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Nenhuma evolução

O ocorrido em Natal-RN no último sábado (05-out) no Estádio Frasqueirão, que retardou o início do jogo entre ABC e Palmeiras, jogo válido pelo Campeonato Brasileiro da Série B, não é simplesmente a cena do absurdo ou do descaso. É, na realidade, a prova cabal de que não evoluímos nada em termos de tratamento e cuidado com o torcedor.

E aqui não estamos falando em luxo, mordomias, cadeiras confortáveis e tantos outros complementos que caracterizam as novas arenas multiuso a que tanto defendemos.

Estamos diante do eterno descaso que se dá a segurança – e que acaba, naturalmente, se refletindo indiretamente nas simbologias de estádios modernos citadas no início deste parágrafo.

Se ainda não aprendemos o básico, não há como se esperar que haja a efetiva entrega de valor adicional ao torcedor.

Vamos comparar:
 

1989

Estádio Hillsborough, em Sheffield – Semifinais da Taça da Inglaterra entre Liverpool e Nottingham Forest

1992

Estádio Maracanã, Rio de Janeiro – Final do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Botafogo

2000

Estádio São Januário, Rio de Janeiro – Final do Campeonato Brasileiro entre Vasco da Gama e São Caetano

2013

Estádio Frasqueirão, Natal – Jogo válido pelo Campeonato Brasileiro da Série B entre ABC e Palmeiras

Não que a comparação com a Inglaterra seja o símbolo da perfeição de um lado com o do caos de outro. Mas, o fato é que, enquanto uma tragédia impactou em uma mudança de 180º no país da rainha, por aqui, continuamos a assistir situações de total descaso, sem que haja qualquer iniciativa, seja por parte dos clubes, seja por parte da entidade de administração do esporte, para que haja uma solução efetiva.

Já não adianta mais a punição pela punição, como a perda do mando de campo ou a aplicação de multa pecuniária. O Poder Público também tem se mostrado ineficiente quando o assunto é a responsabilização civil dos dirigentes. As sanções devem começar a impactar o resultado esportivo.

Enquanto isso não ocorrer, basta ficarmos, de camarote, assistindo ao próximo absurdo no tocante ao tratamento ao torcedor. E depois não adianta reclamar que este mesmo torcedor abandone o clube em momentos de crise da equipe ou que continue registrando taxas pífias de ocupação do estádio.

Basta sempre rememorar que não o respeitamos no momento que mais precisamos dele…