhecimento.

Mas isso não basta, se as pessoas que decidem não souberem o que fazer com elas. Ou, o que é pior, tomarem decisões sem ao menos olhar para informações: o tal “choque” não fará nem cócegas.

Nos últimos anos vimos com frequência o termo ser utilizado no futebol. Atlético- MG já utilizou, Corinthians recentemente para justificar o fracasso da Libertadores, o Flamengo, o Goiás, enfim, tantos dizendo sem dizer.

O futebol precisa aprender com o mercado, porém, não adianta só fazê-lo no nome e da boca para fora. Choque de gestão, em resumo simples, remete a mudança no rumo e na forma de gerir, ou seja, o dirigente que o propõe deve estar amparado em informações para tomar tal decisão e não tomar a decisão e justificar com tal alcunha.

Como um choque de gestão pode ser aplicado se não existem parâmetros, critérios e ferramentas que possam avaliar os rumos? Um técnico com 70% de aproveitamento é alvo de choque de gestão, técnico invicto também, técnico rebaixado, técnico interino, enfim, toda mudança de técnico virou choque de gestão.

Independentemente do nome, é importante que as decisões de mudança de rumos, que nem sempre se concretizam com a simples mudança de uma peça (treinador), sejam amparadas com argumentos, informações, dados, análises, critérios, e não apenas no feeling de uns e outros.

O feeling é extremamente importante e não pode ser descartado, porém, os gestores do futebol brasileiro se apegam a ele como justificativa: “senti que era hora de mudar”.

Precisamos de critérios para tomar decisões. Se no futebol os resultados justificam tudo, vamos avaliar resultados, sejam eles de jogo, sejam eles de retorno de marketing, sejam eles de investimentos ou da natureza que for. Caso contrário, vamos ser todos eletrocutados com tanto choque à toa e continuaremos com nossos cabelos arrepiados.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

Guarani, 100 anos

O movimento que mais admiro de o Guarani não é a abertura monumental e famosa da ópera de Carlos Gomes. É o solo de Zenon, quando ultrapassou uma barreira vermelha de zagueiros colorados e avançou para fazer um dos três gols da vitória heroica contra o Internacional, no Beira-Rio, no BR-78. Driblou os rivais, superou a linha de impedimento, e começou a botar no mapa daquele Brasileirão uma camisa verde poderosa.


 

Haveria mais. O maestro catarinense bateria uma falta no Maracanã que abateria o Vasco. Daquelas que a gente diz que ele colocou com a mão. Mas foi algo mais para guardar nos olhos. Foi outra obra de arte daqueles arteiros artistas campineiros. Daquele exército caipira do ponta Capitão, daquela companhia de alegria do ponta de nome circense Bozó.

Daquele meia-direita de Seleção Brasileira de Morungaba, o menino Renato. Daquele centroavante ainda mais moleque de Araraquara, o genial Careca cabeludo. Careca por gostar de palhaço. Cerebral por jogar aos 17 anos de idade como se tivesse 17 de Brinco de Ouro. Jeito de gênio, ginga de craque que irritou Leão na primeira decisão no Morumbi e cavou o pênalti que começou a cavar a cova do gigante de verde na decisão do BR-78. Careca que pegou uma carona de Beto Fuscão e fez o gol da vitória por 1 a 0 em Campinas. A vitória do campeão brasileiro de 1978. O primeiro título do interior do Brasil. Dos maiores títulos da história brasileira.

Tinha o mineiríssimo Zé Carlos para comandar aquela tropa campeoníssima no meio-campo. Tinha a mineiridade de Carlos Alberto Silva para dirigir o time do banco. Tinha de quase tudo, tinha para poucos adversários. O Guarani só soube vencer na reta de chegada do BR-78. Quase fez a mesma coisa no BR-86, quando parou diante de um grande rival, e de uma arbitragem infeliz. Quase repetiu o feito no SP-88, mas houve uma Viola no meio do caminho para desafinar a festa.


 

Teve mais Guaranis para lembrar em 100 anos. Teve o de 1994, semifinalista do Brasileirão. Teve o de 1995, o de Djalminha, Luizão e Amoroso, mas o joelho deste impediu que o trio brilhasse. Alguns mais Guaranis foram dos melhores times que vi.

Mas, daí, com o tempo que foi dinheiro demais, executaram o Guarani. Não como se faz pelo mundo nas salas de concerto. Infelizmente, executaram de um jeito que quase não deu conserto. Nos últimos dez anos, mais descensos que acessos, mais acessos de raiva e abcessos administrativos que nomes, times e títulos para contar, não apenas para protestar em cartório.

Não está fácil fazer futebol no Brasil. No interior do Brasil, ainda mais. Mas quem fez a história do país a partir do interior não pode ficar reduzido a um time sem cara, a um clube sem alma, a um estádio esvaziado pela especulação imobiliária, comercial e futebolística.

Eu não quero mais só falar NenecaMauroGomesEdsonMirandaZéCarlosRenatoZenonCapitãoCarecaBozó sem vírgulas e espaços, como um só corpo, como um só timaço. Eu quero falar daqueles tantos times que, como amante do futebol, como palmeirense e como jornalista aprendi não só a admirar e respeitar.

Neneca (goleiro), Edson (zagueiro-esquerdo), Mauro (lateral-direito), Gomes (zagueiro-direito), Miranda (lateral-esquerdo) e Zé Carlos (volante); Capitão (ponta-direita), Renato (meia-direita), Careca (centroavante), Manguinha (meia-esquerda substituto do suspenso Zenon) e Bozó (ponta-esquerda do time campeão de 1978, na decisão no Brinco)
 

Também a temer.

Cada jogo no Brinco, cada visita ao meu estádio, cada partida que, independente da qualidade do time, eu sabia que veria um Bugre bravo e guerreiro.

Não apenas uma série de nomes que guardo na memória enquanto ela ainda me protege. Não quero mais ter de falar só do passado. Quero um presente do Guarani nestes 100 anos. Quero o Guarani de volta. Quero o futuro.

O grande final da obra campineira não pode apenas se encerrar em nosso peito. Vamos tocar essa sinfonia para frente. Vamos tocar o Guarani, não executá-lo. Vamos aplaudi-lo pelos próximos 100 anos.

Como? Não sei. Mas sei que um time que fez o que fez em 1978 pode muito bem refazer a história.

Para interagir com o autor: maurobeting@universidadedofutebol.com.br


*Texto publicado originalmente no blog do autor, no portal Lancenet.

Categorias
Sem categoria

O técnico

O Palmeiras de Felipão contra o Santos de Ganso, Neymar e cia. O jogo entre Santos e Palmeiras foi, invariavelmente, apresentado dessa forma pela imprensa paulistana. Além dessa forma de criar “donos” para os dois times, também esteve presente o básico “melhor ataque contra a melhor defesa. Quem levará a melhor?”.

Só que, na partida que terminou com vitória palmeirense, o que ficou claramente resolvido foi que a imprensa e, especialmente, os dirigentes de futebol da atualidade, precisam entender que a existência de um bom treinador é fundamental para um time vencer e, mais do que isso, poder ter algum futuro dentro de uma competição.

O bordão “ninguém se lembra do Lula como treinador do Santos de Pelé” é tão estúpido quanto acreditar que, naqueles tempos, a disposição tática dos times era absolutamente fundamental para decidir uma competição.

Nos anos 50, quando o futebol consagrava a profissionalização do atleta, treinador ainda era um bem de menor grandeza. Os astros eram unicamente os jogadores, que não se superavam tanto pelo vigor físico, mas principalmente pela qualidade técnica. Mesmo assim, o Santos de Pelé só dava absolutamente certo porque tinha, dentro de campo, uma série de jogadores que sabiam desempenhar funções táticas, sejam na proteção da defesa ou na armação de jogadas.

Mesmo naquela época, a Europa já consagrava a inserção da tática dentro do plano de jogo de uma equipe. A Hungria, da primeira metade da década, era uma prova dessa situação. A sua derrota na final da Copa do Mundo de 1954 para a Alemanha também foi fruto de um baile tático dado pelos alemães na partida decisiva.

Atualmente, com o desenvolvimento cada vez mais pleno do futebol em todas as suas áreas, pensar num time sem a presença de um treinador é impossível. Torna-se inconcebível crer que uma equipe possa ser bem-sucedida abdicando de ter, em seu quadro, um treinador.

Essa prova pode ser tirada na vitória palmeirense sobre o Santos. Por melhor que sejam os jogadores santistas, falta aos 11 que estão em campo um padrão de jogo, uma coerência tática. No outro lado, porém, sobra ao Palmeiras a parte tática, enquanto a questão técnica é sofrível. Por conta disso, o time consegue obter bom desempenho, mesmo com um time inferior ao do seu adversário.

Achar que treinador é um mero detalhe no futebol atual é um erro tão infantil quanto acreditar que “futebol bem jogado era o de antigamente”, outro jargão que costuma poluir transmissões e mesas-redondas país adentro.

O futebol mudou. Simplesmente essa é a diferença que permite que, lá no passado, o Santos fosse de Pelé. Hoje, o Santos de Neymar, Ganso e cia. nada mais é do que um punhado de excelentes jogadores tentando desordenadamente vencer seus jogos. Quando o rival é muito inferior a ele, o desempenho é obtido. Basta ter o mínimo de igualdade, porém, para tudo desandar.

O técnico é parte importante de uma equipe. Num time como o Santos de hoje, é a peça que falta para que a equipe seja, inegavelmente, a de maior qualidade do país. Como foi no primeiro semestre do ano passado.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Conteúdo Udof>Colunas|Sem categoria

It’s Showbol

O Showbol se populariza no Brasil há alguns anos, na esteira do apoio da TV paga.

Assim como o Beach Soccer – ou Futebol de Areia – na TV aberta também.

O casamento entre TV e futebol favoreceu a equação financeira que faltava para que a conta fosse paga pelos anunciantes e patrocinadores, grandes interessados em se associar aos eventos esportivos.

Assim, tal qual em outra atividade econômica, o dinheiro procura se acomodar onde encontra organização, segurança e retorno do investimento, após analisar e administrar os riscos envolvidos na operação.

E esses dois eventos já vêm cumprindo a lição de casa com muita competência, o que ratificou o interesse da TV em ser grande parceiro na promoção comercial de ambos.

Tanto é que, agora, já assistimos a uma aproximação junto aos grandes clubes de futebol, tanto do Brasil quanto da Europa, para que criem estas duas nova modalidades de forma oficial.

Um dos exemplos foi o Mundialito de Futebol de Areia, disputado, recentemente, em São Paulo, que contou com Flamengo, Vasco, Corinthians e Santos, além de Boca Juniors, Milan, Sporting e Barcelona.

Eventos como esse são muito bem organizados já há bastante tempo, e que contam com bastante entrosamento com a TV do Brasil e do exterior.

No outro, o Showbol, ainda pende a necessária transição para a oficialidade – e verdadeira legitimidade – do evento.

Isso porque os clubes ainda não outorgaram a licença de uso de sua marca para a exploração comercial dos direitos e propriedades inerentes às competições.

Algo bem simples de entender, mas nem tão simples de realizar: ou os clubes estão a favor ou contra o uso de sua marca.

Existe uma zona cinzenta na relação que, conforme for conduzida a coisa, pode significar algo bem atraente em receita para os clubes, os jogadores e ídolos do futebol envolvidos, ou sepultá-la como mais uma boa idéia executada de forma equivocada.

Tenho certeza que o caminho que o dinheiro seguirá para se acomodar será a melhor resposta a esta dúvida.

Para interagir com o autor: barp@149.28.100.147

Categorias
Sem categoria

It's Showbol

O Showbol se populariza no Brasil há alguns anos, na esteira do apoio da TV paga.

Assim como o Beach Soccer – ou Futebol de Areia – na TV aberta também.

O casamento entre TV e futebol favoreceu a equação financeira que faltava para que a conta fosse paga pelos anunciantes e patrocinadores, grandes interessados em se associar aos eventos esportivos.

Assim, tal qual em outra atividade econômica, o dinheiro procura se acomodar onde encontra organização, segurança e retorno do investimento, após analisar e administrar os riscos envolvidos na operação.

E esses dois eventos já vêm cumprindo a lição de casa com muita competência, o que ratificou o interesse da TV em ser grande parceiro na promoção comercial de ambos.

Tanto é que, agora, já assistimos a uma aproximação junto aos grandes clubes de futebol, tanto do Brasil quanto da Europa, para que criem estas duas nova modalidades de forma oficial.

Um dos exemplos foi o Mundialito de Futebol de Areia, disputado, recentemente, em São Paulo, que contou com Flamengo, Vasco, Corinthians e Santos, além de Boca Juniors, Milan, Sporting e Barcelona.

Eventos como esse são muito bem organizados já há bastante tempo, e que contam com bastante entrosamento com a TV do Brasil e do exterior.

No outro, o Showbol, ainda pende a necessária transição para a oficialidade – e verdadeira legitimidade – do evento.

Isso porque os clubes ainda não outorgaram a licença de uso de sua marca para a exploração comercial dos direitos e propriedades inerentes às competições.

Algo bem simples de entender, mas nem tão simples de realizar: ou os clubes estão a favor ou contra o uso de sua marca.

Existe uma zona cinzenta na relação que, conforme for conduzida a coisa, pode significar algo bem atraente em receita para os clubes, os jogadores e ídolos do futebol envolvidos, ou sepultá-la como mais uma boa idéia executada de forma equivocada.

Tenho certeza que o caminho que o dinheiro seguirá para se acomodar será a melhor resposta a esta dúvida.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

A ocupação transreferencial do espaço de jogo: minha coluna de despedida

Em oportunidades anteriores discuti conceitos referentes à ocupação do espaço no jogo de futebol.

Dediquei-me a explorar alguns aspectos básicos desta ocupação na perspectiva dos sistemas ofensivo, defensivo e de transições.

Em linhas gerais escrevi sobre a necessidade de que sejam construídas referências individuais e coletivas que orientem as ações dos jogadores de forma grupal, setorizada e/ou como equipe.

Pois bem.

As referências norteadoras da ação dos jogadores nada mais são do que conceitos balizadores que dão significado ao movimento de cada um dos membros da equipe.

Elas dão uma noção coletiva para as respostas circunstanciais aos problemas emergentes do jogo.

Tem se destacado, como referência central na construção de uma ocupação organizada do espaço, especialmente em países como a Espanha, Portugal, Itália, França, Inglaterra e Holanda (e nas categorias de base no Brasil), a zonal.

Chamo a atenção, no entanto, para o fato de que talvez sejam aquelas que contemplam uma ocupação híbrida do espaço de jogo (individual e zonal ao mesmo tempo, o tempo todo – o que é diferente de uma ocupação mista), as que podem garantir sustentação menos abalável da organização sistêmica de uma equipe (dentro das suas regras de ação).

A ocupação híbrida do espaço de jogo é, obviamente, mais elaborada, dentro do processo de construção do jogar.

Essa “elaboração” lhe dá maior nível de complexidade – o que a torna menos sensível e suscetível aos ruídos sistêmicos e aos atratores estranhos.

Há características daquelas individuais e também das zonais, ao mesmo tempo, na mesma circunstância, de maneira que emirjam e se expressem mais características da que resolverá melhor o problema que se apresenta no momento.

Ela tem como variáveis de controle e distribuição da atenção, ao mesmo tempo, a bola, o espaço, os adversários, os companheiros de time, setor, ou grupo, além é claro das metas (os alvos, os gols) de defesa e de ataque.

Esperemos para ver equipes com referências assim.

Não sei se no Brasil – porque a construção delas demanda tempo, e sabemos como as coisas são por aqui; ao menos nas equipes profissionais.

Quem sabe nas categorias de base. Quem sabe?!


Minha despedida

Gosto de números, de Matemática – e talvez por isso, goste muito de Física…

Gosto também de quantificar as coisas.

Esse gosto me fez descobrir que escrevi, como colunista da Universidade do Futebol, mais de quinhentas páginas em texto.

Minha 1ª coluna foi ao ar no dia 30 de junho de 2007.

Para cada uma das que escrevi, recebi em média 88 e-mails, com comentários, incentivos, sugestões, críticas ou tentando solucionar dúvidas.

Li quase todos, mas consegui responder a menor parte deles.

Não foi a falta de compromisso, nem desrespeito com os leitores.

Foi dificuldade com o tempo.

Ah tempo… Que passa, que presenteia, que castiga. Implacável tempo, que quem sabe, nem existe.

Aprendi muito escrevendo, muito mesmo, inclusive sobre o tempo.

Foi uma grande jornada, mas apenas para os passos iniciais, porque considero que dentro do caminho que tracei para me deliciar com a vida, essas mais de quinhentas páginas representam apenas parte dos passos iniciais.

Continuarei na, e com a Universidade do Futebol, mas agora escrevendo colunas táticas ou “especialmente temáticas”, quinzenalmente. Entrarei para o grupo de colunistas especiais, do qual faz parte o sábio professor Manuel Sérgio.

No meu lugar, assume o professor Eduardo Barros. Sei que vão gostar e aproveitar suas ideias e seu conteúdo.

Então, agradeço a todas as pessoas, que direta ou indiretamente, têm alguma ligação com minhas colunas ou com minha história na Universidade do Futebol.

E, especialmente:

Ao inteligente amigo Luis Gustavo (o “Sugar Free”, do Café dos Notáveis), mais uma vez meus sinceros agradecimentos por todas as contribuições.

Ao amigo e competente profissional Emerson Sereda (perdoe-me a ausência), obrigado pela lealdade e pelo apoio permanente.

Aos amigos do grupo de estudos, Leandro Zago (do qual com orgulho serei padrinho de casamento), Fernando Rossini e Bruno Baquete.

Ao professor Alcides Scaglia e ao professor João Paulo Medina pelas oportunidades e pelos saborosos debates.

Ao amigo Conde Tega, por compartilhar sua ímpar visão estratégica e pelo apoio de sempre.

Ao criativo e surpreendente Gheorge Randsford, por todo o contagiante entusiasmo.

À minha doce e amada Vanessa pelo incansável ouvido.

Por fim, agradeço a todos os leitores. Tudo nasce a partir de vocês. Muitíssimo obrigado!!!

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

Categorias
Sem categoria

A odisséia dos jogos de futebol no Brasil

No último domingo, estive no estádio João Havelange acompanhando o clássico Vasco e Fluminense e me deparei com a realidade descrita por muitos jornalistas e pessoas que anteriormente haviam frequentado o “novo-velho” estádio: a fantástica capacidade que temos de rasgarmos dinheiro público.

Esteticamente o espaço esportivo até tem seus predicados, não podemos negar. Mas ainda temos dificuldade em construir uma instalação que acompanhe o desenho do entorno em que está localizado, além de dar algum conforto para aqueles que o frequentam em dias de jogo.

Visitei alguns estádios na Europa, boa parte deles em Portugal – e aqui cabe um parênteses: vamos lembrar, em um primeiro momento, da fragilizada economia portuguesa, que há anos agoniza com manobras econômicas e agora deflagra uma crise que, se acompanhada por outros países como Espanha e Itália pode tomar de assalto todo o velho continente e, em um segundo aspecto, que temos uma cultura e identidade bastante estreita e parecida com a dos nossos colonizadores, motivo pelo qual qualquer comparação com as arenas construídas naquele país para a Eurocopa de 2004 não se tratará de um modelo longe da nossa realidade.

Nestes espaços que conheci, mesmo com a obsolescência de algumas obras em pequenas cidades lusitanas que foram sede de jogos na Euro 2004, todo o ambiente em volta comunicava com a praça esportiva.

O Estádio do Sporting, o Alvalade XXI (para sairmos de modelos mais famosos como o estádio da Luz, do Benfica, ou o estádio do Dragão, do Porto), é o ponto de referência para uma região que abriga uma área residencial importante e que oferece ali zonas comerciais para atender a localidade. Isso sem falar na estação de metrô e terminal urbano de ônibus anexo ao estádio, que contribui significativamente para a mobilidade urbana da região.

Na Amsterdam Arena, que é o estádio do AJAX, a praça que margeia a instalação está repleta de espaços comerciais, deixando o ambiente bastante agradável desde a chegada na estação de trens, passando pela caminhada de pouco mais de um quilômetro até as arquibancadas do estádio.

Por isso fico ainda espantado em chegar a uma arena dita moderna como o Engenhão e me deparar com vendedores ambulantes, com um prédio horrendo e que ocupa uma quadra inteira em volta do estádio (que me disseram ser tombado pelo patrimônio histórico por ter abrigado ali uma fábrica de trens anos atrás – inclusive pensei, ironicamente: “acho que nas próximas visitas ao Rio de Janeiro as pessoas devem deixar de visitar o Cristo Redentor para conhecer a tal antiga fábrica de trens.

Hão de encontrar coisas fantásticas e inesquecíveis por lá” – perde-se aí uma grande oportunidade de abrir espaço, valorizar a arquitetura do Engenhão e explorar comercialmente o local, deixando o ambiente mais agradável), estacionar o carro em um terreno baldio (por ninguém ter recomendado ir de transporte público até o local), ter péssimos serviços oferecidos dentro da arena e, para completar, com cadeiras desconfortáveis, inadequadas segundo o caderno de encargos da Fifa e discutíveis em termos segurança.

É bom dizer que os vendedores ambulantes só estão lá porque os serviços “oficialmente oferecidos” são, como citado, do mesmo nível ou pior que os clandestinos.

Vejam que nem quis entrar no mérito da segurança pública, por se tratar de um problema de Estado e não estar diretamente atrelado ao ambiente urbano-esportivo. Também preferi não fazer referências sobre a utilização da arena para outros fins que não somente o futebol, como forma de rentabilizar o espaço por meio de shows, eventos, congressos etc.

A reflexão serviu mais para ressaltar, novamente, mesmo com muita gente batendo nessa tecla (e não podemos aqui nos furtar de fazê-lo como cidadãos com algum senso crítico), como gastamos mal o dinheiro público. E de pensar que tudo o que se gastou e investiu na obra e na propaganda dele está longe de ser motivo de orgulho e satisfação para as pessoas que moram em volta, tendo uma aberração de estádio como aquele na sua porta… E de lembrar que essa discussão é velha, antiga, batida e os erros se repetem ano após ano… E de pensar que o Engenhão, com tudo que foi gasto, não estará na Copa de 2014… E de saber que será ainda reformado para as Olimpíadas 2016, com mais investimento de dinheiro público… E é melhor nem entrar no mérito da discussão para saber como atletas, imprensa e público em geral chegarão lá para as competições…

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br