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Adam Smith e o futebol brasileiro

A cada início de temporada no futebol brasileiro, Adam Smith se revira em seu descanso secular. O filósofo e economista escocês, considerado um dos pais da economia moderna e do liberalismo econômico, foi o autor do célebre "A riqueza das Nações (1776)" e um dos primeiros a descrever os efeitos da oferta e demanda sobre os preços, como resultado da famosa "mão invisível" do mercado.

Deixando as discussões ideológicas de lado, fico pensando como seria se Adam Smith acordasse hoje e fosse assistir a uma partida do futebol brasileiro, mais precisamente do Campeonato Carioca.

Estamos no dia 19 de janeiro de 2013, e Adam Smith interrompe seu sono quase eterno de 222 anos e decide recuperar o tempo perdido e conhecer mais sobre o tão falado esporte bretão, e nada melhor do que fazer isso no país do futebol.

Alegremente, decide assistir aos jogos da rodada inaugural do Campeonato Carioca de Futebol. Ao chegar aos estádios, sua primeira sensação é de que ainda está na Inglaterra do século XVIII. Paga o preço dos ingressos (entre R$ 30 e R$ 60) e acha caro, mas logo pensa como será recompensado por ver um belo espetáculo.

Entra no estádio ansioso, certo que está que terá dificuldades para conseguir um lugar, deve estar lotado. E vem o primeiro choque de realidade à brasileira: estádio deserto, ocupação inferior a 10% dos espaços. Faz calor, o jogo é lento, muitos passes errados, nenhum gol…Adam Smith tenta lutar contra a ideia de voltar para o túmulo.

Contrariado, mas certo de que a teoria econômica não pode estar tão longe da realidade, vira para ao lado e interrompe os xingamentos do torcedor após mais um erro grave do árbitro, perguntando: quanto caiu o preço dos ingressos em relação ao campeonato anterior? Afinal, o jogo é ruim e o estádio está vazio.

Espantado e já acostumado com o futebol Brasileiro, nosso amigo torcedor alerta a Adam que na verdade o preço do ingresso AUMENTOU!

Simpático como um bom carioca, tenta explicar ao escocês que o preço aumentou para dar liberdade aos clubes de fazer promoções (!!!!!!!!????????)

"É o que os cartolas falaram, doutor, tá no jornal!".

Termina o primeiro tempo e Adam Smith fica triste ao pensar que ninguém aprendeu seus ensinamentos, aqueles de que os preços reagem à oferta e demanda. Se um produto tem pouca procura, o preço naturalmente deveria cair, se tem grande procura deveria subir.

Sem saber como o futebol brasileiro é gerido, Adam Smith pega sua peruca e retoma seu descanso eterno.

Para interagir com o autor: fernando.ferreira@universidadedofutebol.com.br

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Projeto 'Por um futebol melhor': avanço no tratamento aos torcedores

Em 1990, foi promulgada a lei 8.078, denominada “Código de Defesa do Consumidor”, com o intuito de assegurar os direitos dos consumidores, o que, nos termos da Lei Pelé, assegurava os direitos de quem adquirisse ingressos.

Treze anos depois, em 2003 foi promulgada a lei 10.671, o "Estatuto do Torcedor", com o objetivo de proteger especificamente os consumidores do esporte, ante as suas necessidades específicas, ampliando o conceito de consumidor, passando a considerar torcedor todo indivíduo que aprecie ou acompanhe eventos esportivos.

A referida norma foi um verdadeiro marco na história do desporto brasileiro, especialmente do futebol. Os ingressos (bilhetes) e assentos passaram a ser numerados e os torcedores a ter o direito ao seguro por danos sofridos no evento esportivo.

As competições passaram a ser transparentes, instituindo-se um ouvidor para receber críticas, sugestões e observações acerca da tabela e regulamento das competições.

Apesar dos consideráveis avanços, para efetivação dos direitos e do respeito aos torcedores, é imprescindível uma mudança de paradigma dos clubes o que iniciou-se com o programas "sócio-torcedor".

Neste aspecto, o ano de 2013 começou de forma fantástica com o projeto "por um futebol melhor" encabeçado pela Ambev com Ronaldo ‘Fenômeno’ como embaixador, que tem como base mostrar ao torcedor que o dinheiro que ele investir para ser sócio do clube voltará para ele, muitas vezes até mais, com descontos em produtos e serviços das empresas parceiras (os preços dos sócios-torcedores são variados).

Assim, os sócios-torcedores de 15 times brasileiros contarão com descontos em produtos e serviços de diversas marcas. Inicialmente, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Ponte Preta, Portuguesa, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, América-MG, Vitória e Bahia aderiram ao projeto. Em março, Internacional, Grêmio, Santa Cruz, Náutico e Sport também estarão dentro dos clubes participantes do movimento.

As primeiras empresas a oferecerem benefícios aos sócios-torcedores são Ambev, Seara, PepsiCo, Unilever e Danone. Elas já estão à disposição dos associados. A partir de fevereiro, os produtos e serviços das outras quatro empresas entram no movimento: Netshoes, Sky, Burger King e Bradesco.

A intenção é alcançar os torcedores que não vão aos estádios, pois os programas de "sócio-torcedor", em regra, trazem como atrativo principal o direito a ingressos e, atualmente, possuem adesão de somente 0,2% das pessoas que acompanham futebol. A meta é erguer esse percentual para 2%, com 3,5 milhões de pessoas envolvidas. Isso geraria uma receita superior a R$ 1 bilhão anuais aos clubes.

Nessa primeira fase do movimento, os torcedores terão desconto em aproximadamente 300 produtos, como alimentos, bebidas, itens de higiene pessoal, limpeza e material esportivo.

Inicialmente, duas redes varejistas são as parceiras: Carrefour e Extra. Os locais terão um selo identificando que participam da promoção e para ter o desconto, o torcedor precisa apenas informar seu CPF na hora do pagamento, já que os sistemas das lojas estarão integrados aos clubes.

Caso os clubes se adequem e organizem seus programas de "sócio-torcedor" ao “por um futebol melhor, o projeto, além de trazer ao consumidor do evento esportivo uma série de benefícios, trarão aos clubes e ao evento maior atratividade e fidelidade e corresponde a um avanço significativo na relação clube/fornecedor – torcedor/consumidor.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br

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Demagogias no mundo esportivo (parte 01)

Falar em demagogia ou de outras culturas significa entrar em uma seara um tanto quanto complicada, muito por não estar diretamente envolvido com as situações as quais se tecem alguns comentários, podendo cometer injustiças vez por outra.

Mas, me permito, nesta coluna, abrir um espaço para arriscar e falar sobre demagogias que o esporte brasileiro é constantemente submetido – tal e qual já comentei em 2011 aqui na Universidade do Futebol sobre os casos da venda de bebida alcóolica nos estádios, meia-entrada e do canto do hino nacional antes das partidas de futebol (https://universidadedofutebol.com.br/Coluna/11605/Lei-Geral-da-Copa).

Os temas que ensejam polêmica mais recentemente dizem respeito a dois estádios: o Maracanã e a nova Arena do Grêmio. Ambos retratam um misto de amadorismo em diversas esferas do esporte com uma falta de percepção holística sobre os diferentes fenômenos.

Do Maracanã, vivemos o debate sobre o futuro do estádio de atletismo Célio de Barros e do Museu do Índio, onde residem famílias indígenas em plena área urbana. A intervenção nestes dois espaços, incluindo ainda a demolição do Complexo de Piscinas Júlio Delamare, permitirá ao novo Maracanã ter um aspecto mais voltado para o entretenimento, facilitando a circulação de pessoas e melhorando a segurança em dias de jogos no espaço.

No caso do atletismo, percebe-se que houve um desvirtuamento em face do cerne dos debates e a lógica de desenvolvimento do esporte no país. Explico: diz-se que com a derrubada do Célio de Barros, o atletismo brasileiro será imensamente prejudicado, com sérios riscos de não conquistar medalhas em 2016. Vamos supor que este fato seja verdade.

Vamos, portanto, pesquisar no site da Cbat as pistas de atletismo certificadas pela Iaaf, que as classifica pelo mundo por classes. Só para termos uma ideia do que isso significa: o Brasil possui seis pistas "Classe 1" – para podermos comparar, os EUA têm quatro neste mesmo nível. Sim, o todo poderoso Estados Unidos, que conquistou 29 medalhas no atletismo na última Olimpíada, têm menos pistas certificadas que o Brasil, contra nenhuma dos atletas brasileiros. São 97 pistas no mundo que tem a certificação “Classe 1”, o que significa dizer que 6,2% delas está no Brasil.

Classificadas como "Classe 2", o Brasil possui outras 15 pistas entre 406 listadas, enquanto que na terra do Tio Sam, onde as grandes estrelas do atletismo mundial treinam, existem "apenas" seis. A toda badalada Jamaica, com 12 medalhas em Londres, tem apenas dois pistas oficiais de atletismo, ambas na capital Kingston, sendo uma de cada classe.

Só o Rio de Janeiro possui seis pistas de atletismo entre as Classes 1 e 2. Mesmo com a eminente derrubada do estádio Célio de Barras, a capital Fluminense terá mais do que o dobro de pistas de atletismo em classe mundial quando comparada a Jamaica.

Posto isto, será que é possível responder: no Brasil faltam instalações ou bons projetos? Às vezes, me pergunto até que ponto nossas reivindicações são corretas e justas, quando a execução – ou as tecnologias e os recursos humanos que possuímos para preparar bons atletas ficam em um segundo plano pelo seu componente intangível.

No que diz respeito ao Museu do Índio, devo tecer um comentário breve: concordo com o tombamento do equipamento desde que o integre à paisagem e ao perfil de entretenimento do Maracanã. Isto significa reformar completamente o tal museu, integrando-o pela perspectiva do turismo, ou seja, dentro de um contexto histórico de projeto para a cidade como um todo. Não vejo motivos em manter o prédio por manter, como muitas vezes se faz no país…

(continua na próxima semana, com o caso Arena do Grêmio…)

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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O futebol explica a vida

Um grande sábio que eu tenho a honra de conhecer costuma dizer que "o futebol explica a vida". Esse sempre foi o adágio usado por ele para justificar qualquer metáfora baseada em cenários ou episódios ludopédicos. Afinal, qual a trajetória humana, o jogo com a bola nos pés é feito de aprendizados, exige decisões urgentes, apresenta caminhos diferentes para um objetivo comum e suscita emoções absolutamente dicotômicas.

O futebol, assim como a vida, demanda estratégia e conhecimento, que em muitos momentos podem ser simplesmente empíricos. As decisões em campo frequentemente são guiadas pelo mesmo instinto que faz com que as pessoas se desloquem entre móveis à noite, com a luz apagada. E não são poucas as topadas para mostrar quanto esse comportamento é perigoso.

Contudo, a evolução do jogo tem limitado o espaço para o empirismo. Com uma margem de erro menor, o futebol exige planejamento e eficiência. É o fim do período romântico – e não apenas em campo, é claro.

Essa realidade tem aspectos positivos, mas causa vítimas. Quem não se adapta ao novo cenário é engolido por ele. É o cerne do projeto da Arena Juventus, prédio que será erguido na Rua Javari e remodelará um dos mais tradicionais e charmosos estádios de São Paulo (veja mais aqui, ó: http://tinyurl.com/a7fb3lg).

O espaço para topadas no futebol é cada vez menor. Jogadores, treinadores ou dirigentes não têm mais dedinhos para arriscar. Ainda assim, a comunicação segue recorrendo a axiomas que há muito deixaram de ser irrefutáveis.

E o pior é que isso gera um efeito cascata: os comunicadores, formadores de opinião, disseminam opiniões que contrariam a nova lógica do esporte. É nítida a defasagem nesse aspecto.

A visão sobre esporte nos Estados Unidos é um exemplo disso. Parte muitas vezes das próprias ligas uma profusão de análises e dados estatísticos, mas há sites, blogs e emissoras de TV que complementam ou refinam os números.

Ah, e você pode até dizer que estatísticas e números deixam a transmissão chata. Você pode até dizer que isso acrescenta pouco e que o jogo é decidido em campo. Você só não pode ignorar que muitas vezes isso é útil. A decisão sobre quantas ou quais informações são aproveitáveis não deve partir de quem comunica, mas de quem recebe o conteúdo.

Pense então na quantidade de câmeras, no excesso de ângulos diferentes para cada lance e no imenso banco de dados das ligas dos Estados Unidos. Se houver um lance bonito ou polêmico, a transmissão precisa de poucos instantes para recuperar um episódio similar ocorrido em uma edição passada.

José Trajano, comentarista da "ESPN", costuma dizer que os gols de campeonatos de futebol na Europa parecem mais bonitos do que os tentos marcados no Brasil, e que isso acontece pelo somatório entre qualidade de imagem e quantidade de câmeras. A comparação óbvia é o cinema: uma cena bonita e bem filmada tem sempre mais impacto.

Se o futebol não é jogado como era e não é gerido como era, é impossível que ele continue sendo analisado do mesmo jeito. Falei em conteúdo e em formato, mas isso também vale (e muito) para linguagem.

Como bem lembrou o blog do site "Trivela" nesta semana, a mídia inglesa tem discutido muito nos últimos dias os preços de ingressos da Premier League (o post está aqui, ó: http://tinyurl.com/br6ml9j). O debate foi incentivado por uma faixa de protesto de torcedores do Manchester City, que tiveram de pagar 62 libras para ver o jogo contra o Arsenal no estádio Emirates, em Londres.

Os protestos sobre o preço do ingresso geraram, aqui e lá, discussões sobre o novo público que frequenta estádios. Os valores de entradas são mais altos, e isso limita a participação da população menos abastada. O estádio de futebol vira local de elite.

A inflação nos bilhetes é necessária. Pode se mostrar contraproducente no médio ou no longo prazo, mas é mais provável que seja irreversível. O dinheiro oriundo de entradas e de consumo no interior dos estádios é uma receita imprescindível para os clubes.

Em nome de uma receita parruda de match day, clubes não têm outra saída: precisam do público com mais poder aquisitivo. Por consequência, há uma mudança até no perfil das pessoas que vão aos estádios e dos que veem futebol pela TV.

Ainda sobre o tópico público, há algo que eu já comentei várias vezes aqui: o jeito de consumir informação e entretenimento mudou. O nível de exigência das pessoas também é diferente.

Então, o que temos é isso: o futebol é diferente, as pessoas são diferentes e a relação das pessoas com o futebol é diferente. No Brasil, só a comunicação não evoluiu com a mesma velocidade.

Afinal, qual foi a última grande mudança no formato de transmissão de esporte no Brasil? O tira-teima? A câmera sobre o campo, que foi usada em dois ou três jogos internacionais pela "Globo" e posteriormente abandonada? A câmera superlenta? É pouco.

E quando eu falo de recursos tecnológicos, é claro que a primeira mídia que vem à pauta é a TV. Entretanto, a discussão pode ser ampliada para outros veículos e outras plataformas. Com exceção da internet, que é nova por essência, o que mudou no esporte brasileiro?

Uma saída encontrada pelas ligas dos Estados Unidos e pela Fifa é gerar o próprio conteúdo. Transmissões da Copa do Mundo de futebol são geradas para o mundo inteiro por uma mesma empresa. Isso garante a qualidade do conteúdo, mas também pode servir para aspectos como a divisão do tempo de exposição dos patrocinadores.

O único senão é que a criação de um padrão nacional de transmissão de futebol não depende de uma ou outra emissora. Isso depende de o esporte nacional se organizar como entidade, o que parece, infelizmente, o caminho oposto do que acontecerá nos próximos anos.

Sobra aos profissionais que trabalham com comunicação no esporte, portanto, a evolução individual. Está claro que o meio precisa evoluir e que tem necessidade de novos formatos, mas isso depende de um nível de organização que nós não temos (e nem parecemos dispostos a ter).

O que pode mudar, então, é o conteúdo. Para isso, os profissionais precisam de mais preparação e de uma boa dose de aprofundamento. É fundamental sair do raso em searas que fazem parte do novo cotidiano do futebol, como gestão, medic
ina, fisioterapia, psicologia e outras.

Há poucos anos, a abordagem multidisciplinar era um diferencial apenas para as pessoas que trabalham diretamente no esporte. Hoje em dia, trata-se de uma visão insuficiente até para quem transmite o jogo para a população.

O futebol brasileiro precisa deixar de ter uma visão míope, restrita. Essa mudança, assim como na vida, só pode começar por quem forma opiniões.

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br

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Imagina o legado da Copa

A frase "imagina na Copa" já se tornou célebre. Em redes sociais, na publicidade de cerveja patrocinadora do evento. Em particular, para se questionar e desafiar a capacidade de entrega do Brasil perante aquilo que se comprometeu e aquilo que prometeu.

Ironizar é o tom. Mais um motivo foi dado para que se ironize como o país do futebol trata o maior evento mundial desse esporte em oportunidade para construir um legado também social.

A Associação das Prostitutas de Minas Gerais irá oferecer cursos de inglês para suas filiadas. E também de português. A intenção é melhorar a competitividade em tempos de Copa e poder atender bem os clientes.

Sabe-se que o turismo sexual é um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta, uma vez que, no Nordeste, principalmente, a exploração infantil nesse segmento é flagrante. Não deveria ser o legado e imagem que deveríamos projetar para o mundo.

A Escola Friedenreich, uma das melhores do Brasil, iria ser destruída também, no complexo do novo Maracanã, para virar estacionamento do estádio. Houve mobilização social intensa, que fez com que o tombamento da escola impedisse, até agora, a demolição.

O Museu do Índio, também localizado no mesmo complexo, será demolido. Índios que moram no local resistem, até o momento, à reintegração de posse pretendida pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Ainda, no mesmo espaço do novo Maracanã, a iminente demolição do estádio de atletismo Célio de Barros, centro de formação e de prática esportiva importante para a comunidade.

Parece que a discussão séria e consistente com a sociedade sobre o legado da Copa não foi importante ao longo destes anos de preparação para o evento.

Se é que houve tal discussão. Tudo indica que foi algo impositivo, tendo o Estado Brasileiro a Fifa como bode expiatório de plantão, para lhe imputar a culpa sobre a obrigatoriedade de seguir os famosos "cadernos de encargos".

Visitei uma comunidade alemã, distante 70 km de Curitiba, neste fim de semana. Lugar muito agradável, com bons serviços de gastronomia e algo de turismo rural e de aventura. Um colono entusiasmado da região contava sobre seus planos de ampliar o restaurante que mantém, "por que, imagina na Copa, ano que vem, a quantidade de turista que vai ter aqui".

O diálogo entre os governos e a população, sobre causas e consequências da Copa do Mundo, foi muito pobre. Isso provoca discrepância de expectativas. Ou se critica demais a realização do evento no país. Ou se exalta demais.

Típico de um país ainda pobre em democracia.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Vitórias: análise de desempenho no futebol

Por muitas décadas a análise do desempenho de jogadores e equipes de futebol, foi atribuição gerenciada por preparadores físicos, departamentos de preparação física e também de fisiologia do esporte dentro e fora dos clubes.

Com o entendimento de que o desempenho geral (e complexo) dentro de um jogo poderia se correlacionar com resultados de testes físicos e/ou fisiológicos, controlados em campo ou laboratório, ficou mais do que justificada, a necessidade de avaliações que pudessem medir níveis de força, resistência e de velocidade dos jogadores de futebol.

Essas medidas, ao longo da preparação e da competição, representavam então, o principal marcador (depois dos resultados dos jogos), da condição dos jogadores para desempenhar aquilo que lhes era necessário dentro das partidas.

Porém, como muitas vezes essas medidas não justificavam exatamente os bons e os maus resultados de jogo, emergiram questionamentos, e também (e principalmente) mudanças de entendimento a respeito dos resultados do testes.

Com o surgimento e aperfeiçoamento de tecnologias que permitiram olhar para o jogo sob diversos outros/novos ângulos – e com a melhor compreensão sobre aquilo que efetivamente ocorria dentro dele –, novas variáveis ganharam importância e passaram a ser observadas.

O significado de “desempenho”, de maneira geral passou a abarcar algo
mais amplo.

O significado de “análise de desempenho” deixou de ser uma análise estritamente “física” e passou a ser uma busca permanente a algo mais específico (sob o ponto de vista da complexidade) do jogo e do jogar.

Em grandes clubes europeus, por exemplo, o controle refinado de treinos e jogos a partir de GPSs, imagens, softwares de análise de vídeo, “scout”, cardio-frequencímetros e acelerômetros (dentre outros) tem permitido, há algum tempo, uma observação mais apurada do que é o desempenho de jogadores e de equipes – e mais ainda, um entendimento melhor do porque se ganha e do porque se perde.

Esses controles não são privilégio de equipes européias, claro.

No Brasil, alguns clubes de futebol de ponta, no altíssimo nível, dispõem dessas e/ou de outras tecnologias, o que têm dado suporte total à comissões técnicas para melhor desenvolvimento de suas equipes, jogadores e das correções de rota nos trabalhos.

A análise dos motivos que levam à vitória e à derrota está cada vez mais fina – o que a médio prazo pode possibilitar um controle muito mais amplo sobre as variáveis que levam uma equipe a vencer (claro, sem perder de vista a imprevisibilidade e a complexidade, típicas do jogo).

O mais importante disso tudo, é que a análise de desempenho está em um caminho sem volta (e isso é ótimo). Cada vez mais se faz presente a tendência de que a avaliação sobre um jogo deve ter correlação altíssima com o seu resultado.

Afinal de contas, se os resultados de qualquer análise apontam para bom desempenho, mas a equipe não consegue bons resultados em jogo, ela (a análise), não está definitivamente fazendo seu papel.

Se um sujeito vai ao médico, faz um check-up e tudo parece estar bem, pode ser ainda que não esteja. Ele pode ter feito os exames errados, o que não possibilitou a ele ver aquilo que precisava ser visto.

O desafio da “análise de desempenho”, no momento atual, é justamente esse. É preciso analisar o que é efetivamente determinante para o significado complexo de “desempenho”.

É preciso ver, o que precisa ser visto…
 

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br
 

 

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Algumas reflexões sobre sua atuação profissional

Reorganizar-se, adequar planejamentos pessoais e profissionais, redefinir metas e refletir sobre os comportamentos em diferentes situações do cotidiano devem ser práticas corriqueiras de quem busca a excelência pessoal. Porém, muitas pessoas deixam (quando deixam) tais práticas somente para o curto período dos votos de Ano Novo.

Então, aproveitando tanto o público que se atualiza constantemente, como aquele que procura atualizações pontuais, escrevo a coluna desta semana trazendo reflexões (já que não tenho as respostas) relativas às suas intervenções profissionais.

Meses atrás foi discutida numa coluna, a resposta emocional dada pelos jogadores nas diferentes circunstâncias que acontecem num jogo de futebol. A partir destas respostas (que somente são observadas jogando), foi mencionado que uma comissão técnica tem informações valiosas para intervir individualmente, com o intuito de aperfeiçoar o jogar coletivo. Tal aperfeiçoamento é um dos grandes objetivos de um treinador, logo, conseguir dar vida a sua ideia de jogo e fazer com que ela seja reproduzida o maior tempo possível poderá aproximar sua equipe da vitória.

Sabidamente, a expressão coletiva do referido jogar pretendido é um reflexo de tudo que o técnico e sua comissão têm construído no dia a dia de treinamentos e nos jogos anteriores.

Esta construção é feita a partir de cada abordagem, preleção, sessão de treino, cobrança, conversas individuais ou quaisquer outras situações passíveis de intervenção.

Em tempos em que estão cada vez mais frequentes as discussões sobre as tendências da metodologia de treinamento, não podemos abrir mão da discussão de outras variáveis que, com maior ou menor magnitude, influenciam no resultado final de um jogo. Uma dessas variáveis se refere as suas respostas emocionais e intervenções diante dos variados problemas expostos pela sua respectiva equipe.

Pergunto: você dedicou algum tempo para analisar como reagiu frente aos problemas de sua equipe no ano de 2012?

É bastante comum, para cada uma das situações que surgem no cotidiano de treinos e jogos, transferirmos a responsabilidade dos problemas exclusivamente aos jogadores. Dessa forma, observam-se nos treinadores reações diversas como irritações, lamentações, raiva, nervosismo, entre outros comportamentos que exteriorizam a insatisfação com o desempenho da equipe.

Será que os jogadores são os únicos responsáveis pelos erros? Será que alguns caminhos e escolhas utilizados pela comissão, ao invés de contribuírem com a evolução da equipe, reforçam e potencializam os erros? 

Como apontei no início, infelizmente, não tenho as respostas. Tenho inclusive, mais perguntas…

Sugiro que façam um exercício de resgate de suas reações e intervenções no ano de 2012.

Quantas vezes você teve que gritar com seus jogadores para que cumprissem determinada função do Modelo de Jogo?
Quantas vezes você deixou de gritar com seus jogadores por eles não cumprirem determinada função do Modelo de Jogo?
Quantas vezes você narrou o jogo de sua equipe para que ela jogasse melhor?
Quantas vezes você deixou de narrar o jogo de sua equipe para que ela jogasse melhor?
Quantas vezes você faltou com respeito com algum jogador?
Quantas vezes algum jogador lhe faltou com respeito?
Quantas vezes você minou a formação de “panelas” no grupo?
Quantas vezes você consentiu a formação de “panelas” no grupo?
Quantas vezes você chamou “de canto” aquele jogador que tem errado excessivamente nos treinamentos?
Quantas vezes você deixou de chamar “de canto” aquele jogador que tem errado excessivamente nos treinamentos?
Qual a quantidade das intervenções realizadas numa sessão de treinamento?
Qual a qualidade das intervenções realizadas numa sessão de treinamento?
Como você reagiu diante daquele jogador “boleirão”?
Como você reagiu diante daquele jogador ansioso?
Como você reagiu diante daquele jogador medroso?
Como você reagiu diante daquele jogador preguiçoso?
Como você reagiu diante daquele jogador polêmico?
Como você reagiu diante daquele jogador imaturo?
Como você reagiu diante daquele jogador nervoso?
Como você reagiu diante do jogador líder?
Como você reagiu diante do jogador esforçado?

Poderia continuar elaborando perguntas que remetem às suas intervenções e reações. Porém, as indicadas acima já são suficientes para um bom exercício de autoconhecimento.

Quem sabe um dia todos os profissionais do futebol entendam que se recorrermos à capacitação e à formação continuada, estudando diversas disciplinas que se relacionam com o futebol, teremos mais ferramentas para extrairmos o melhor de cada um dos nossos atletas. Se esse dia chegar, teremos em mente que antes de retirarmos o melhor do outro, precisamos retirar o melhor de nós mesmos.

Enquanto isso, alguns poucos treinadores refletem constantemente sobre a prática e outros reproduzem comportamentos sem o mínimo exercício de reflexão. Todos, no entanto, agem como atratores do sistema “jogo de futebol” e atraem a configuração das suas respectivas equipes. Pergunto novamente:

Você atrai a configuração da sua equipe para as vitórias?

Abraços e boas reflexões…

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

 

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O locaute da Liga Americana de Hóquei Profissional (NHL): exemplo para o futebol?

Desde setembro de 2012, a NHL, liga americana de hóquei no gelo, está em regime de locaute, ou seja, há a recusa por parte da entidade patronal em ceder aos trabalhadores os instrumentos de trabalho necessários para a sua atividade. Portanto, os dirigentes impedem os atletas de terem acesso aos ginásios e locais de treinamento.

O locaute se deu porque, no dia 15 de setembro de 2012, terminou a validade do contrato trabalhista entre jogadores e a NHL. Como os interessados não chegaram a um acordo, a liga foi paralisada e está sem perspectiva de jogos.

As principais divergências diziam respeito à distribuição da receita e salários altos. A liga pretendia uma porcentagem maior da distribuição de receitas e diminuir o teto salarial. Por óbvio, não houve concordância dos atletas.

No contrato expirado em 15 de setembro de 2012, ao final da temporada, tudo o que era arrecadado pela liga (alimentação, ingressos, entre outros) era distribuída entre NHL e jogadores na seguinte proporção: 57% da receita para os jogadores e 43% da receita para a liga.

Para solução do conflito, a NHL propôs contrato trabalhista de seis anos – receita dos jogadores começando com 49% e terminando em 47%; e os jogadores propuseram contrato trabalhista de cinco anos – receita dos jogadores começando com 54,3% e terminando em 52,3%.

Para se ter uma ideia, na NBA, os jogadores têm direito entre 49 e 51% da receita. Em razão disso, a liga parou e muitos jogadores foram jogar em outras ligas.

No último domingo, após 113 dias, enfim, os atletas, por meio de sua associação (NHLPA) e os dirigentes da liga chegaram a um acordo e estabeleceram um contrato básico de trabalho, ou seja, um documento que traga todas as relações profissionais na liga, como, por exemplo, quanto do faturamento da NHL é destinado para o pagamento de salários.

A NHL faturou US$ 3,3 bilhões em 2012 e ainda não foram divulgados detalhes sobre o novo contrato básico de trabalho.

O fato é que com o acordo, a NHL em 2013 terá uma edição reduzida com 48 rodadas, como ocorreu no campeonato de 1994/1995.

Após o impasse, a preocupação dos dirigentes agora será repatriar os atletas que estão jogando nas ligas europeias, especialmente a russa e, ainda, a queda de interesse do público pelo hóquei, eis que pesquisa aponta que um percentual elevado de pessoas não pretende voltar a acompanhar a liga.

Independente de se avaliar as condutas das partes envolvidas, o locaute na Liga Profissional Americana de Hóquei mostrou a força dos atletas da modalidade, oportunidade em que surge a indagação: os jogadores do futebol brasileiro teriam força para paralisar as competições?

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br

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A nossa indústria

Em reportagem do Jornal Valor Econômico desta terça-feira, dia 8, intitulada "Patrocínios de empresas começam o ano tímidos", relata o cenário vivido pela indústria cultural no tocante a dificuldade de captação de recursos ante a forte concorrência do esporte por conta dos megaeventos, em especial a Copa 2014 e Copa das Confederações 2013.

A matéria mostra claramente a relação e o posicionamento de ambas as indústrias no mercado do entretenimento, tal e qual a teoria do segmento nos mostra. A competição que o esporte e a cultura fazem é pelo interesse do tempo livre das pessoas e, naturalmente, os diferentes investimentos advindos das empresas, do governo e outros entes interessados.

Chama atenção o fato de o nosso segmento de esporte passar por um momento bastante favorável, reconhecido inclusive pelos “concorrentes”, e de como estamos nos preparando para a manutenção qualitativa deste status, bem como a estruturação em momentos que os segmentos concorrentes estiverem mais fortalecidos.

A discussão sobre o mercado é algo bastante complexo e não será conclusiva, como é natural imaginar – serve, no entanto, como ponto de reflexão, lembrando ainda que existe uma forte concorrência interna, dentro do próprio segmento esportivo por si só, que se ramifica em inúmeros tentáculos, partindo desde o âmbito global até as atividades locais/regionais de esporte.
 

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

 

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A necessidade do mito

Em certo momento do filme “As aventuras de Pi” (tradução infeliz e reducionista de "Life of Pi", do excelente diretor Ang Lee, que ainda está em cartaz no Brasil), após ter apresentado duas versões de uma mesma história, o protagonista que dá nome à trama pergunta ao interlocutor, um escritor canadense, se ele prefere o relato fantástico ou a história mais realista. O ouvinte escolhe a primeira opção.

Pi é um indiano criado em um zoológico. Os pais dele decidem vender o empreendimento da família e mudar para o Canadá, mas a viagem é interrompida abruptamente. O navio afunda, e o personagem-título é o único humano a sobreviver.

Durante o exílio no mar, Pi é obrigado a conviver com um tigre de bengala chamado Richard Parker. A história envolve nuances da relação entre o menino e o animal, passagem por uma ilha misteriosa e imagens sensacionais. O filme é constantemente comparado com "Avatar" pelo uso da tecnologia 3D, mas considero mais pertinentes as relações com "As invenções de Hugo Cabret" (pelo visual) e "Peixe Grande e suas histórias maravilhosas" (pelo conteúdo).

As duas versões da história devem-se à reação dos agentes da seguradora. Pi relata o que aconteceu após o naufrágio, e os funcionários dizem que não podem colocar isso no relatório. O indiano então usa o mesmo cenário e monta um roteiro parecido, mas muda os personagens e censura o fantástico.

A segunda história é mais forte, triste e crível. Ainda assim, o interlocutor de Pi escolhe a primeira versão (note que a pergunta não é "qual você acha que é verdadeira?", mas "qual você prefere?").

 

 

Mas o que o filme tem a ver com esporte? É simples: a segunda forma de contar histórias, pasteurizada e sem ferir a expectativa de quem ouve, não é suficiente para construir mitos. Os mitos são a matéria-prima básica do esporte, que não pode abrir mão do que é fantástico.

Mito, aliás, é a palavra perfeita para esse produto básico do esporte. Porque mito pode se referir a um relato fantástico, à narração de um feito ou até ao próprio ídolo. Afinal, não são esses os elementos que balizam relações emocionais como o ato de torcer?

Falar sobre o processo de construção de mitos demandaria tempo e espaço. Para um aprofundamento sobre o tema, sugiro o livro "Futebol: mitos, ídolos e heróis", de Sergio Settani Giglio. Também vale dar uma olhada em toda a obra da psicóloga Katia Rubio, uma das principais especialistas em psicologia do esporte no país.

Para nós, o ponto mais importante da discussão é o comportamento que cria ídolos. Não existe um manual para a construção de um personagem que interaja bem com os microfones e reverbere. Contudo, é possível usar algumas técnicas e notar que existe um elemento imprescindível: ele precisa transmitir autenticidade.

Com tudo isso em mente, tente ver um jogo da Copa São Paulo de futebol júnior. Quando o fizer, dê atenção especial às entrevistas antes, durante e depois das partidas. Acompanhe o que dizem atletas, técnicos, dirigentes e outros profissionais envolvidos com os times de base.

Depois, tente ver um comercial da varejista esportiva Foot Locker, dos Estados Unidos, com participação de atletas da liga profissional de basquete do país (NBA). Há bons exemplos aqui (http://tinyurl.com/ayjl84k) e aqui (http://tinyurl.com/cr7pcly).

Por último, complete o exercício e tente imaginar como seria a participação de um jogador brasileiro de futebol em um comercial desse tipo. Ou então recorra a exemplos de atletas tupiniquins em peças publicitárias. Exemplos disso pululam no maior arquivo da sociedade moderna, também conhecido como internet.

A constatação é inevitável: há exceções, mas a maioria dos atletas brasileiros – e aqui não me refiro apenas ao futebol – é totalmente despreparada para lidar com a mídia. Eles podem ser famosos e podem frequentar diferentes plataformas de comunicação, mas ainda falta muito para agirem como verdadeiros mitos.

Nas principais ligas esportivas dos Estados Unidos, é comum que os atletas sejam preparados para a construção de figuras públicas. Não é apenas o que falar, mas o como falar. Alguns deles fazem cursos complementares, como trabalho de fonoaudiologia e até o uso de profissionais que preparam atores.

O mais importante, contudo, é a transformação do atleta em personagem. Ele pode ser reconhecido pelo visual, pelo comportamento ou por frases específicas, mas é fundamental criar uma marca.

Por mais paradoxal que seja, os atletas precisam criar marcas e aprender técnicas para transmitirem autenticidade. E como eu disse lá em cima, autenticidade é fundamental para gerar empatia.

É claro que há exemplos contrários. O goleiro Marcos, que se aposentou no ano passado, é um caso de quem passou a carreira rasgando manuais de comportamento e de como falar com a mídia. Ainda assim, é um dos maiores ídolos da história recente do futebol brasileiro.

Marcos conseguiu falar diretamente com o torcedor. De forma inata, sem planejamento voltado a isso, o goleiro criou um personagem falastrão, sincero, emotivo e dedicado. Qualquer um associa esse tipo de atributo ao ex-dono da camisa 12 do Palmeiras.

Quando uma empresa investe no esporte, a meta é usar o segmento para associar uma marca a certos atributos. Atletas só são apostas viáveis quando têm um perfil diretamente associado às características que as companhias buscam.

Nenhum atleta consegue virar personagem se apenas repetir declarações padronizadas ou se não souber usar a mídia. Neymar brilha pelo que faz em campo, mas vende ainda mais pelo jeito "ousadia e alegria" de ser.

Portanto, o fantástico no esporte não é apenas uma questão de formação de idolatria. Ser fantástico é, para os atletas, uma questão de sobrevivência.
 

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br