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Podem chorar

Já estava pensando em escrever este texto antes mesmo do shuffle do meu celular me presentear com “Wish You Were Here” do Pink Floyd. Daquelas canções em que eu choro há quase 40 anos só de lembrar que ela existe. Só de lembrar de quem tanto eu gostaria de falar desta baita Copa ao telefone e a morte não me deixa mais. Só de lembrar de tantas amadas pessoas que o skype, o whatsapp e o celular diminuem a distância nesta vida.

Mas não minimizam o mimimi. Não o chororô. Não as lágrimas que rolam como a bola por este país que percorro já não sabendo qual hotel, qual cidade, que dia é hoje.

Respiro fundo, evito que o teclado molhe, e canto para acordar Porto Alegre a letra de uma canção pungente de saudade. De amizade. De parceria. De amor. De perda. De vitórias. De heróis. De fantasmas.

Da vida que passa pelos nossos olhos que às vezes pesam e não deixam cair justamente o primeiro verbo que conjugamos e executamos deste lado – chorar.

Começamos nossos dias assim. Talvez acabemos nossas noites chorando. E, muitas vezes, não nos permitimos chorar por uma canção. Por uma imagem. Por um cheiro que faz chorar a ausência da pizza da avó. Por uma piada. Por um pio. Fio. Tio. O que for. Quem for.

Atire a primeira pedra de cristal japonês que faz chorar ator canastrão quem não chorou por nada. Atire-se quem não chora por vitória no futebol. Por derrota no futebol.

Isso é torcer. Isso é ser. Isso é direito inalienável do ser humano.

Por que então não pode chorar no Hino à capela no templo do futebol?

Por que não pode se debulhar durante os pênaltis?

Por que não pode desabafar depois de quatro anos de exageradas cornetadas?

Chora, Seleção do Brasil.

Chorem Júlio, Thiago, Neymar, quem mais?

Chorem. E nos façam chorar junto.

Ganhando. Perdendo.

Empatando.

Como é a nossa vida. Mais empates que derrotas e vitórias.

Como é a vida de E.T.s como Pelé, que do baixo dos 17 anos dele, chorou na conquista de 1958 no ombro de Gilmar.

Basicamente por ele não saber se os pais dele estavam sabendo em Bauru que naquele dia o Brasil havia conquistado o primeiro dos cinco mundiais – três com Ele em campo.

Esse era, segundo Pelé, o motivo do choro na final do Rasunda de 1958. Ele não sabia se os pais já sabiam que ele era campeão mundial.

E Ele é E.T.

Imagine, então, mortais como os atuais selecionados por Felipão. Jovens ainda. E pressionados como mandantes da Copa, não necessariamente da festa.

Chorem!

E deixem o coro dos que são contra ser, simplesmente, do contra. Gente que cobra quando o time não vibra por não ter fibra. Gente que exige quando os profissionais são gente antes de tudo.

Ninguém no time que não está bem chora só por cobrar um arremesso lateral. Chora quando acha que precisa. E ninguém pode ser cobrado por extravasar. Nem mesmo o contrário. É reação de cada um. É sentimento único. Pode chorar. Pode ficar na sua. É isso. É sua. Se sua nos olhos, se vira gelo, é sua emoção. Toda sua.

Mas os azedos e amargos de praxe e de picho não estão apelando para a razão. Abusam de um manual de procedimento sem cabimento.

Estão apenas apelando. E contra a emoção do jogo e da vida.

Chorem, meninos. Chorem, marmanjos.

Faz bem. E vocês farão ainda melhor.

Como bem definiu São Marcos:

– Nunca tive equilíbrio emocional na minha carreira.

É por aí.

Percam algumas vezes as estribeiras. Chorem mesmo. Se errarem, como Cerezo depois do gol dado a Rossi, em 1982, tentem se recuperar. Como ele mesmo fez em campo. Joguem. Se joguem. Vivam. Chorem.

Vai ter gente cobrando.

Deixem eles chorar.

Chorem por nós.
 

*Texto publicado originalmente no blog do Mauro Beting, no portal Lancenet.

 

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O tempo útil de bola em jogo: reflexões sobre a Copa do Mundo Fifa de futebol e o sobre o Campeonato Brasileiro 2014

A Copa do Mundo Fifa 2014 no Brasil está entrando em sua fase decisiva (8as de final).

São cinco equipes da América do Sul, duas da América do Norte, uma da América Central, duas da África e seis da Europa (Américas = 8, África = 2, Europa = 6).

Em 2010, na Copa realizada na África do Sul, na fase decisiva foram cinco da América do Sul, duas da América do Norte, uma da África, seis da Europa e duas da Ásia (Américas = 7, África = 1, Europa = 6, Ásia = 2).

Sob o ponto de vista da geografia das seleções que avançaram na competição, de 2010 para 2014, mantiveram-se seis europeus e cinco sul americanos. Em 2014 porém, nenhum asiático; um africano a mais e uma equipe da América Central.

Em outras palavras, houve uma troca entre equipes da Ásia, com as equipes da África e América Central.

Ainda em 2010, nas 4as de final, avançaram quatro equipes da América do Sul, três da Europa e uma da África.

Em 2014, meu palpite (nada científico, que fique claro), é que passem para as 4as de final, três seleções sul americanas, quatro europeias, além da Costa Rica, da América Central (vejamos ao longo da semana).

E mesmo com variedade de continentes, o fato é que a grande maioria dos jogadores que vão disputar as 8as de final da Copa do Mundo Fifa de futebol em 2014 (independente do continente de origem dos seus países), jogam na Europa – o que também aconteceu em 2010.

Bom, mas essa é uma boa discussão para outro momento.

Quero chamar a atenção hoje para outra coisa.

Apesar de algumas poucas similaridades, no que diz respeito especialmente as estatísticas entre a Copa anterior e essa (até agora), há um bom número de diferenças – e muitas delas explicam, de certa forma, muitos dos motivos que estão tornando a Copa do Mundo no Brasil, uma das mais interessantes, atrativas e emocionantes das últimas décadas.

E é especialmente sobre uma das diferenças, que hoje vou chamar a atenção: o tempo útil de bola em jogo nas partidas da Copa 2014.

Conforme podemos observar na figura anterior, na 1ª fase da Copa do Mundo Fifa no Brasil, em média por partida, foram 55,5 minutos de bola em jogo (dados disponibilizados pela Fifa).

Em 2010 na África do Sul, eram, também segundo a Fifa, 69,8 minutos.

A Fifa preconiza que em jogos oficiais de futebol o tempo útil de “bola rolando” seja de no mínimo 60 minutos – considerando ideal, um tempo de 70 minutos.

Esse tema (bola em jogo) vinha sendo inclusive, motivo de bons debates no Brasil desde o início do Campeonato Brasileiro de 2014 – já que os jogos não estavam atingindo o “tempo útil de bola em jogo” recomendado.

Esses debates deram origem a matérias interessantes, até a interrupção do Campeonato Brasileiro, para início da Copa do Mundo de futebol.

E é aí que algo está me chamando a atenção: o tempo útil de bola em jogo no Campeonato Brasileiro 2014, que vinha preocupando por estar abaixo da média recomendada, é quase igual ao da primeira fase da Copa do Mundo Fifa de 2014!

Segundo dados levantados pelo CieFut, a média de minutos com bola em jogo, por partida, até a 9ª rodada do brasileirão, ainda foi inferior a 56 minutos. E esse tempo, ainda que seja bem menor do que aquele encontrado na Copa da África do Sul (68,8 minutos) é quase o mesmo dos jogos da 1ª fase da Copa no Brasil (55,5 minutos).

E se no Campeonato Brasileiro 2014, as críticas para o baixo tempo de bola em jogo perseguiram a má qualidade técnica dos jogos, os campos com gramados de qualidade duvidosa e as equipes, tidas como mal organizadas, qual seria a explicação para o caso da Copa do Mundo FIFA disputada no Brasil?

Na Copa do Mundo, campos e gramados são padronizados, e em tese de excelente qualidade.

O mesmo vale para os jogadores e para as seleções.

Além do mais, comparada à competição na África do Sul, temos na Copa no Brasil, uma média maior de gols e um ritmo de jogo aparentemente maior também (especialmente se levarmos em conta que a quantidade de passes por jogo [em média] é hoje maior do que a da Copa anterior – 384 passes no Brasil, contra 353 na África do Sul em 2010).

Vale lembrar, que de certo modo, é consenso na imprensa especializada, que os jogos na Copa do Mundo no Brasil têm sido, em sua maioria, empolgantes e vistosos.

Então, nesse contexto, quatro perguntas merecem reflexão:

1) Por que o tempo útil de bola em jogo nas partidas da Copa do Mundo Fifa de futebol no Brasil, na 1ª fase, está abaixo do sugerido como adequado pela Fifa?

2) Por que o tempo útil de bola em jogo nas partidas do Campeonato Brasileiro de futebol, até aqui, está abaixo do sugerido como adequado pela Fifa?

3) Por que, aqui no Brasil, nos jogos da 1ª fase da Copa do Mundo Fifa, o tempo útil de bola em jogo foi parecido com o tempo útil apresentado nas partidas de 1ª divisão do Campeonato Brasileiro 2014?

4) Em havendo similaridades entre os tempos (como há), onde estão, nos jogos, as diferenças subjetivas e concretamente objetivas que tornam as partidas da Copa do Mundo, de certa forma mais atraentes do que as partidas do Campeonato Brasileiro?

Tenho algumas sugestões de respostas para as perguntas levantadas… Mas por agora, o que devemos, é explorar as reflexões… para ao final da Copa, e ao reinício do Campeonato Brasileiro 2014, retomarmos também essas discussões…

Por hoje é isso…

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Copa do Mundo: a discreta e perigosa França

Quatro anos após o vexame da eliminação na primeira fase da Copa do Mundo na África do Sul, a França veio reformulada para a competição no Brasil e, sob o comando do ex-jogador Didier Deschamps, se classificou para as oitavas de final.

Com somente quatro atletas da campanha de 2010, Lloris, Sagna, Evra e Valbuena, o selecionado francês fez 7 pontos em 3 jogos, se classificou com uma rodada de antecedência, não repetiu a escalação em nenhuma partida e já utilizou 19 dos 23 jogadores convocados.

Integrante do Grupo E da competição, a previsão inicial apontada pela maioria da opinião pública, de se classificar em primeiro da chave e enfrentar a Nigéria (segunda colocada do Grupo F), se concretizou e confirmou a equipe europeia entre as dezesseis melhores do mundial sem qualquer alarde.

Se para Costa Rica, Argélia, Estados Unidos e Grécia esta etapa alcançada é motivo de orgulho para o país e de inúmeras reportagens pelo mundo afora, para a França (e para os franceses) a Copa do Mundo está começando agora.

Vejamos, abaixo, as escalações da França nos três primeiros jogos, sempre distribuída em 1-4-3-3.

Esquema Tático 1-4-3-3 utilizado na estreia contra Honduras (3 a 0)

 

Esquema Tático 1-4-3-3 utilizado na goleada contra a Suíça (5 a 2)

Esquema Tático 1-4-3-3 utilizado no empate frente ao Equador (0 a 0)

 

Dos 8 gols feitos na competição a equipe segue a tendência dos resultados apresentados no estudo realizado pelo treinador da equipe sub-20 do Figueirense-SC, Cristian de Souza, e pelo auxiliar técnico do Fragata-RS, Youssef Couto, quanto à predominância, nesta Copa do Mundo, dos gols a partir de jogadas de Transição Ofensiva e Bolas Paradas. Até o momento foram 4 gols (50%) a partir de jogadas de Contra-ataque, 2 gols (25%) de Bola Parada, sendo 1 gol de Pênalti e 1 gol de Escanteio, 1 gol (12,5%) a partir de uma jogada de Posse de Bola e 1 gol (12,5%) Contra, também originário em uma jogada de Contra-ataque.

Já em relação aos 2 gols sofridos, 1 foi de Bola Parada a partir de uma Falta Frontal e o outro a partir de Posse de Bola do adversário.

Pelas escalações e decisões de Deschamps até o momento, 9 jogadores tem presença garantida no onze inicial nas oitavas de final, são eles: Lloris, Debuchy, Varane, Sakho, Evra, Cabaye, Matuidi, Valbuena e Benzema. Restam 2 vagas para 4 jogadores: Pogba, Sissoko, Griezmann e Giroud. A opção escolhida, obviamente, remeterá o que o treinador francês pensa para o jogo.

Montado em 1-4-3-3, o jogo que se desenha para a equipe francesa, hipoteticamente, traz a Nigéria em bloco baixo, com duas linhas, explorando os contra-ataques com os passes dos volantes Mikel e Onazi.

Abrir o campo, conseguir jogar entre linhas, gerar desequilíbrios com dribles, progressão com tabelas, aumentar a frequência de cruzamentos na zona de risco, finalizações de fora da área, finalização em jogadas aéreas e reação imediata após a perda da posse de bola serão recursos necessários para vencer o confronto. Na sequência, para cada um dos recursos, os jogadores (2 dos 4 que Deschamps tem disponível) que podem potencializá-los:

Abertura do campo – Griezmann e Sissoko
Jogo entre linhas – Pogba e Griezmann
Desequilíbrio com dribles – Pogba e Griezmann
Progressão com tabelas – Pogba e Sissoko
Aumentar a frequência de cruzamentos – Griezmann e Sissoko
Finalizações de fora da área – Pogba e Giroud (para Benzema finalizar de fora da área)
Finalizações em jogadas aéreas – Sissoko e Giroud
Reação imediata após a perda – Sissoko e Griezmann

Não podemos esquecer das inter-relações destes recursos com os demais jogadores. Valbuena, por exemplo, é um jogador de grande capacidade de gerar desequilíbrio com dribles.

A trajetória da equipe francesa até a sonhada final pode ter no caminho a poderosa Alemanha, que, segundo estatísticas da FIFA, quase atingiu a marca de 1000 passes no último jogo, uma equipe sul-americana sensação, Chile ou Colômbia, ou ainda o anfitrião Brasil. Antes, porém, terá que passar pela Nigéria. Se fosse você o treinador, quem escalaria?
 

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Caso Suarez: dois pesos e duas medida

Na partida entre Itália e Uruguai, válida pelo Grupo D da Copa do Mundo, mais do que a desclassificação da tetracampeã Itália, chamou atenção a mordida do atacante uruguaio Suarez no italiano Chiellini.

O árbitro não viu a agressão, mas as câmeras mostraram com bastante clareza a atitude violenta e indisciplinar do atleta sul-americano.

Até pelo inusitado, o caso tomou grande repercussão e a FIFA instaurou procedimento disciplinar que foi julgado por uma Comissão Disciplinar estabelecida no Rio de Janeiro cujo os membros são Claudio Sulser (Argelia), Lim Tong (Singapura), Raymond Hack (Africa do Sul), Ariel Navarro (Panama), Norman George (Cook Island). Esta comissão tem a atribuição de julgar as infrações disciplinares.

O procedimento disciplinar, nos termos do artigo 108, do Código Disciplinar da FIFA, pode iniciar-se de ofício (por iniciativa da própria comissão) ou por qualquer pessoa ou autoridade, sendo que os oficiais das partidas (árbitros) são obrigados a denunciar as infrações.

Importante ressaltar que ao atleta sempre é garantido o direito de defesa.

Vale destacar, ainda, que nos moldes do artigo 77, do Código da FIFA, a Comissão Disciplinar pode sancionar o atleta por faltas graves não punidas pelos árbitros e também impor sanções adicionais.

Suarez foi denunciado nos termos do art. 48, D, do Código Disciplinar da FIFA por conduta incorreta frente a adversários que chegou às vias de fato (pena mínima de dois jogos).

O órgão julgador que é independente, decidiu por punir o atleta uruguaio com nove partidas, quatro meses afastado do futebol e multa de cem mil francos suíços (cerca de R$ 250.000,00).

O atleta pode apresentar recurso perante a Comissão de Apelação da FIFA, mas, independente disso, deve cumprir imediatamente a punição, eis que inexiste efeito suspensivo.

Indiscutivelmente, o ato de Suarez foi reprovável e deveria ser punido.

Entretanto, a Comissão Disciplinar da FIFA não tem demonstrado o mesmo rigor em outros casos de gravidade similar ou até maior.

Em outras competições organizadas pela FIFA, atos de racismo foram punidos de forma mais branda e, nesta Copa já houve cotoveladas e entradas de sola que sequer foram denunciadas.

Ora, por mais que a mordida seja um ato violento, sua capacidade de lesar o adversário é infinitamente menor que uma entrada truculenta ou uma cotovelada.

E não há que se dizer que entradas ríspidas e cotovelada fazem parte do jogo, eis que são igualmente punidas.

Diante disso, a punição aplicada ao uruguaio Suarez mostra-se desproporcional ao grau de lesividade de seu ato e traz um precedente bastante perigoso, já que partindo-se deste parâmetro, eventual cotovelada ou entrada maldosa deverá trazer penas significativamente mais rigorosas que a aplicada em razão da mordida.

Insta lembrar, que o lateral brasileiro Leonardo, foi punido com 4 partidas pela cotovelada no jogador norte-americano Tab Ramos na Copa de 1994. O atleta vitimado sofreu fraturas no crânio e no maxilar por causa daquela agressão e correu o risco de ter que se aposentar.
 

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Atenção! Concentrem-se

Para as equipes que avançam para as oitavas de final do Mundial do Brasil, o momento passa a exigir muita concentração daqui em diante pois como sabemos a partir de agora os confrontos são eliminatórios e quem vacilar fica pelo caminho, certo?

Sendo assim, vou compartilhar com vocês novamente uma reflexão sobre a concentração. Anteriormente, comentei sobre a necessidade de todo atleta como qualquer outro ser humano, em buscar sua melhor performance profissional e pessoal desenvolvendo-se em busca da sua excelência. Inclusive aprofundei um pouco sobre o conceito da concentração, que é o primeiro e o mais importante elemento da excelência.

Porém neste momento, o mais importante para as seleções que permanecem na disputa é estarem atentas na questão da concentração no desempenho dentro da competição, passando a terem como meta nas atuações manterem-se totalmente concentradas, positivas e conectadas com as coisas certas, bem como agirem conforme toda sua capacidade, evitando assim desperdiçar as oportunidades que se apresentem durante os jogos que estão por vir.

Os atletas podem e precisam comprometerem-se a respeitar a concentração e concentrarem-se totalmente em fazer com que as situações de alto desempenho aconteçam.

Mas para isso alguns fatos que irão promover o melhor desempenho em cada atuação podem ser determinantes.

• Um desempenho de qualidade, nas situações reais de jogos, começa com a decisão de cada atleta sobre o que ele deseja fazer na sua atuação em campo e com a decisão da concentração que ele vai adotar nesta situação;

• A concentração de qualidade requer que o atleta respeite a sua melhor concentração e que ele esteja conectado completamente nas ações do jogo e que contribua para que ele siga o plano de jogo estabelecido;

• Esta concentração requer ainda que o atleta se comprometa verdadeiramente em manter seu melhor nível de concentração diante das distrações que possam acontecer, mantendo elevada capacidade de recuperação desta concentração de maneira muito rápida.

De maneira geral é MUITO IMPORTANTE, para as seleções que continuarão na disputa, reconhecerem que nas situações críticas e nos momentos decisivos de uma grande competição o desempenho de suas equipes é PREDOMINANTEMENTE MENTAL!

Se os atletas perderem a concentração – caso se desconcentrem, percam a conexão com o jogo ou abandonem a esperança pela vitória – a equipe desaba emocionalmente e sua performance cai drasticamente, ocasionando na maioria dos casos a sua eliminação da competição.

Vamos as oitavas de final e que o Brasil continue firme na disputa pelo HEXA!

Até a próxima!  

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É fácil julgar

A mordida de Suarez no ombro de Chiellini no jogo decisivo de ontem entre Uruguai e Itália, válido pela fase de grupos da Copa do Mundo, ensejou uma série de comentários, críticas e suposições a respeito da atitude da estrela uruguaia. E, apesar de esta coluna não ser conclusiva na análise do caso, pretendo deixar algumas inquietações que fogem um pouco a visão minimalista da imprensa e da opinião pública de um modo geral.

Primeiro, que todos devem saber, Suarez não é “réu primário” para situações análogas. Isso por si só enseja um reflexão bem mais profunda não simplesmente sobre o caráter do atleta, mas do que o leva a ser reincidente em tal comportamento.

Estamos agora discutindo as possíveis punições que o atleta deverá sofrer da FIFA para esta Copa (1, 2 … 4 jogos). Mas o problema é bem mais profundo, até porque ele já recebeu uma sanção severa na Liga Inglesa quando o fez atuando pelo Liverpool contra o Chelsea no ano passado, ficando 10 partidas afastado.

Será que não há diálogo com o atleta? Ou o diálogo está sendo insuficiente? Ou o diálogo, para este caso não resolve? Vejam que a punição parece também não ser a solução mais adequada. A pergunta que fica é: o que o leva a cometer tal atitude?

Há um costume muito peculiar da imprensa e da sociedade de um modo geral de julgar fatos e gerar conclusões aparentemente decisivas sem tentar entender o todo. O caso em voga é um ponto fora da curva: não existe reprodutibilidade de atitude similar no mundo do futebol (no esportivo, lembro apenas de Mike Tyson x Evander Holyfield). Nem pelos jogadores de caráter mais duvidosos que se tem registro. O que representa o ato de morder alguém, de forma agressiva, para a psicologia?

Isso por si só mereceria um debate bem mais consistente. Talvez a linha de “distúrbio psíquico” é a que poderá melhor encontrar respaldo nas ciências. Ou o histórico de vida pessoal, que tende a responder muitas das atitudes na vida adulta.

Enfim, o que é certo é que é muito fácil sentar, escrever (ou falar), vociferando sobre o comportamento de outrem sem ter o mínimo de cautela, respeito, análise e compreensão sobre o todo. É neste particular que a indústria do esporte como um todo precisa evoluir e muito!!! 

Leia mais:
Caso Suarez: dois pesos e duas medida

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“O jogo” e a Copa do Mundo do Brasil

Ledo engano achar que as grandes seleções são capazes de controlar o jogo contra seleções de menor expressão! Pelo menos são os exemplos que estamos assistindo na Copa do Mundo do Brasil.

Querer controlar um jogo como o do futebol, durante noventa minutos, já seria pretensão audaciosa em qualquer circunstância. Nos jogos da Copa do Mundo do Brasil, ainda mais.

O máximo que temos visto é o controle de alguns momentos do jogo. Uma equipe bem treinada, com bons jogadores e com grande peso de camisa terá boas chances de controlar parte dos noventa minutos dos jogos que jogar. A Copa brasileira está comprovando esta teoria. Entre um momento de controle e outro aparecem as investidas corajosas do time que era dominado e aí o jogo se embaralha!

Observando a Copa do Mundo do Brasil, vamos às reflexões sobre o assunto.

As “surpresas” têm sido tantas que motivam vários tipos de questionamentos. A interatividade promovida pelas TVs que transmitem os jogos, leva ao ar várias dúvidas dos torcedores:

– Será que estamos transferindo o polo de qualidade do futebol mundial?

– Será que as grandes seleções estão desmotivadas para a Copa?

– Não existe mais “time bobo”?

– Os times de menor expressão aprenderam a jogar o futebol?

Há algum tempo estamos assistindo às mudanças do jogo. Já falamos sobre isso na última coluna publicada no Universidade do Futebol – “Não há nada de novo no futebol”. É fato que os pilares que sustentam a dinâmica individual e coletiva desse jogo, sempre foram e continuam sendo o tático, o físico, o técnico e o psicológico.

A forma como eles interferem nos noventa minutos dão tons diferenciados aos jogos. Nos últimos anos, o componente tático tem se sobressaído em relação aos outros intervenientes. É sabido que hoje não se joga o futebol em alto nível se não houver inteligência na construção dos treinos e do jogo. Mas em torneios curtos como é a Copa do Mundo…

Vamos fazer um exercício.

Copa do Mundo é uma realidade diferente. Tudo é mais concentrado. Tudo vale mais. Um jogo de Copa costuma ser muito mais emoção, mental, psicológico, que em campeonatos longos, com longas histórias a serem contadas.

Numa Copa do Mundo, um time mais motivado, apurado psicologicamente, pode tirar vantagens em relação ao seu oponente mais pragmático, ou tático. Estes dois componentes serão sempre muito importantes, assim como também o são o técnico e o físico, mas um deles pode sobressair em relação a outro, ainda que momentaneamente, e fazer valer o resultado nos jogos.

Explorando o conceito transdisciplinar, em que alguns fatores se alternam em graus de importância uns em relação a outros, simultânea e ou concomitantemente, os jogos da Copa estão nos dando uma ótima mostra deste fenômeno.

Na abordagem transdisciplinar não é muito simples detectar qual fator está prevalecendo sobre o outro em determinado momento. Nos jogos da Copa do Mundo do Brasil estamos assistindo a jogos mais “soltos” e com grande apelo motivacional – psicológico. Afinal de contas, tratam-se de “jogos de Copa do Mundo”.

Nesta história, para incrementar ainda mais o exercício proposto, o nosso país parece ser um fator motivacional além da conta. Já twittei sobre isso dias atrás, quando percebia quão motivadas estavam as seleções forasteiras em especial na Copa Brasileira. Parece que a magia do Brasil encantou individual e coletivamente os disputantes da nossa Copa.

A energia que o torcedor brasileiro e que o ambiente brasileiro estão passando aos competidores tem sido fator preponderante para apimentar os fenômenos de campo que estamos assistindo. Fui assistir no Mineirão a Bélgica 2×1 Argélia. Sensacional! O torcedor e o ambiente brasileiros estão dando um tempero especial à Copa do Mundo da Fifa.

O futebol é global e tem acesso a ele e suas descobertas todos aqueles interessados ou curiosos pelas novidades. Os mais espertos e ou inteligentes têm tirado proveito desta exposição. É só ver como estão jogando algumas seleções de menor porte. Seus treinadores, certamente desenvolveram conceitos importantes com suas observações e estudos.

Não é difícil perceber o jogo competitivo e organizado que várias das seleções participantes estão praticando. Mas, aquelas que o fazem com maior apelo motivacional, têm sido bem sucedidas.

Não vou citar nenhum time em particular, pois foram várias as “surpresas” até agora, quando ainda estamos na fase classificatória. No entanto, garanto que as seleções que alcançaram vitórias ou empates surpreendentes o fizeram com qualidade de jogo e mérito em relação aos seus adversários.

Acredito que, mesmo com muita emoção, as respostas aos fenômenos da Copa do Mundo do Brasil contribuirão para a continuidade de mudanças na qualidade tática do jogo.

O que percebo é que a Copa do Mundo do Brasil está servindo de importante vitrine para a evolução que o futebol mundial vem sofrendo há alguns anos. O jogo será cada vez mais parecido com o futebol total de décadas atrás – todos atacam e todos defendem com muita organização e competitividade.

A dificuldade dos “grandes” em relação aos “pequenos” está patenteada na Copa do Mundo do Brasil, e a herança disso tudo será um futebol mais forte e emocionante espalhado pelo mundo.

Não acredito que o fenômeno permanecerá no curto prazo, ou seja, por algum tempo o grande continuará grande e o pequeno continuará pequeno. Mas não será mais da mesma forma e, com o passar dos anos, o jogo deverá ganhar em organização e recursos táticos para vários níveis de equipes.

Por enquanto o espetáculo apresentado se deve muito ao fato da Copa do Mundo ser no Brasil. Mas é certo também que o mundo está aprendendo a jogar o jogo e a proliferação das boas ideias é uma grande razão pra isto. A motivação, que agora está na Copa Brasileira, deverá ser outra em outras circunstâncias, mas sempre contando com a evolução do jogo. A Escola Brasileira de Futebol não pode ficar para trás nesta revolução do aprendizado tático!

Que vença o Brasil para a alegria de um povo que merece! E que cresça o nosso jogo com as lições que estamos recebendo a domicílio.

Até a próxima resenha…

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Chile vs Holanda; Jorge Sampaoli vs Louis van Gaal: reflexões sobre questões táticas na Copa do Mundo Fifa de Futebol do Brasil

Os jogos da Copa do Mundo FIFA de futebol no Brasil estão bastante atrativos.

Mesmo para confrontos que poderiam remeter a ideia de que seriam “partidas desinteressantes”, sempre há algo para se destacar sobre o jogo.

Aos meus olhos, claro, o grande número de gols também tem chamado a atenção.

Mas o que dizer da, no geral, boa ocupação dos espaços do campo por parte de jogadores e equipes?

O que dizer da evidente demonstração coletiva das equipes, expressando suas regras de ação para jogar, seus planos de jogo, seus modelos, suas identidades?

E as inúmeras representações da potencialização da aparente soma complexa de 11 jogadores que tem resultado taticamente em 12, 13, 14 ou sei lá, 15 (o todo realmente maior do que a soma das partes) – quando se olhássemos rapidamente talvez não tivessem potencial para chegar a 9 ou 10?

Essa riqueza/beleza dos jogos, ainda que não seja nada de novo, dá margem para inúmeros assuntos e debates. E vários deles prenderiam verdadeiramente nossa atenção.

Então, na sequência das colunas sobre a Copa não posso deixar de abordar temas como “as nacionalidades dos treinadores das seleções da Copa – e a influência disso no futebol apresentado pelas seleções”, “a queda da seleção da Espanha” – defendendo a ideia de que, não é que o futebol/estilo espanhol não funciona mais (funciona sim!), o fato é que a Espanha não trouxe seu estilo à tona para os jogos (onde debateremos o “efeito Guardiola”), ou ainda o “quanto os aspectos ambientais tem interferido em ocorrências técnico-táticas de jogo (nos gols?)”; os “treinos em caixa de areia (pode?)”, ou ainda “os erros táticos admissíveis e não admissíveis, que seleções em Copa do Mundo podem e não podem cometer”.

São muitas as ideias!

Hoje porém, vou tentar abordar brevemente um tema recorrente nos debates com os amigos no Café dos Notáveis nesse tempo de Copa: as Seleções da Holanda e do Chile.

Comecemos pela Seleção do Chile.

Antes de mais nada, devo destacar que o treinador do Chile (Jorge Sampaoli) é um dos três treinadores nascidos na Argentina, que comandam Seleções na Copa – e apesar de ser o mais “badalado” dos três, especialmente pelo atual momento (classificação antecipada e vitória do Chile sobre a Espanha) penso que dentre eles, José Pekerman (outro argentino), treinador da Seleção da Colômbia ainda é o melhor.

Jorge Sampaoli, que passou a chamar a atenção após seu excelente trabalho na equipe da Universidad de Chile teve também boa passagem pela equipe do Emelec do Equador.

Antes disso, foram mais dificuldades do que sucessos, muitas derrotas e tropeços – que de alguma forma contribuíram para um salto em sua carreira profissional.

Sampaoli na Seleção do Chile, deu sequência ao 1-4-3-3 de Bielsa (treinador anterior do selecionado chileno) no que se refere principalmente a ocupação dos espaços.

No que diz respeito às regras de ação dos jogadores, no gosto pelo protagonismo com bola, e no ritmo de jogo, deu sequência ao seu próprio 1-4-3-3 da Universidad de Chile (a mesma Universidad que goleou o Flamengo, no Rio de Janeiro, por 4 a zero na Copa Sul Americana 2011) – 1-4-3-3, que já naquela época, de maneira versátil, se transformava no 1-3-4-3 (com um volante, um meia e um falso atacante).

Com bola, a Seleção do Chile é envolvente. Tem gosto pelo jogo apoiado, com passes curtos e rápidos (e não por acaso é uma das equipes que mais passam a bola na Copa do Mundo do Brasil).

Isso não é um trabalho de agora. Vem desde Bielsa no seu comando.
Sem bola, a equipe chilena, ainda que possa não parecer (porque sofreu apenas um gol nas duas primeiras rodadas), é frágil (nas eliminatórias para a Copa, sofreu 25 gols em 16 jogos). Tem cometido erros primários para fechar a circulação de bola adversária, marcado mal as diagonais e permitido que os seus adversários finalizem muito contra sua meta defensiva.

Por isso, mesmo com o futebol que vem encantando, e mesmo com o “pressing” em bloco alto muito organizado, que especialmente no início das partidas tem “encurralado” os adversários, a seleção chilena poderá sofrer do mesmo problema que a Universidad de Chile, do treinador Sampaoli sofria quando não conseguia ter a posse da bola sob o seu controle.

Seria interessantíssimo para a Copa e para o futebol que o Chile fosse longe no Mundial do Brasil… Mas tenho lá minhas dúvidas…

Agora a Holanda.

A seleção holandesa, outra “sensação” da Copa FIFA 2014 tem sido uma equipe muito interessante para observação.

Além de ter bons jogadores que são protagonistas e decisivos em seus clubes, de ter o artilheiro das eliminatórias europeias (van Persie), tem no seu comando um dos mais experientes e mais respeitados treinadores holandeses: Louis van Gaal.

As equipes de Louis van Gaal historicamente são muito competitivas.

Também gostam de protagonizar o jogo, de brigar pela bola, de alternar o ritmo das jogadas… mas acima de tudo de serem estratégicas. E isso normalmente acaba trazendo vantagens, especialmente por permitir a elas maior adaptabilidade aos seus jogos e adversários.

Nas eliminatórias para a Copa do Mundo tiveram uma das melhores defesas. Não perderam nenhum jogo. Jogaram a grande maioria do tempo no 1-4-3-3 (poucas vezes no 1-4-4-2).

Precisou se reinventar na preparação para a Copa, e mesmo sem grande “minutagem” nos jogos para colocar à prova, apostou no 1-5-3-2 variando para o 1-3-4-1-2 (ou 1-3-4-3).

Nos dois primeiros jogos da Copa do Mundo Fifa 2014 utilizou por mais tempo em campo (apesar da desconfiança da imprensa e torcida holandesa) o 1-3-4-1-2.

Não tem conseguido repetir o mesmo futebol de controle das eliminatórias da Copa (na partida contra a Austrália, pela 2ª rodada da competição, perdeu as “rédeas” do jogo algumas vezes), mas tem sido avassaladora quando ataca.

Faz mais passes em progressão do que a equipe do Chile e chega na grande área ofensiva com mais facilidade – o que garante a Seleção da Holanda maior número de finalizações também.

Chile e Holanda são duas Seleções que valem a observação.

Claro, não se pode afirmar que uma delas, ou até mesmo que as duas cheguem longe na Copa. O fato é que com antecedência se classificaram para a 2ª fase da competição.

E independente do resultad
o do confronto entre elas, o certo é que cada uma, com sua proposta mostrou nas duas primeiras rodadas, muita qualidade técnica-organizacional.

Uma delas vai enfrentar o Brasil.

Se for o Chile, vale para a Seleção brasileira observar os jogos dos chilenos, das eliminatórias – e se quiser entender a fundo o que se passa na cabeça do treinador Jorge Sampaoli, resgatar jogos decisivos da Universidad de Chile quando ele era o comandante da equipe.

Se for a Holanda, estou certo de que vale concentração total naquilo que Louis van Gaal vem fazendo desde os últimos jogos de preparação para a Copa, além é claro, dos três jogos da primeira fase da competição.

Sobre o confronto entre Chile e Holanda, que ocorre um dia após a publicação desse texto (portanto escrevo sem saber sobre o jogo), alguns palpites:

a)Se o Chile jogar no 1-4-3-3, com um falso atacante de centro, imagino que o confronto apresente mais assimetrias espaciais para equilibrar o setor de meio campo das equipes, tanto se a Holanda jogar no 1-4-3-3, quanto se for no 1-3-4-1-2 (1-5-3-2 que se transforma em 1-3-4-3).

b)Se o Chile jogar no 1-3-4-3, haverá assimetrias espaciais para equilibrar o setor de meio campo por parte das duas equipes caso a Holanda jogue no 1-3-4-1-2. Caso a Holanda desenhe seu 1-4-3-3, é provável que mesmo com os ajustes assimétricos por parte do Chile para organizar o espaço de jogo, o selecionado holandês leve vantagem numérica, especialmente na faixa central do campo de jogo.

Então, se Jorge Sampaoli não preparar nenhuma surpresa, e se o modo de operação chileno for o mesmo apresentado nas partidas anteriores, sob o ponto de vista da referência primária de ocupação do espaço para dar orientação aos jogadores, parece ser “estratégia dominante” para a Holanda iniciar a partida no 1-4-3-3.

É claro, existem outras inúmeras referências que devem ser observadas para entender o confronto entre as duas Seleções – e as vantagens e desvantagens que cada uma delas pode ter.

Mas aí, que venham as surpresas! Que seja um grande jogo, e que vença o melhor!

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As versões e as finalizações da Holanda na Copa do Mundo Fifa 2014

A Holanda lidera o Grupo B na Copa do Mundo Fifa 2014 com 6 pontos em 2 jogos. Se no primeiro jogo, contra a então temida seleção espanhola, o 1-5-2-1-2 foi o esquema utilizado por Louis Van Gaal, contra a Austrália a superioridade obtida surgiu no segundo tempo, com Memphis Depay no lugar de Martins (substituído após choque com Cahill) num 1-4-2-3-1.

Porém, seja com um ou outro esquema o que merece destaque neste início de competição é a eficácia ofensiva da seleção holandesa. Com aproveitamento impressionante nas finalizações, tem apresentado números que demonstram o controle dos jogos que disputou.

Veja, abaixo, o desempenho da equipe holandesa neste fundamento do jogo tanto na goleada contra a Espanha por 5 a 1 como na vitória, de virada, contra a Austrália por 3 a 2:

Como pode ser visto, até o momento foram 23 finalizações da seleção holandesa na competição, destas:

•8 Finalizações (34,7%) em jogadas de Posse de Bola
•10 Finalizações (43,4%) em jogadas de Contra Ataque
•1 Finalização (4,3%) em jogada de Escanteio
•1 Finalização (4,3%) em Falta Frontal
•2 Finalizações (8,6%) em jogadas de Falta Lateral
•1 Finalização (4,3%) em Jogada Individual

Do total de finalizações realizadas, impressionantes 95,6% (ou 22 finalizações) tiveram como destino a meta adversária e os 8 gols feitos resultaram num aproveitamento de finalizações de 34,7%.
As características das jogadas que resultaram em gols são as seguintes:

•2 Gols (25%) em jogadas de Posse de Bola
•4 Gols (50%) em jogadas de Contra-Ataque
•1 Gol (12,5%) em jogada de Falta Lateral
•1 Gol (12,5%) em Jogada Individual

Para concluir, abaixo um quadro comparativo do aproveitamento de finalizações (certas e gols) de outras duas seleções candidatas ao título, Brasil e Alemanha, nas duas primeiras rodadas da competição:

Note que as melhores marcas destas seleções (destacadas em vermelho) estão distantes dos percentuais obtidos pelos holandeses.

Em seu próximo confronto, a Holanda disputará a liderança do grupo contra o Chile, comandado pelo argentino Jorge Sampaoli e que, bem como os holandeses, também tem utilizado a linha de 5.

Podemos ter dúvida de qual esquema predominante Louis Van Gaal vai utilizar contra os chilenos. Já se o esquema será perigoso…

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Enfim, a tecnologia na Copa

Na partida entre França e Honduras, enfim, a tecnologia criada para confirmar o gol foi utilizada. O lance que fez história se deu aos dois minutos do segundo tempo e era válida pelo grupo E da primeira fase da Copa do Mundo do Brasil.

O lance fatídico se deu após um lançamento de Valbuena em que o atacante francês Benzema cabeceou na saída do goleiro hondurenho Valladares. A bola tocou na trave esquerda, voltou em direção ao goleiro de Honduras, mas cruzou a linha do gol, após tocar nas mãos do arqueiro.

O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci ao perceber em seu relógio que a bola havia cruzado integralmente a linha do gol, correu para o centro do campo sem qualquer dúvida.

Dentre os principais esportes do mundo o futebol é o que menos alterações sofreu em suas regras ao longo da história.

A principal mudança foi referente ao impedimento. Inicialmente, não era permitido passar a bola para a frente, como ocorre no rúgbi. Mais tarde, estabeleceu-se número mínimo de jogadores entre o que recebe o passe e o gol, até chegar à regra atual de dois defensores.

Desde a criação das regras do futebol, há mais de 150 anos, também foram criados o pênalti, as substituições, os cartões amarelos e vermelhos, por exemplo.

Com relação à utilização da tecnologia, o futebol tem sido bastante resistente.

Qualquer proposta de mudança nas regras do futebol só entra em vigor depois de aprovada pela International Football Association Board (Ifba), uma comissão formada por quatro representantes da Fifa e um de cada federação de futebol britânica (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales), os criadores do futebol. Para aprovação, as propostas devem ser aceitas por seis dos oito membros. A Fifa e a Ifba são extremamente conservadoras.

Apesar disso, o futebol finalmente se rendeu à tecnologia com a “goal-line technology” na Copa das Confederações e no Mundial de Clubes e, pela primeira vez, os árbitros têm o auxílio de elementos externos para tomar suas decisões em campo.

A Copa do Mundo do Brasil é o primeiro Mundial a utilizar essa tecnologia que, enfim, decidiu um lance polêmico trazendo mais transparência e credibilidade ao evento. Trata-se de um passo singelo, mas muito importante para a evolução do futebol.