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Mais do mesmo

“De onde menos se espera, daí é que não sai nada”. Com essa máxima proferida anos atrás pelo Barão de Itararé é que iniciamos essa coluna para uma síntese e análise do caso Ronaldinho Gaúcho, que teve um capítulo final nesta semana com a assinatura de contrato com o Clube de Regatas do Flamengo.

Justifico a associação da frase ao caso que tomou conta de todos os noticiários do país nos primeiros dias de 2011 pelo histórico de todos os envolvidos: clubes (neste caso, generalizando e incluindo o clube italiano), atleta e o seu empresário. Assim, não deve ser motivo de espanto todo o circo que foi formado e teve como pano de fundo o retorno do ex melhor do mundo para o Brasil.

Pelo lado dos clubes, é intrigante o fato de agremiações centenárias, com marcas valiosíssimas, continuarem a não se auto-valorizar, em um momento que o profissionalismo tem sido uma palavra de ordem em terras tupiniquins. É lamentável o fato de os clubes terem se reduzido e rebaixado tanto, entrando nas amarras de um leilão que só foi benéfico para o bolso da família Assis Moreira (e péssimo para a imagem do craque – fato que foi muito bem narrado por Erich Beting na sua coluna de segunda-feira).

Aí me pergunto: para que serve o Clube dos 13 nestes momentos? Quando é que os clubes vão entender que fazem parte do mesmo mercado e negócio? Não seria esse um bom motivo para os clubes se reunirem e dizerem: “Ronaldinho não joga no Brasil em 2011”, preservando a superioridade das entidades em detrimento das pessoas?

Será que é tão utópico querer que os clubes raciocinem pelo todo do mercado do futebol e não simplesmente pelos interesses individuais e de momento, que se mostram prejudiciais no longo prazo? O carnaval que se criou apenas comprova o motivo pelo qual os clubes estão nas mãos dos empresários. Por não serem minimamente unidos e organizados, prevalece aquele que tem maior “esperteza” de mercado, sabendo que o termo “esperto” pode denotar dupla interpretação: pelo lado da inteligência conjugado com o da honestidade (ou falta dela).

O caso também mostra que a escolha de um empresário por parte de um atleta pode ser o divisor de águas entre a preservação de sua própria imagem ou a degeneração dela com o tempo. E como ter pessoas despreparadas em seu círculo de influência acaba sendo um risco de consequências difíceis de mensurar.

Sem mais delongas para um caso que cansou e foi amplamente debatido, por inúmeros especialistas. Que Ronaldinho reencontre seu bom futebol, se isso ainda for possível, dentro das quatro linhas e que vejamos mais notícias do craque nas páginas esportivas dos jornais e muito menos nas páginas sociais.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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Lições gaúchas

A novela envolvendo a contratação de Ronaldinho Gaúcho por algum clube brasileiro deveria ser usada como exemplo de como destruir a imagem de uma pessoa em menos de uma semana.

Ronaldinho não deveria deixar se tornar pública qualquer negociação em torno de sua volta. Ronaldinho não deveria ter sido tão omisso durante esse processo de definição de destino. Ronaldinho não poderia, em meio a um processo de escolha, mostrar tanto descuido com a sua imagem. Ronaldinho deveria ter se preocupado com a imagem que deixaria ao flertar com todos e não acertar com ninguém.

Mas não é só o jogador que erra. Tem ainda o seu empresário, o irmão Assis (que também foi craque de bola, mas péssimo fora das quatro linhas), que não se omite de maneira alguma, mas toda vez que aparece para falar, mostra o quão despreparado está para tratar da gestão da carreira de seu irmão.

Mas ainda tem a imprensa, que dá corda, aceita a palavra de qualquer um (clube, jogador, empresário, dirigente, papagaio, cachorro, galinha…) para formular teses brilhantes e publicar nos sites, jornais, rádios e televisões. A falta de compromisso com a informação (e, consequentemente, com o consumidor) dá lugar à necessidade de compromisso com a audiência (e, consequentemente, com o patrão).

E, claro, no meio disso tudo fica o torcedor, inflamado pelas teses mirabolantes da mídia, pelos discursos de ego ferido dos dirigentes, pela paixão irracional que consome qualquer apaixonado.

Com tanta lengalenga, algumas lições ficam claras.

Enquanto a imprensa não for crítica na concentração de esforços para determinar o que é, de fato, notícia, continuaremos a nos deparar com histórias sem-fim como a de Gaúcho e seu destino.

Uma coisa, pelo menos, está mais do que clara. O apetite do jogador para dar a “volta por cima” em gramados brasileiros é tão grande que ele não sai das churrascarias…

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br  

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Tragam-me a cabeça de Ronaldinho Gaúcho

Ronaldinho Gaúcho já não é mais o mesmo jogador que brilhou no Barcelona e foi escolhido o melhor do mundo pela Fifa.

Em sua passagem pelo Milan, chegou como protagonista e saiu como coadjuvante.

Seu futebol já não faz mais nutrir paixão e amor – no Barça, até devoção – que as torcidas europeias valorizam e que a indústria do futebol por lá sabe que é motor de títulos e de receita nos cofres.

Filmes no mundo do futebol, com Ronaldinho, têm sido muito caros de se rodar e, há um certo tempo, não são garantia de bilheteria. Entretanto, a indústria de futebol no Brasil se encontra na que está sendo chamada Década de Ouro do esporte no país.

Os eventos esportivos de vulto já movimentam a máquina de patrocínios e investimentos que abastecem o cofre dos clubes, que precisam rodar seus filmes em boas salas de cinema (novos ou reformados estádios), com bons diretores (treinadores muito bem pagos, até demais), atores de primeiro escalão (jogadores), roteiros muito bem escritos (competições organizadas, disputadas e valorizadas pelo prestígio e pela premiação), para também aumentar o número e frequência dos espectadores (os torcedores que, cada vez mais, se pretende que sejam sócios do clube).

Eis que Flamengo, Palmeiras, Grêmio e Corinthians entraram na disputa por Ronaldinho, considerando que o jogador seria um vetor importante neste círculo virtuoso.

Muito dinheiro está envolvido na negociação que, quando escrevo, ainda não se deu por encerrada junto ao Milan, ao jogador e seu irmão-procurador, Assis, e o clube que lhe deseja em 2011 no Brasil.

Paixão e dinheiro são grandes combustíveis no futebol em todo o mundo, mas podem se tornar combinação explosiva se excluída por completo a reserva de racionalidade que existe nas melhores decisões.

Sam Peckinpah, cineasta americano conhecido como Poeta da Violência, rodou Tragam-me a cabeça de Alfredo Garcia, contando com paixão, dinheiro e violência no enredo.

Alfredo Garcia é o homem que engravidou a filha de um poderoso e brutal latifundiário mexicano. O coronel promete uma recompensa de 1 milhão de dólares a quem lhe trouxer sua cabeça.

Na busca, dois capangas convocam um pianista e garçom de bar, Bennie, que conhece e detesta Garcia, por disputar com ele o amor de uma prostituta, Elita. Ela lhe diz que Garcia já está morto. Elita é então convencida a levá-lo até o cemitério e profanar o túmulo para retirar a cabeça.

Acontece que muita gente está nos calcanhares do casal para levar a cabeça de Alfredo Garcia ao poderoso e desfrutar da recompensa. Bennie sabe que é a melhor chance de que sua vida mude de rumo para melhor, com dinheiro no bolso e a mulher que deseja a seu lado.

Ronaldinho Gaúcho e seu irmão talvez achem o mesmo – que pode ser a última chance na carreira de que firme um belo contrato e tenha vida confortável aqui no Brasil, jogando por um clube local.

Procura-se a cabeça de Ronaldinho Gaúcho.

Por muito, muito mais de 1 milhão de dólares.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Métodos inovadores de treino: melhor caminho para a vitória?

Onde está o segredo da vitória?

Quando “moleque”, ainda sem nem sequer imaginar que um dia trabalharia, estudaria e pesquisaria futebol, já me parecia óbvio que em um jogo, o melhor sempre venceria o pior. Para mim, estava claro que, fosse no voleibol, basquetebol, futsal, ou qualquer outro jogo, como claro, o futebol, a melhor equipe sempre venceria confrontos contra suas adversárias mais fracas.

Ora, em um campeonato de futebol profissional, por exemplo, sempre haveria três ou quatro equipes que se equilibrariam mais, em que as partidas entre elas poderiam ser ganhas, vezes por uma, vezes por outra, mas que em geral, contra as outras tantas participantes da competição, seria inevitável que vencessem.

O tempo foi passando, e fui percebendo que algumas (ou muitas) vezes nem sempre aquelas equipes, que eram tidas como melhores ao julgamento do senso comum e dos especialistas, eram realmente as que venciam seus jogos contra os adversários tidos como mais fracos (aprendi inclusive o que as tais “zebras” anunciadas pelos comentaristas na TV eram mais frequentes do que deixavam a gente perceber).

Em algum momento, não sei ao certo qual, comecei a notar que, frente a resultados tidos como inesperados (quando o “melhor” perdia para o “pior”), a mais comum explicação que se tinha dos próprios profissionais do futebol era a de que “no futebol é necessário sorte”, ou de que naquele dia “nada deu certo”, ou ainda que “a equipe ‘A’ jogou melhor. Só faltou o gol”.

Só faltou o gol?

Em contraponto a esse tipo de explicação, ouvia com frequência de alguns treinadores que ganhavam um título aqui e outro ali, que o segredo do sucesso estava em trabalhar: “quanto mais trabalho, melhor resultado”.

Muitas vezes esses treinadores também perdiam. Teriam trabalhado menos do que seus pares? E aí, não tinha jeito. A explicação padrão vinha à tona: culpa da arbitragem, dia ruim, falta de sorte, falha do goleiro.

Pois bem. Um dia ficou claro para mim, que algumas coisas deviam estar passando despercebidas ou estavam sendo simplesmente ignoradas pelas pessoas que faziam do futebol sua profissão. Parecia-me óbvio que o êxito ou o fracasso poderiam sim ser controlados em um jogo – ou ao menos, que as chances de um ou de outro acontecer poderiam ser aumentadas (vitória e derrota não eram obra do acaso; ou pelo mesmo não do acaso como era conhecido). Parecia-me óbvio que o desconhecimento sobre como manipular esta “chance” fez surgir a crença de que isto era impossível.

O tempo passou e muitas coisas se transformaram. Cada vez mais pessoas buscaram (e continuam buscando) entender as vitórias e as derrotas no futebol.

O “carro chefe” das investigações, hoje, tem sido o modo de se treinar (de maneira que os debates, sobre o tema, têm se transformado em grandes batalhas). Tenho estudado a fundo o futebol em diversas de suas dimensões. Sou um dos defensores da necessidade de que novos paradigmas emirjam, avancem e se consolidem. Não posso, no entanto, atribuir, única e exclusivamente ao modo de se treinar, a causa da vitória ou da derrota.

Muitos campeões atingiram o topo se utilizando de caminhos bem diferentes – e aí incluo, métodos bem tradicionais de treinamento. Claro, não estou com isso defendendo que qualquer coisa funcione para alcançar o êxito desportivo. O que quero destacar e deixar visível, é que o rendimento no futebol depende ao mesmo tempo de uma série de dimensões, variáveis e fatores.

A compreensão sobre estas dimensões, e o controle cada vez mais fino de um número maior de variáveis pode decisivamente permitir domínio e manipulação dos fatores que levarão à vitória e à derrota. Onde, o que, como, por que, com quem e quando treinar, são algumas das questões que devem ser respondidas, para que dentro de um processo de treinamento que vise a excelência, sejam atingidos os melhores resultados.

E a partir daí, é certo, que dentro do peso que lhe cabe na construção da vitória, o modo como se treina, poderá ser mais, ou ser menos decisivo.

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br  

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Férias

Caro leitor,

Excepcionalmente nas próximas semanas não teremos a coluna de André Megale. O colunista estará em recesso até fevereiro, quando volta com seus textos semanais!

Um grande abraço,

Equipe Universidade do Futebol

Leia mais:
Veja as últimas colunas do Megale na Universidade do Futebol

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Gestão do conhecimento

 Pela preocupação latente em reunirmos informações e dados fidedignos que possam retratar o desenvolvimento do esporte no Brasil ao longo desses próximos seis anos é que terminamos 2010 e iniciamos 2011 falando de conhecimento.

Neste conteúdo, para discutir um pouco os mecanismos a serem desenvolvidos para compilar tudo aquilo que for pertinente a Copa do Mundo de Futebol 2014 e as Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016, ampliando a visão sobre o crescimento da indústria do esporte que direta ou indiretamente estará envolvido a esses “seres” ainda pouco conhecidos.

Gestão do conhecimento se refere a um conjunto de práticas usadas pelas organizações para identificar, criar, representar e distribuir conhecimento para a reutilização, conscientização e aprendizagem por meio da organização (Glick, 2007). O conhecimento é um recurso intangível que, se estiver dentro de um sistema eficaz de organizações de gestão do conhecimento pode favorecer o desenvolvimento econômico da indústria como um todo e das regiões de abrangência e atuação (Arias e Valbuena, 2007).

Baseado nestas citações devemos considerar três aspectos sobre a implantação de um “Sistema de Gestão do Conhecimento” a despeito dos megaeventos:

1.Sistema Híbrido: estamos lidando com a indústria do esporte, cuja abrangência transcende os seus próprios limites e engloba outras indústrias, tais como a construção civil, o turismo, o vestuário, a mídia dentre outras. As informações devem ser recolhidas a partir de uma visão do todo e não somente um olhar míope sobre os acontecimentos relativos ao esporte, atletas e suas modalidades.

2.Importação de mão-de-obra: já ouvi e li das inúmeras possibilidades de contratação de mão-de-obra do exterior que, aos olhos de um organizador de um megaevento de tais proporções poderia ser a tática mais conveniente e simples de se implementar, aproveitando o conhecimento de terceiros na realização de eventos análogos no passado. O questionamento sobre tal estratégia passa sobre o legado para o Brasil no futuro e de como seria possível desenvolver a indústria do esporte pós-2016. Se não aproveitarmos o momento para formar e utilizar novos agentes desportivos, em todos os setores, que outra oportunidade teremos para isso?

3.Projetos Setoriais: a Austrália, para as Olimpíadas de Sidney em 2000, chegou a elaborar um projeto de turismo esportivo pós-jogos, que nunca foi levado adiante ou devidamente aplicado. Os elementos-chave desse plano passavam pela coordenação entre as indústrias do esporte e do turismo, a parte de educação e treinamento, a regulamentação governamental, a infraestrutura, a avaliação dos benefícios econômicos e o monitoramento constante a partir de pesquisas científicas (Deery e Jago, 2005). Tal exemplo pode ser uma base para que façamos um plano e o mesmo seja devidamente executado como forma de alavancar diversos setores da economia nacional a partir de sua associação com o esporte e o momento esportivo para o país.

Na era do conhecimento não podemos prescindir de um plano fiel de gestão de todas as informações vinculadas aos megaeventos como uma plataforma fundamental para contribuir com o pleno desenvolvimento do esporte brasileiro – que tende a ser a década da maturação definitiva dos países emergentes no cenário mundial.

Bibliografia:

ARIAS, Astrid Jaime; VALBUENA, Carlos Blanco. (2007). La gestión de conocimientos en entidades de conocimiento: el caso de los laboratorios académicos y de las empresas de base tecnológica en Europa. Pensamiento y Gestión: Fundacion Universidad del Norte, n. 22, mar, p. 168-190.

DEERY, Margaret; JAGO, Leo Jago. The Management of Sport Tourism. Sport in Society, Vol. 8, No. 2, June 2005, pp. 378-389.

GLICK, Sally. (2007). What is “knowledge management” and how can marketing directors have a role in managing the knowledge in their firms? Practice Manager Forum, april, p.11-12.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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Treinador virtual! Como transmitir essa notícia ao treinador de verdade?

Olá amigos,

Uma das ideias de uma coluna semanal é discutir assuntos que foram ou serão discutidos. Pois bem, no último fim de semana o programa Fantástico da Rede Globo, numa reportagem sobre como a tecnologia vai influenciar o ser humano no futuro breve, apresentou uma breve parte relacionada a esporte. Como vemos o exemplo descritivo da reportagem disponibilizada no site do programa:

“No futuro, a torcida grita, mas o técnico não está nem aí. Não mesmo. Cientistas da Universidade Carlos III, em Madrid, estão abrindo caminho para a criação de um treinador virtual: um computador capaz de dirigir uma equipe sozinho.

O programa tem um visual muito simples e não inclui nenhum robozinho sentado no banco de reservas.

A máquina já consegue analisar os diferentes tipos de jogadas possíveis e decidir o posicionamento dos jogadores de acordo com o rendimento potencial de cada um.

Os cientistas ensinaram o computador a enxergar, a reconhecer cores, formas, distância e profundidade com uma precisão cada vez maior. O olhar da máquina já pode enxergar uma realidade que vai além do olhar humano e tomar decisões como se uma quadra de basquete fosse um tabuleiro de xadrez.

A realidade é captada por uma única câmera a laser. Distância e profundidade se transformam em cores na tela. É assim que funcionam também os videogames de última geração, que dispensam qualquer comando e leem os movimentos do jogador. Cientistas espanhóis querem ensinar o computador a ver melhor e a enxergar a realidade ao redor”.

Assim gostaria de sucintamente refletir sobre tal reportagem, discordando em como são colocadas essas inovações. A maneira de se debater a tecnologia proposta na reportagem ajuda a aumentar a resistência à adoção da mesma. Não julgo nem critico a reportagem em si, mas me refiro que essa forma de enxergar os impactos tecnológicos é muito comum no meio esportivo e ganha eco quando tem os seus receios e resistências ressoados.

O principal aspecto que gostaria de levantar para futuras reflexões é justamente o nome atribuído as tecnologias em questão: treinador virtual. O nome em si é mercadologicamente fantástico, porém, não reflete a realidade e tão pouco contribui para a aceitação da tecnologia no meio.

Afinal a ideia de substituição do homem pela máquina não é um receio exclusivo do meio esportivo, é universal e atormenta a humanidade desde os primeiros inventos. Desde a ficção cientifica de Julio Verne até as mais recentes descobertas genéticas.

Não discordo do recurso apresentado, de forma alguma, aliás, apresenta inovações que sempre defendo para o meio esportivo, porém, a sua divulgação deve ser revista, principalmente pela falta de compreensão do que pode ser feita com e a partir dela. Remetendo-nos mais uma vez a frase de Roger Revelle já utilizada neste espaço em outros momentos:

“Nossa tecnologia passou a frente de nosso entendimento, e a nossa inteligência desenvolveu-se mais do que a nossa sabedoria”.

Para quem já tem o receio de utilizar da tecnologia, seja pela falta de habilidade ou por mero capricho, a ideia de que a máquina substituirá o ser humano no comando de uma equipe assusta e vai com certeza interferir no processo digestivo do impacto tecnológico, conceito que discutimos anteriormente na coluna intitulada Teoria da Tecnologia Esportiva III: processo digestivo do impacto tecnológico.

Assim é necessário ter claro que essa capacidade de apresentar soluções, armazenar informações, deve num primeiro momento ser alimentada por alguém da área com conhecimento suficiente para mapear e identificar esses padrões e depois transferi-los ao computador (ensinar o computador a identificar o jogo).

Posteriormente, a tomada de decisões com base nas informações são alinhadas com outras formas de feedback que o ser humano possui , com seu feeling e habilidade de lidar com essas informações. Qual a diferença para o que se faz hoje pensando no tripé:



A diferença é a maior qualidade e precisão das informações de jogo, facilitando e destacando ainda mais o poder de intervenção do ser humano. Talvez ai esteja um possível receio, ampliar e dar mais visibilidade aos erros, afinal, errar é humano. O difícil é lidar com os erros.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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Um ano de crescimento

O ano que se adentra deverá mostrar um grande crescimento no futebol brasileiro. Nem tanto por uma melhoria na gestão dos clubes, mas sim pela força da economia nacional aliada ao maior investimento no futebol por conta da Copa do Mundo.

Cada vez mais as empresas querem aportar dinheiro nos clubes e no futebol em geral. E isso tem gerado um crescimento sem precedentes no esporte mais popular do país. Com a Copa se aproximando cada vez mais, o mercado patrocinador se aquece, e isso beneficia toda a cadeia produtiva da bola.

Se, na década de 1990, o fracasso do crescimento no futebol brasileiro se deu porque os megainvestidores aportaram dinheiro esperando retorno financeiro com isso e se depararam com pessoas despreparadas para saber trazer resultados, agora a situação é um pouco diferente.

Os clubes não são procurados por investidores dispostos a bancar um negócio, mas sim por empresas que querem se beneficiar da exposição da marca que o futebol proporciona, ou do relacionamento com o torcedor. Ou seja, o dinheiro vai entrar de qualquer forma, mesmo que continuemos a ter falhas gritantes no corpo diretivo do futebol nacional.

O ano de 2011 promete ser de muita grandeza para o mercado da bola no Brasil. Mas, se não aproveitarmos esse momento de bonança para gerar também um melhor preparo em quem é responsável por organizar o futebol no país, teremos no médio prazo uma tempestade. E, muito provavelmente, ela virá próxima de 2014.

Mas o momento é para celebrar. Que todos entremos bem neste 2011. Muita felicidade e muitas conquistas. Dentro e fora dos campos!

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br